FITOESTERÓIS PODEM CONTRIBUIR NA PREVENÇÃO E TERAPIA DE DOENÇAS CRÔNICAS, ALÉM DA HIPERCOLESTEROLEMIA
Bem além dos reconhecidos efeitos dos fitoesteróis sobre a redução do colesterol total e da fração LDL, e mais recentemente também sobre a diminuição dos triglicérides plasmáticos10, estão as novas premissas de uso desse composto funcional.
Até o momento existem apenas especulações sobre os possíveis efeitos dos fitoesteróis sobre a prevenção de câncer, sugeridas por estudos de baixa confiabilidade, mas já chamam a atenção para o assunto, como discutido por Wotengo e colaboradores4. Um possível mecanismo pelo qual essa proteção poderia ocorrer seria a redução da oxidação celular. Um estudo demonstrou o potencial antioxidante dos fitoesteróis, tendo-os incubado in vitro com LDL humanas saudáveis.
O resultado foi positivo, pois houve menor produção de dienos conjugados quando a indução da oxidação com cobre foi instituída. Entretanto esse achado precisa ser confirmado por estudo mais consistente, que avalie características do plasma de indivíduos consumindo fitoesteróis5. Já se sabe também que os receptores B/E do corpo que usualmente fazem a remoção das LDL circulantes do plasma apresentam aumento de afinidade pelas partículas de LDL com o consumo de fitoesteróis.
Isso colabora diretamente para a redução de suas concentrações, inclusive de partículas de LDL oxidadas e glicadas, e reduz ainda mais as possibilidades de lesões ateroscleróticas em decorrência de partículas modificadas9. Outra grande perspectiva de ação dos fitoesteróis é sobre o processo inflamatório, hoje visto como parte do pacote da síndrome metabólica.
O seu consumo, junto ao uso de suplemento de ômega-3, potencializou de forma significativa a redução de marcadores inflamatórios do plasma, como a proteína C reativa, o TNF-alfa e a IL-67. Finalmente, considerando a coexistência de doenças crônicas como obesidade e dislipidemias, um estudo mostrou de forma promissora que a redução do consumo de gorduras totais (de 33,5% para 26,4% VCT) e de saturadas (de 13,2% para 7,7%) na dieta foi capaz de reduzir em 4,3% o colesterol total do plasma.
A combinação de fitoesteróis (3,3 g/dia) a essas modificações agiu sinergicamente, tendo contribuído ainda mais para essa redução, que atingiu 9%. Assim o uso de fitoesteróis colabora de forma eficaz na redução da colesterolemia, mesmo quando outras intervenções alimentares já estão presentes7. Desta maneira, novas perspectivas do uso dos fitoesteróis ampliam a sua abrangência sobre a prevenção e a terapia de doenças crônicas presentes na atualidade, valorizando-os ainda mais como ingrediente funcional à saúde.
Referências:
1. Hansel B, Nicolle C, Lalanne F, Tondu F, Lassel T, Donazzolo Y, Ferrières J, Krempf M, Schlienger JL, Verges B, Chapman MJ, Bruckert E. Effect of low-fat, fermented milk enriched with plant sterols on serum lipid profile and oxidative stress in moderate hypercholesterolemia. Am J Clin Nutr. 2007;86(3):790-6. 2. Mussner MJ, Parhofer KG, Von Bergmann K, Schwandt P, Broedl U, Otto C. Effects of phytosterol ester-enriched margarine on plasma lipoproteins in mild to moderate hypercholesterolemia are related to basal cholesterol and fat intake. Metabolism. 2002;51(2):189-94.
3. Ortega RM, Palencia A, López-Sobaler AM. Improvement of cholesterol levels and reduction of cardiovascular risk via the consumption of phytosterols. Br J Nutr. 2006;96 Suppl 1:S89-93.
4. Plat J, Mensink RP. Plant stanol and sterol esters in the control of blood cholesterol levels: mechanism and safety aspects. Am J Cardiol. 2005;96(1A):15D-22D.
5. Plat J, Mensink RP. Plant stanol esters lower serum triacylglycerol concentrations via a reduced hepatic VLDL-1 production. Lipids. 2009;44(12):1149-53.
6. Racette SB, Lin X, Lefevre M, Spearie CA, Most MM, Ma L, Ostlund RE Jr. Dose effects of dietary phytosterols on cholesterol metabolism: a controlled feeding study. Am J Clin Nutr. 2010;91(1):32-8.
7. Racette SB, Spearie CA, Phillips KM, Lin X, Ma L, Ostlund RE Jr. Phytosterol-deficient and high-phytosterol diets developed for controlled feeding studies. J Am Diet Assoc. 2009;109(12):2043-51.
8. Ruiu G, Pinach S, Veglia F, Gambino R, Marena S, Uberti B, Alemanno N, Burt D, Pagano G, Cassader M. Phytosterol-enriched yogurt increases LDL affinity and reduces CD36 expression in polygenic hypercholesterolemia. Lipids. 2009;44(2):153-60.9.
Sanclemente T, Marques-Lopes I, Fajó-Pascual M, Cofán M, Jarauta E, Ros E, Puzo J, García-Otín AL. A moderate intake of phytosterols from habitual diet affects cholesterol metabolism. J Physiol Biochem. 2009;65(4):397-404.
10. Theuwissen E, Plat J, van der Kallen CJ, van Greevenbroek MM, Mensink RP. Plant stanol supplementation decreases serum triacylglycerols in subjects with overt hypertriglyceridemia. Lipids. 2009;44(12):1131-40..
Até o momento existem apenas especulações sobre os possíveis efeitos dos fitoesteróis sobre a prevenção de câncer, sugeridas por estudos de baixa confiabilidade, mas já chamam a atenção para o assunto, como discutido por Wotengo e colaboradores4. Um possível mecanismo pelo qual essa proteção poderia ocorrer seria a redução da oxidação celular. Um estudo demonstrou o potencial antioxidante dos fitoesteróis, tendo-os incubado in vitro com LDL humanas saudáveis.
O resultado foi positivo, pois houve menor produção de dienos conjugados quando a indução da oxidação com cobre foi instituída. Entretanto esse achado precisa ser confirmado por estudo mais consistente, que avalie características do plasma de indivíduos consumindo fitoesteróis5. Já se sabe também que os receptores B/E do corpo que usualmente fazem a remoção das LDL circulantes do plasma apresentam aumento de afinidade pelas partículas de LDL com o consumo de fitoesteróis.
Isso colabora diretamente para a redução de suas concentrações, inclusive de partículas de LDL oxidadas e glicadas, e reduz ainda mais as possibilidades de lesões ateroscleróticas em decorrência de partículas modificadas9. Outra grande perspectiva de ação dos fitoesteróis é sobre o processo inflamatório, hoje visto como parte do pacote da síndrome metabólica.
O seu consumo, junto ao uso de suplemento de ômega-3, potencializou de forma significativa a redução de marcadores inflamatórios do plasma, como a proteína C reativa, o TNF-alfa e a IL-67. Finalmente, considerando a coexistência de doenças crônicas como obesidade e dislipidemias, um estudo mostrou de forma promissora que a redução do consumo de gorduras totais (de 33,5% para 26,4% VCT) e de saturadas (de 13,2% para 7,7%) na dieta foi capaz de reduzir em 4,3% o colesterol total do plasma.
A combinação de fitoesteróis (3,3 g/dia) a essas modificações agiu sinergicamente, tendo contribuído ainda mais para essa redução, que atingiu 9%. Assim o uso de fitoesteróis colabora de forma eficaz na redução da colesterolemia, mesmo quando outras intervenções alimentares já estão presentes7. Desta maneira, novas perspectivas do uso dos fitoesteróis ampliam a sua abrangência sobre a prevenção e a terapia de doenças crônicas presentes na atualidade, valorizando-os ainda mais como ingrediente funcional à saúde.
Referências:
1. Hansel B, Nicolle C, Lalanne F, Tondu F, Lassel T, Donazzolo Y, Ferrières J, Krempf M, Schlienger JL, Verges B, Chapman MJ, Bruckert E. Effect of low-fat, fermented milk enriched with plant sterols on serum lipid profile and oxidative stress in moderate hypercholesterolemia. Am J Clin Nutr. 2007;86(3):790-6. 2. Mussner MJ, Parhofer KG, Von Bergmann K, Schwandt P, Broedl U, Otto C. Effects of phytosterol ester-enriched margarine on plasma lipoproteins in mild to moderate hypercholesterolemia are related to basal cholesterol and fat intake. Metabolism. 2002;51(2):189-94.
3. Ortega RM, Palencia A, López-Sobaler AM. Improvement of cholesterol levels and reduction of cardiovascular risk via the consumption of phytosterols. Br J Nutr. 2006;96 Suppl 1:S89-93.
4. Plat J, Mensink RP. Plant stanol and sterol esters in the control of blood cholesterol levels: mechanism and safety aspects. Am J Cardiol. 2005;96(1A):15D-22D.
5. Plat J, Mensink RP. Plant stanol esters lower serum triacylglycerol concentrations via a reduced hepatic VLDL-1 production. Lipids. 2009;44(12):1149-53.
6. Racette SB, Lin X, Lefevre M, Spearie CA, Most MM, Ma L, Ostlund RE Jr. Dose effects of dietary phytosterols on cholesterol metabolism: a controlled feeding study. Am J Clin Nutr. 2010;91(1):32-8.
7. Racette SB, Spearie CA, Phillips KM, Lin X, Ma L, Ostlund RE Jr. Phytosterol-deficient and high-phytosterol diets developed for controlled feeding studies. J Am Diet Assoc. 2009;109(12):2043-51.
8. Ruiu G, Pinach S, Veglia F, Gambino R, Marena S, Uberti B, Alemanno N, Burt D, Pagano G, Cassader M. Phytosterol-enriched yogurt increases LDL affinity and reduces CD36 expression in polygenic hypercholesterolemia. Lipids. 2009;44(2):153-60.9.
Sanclemente T, Marques-Lopes I, Fajó-Pascual M, Cofán M, Jarauta E, Ros E, Puzo J, García-Otín AL. A moderate intake of phytosterols from habitual diet affects cholesterol metabolism. J Physiol Biochem. 2009;65(4):397-404.
10. Theuwissen E, Plat J, van der Kallen CJ, van Greevenbroek MM, Mensink RP. Plant stanol supplementation decreases serum triacylglycerols in subjects with overt hypertriglyceridemia. Lipids. 2009;44(12):1131-40..
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