domingo, 6 de janeiro de 2013

O QUE É FIBROMIALGIA?


Autor do texto: Pedro Pinheiro 


fibromialgia é um dos maiores mistérios da medicina. É uma doença que se caracteriza por dores difusas envolvendo músculos, tendões e ligamentos. O paciente com fibromialgia tem múltiplas dores pelo corpo e se sente constantemente exaurido, todavia apresenta ótimo aspecto, o exame físico não demonstra nenhuma anormalidade óbvia e as análises e exames complementares são normais.

Portanto, se você tem dores por todo o corpo, sente-se frequentemente cansada(o), já foi a vários médicos e nenhum deles consegue identificar uma causa, o seu problema pode muito bem ser fibromialgia.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre a fibromialgia:
  • O que é fibromialgia.
  • Causas da fibromialgia.
  • Sintomas da fibromialgia
  • Tratamento da fibromialgia

    O que é a fibromialgia?

    A fibromialgia é uma doença crônica que cursa com dor muscular generalizada e sensibilidade excessiva em muitas áreas do corpo. Muitos pacientes com fibromialgia também sofrem de fadiga, sono excessivo, dores de cabeça e distúrbios do humor, como depressão e ansiedade. Curiosamente, apesar da riqueza de sintomas, não há alterações detectáveis nos exames laboratoriais nem nos exames de imagem, como radiografias, ultrassonografia, tomografias, etc. Além da dor, mais nada é detectado através do exame físico do paciente com fibromialgia. Biópsias realizadas nos músculos, tendões e ligamentos nada revelam, não há sinais de inflamação, não há lesões e muito menos alterações estruturais.

    Exatamente pela falta de achados objetivos, a fibromialgia era no passado considerada uma doença de natureza psicossomática (de origem psicológica). Seu reconhecimento como "doença real" só foi obtido em 1987.

    As atuais teorias sugerem uma alteração nas áreas cerebrais responsáveis pela percepção da dor. O cérebro dos pacientes com fibromialgia parece ser excessivamente sensível aos estímulos dolorosos que chegam a si. Isso significa que estímulos indolores para a maioria das pessoas são interpretados como dor pelo cérebro do paciente fibromiálgico.

    Exames radiológicos mais modernos, ainda pouco usados na prática médica do dia-a-dia, conseguiram demonstrar que pacientes com fibromialgia apresentam sinais precoces de envelhecimento do cérebro, com redução da área cinzenta (local do cérebro onde ficam os neurônios). Estas alterações podem justificam uma exagerada interpretação do cérebro aos estímulos externos.

    Porém, como já referido, não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que confirme o diagnóstico de fibromialgia. Na verdade, estes exames só servem para se descartar outras causas de dor crônica. Se durante a investigação algum exame laboratorial ou de imagem detectar alterações, ou ainda, se houver a presença de sinais inflamatórios nas articulações (artrite) ou sinais de lesões neurológicas detectáveis durante o exame físico feito pelo médico, o diagnóstico de fibromialgia deve ser repensado, uma vez que estas alterações apontam para a existência de uma outra causa para as dores.

    A fibromialgia é seis vezes mais comum em mulheres e a sua prevalência aumenta conforme a idade. Cerca de 2% da população jovem e 8% da população idosa são portadores desta doença. A maior parte dos casos de fibromialgia inicia-se entre os 30 e 55 anos.

    Em 50% dos casos os sintomas iniciam-se após um evento pontual, tal como um estresse físico ou psicológico. Nos outros 50% não se consegue detectar nenhum gatilho para o surgimento dos sintomas. Pessoas com história familiar positiva apresentam 8 vezes mais chances de ter fibromialgia que o resto da população, o que sugere fortemente uma causa genética.

    Sintomas da fibromialgia

    O principal sintoma da fibromialgia é uma dor difusa, podendo envolver músculos, ligamentos e tendões. Muitas vezes o doente refere sensação de articulações inchadas, o que na verdade é apenas uma sensação, já que o edema não é comprovado ao exame físico. Não há sinais clínicos de artrite nas articulações doloridas.

    Quando questionados aonde dói, muitos respondem: dói tudo. São dores constantes, que pioram ao toque. O paciente com fibromialgia tem um limiar para dor mais baixo, isto é, estímulos dolorosos de intensidade igual são muito mais sentidos por quem tem a doença.

    Um dos critérios para o diagnóstico da fibromialgia é a dor a palpação em pelo menos 11 dos 18 pontos sensíveis ilustrados abaixo.
    Pontos dolorosos da fibromialgia
    Pontos da fibromialgia

    Outra descrição comum para os sintomas da fibromialgia é a de sensação de estar com uma forte gripe que não passa, causando dor no corpo, mal estar, dor de cabeça e astenia.

    Além da dor difusa, a fadiga é outro sintoma frequentemente presente no paciente fibromiálgico. O cansaço é mais forte de manhã, logo que o paciente acorda, mas também pode ser bastante incômodo no final da tarde. A fadiga matinal ocorre mesmo que o paciente tenha dormido mais de 10 horas durante a noite. A sensação é de um sono não revitalizante. Na verdade, uma das características da fibromialgia é o sono leve. Os pacientes acordam com frequência durante a madrugada e têm dificuldade em voltar a dormir. Alguns trabalhos mostram que esses pacientes não conseguem se manter no estágio 4 do sono, que é o do sono profundo, também conhecido como sono restaurador.

    O fibromiálgico passa o dia sentindo uma completa falta de energia, com sensação de pernas e braços pesados e dificuldade de concentração, denominada pelos pacientes como "cérebro cansado". É muito comum a associação da fibromialgia com a síndrome da fadiga crônica.

    Dor de cabeça tipo enxaqueca ou cefaleia tensional é um sintoma comum e acomete mais de 50% dos pacientes com fibromialgia.

    Os pacientes também podem apresentar uma variedade de sintomas mal compreendidos, incluindo dor abdominal, dor no peito, sintomas sugestivos de síndrome do intestino irritável, dor pélvica, sintomas urinários, como ardência para urinar e necessidade de ir ao banheiro com frequência, problemas de memória, olhos secos, palpitações, tonturas, formigamentos, flutuações constante de peso, perda da libido, intensas cólicas menstruais e alterações do humor.

    A associação com a depressão e distúrbios de ansiedade é muito comum (leia: O QUE É DEPRESSÃO?). Cerca de 70% dos pacientes com fibromialgia desenvolverão um dos dois distúrbios ao longo da vida.

    O grande desafio para o médico é quando a fibromialgia ocorre concomitantemente com outras doenças que também cursam com dores difusas, como osteoartrite, polimialgia reumática e artrite reumatoide. Nestes casos, o diagnóstico de fibromialgia é muito difícil de ser estabelecido.

    É importante saber que, se por um lado a fibromialgia não é uma doença que acarrete risco de morte ou cause deformidades, por outro, os sintomas podem ser incapacitantes, determinado uma péssima qualidade de vida ao paciente. Pacientes com fibromialgia costumam ter uma qualidade de vida muito ruim se não tiverem o diagnóstico estabelecido e não estiverem sob tratamento.

    A maioria dos pacientes com fibromialgia vive com os sintomas durante anos até o diagnóstico ser finalmente feito. Durante a investigação, estes pacientes costumam passar por dezenas de exames e múltiplos especialistas. Alguns pacientes acabam sentindo-se rejeitados pelos médicos, enquanto outros temem que uma doença fatal oculta acabe por ser encontrada.

    Tratamento da fibromialgia

    O tratamento é idealmente feito com uma equipe multidisciplinar, com um reumatologista, um fisioterapeuta e um psicólogo ou psiquiatra. Entender o que é a doença, acabando com pensamentos negativos do tipo "vou morrer", "tenho câncer" ou "isso é uma infecção sem cura", ajuda muito a combater os sintomas.

    A longo prazo, a imensa maioria dos pacientes com fibromialgia melhora dos seus sintomas e consegue manter uma vida ativa e com qualidade. Comentários do tipo " isso é coisa da sua cabeça" ou "pare de frescura que não há nada de errado consigo" são inverdades que só prejudicam o tratamento.

    Entretanto, não existe cura fácil ou rápida para fibromialgia. Fuja de tratamentos que prometem milagres. Doenças crônicas e de difícil tratamento são um prato cheio para charlatões e aproveitadores.

    Contraditoriamente, apesar do paciente sentir-se persistentemente cansado, não fazer nada ao longo do dia tende a piorar os sintomas. Nada é pior para os sintomas da fibromialgia do que o sedentarismo. Exercícios físicos aeróbicos e musculação melhoram a qualidade de vida e diminuem a intensidade das dores e a sensação de cansaço. O paciente deve ser encorajado a sair da inércia e vencer a indisposição inicial. Um tipo de atividade que tem se mostrado muito eficiente é o Yoga, que ajuda a melhorar o cansaço, as dores e a qualidade do sono.

    Também é importante evitar álcool, cigarros e cafeína.

    Medicamentos para fibromialgia

    Uma grande variedade de medicamentos têm sido usados ​​para controlar os sintomas da fibromialgia. Os medicamentos que têm sido mais eficazes são os de ação no sistema nervoso central, como os antidepressivos e as drogas anticonvulsivantes. Em contraste, medicamentos que agem exclusivamente na dor, como anti-inflamatórios e analgésicos, são menos eficazes. Estes últimos, porém, podem ser usados em associação com os antidepressivos, potencializando seus efeitos contra a dor.

    Exemplos de medicamentos de ação central que podem ser usados no tratamento da fibromialgia:
    - Fluoxetina
    - Paroxetina
    - Ciclobenzaprina
    - Amitriptilina
    - Gabapentina
    - Pregabalina

    Recentemente três novas drogas antidepressivas de última geração mostraram-se efetivas no controle dos sintomas da fibromialgia: Venlafaxina, Duloxetina e Milnaciprana (Savella®).

    Com o correto diagnóstico e tratamento, a longo prazo, mais de 2/3 dos pacientes com fibromialgia mantém-se ativos e referindo pouca ou nenhuma interferência da doença no seu dia-a-dia.

    Acupuntura para fibromialgia

    Não há evidências de que a acupuntura funcione para fibromialgia. Só como exemplo, um estudo publicado em 2005 dividiu um grupo de pacientes em dois. Um recebeu tratamento com acupuntura e outro com placebo (falsa acupuntura feita com objetos pontiagudos que não eram inseridos na pele e nem estimulavam os pontos tradicionais da acupuntura chinesa). Os pacientes do grupo placebo não sabiam que estavam usando placebo, todos achavam que estavam sendo submetidos a acupuntura tradicional. No final, não houve diferença entre os dois grupos, ambos apresentaram uma redução da dor em 30% dos casos. Em 2010 houve também uma grande revisão dos principais estudos envolvendo acupuntura e novamente não se conseguiu demonstrar evidências de melhora quando comparado ao placebo. Portanto, não há evidências científicas inequívocas de que, pelo menos na fibromialgia, a acupuntura seja superior a um simples efeito placebo.

    Ao contrário da acupuntura, todas as drogas citadas no tópico anterior mostraram, em trabalhos científicos, serem superiores ao placebo no controle da dor da fibromialgia.


    Leia o texto original no site MD.Saúde: O QUE É FIBROMIALGIA? http://www.mdsaude.com/2008/12/fibromialgia.html#ixzz2HFRcjXMW

    ANTIDEPRESSIVOS | Escitalopram, Fluoxetina, Sertralina...


    Autor do texto: Pedro Pinheiro 


    O antidepressivo é uma droga de origem psiquiátrica indicada no tratamento dos transtornos do estado do ânimo e do humor. Apesar do nome, a depressão não é sua única indicação. Os antidepressivos também podem ser usados em outros distúrbios psiquiátricos como transtorno bipolar, distúrbios de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, estresse pós-traumático, e até em doenças orgânicas como a fibromialgia e tensão pré-menstrual.

    Introdução

    Os primeiros antidepressivos foram descobertos na metade do século XX. Com o passar do tempo, novas classes de antidepressivos foram sendo desenvolvidas, e com a diminuição dos efeitos colaterais, o seu uso se popularizou. Em países da Europa cerca de 3 a 7% da população usam corriqueiramente algum tipo de antidepressivo entre as dezenas de drogas diferentes que se encaixam neste grupo.

    Não se sabe exatamente as causas da depressão, mas a concentração cerebral de algumas substâncias químicas, chamadas de neurotransmissores, estão envolvidas neste processo. As principais são a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. A ação dos diferentes antidepressivos passam pela regulação dessas substâncias.

    Não é meu objetivo escrever um compêndio de farmacologia específico sobre antidepressivos. Vou citar as principais classes e tecer alguns comentários acerca dos efeitos colaterais e interações dos antidepressivos mais prescritos no mundo. A leitura da bula médica por leigos pode trazer muita confusão, e o medo de desenvolver  algum dos efeitos colaterais descritos é muitas vezes a causa do abandono do tratamento por parte do paciente. Explicarei como funcionam os antidepressivos e darei maior ênfase aos efeitos adversos mais comuns entre cada classe.

    Para evitar um texto muito extenso, vou dividi-lo em partes. Nesta primeira abordarei os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Posteriormente escreverei sobre os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, os inibidores da recaptação da serotonina/noradrenalina, inibidores da MAO e antidepressivos atípicos.

    Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)

    - Fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Prozen®, Psipax®)
    - Sertralina (Zoloft®, Assert®, Serpax®)
    - Paroxetina (Seroxat®, Dropax®, Paxil®, Benepax®, Pondera®, Parox®)
    - Citalopram (Celexa®, Cipramil®, Cipram® Città®, Procimax®)
    - Escitalopram (Cipralex®, Lexapro®)

    Os ISRS são a classe de antidepressivos mais prescrita no mundo. São drogas relativamente novas - a primeira droga desta classe, a fluoxetina, o famoso Prozac®, começou a ser comercializada em 1987 -, seguras mesmo em doses elevadas, bem toleradas e com perfil de efeitos colaterais leves.

    Como agem os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)?

    A serotonina é um um neurotransmissor, uma substância envolvida na comunição dos neurônios, associada a regulação do humor, emoções, sono e apetite. Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina agem impedindo a retirada da serotonina da fenda sináptica, local onde este neurotransmissor exerce suas ações. Deste modo, a serotonina permanece disponível por mais tempo, causando melhora no humor dos pacientes.

    Como qualquer droga antidepressiva, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina demoram pelo menos 2 semanas para começarem a fazer efeito e até 8 semanas para atingirem seu potencial máximo.

    O principal efeito adverso desta classe são as disfunções sexuais, nomeadamente diminuição da libido e dificuldades em se atingir o orgasmo, motivo pelo qual estas drogas podem ser usadas no tratamento da ejaculação precoce. Outros efeitos colaterais comuns incluem náuseas e insônia.

    O uso desta classe de antidepressivos deve ser feito com cuidado em jovens abaixo dos 24 anos devido a uma maior incidência de pensamentos suicidas nas primeiras semanas de tratamento.

    Também existe um maior risco de pequenos sagramentos, o que torna a associação com anticoagulantes, como varfarina, e com antiagregantes plaquetários, como aspirina e clopidogrel, indesejável.

    Nunca se deve usar nenhum antidepressivo ISRS junto com os antidepressivos inibidores da MAO. É preciso sempre haver um espaço de no mínimo 14 dias entre o uso de um e outro. Esta associação pode ser fatal.


    a) Fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Prozen®, Psipax®)

    A fluoxetina foi o primeiro ISRS lançado no mercado. A sua fácil posologia de 1 comprimido por dia e o seu perfil de efeitos adversos leves, principalmente quando comparado às drogas existente na época, tornaram-na rapidamente a 2º droga mais vendida nos EUA durante o início da década de 90 e o principal antidepressivo no mundo.

    A dose efetiva da fluoxetina é 20 mg por dia, quantidade capaz de manter até 80% da serotonina cerebral atuando por mais tempo. É importante lembrar que seu efeito clínico só começa a ser relevante a partir da 3º semana de uso. Pacientes que não respondem até 6 semanas podem ter sua dose elevada progressivamente até o máximo de 80 mg/dia. Quando suspensa, a fluoxetina ainda permanece viável na circulação por mais 4 a 6 dias, sendo a droga desta classe com maior meia-vida.

    Já existe uma nova formulação de fluoxetina que pode ser tomada 1x por semana.

    Antidepressivos Inibidores seletivos da recaptação da serotoniaOs efeitos colaterais mais frequentes da fluoxetina são náuseas, insônia, redução da libido, retardo na ejaculação, tremores, redução do apetite, astenia e ansiedade. Em geral são efeitos que surgem no início do tratamento e desaparecem com o tempo. Se as alterações sexuais não melhorarem, a associação com buspropiona ou buspirona costuma resolver o problema.

    Medicamentos não devem ser usados junto com fluoxetina (e outros ISRS) sem autorização médica explícita:
    - Álcool, analgésicos opióides, varfarina, carbamazepina, anti-inflamatórios, sibutramina, tamoxifeno, tramadol, fenitoína, outros antidepressivos.

    b) Sertralina (Zoloft®, Assert®, Serpax®)

    A sertralina é um antidepressivo presente no mercado desde 1992.

    Sua dose efetiva é de 50mg/dia podendo ser aumentada até 200mg/dia.

    O perfil da sertralina é muito semelhante ao da fluoxetina, por isso vou me ater somente as diferenças significativas.

    Os efeitos colaterais são semelhantes, porém, as queixas de náuseas costumam ser mais frequentes com a sertralina do que com outros antidepressivos ISRS. Porém, a sertralina parece ter uma taxa de sucesso no tratamento da depressão até 40% maior que a fluoxetina.

    c) Paroxetina (Seroxat®, Dropax®, Paxil®, Benepax®, Pondera®, Parox®)

    A paroxetina foi lançada logo após a sertralina, em 1993.

    Sua dosagem varia entre 20mg/dia a 50mg/dia.

    Ao contrário da fluoxetina e da sertralina que podem causar ansiedade e agitação, a paroxetina mais frequentemente causa sonolência. A disfunção sexual parece ser mais frequente com a paroxetina quando comparado com os outros ISRS. Sintomas de boca seca e ganho de peso também são mais comuns com esta droga.

    Apesar do pior perfil de efeitos adversos, a paroxetina parece ser o antidepressivo mais eficaz desta classe.

    d) Citalopram (Celexa®, Cipramil®, Cipram® Città®, Procimax®)

    O citalopram apresenta como principal característica o fato de ser o ISRS com menos efeitos colaterais de ordem sexual. Também parece ser o melhor antidepressivo desta classe para pacientes com quadros de ansiedade associado.

    A dose indicada de citalopram é 20mg/dia, podendo chegar até 60mg/dia.

    e) Escitalopram (Cipralex®, Lexapro®)

    Lançado em 2001, o escitalopram é um derivado do citalopram com maior poder de ação. 10 mg de escitalopram apresentam a mesma eficácia de 40 mg de citalopram. A sua dose indicada varia entre 10mg/dia e 20mg/dia.

    Porém, quando tomados em dose equivalentes, o escitalopram apresenta a mesma eficácia e perfil de efeitos colaterais do citalopram.


    Leia o texto original no site MD.Saúde: ANTIDEPRESSIVOS | Escitalopram, Fluoxetina, Sertralina... http://www.mdsaude.com/2010/04/antidepressivos-escitalopram-citalopram.html#ixzz2HFQqd3PY

    Tai chi chuan pode ajudar idosos a superar depressão



    Em um primeiro estudo, foram selecionados 112 idosos com depressão, com 60 anos ou mais. Eles passaram por tratamento farmacológico por aproximadamente quatro semanas. Dentre os participantes, 73, que apresentaram apenas uma melhora parcial, foram divididos em dois grupos. Durante dez semanas seguintes ao primeiro tratamento um grupo frequentaria as aulas de tai chi e o outro – o grupo controle – aulas de educação em saúde, durante duas horas por semana.
    Foram avaliados os níveis de depressão, ansiedade, resistência, qualidade de saúde da vida, cognição e inflamação do sistema imunológico de todos os pacientes no início e ao final do estudo. O nível de depressão de cada participante foi avaliado com base em uma ferramenta de diagnóstico comum conhecida como Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D), que envolve entrevistas individuais. As perguntas foram elaboradas para avaliar a gravidade da depressão. A nota de corte de 10/11 geralmente é associada para o diagnóstico de depressão.
    “Os resultados foram animadores”, diz a autora do estudo Helen Lavretsky, da UCLA. Dentre os participantes que frequentaram as aulas de tai chi, 94% conseguiram uma pontuação inferior a 10. Destes, 65% atingiram a remissão da doença (com escore igual ou inferior a 6). Em comparação, entre os participantes do grupo controle, 77% obtiveram escores de 10 ou menos e 51% superaram a doença.
    “Embora os dois grupos tenham apresentado melhora na severidade da depressão, as maiores reduções foram observadas entre aqueles que fizeram o tratamento padrão e participaram das aulas de tai chi”, aponta Lavretsky. “Este estudo mostra que a adição de um exercício que envolve a mente e o corpo, como o tai chi, disponível na comunidade, pode melhorar os resultados do tratamento da depressão em idosos, além de outras condições médicas coexistentes ou disfunção cognitiva.
    “Sabemos que quase dois terços dos pacientes idosos que procuram tratamento para a depressão não obtêm alívio com a medicação prescrita. Com o tai chi nós podemos ser capazes de tratar essas condições sem expô-los à medicação adicional”, conclui.


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    Depressão pode acelerar processo de envelhecimento




    Um estudo que acaba de ser publicado no periódico Biological Psychiatry afirma que o stress e a depressão podem ter uma relação direta no processo de envelhecimento. De acordo com a pesquisa, as duas condições têm uma característica em comum: um encurtamento precoce dos telômeros, que é o indicador cromossômico do envelhecimento do organismo. Isso significa que, assim como pessoas estressadas tendem a envelhecer mais rapidamente, aquelas que têm depressão correm o mesmo risco.
    O stress tem inúmeros efeitos danosos no corpo humano. Parte desses efeitos podem ser sentidos, como dores no estômago ou perda de cabelos. Muitos, no entanto, são invisíveis, como o encurtamento dos telômeros. Estudos recentes ja vinham relacionando o stress e a depressão a um encurtamento prematuro dos telômeros.
    A resposta humana ao stress é regulada pelo eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA). Esse eixo controla os níveis de cortisol no corpo — alterações nas taxas do hormônio podem indicar situações de stress. O eixo HPA tende a não funcionar normalmente em pessoas com depressão e/ou doenças relacionadas ao stress.
    Pesquisa — No estudo, os cientistas mediram o comprimento dos telômeros em pacientes com transtorno depressivo maior (depressão) e também em pessoas saudáveis. Foram medidos ainda os níveis de stress, tanto biologicamente, pelo cortisol, quanto subjetivamente, pelo uso de questionários. Descobriu-se, então, que o comprimento dos telômeros eram menores em pacientes com depressão – o que confirmava as hipóteses anteriores.
    De acordo com Mikael Wikgren, coordenador do estudo, a descoberta sugere que o stress tem um papel importante na depressão. “O comprimento dos telômeros era especialmente mais curto em pacientes com sensibilidade demais no eixo HPA. Essa resposta ao HPA foi relacionada ao stress crônico e à baixa habilidade em lidar com o stress”, diz.
    Para John Krystal, editor do Biological Psychiatry, a relação entre o stress e o encurtamento dos telômeros vem crescendo consideravelmente. “As descobertas atuais sugerem que os níveis de cortisol podem contribuir para o processo, mas não é claro ainda se o comprimento dos telômeros tem um significado além de biomarcador”, diz.


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    Pessoas ansiosas envelhecem mais rápido






    A ansiedade, especialmente aquela que leva um indivíduo a ter fobias, acelera o processo de envelhecimento natural do ser humano, segundo pesquisadores do Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico PLoS One, esses especialistas mostraram que quanto mais ansiosa uma pessoa é, menor o tamanho de seus telômeros, uma estrutura do DNA associada à duração da vida e à boa saúde.
    Os autores da pesquisa analisaram amostras de sangue de 5.243 mulheres com idades entre 42 e 69 anos para medirem o comprimento dos telômeros de cada uma. Essa estrutura, localizada na extremidade dos cromossomos, diminui de tamanho cada vez que ocorre a divisão celular — e quanto mais curta, maior a probabilidade do surgimento de doenças associadas ao envelhecimento, como câncer, demência e até mesmo morte. Além disso, as participantes responderam a questionários sobre níveis de ansiedade e se passaram por eventos de fobia no último ano.
    Segundo os resultados, maiores níveis de ansiedade e maior número eventos de fobia foram associados a telômeros de comprimento significativamente mais curto. “Muitas pessoas tentam entender de que maneira o stress pode acelerar o envelhecimento”, diz a coordenadora do estudo, Olivia Okereke. “Essa pesquisa é notável, pois estabelece uma conexão entre uma forma comum de stress psicológico, que é a ansiedade acompanhada de fobia, e um mecanismo plausível para envelhecimento prematuro. No entanto, precisamos de novos trabalhos para saber mesmo se é a ansiedade que provoca o encurtamento dos telômeros, ou se é o contrário”.


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    Cientistas decifram forma de ‘rejuvenescer’ músculos de pessoas mais velhas





    Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu um mecanismo potencialmente capaz de interromper o processo de perda muscular que ocorre com o envelhecimento. Em um estudo feito com camundongos, os cientistas concluíram que inibir uma proteína que estimula a divisão celular — muitas vezes quando o processo não é necessário — aumenta o estoque de células-tronco no tecido muscular. Assim, o idoso não encontraria dificuldades quando precisasse regenerar ou fortalecer algum músculo.
    Regeneração muscular — O trabalho, publicado nesta quarta-feira na revista Nature, foi desenvolvido na universidade de pesquisas King’s College London, na Grã-Bretanha, da Universidade de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos. Segundo os cientistas, cada músculo contém uma reserva de células-tronco dormentes, que são ativadas com a prática de exercícios físicos ou para reparar alguma lesão — e, para que essa reparação ocorra, essas células se dividem em centenas de novas fibras musculares.
    Ao olharem para os músculos de camundongos mais velhos, os pesquisadores descobriram que esses animais, em comparação com os mais jovens, têm menos células-tronco adormecidas no tecido muscular. Isso, de acordo com os autores, pode explicar o fato de idosos terem mais dificuldades de regenerar seus músculos.
    Os cientistas também descobriram que, quanto mais velhos eram os animais, maiores os seus níveis de uma proteína chamada FGF2, que é responsável por estimular a divisão celular. Ou seja, para a equipe, embora a divisão de células-tronco seja um processo normal e essencial para reparar os músculos, a presença da proteína também pode ativar essas células em momentos em que isso não é necessário — esgotando, assim, o estoque de células-tronco dormentes nos músculos ao longo dos anos.
    Interrupção do processo — A partir dessas descobertas, os pesquisadores tentaram inibir a ação da proteína FGF2 no tecido muscular dos animais mais velhos para que as células-tronco não fossem ativadas desnecessariamente. Para isso, deram aos camundongos uma droga que já existe com essa finalidade. Os cientistas observaram que o medicamento foi capaz de inibir o declínio do número de células-tronco no músculo dos animais.
    Embora os achados desse estudo sejam inovadores, prevenir ou reverter a perda muscular em humanos ainda é “algo distante”, segundo os autores. “A descoberta abre a possibilidade de que um dia possamos desenvolver tratamentos para tornar jovens os músculos velhos. Se pudéssemos fazer isso, poderíamos permitir que as pessoas vivessem mais e com maior mobilidade”, afirma Albert Basson, um dos responsáveis pela pesquisa. Para Kieran Jones, outro autor do estudo, como ainda não se sabe o motivo pelo qual os níveis da proteína FGF2 aumentam com o envelhecimento, mais pesquisas devem ser feitas, inclusive em seres humanos, para que as descobertas resultem em tratamentos clínicos.


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    Atletas depois de 60 anos têm uma vida saudável



    Manaus - Nadar, correr e praticar vôlei, basquete e futebol há muito tempo deixaram de ser atividades exclusivas para jovens. Hoje, com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, muitas pessoas com mais de 60 anos se descobriram verdadeiros atletas da terceira idade. E muitos se quer tinham entrado antes em uma academia.
    Este é o caso da aposentada Maria  dos Passos, 70 anos, que aprendeu a nadar há um ano, quando começou a fazer parte do programa Idoso Feliz Participa Sempre, desenvolvido pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “Passei a vida toda em função dos filhos e dos netos e nunca tive tempo para mim. Hoje, com todos criados, decidi realizar o sonho de aprender a nadar e me tornar uma ‘atleta da terceira idade’”, disse.
    Ela é uma dos cerca de cem atletas que participaram  esta semana dos Jogos da Amizade Experiente, realizados pelo Idoso Feliz, com o objetivo de motivar a prática da educação física e promover a socialização entre os idosos participantes do programa.
    Segundo a professora de Educação Física do Idoso Feliz Aliane Augustinho de Castro, grande parte dos idosos que integra o programa e que nunca realizaram uma atividade física, sente uma melhora considerável, tanto física quanto mental, quando inicia a prática de esportes. “Para aqueles que se torna uma rotina, já dá para se perceber a diferença em três meses”, disse ao informar que a primeira percepção do idoso é quanto à diminuição das dores.
    “Tinha uma dificuldade muito grande sempre que sentava e levantava, devido as dores nas articulações, que sumiram quando comecei a nadar”, conta Maria dos Passos. De acordo com o médico Joel Motta, melhorando a musculatura, os idosos sobrecarregam menos as articulações da coluna. Isso faz com que sintam menos dor.
    O médico observa também que com os treinos ao ar livre, o sol ajuda o corpo a captar o cálcio, consumido em alimentos como os derivados de leite. O cálcio previne a osteoporose, uma diminuição da resistência dos ossos, que preocupa tanto mulheres quanto homens nessa faixa etária. “Além do fortalecimento muscular, há o fortalecimento dos ossos, com um maior depósito de cálcio, que pode evitar as consequências da osteoporose, não só nos ossos longos, mas também na coluna vertebral”, explicou.
    Mas os exercícios têm que ser feitos corretamente e com acompanhamento médico. Desde o ano 2000, um grupo de geriatras vem acompanhando 120 atletas com mais de 60 anos que participam da Corrida de São Silvestre. “Todos esses atletas têm mais de 60 anos e fazem alongamento que pessoas mais jovens não conseguem”, informou o médico.
    A professora Aliane afir vidade física regular pode contribuir muito para diminuir as incapacidades associadas no processo do envelhecer. “No entanto, o tipo de exercício a ser praticado depende do organismo e da vontade de cada um, então a recomendação das práticas a serem realizadas deve ser individualizada e os exercícios experimentados, até encontrar o que melhor adapta ao perfil, vivências, vontades do idoso”, explicou.
    Equilíbrio
    A atividade física também ajuda a melhorar o equilíbrio, importantíssimo nessa faixa etária. Segundo estudos da Associação Médica Brasileira (AMB), a partir dos 65 anos de idade, 30% das pessoas sofrem pelo menos uma queda ao ano. E entre todos os tipos de fratura em idosos, a maior incidência é na coluna.
    Avanços da medicina podem tratar mas não evitar o desgaste natural da coluna. A desaceleração desse processo é a maior conquista dos atletas da terceira idade. “A coluna de todo mundo vai envelhecer, em velocidade maior ou menor, dependendo dos cuidados e da herança genética”, disse Joel Motta.
    A atividade física para o idoso, segundo Aliane,  busca ampliar o tempo de vida saudável,  retardando o tempo de sua dependência para terceiros na realização de suas necessidades básicas diárias.
    Olimpíada da Terceira Idade acontece este mês
    A 13ª Olimpíada da Terceira  Idade realizada pela Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdej) contará com cerca de 3 mil participantes, no período de 9 a 16 de setembro em Manaus.
    O evento reúne grupos da terceira idade do Amazonas e é considerado o maior e mais antigo do segmento no País. Na última edição, contou com a participação de 2,5 mil idosos. O CEL Coroado foi o grande campeão da Olimpíada.
    A competição deste ano contará com 13 modalidades adaptadas às limitações dos idosos. Dentre elas, voleibol, futpênalti, lance livre na cesta, boliche, lançamento ao alvo, taco no disco, jogo de argolas, dominó, xadrez, tênis de mesa, bocha, natação e atletismo. Para fechar com chave de ouro, haverá o tradicional concurso de dança.
    Os idosos estarão divididos em quatro categorias (I – 50 a 59 anos; II- 60 a 64 anos; III – 65 a 69 anos; IV- 70 anos) e devem se revezar em jogos nos Centros de Esporte e Lazer da Prefeitura, Vila Olímpica de Manaus e Parque do Idoso.
    Representantes dos municípios de Manaquiri e Novo Airão já confirmaram presença na disputa. Com a maior delegação – de 60 geronto-atletas –, o grupo do Novo Airão promete brigar pelo lugar mais alto do pódio, já que na edição passada foi bronze no resultado final.


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    Realização de atividade física diminui uso de remédios por idosos



    Aos 68 anos, o aposentado Antônio Oliveira precisava tomar 9 comprimidos por dia para tentar controlar a pressão. Desde que começou a fazer exercícios, passou a ter uma pressão de garoto com apenas três remédios. Antônio não foi o único: 56% dos hipertensos diabéticos e obesos inscritos no Programa Academia Carioca de Saúde, que funciona em 25 unidades municipais de saúde, conseguiram reduzir a dosagem e a quantidade de remédios. E 2% deixaram de precisar de remédios, segundo levantamento do programa, que completou dois anos.
    “Os exercícios são meu novo remédio. Não falto à academia um dia. Cheguei aqui com a pressão 17 por 11. Sentia muita dor de cabeça e isso me deixava de mau humor. Sem dor, estou de bem com a vida e fiquei muito mais ativo”, conta Antonio, que além de controlar a pressão fez vários amigos na academia do Complexo do Alemão.
    O levantamento mostrou ainda que 72% dos alunos perderam peso, 97% conseguiram controlar a pressão e 86% dos diabéticos reduziram as taxas de glicemia. “Antes eu era o ‘terror do postinho de saúde’. Tomava muito remédio, mas vivia indo lá com problemas de glicose e pressão alta. Agora, já nem preciso mais do remédio da pressão. O exercício tem feito uma diferença muito grande na minha vida. Antes da academia eu era toda entrevada, não conseguia abaixar”, conta Laurência Maria dos Santos, 66.
    Junia Cardoso, responsável pelo Programa da Secretaria Municipal de Saúde, explica que o exercício faz com que o corpo produza substâncias que diminuem pressão e a glicose. “A consequência é a diminuição da necessidade de remédios. Mas é bom lembrar que só o médico pode diminuir as dosagens”.
    Sem doenças
    O exercício físico é remédio também contra depressão, problema cardiovasculares e ajuda a prevenir alguns tipos de cânceres. Atento aos benefícios, o Ministério da Saúde lançou o programa Academia da Saúde, que visa estimular a criação de espaços para a prática de exercícios nos municípios.
    “Em Recife, os pacientes inscritos em um programa de atividades física diminuíram em 50% o uso de anti-inflamatórios e antidepressivos. Além disso, a OMS relaciona a prática de 30 minutos de exercício diário com menor risco de câncer de colo e mama”, diz o ministro da Saúde Alexandre Padilha.


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    Videogame é usado na luta contra o AVC



    As estatísticas mundiais estimam que uma pessoa em cada seis sofra pelo menos um acidente vascular cerebral (AVC) ao longo da vida. Calcula-se que cerca de 70% dos afetados pelo problema, responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, tenham alguma sequela. Uma pesquisa publicada no site de saúde The Cochrane Library, porém, mostra que interfaces de realidade virtual, como videogames, podem ajudar pacientes a recuperar as funções motoras dos braços e melhorar a habilidade de fazer tarefas do dia a dia, como tomar banho e se vestir.
    No estudo, foram analisadas 19 pesquisas dos Estados Unidos e da Austrália, nas quais comparou-se o uso de realidade virtual com o tratamento fisioterápico comum. “Obter conclusões desses dados foi difícil, entretanto, porque as amostras geralmente eram pequenas e havia uma grande variedade de interfaces usadas”, explicou Kate Laver, autora do estudo e terapeuta ocupacional do Departamento de Reabilitação e Cuidado de Idosos na Universidade de Flinders (Austrália), ao The Cochrane Library.
    Interfaces de realidade virtual permitem que as pessoas se desliguem do mundo real momentaneamente e fiquem imersas em um ambiente gerado por computador. Desse modo, podem tentar mover os membros afetados pela doença, estimulando as funções musculares motoras e brincando ao mesmo tempo. “Programas de realidade virtual e jogos interativos de videogame podem ser mais interessantes e agradáveis do que a terapia tradicional. Assim, os pacientes se sentem mais motivados a participar com mais intensidade e frequência das atividades de fisioterapia”, afirmou a pesquisadora australiana ao Estado de Minas.
    Para a cientista, foi surpreendente notar que os efeitos dos jogos foram significativos na melhora da função dos braços, em termos de alcançar e manipular objetos, bem como fazer movimentos amplos ou curtos (como fazer passos de dança). Essa evolução na saúde de cerca de 300 pessoas, das 565 que participaram das pesquisas analisadas, lhes permitiu realizar atividades do cotidiano, como cozinhar, abrir portas e pegar objetos mais facilmente. “Esses resultados foram impressionantes, porque os tratamentos não eram direcionados especificamente para aprimorar tais atividades”, comenta a pesquisadora.
    Na análise, foi ressaltado que consoles como o Wii e o Xbox360 — com o uso do sensor Kinect — usam em seus games princípios comuns aos das atividades de reabilitação, como repetição de movimentos, mudança da intensidade dos exercícios e a necessidade de imaginar as ações, após visualizá-las na tela da televisão. A pesquisadora lamenta, entretanto, que poucos estudos analisados tenham tratado desses consoles e sim focado em interfaces criadas por universidades, “pois os videogames já existentes são amplamente usados na prática clínica”. Ela mesma conta ter testado jogos do Nintendo Wii.
    Kate ressalta como positiva a possibilidade de os pacientes praticarem sozinhos exercícios que estimulem a função motora. “Eles executam tarefas que não podem ser ou não são normalmente praticadas em uma clínica, como o uso de um simulador de direção de carro”, descreve. Além disso, a terapeuta ocupacional acrescenta que “ao ter a possibilidade de usar as interfaces de realidade virtual por conta própria, a pessoa em recuperação não precisa interromper o processo de fisioterapia caso o médico precise se afastar do tratamento temporariamente”.
    Estímulos
    O coordenador do Centro de Estudos de Doenças Cérebrovasculares do Hospital Anchieta, em Brasília, Ricardo de Campos, conta que os movimentos coordenados e bem elaborados, assim como a destreza manual e a harmonia dos atos motores para vestir uma roupa, são resultados de anos de treinamento e aprendizado cerebral. “O movimento coordenado somente é possível pela integridade de vias neuronais, fato verificado quando um AVC destrói áreas ligadas a essa ‘memória motora’”, detalha. Desse modo, depois do popular derrame, o cérebro da pessoa pode se “esquecer” de um membro ou de alguma parte importante do corpo para executar movimentos.
    Campos compara os estímulos ao cérebro de um adulto com AVC aos do de uma criança. “Uma criança criada com acesso ao ambiente virtual, a jogos eletrônicos e a realidades cibernéticas apresenta um córtex motor e visual muito mais desenvolvido do que uma criança na mesma faixa etária criada em isolamento dentro de um apartamento assistindo a desenhos animados”, descreve. “Se esse conhecimento vale para o desenvolvimento de um cérebro infantil, também poderia ser adotado para finalidades de reabilitação, em que o cérebro deverá passar por um novo e insistente processo de reaprendizado.”
    O neurologista Gabriel Rodriguez de Freitas, vice-coordenador do Departamento de Doenças Cerebrovasculares da Academia de Neurologia, afirma que nos últimos anos vêm sendo desenvolvidos cada vez mais estudos científicos sobre o melhor tipo de fisioterapia para auxiliar a recuperação dos pacientes. “Muitas dessas pesquisas focam no uso da tecnologia e da robótica para tentar uniformizar ou retomar os movimentos de quem tem sequelas motoras. No caso da realidade virtual, esses aparelhos têm conseguido ajudar na imaginação do movimento, que é muito importante para a pessoa melhorar”, assegura.
    Freitas acredita que essas interfaces são menos monótonas do que o tratamento comum, o que torna a fisioterapia mais estimulante, principalmente para jovens. “Isso também pode uniformizar a reabilitação, pois quando as pessoas vão a fisioterapeutas diferentes provavelmente os exercícios que farão também serão distintos”, explica.
    Diversão
    A gerente Elizângela Vieira Alves, de 33 anos, ficou bastante empolgada com os resultados do estudo. Ela faz fisioterapia há duas semanas para recuperar a força e equilíbrio do corpo, afetados depois de ter sofrido um AVC isquêmico no começo de agosto. “No lado direito do corpo, perdi um pouco da sensibilidade mais avançada. Se passar a mão no braço direito eu sinto, mas se beliscar não”, exemplifica. Em pouco tempo de fisioterapia, ela já recuperou parte do equilíbrio, a ponto de não usar mais a bengala para se movimentar. Para melhorar mais rapidamente, ela repete em casa os movimentos que aprende na clínica.
    “Mas com certeza seria muito interessante usar jogos de videogame para ajudar na recuperação. Além de ser uma atividade mais divertida e que eu poderia fazer em casa, tem o ponto positivo de mexer tanto com a parte motora quanto com a psicológica”, destaca. Elizângela mostrou vontade de iniciar atividades desse tipo. “Se tivesse oportunidade de fazer sessões de terapia com videogame, certamente eu seria voluntária a participar”, garante.
    A aposentada Ieda Lins, de 70, também se interessou pela descoberta. “Eu gostaria de tentar uma atividade dessas. Ia ser divertido”, estima. Ieda sofreu um AVC isquêmico há um mês e atualmente está em processo de recuperação. Ela perdeu a força no braço e na perna esquerdos e faz fisioterapia para se recuperar. “Ainda tenho dificuldade para segurar objetos, mas já melhorei um pouco. Não me arrisco a ficar em pé sozinha, por enquanto. Para andar, preciso que alguém me segure”, conta. As duas pacientes acreditam que qualquer descoberta que venha ajudar o tratamento é válida.
    Próximo passo
    Kate Laver afirma que a realidade virtual pode ser uma ferramenta terapêutica promissora para pacientes que tiveram acidentes vasculares cerebrais. “Mas esse estudo requer mais pesquisas na área, principalmente para determinar quais características da realidade virtual são as mais importantes”, admite. Ela ressalta que pretende atualizar a análise nos próximos dois anos, a fim de buscar conclusões sobre os efeitos dos jogos interativos na velocidade de caminhada e na força das mãos.


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    Avanços da medicina aumentam expectativa de vida para quem está na faixa dos 40 anos



    Quem tem por volta de 40 anos de idade hoje, ou menos, pode ir se preparando: se os especialistas estiverem certos, suas chances de chegar aos cem serão muito maiores, e em condições muito próximas das que vive atualmente. Este acréscimo na expectativa e qualidade de vida virá de diversos avanços esperados para as próximas décadas em áreas como medicina regenerativa, células-tronco e biologia molecular que, segundo alguns, não vão só interromper o processo de envelhecimento como podem até revertê-lo.
    - Nos últimos 100 anos houve um aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos – lembra o neurocientista Stevens Rehen, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro que, a partir da quinta-feira, ministra o curso “Morrer é inevitável? As bases científicas da longevidade” no Polo de Pensamento Contemporâneo (POP), no Rio de Janeiro. – Agora, os cálculos são que, no próximos 30 anos, a cada ano que você vive, vai conseguir viver mais um em virtude do que está sendo descoberto e aplicado pela medicina. Há um avanço muito grande que mostra que há formas de subverter ou manipular essa expectativa de vida entendendo melhor como funcionam as células e o organismo.
    O importante é viver mais e bem
    Segundo Rehen, o limite atual da vida humana foi dado pela pessoa mais longeva do mundo, a francesa Jeanne Calment, que faleceu em 1997 aos 122 anos e 164 dias de idade. Ele destaca, no entanto, que de nada adianta alcançar uma vida tão longa com um organismo decrépito.
    - O importante não é só viver mais, mas viver mais e bem – diz. – A ciência está avançando e conseguimos entender cada vez mais como funciona o organismo e como se pode reverter alguns aspectos do envelhecimento.
    Não é para a pessoa criar nesse momento a expectativa de que vai viver 150, 200 ou mil anos, mas que, a partir da percepção do avanço da ciência, ela vai ter uma qualidade de vida muito melhor lá na frente.
    Para Rehen, a chave da longevidade está nas pesquisas sobre os telômeros. Estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos, eles funcionam como capas protetoras dessas extremidades, com um papel muito importante na manutenção da integridade do genoma. Os telômeros impedem, por exemplo, a fusão de terminais de diferentes cromossomos ou sua degradação por enzimas que, na falta destas estruturas, considerariam o material dos cromossomos como DNA danificado, desfazendo-os como um cadarço de sapato que perde o adesivo protetor de suas pontas. Recentemente, a cientista Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisa de Câncer da Espanha, inventou um exame de sangue que pode mostrar o quão rápido uma pessoa está envelhecendo medindo o comprimento de seus telômeros. O teste está previsto para ser posto à venda em 2012.
    - Estamos conhecendo cada vez mais sobre os telômeros – conta Rehen. – Há uma série de evidências científicas de uma relação direta entre a longevidade e o comprimento dos telômeros, isto é, quanto menores eles são, menor a capacidade da célula em se dividir. E, quando ela para de se dividir, começa o que chamamos de senescência, que seria a chave do processo de envelhecimento.
    Embora o envelhecimento seja um processo natural de desgaste do organismo, não há provas científicas de que ele não possa ser interrompido e seus danos reparados, reforça Aubrey de Grey, pesquisador da Universidade de Cambridge e fundador do projeto SENS (sigla em inglês para “estratégias para engenharia de uma senescência negligenciável”).
    - No momento, há sim um limite para a vida humana, pois os processos químicos envolvidos na própria vida causam a acumulação de danos moleculares e nas células que a medicina ainda não pode reparar – explica. – Por outro lado, a medicina do futuro deverá ser capaz de reparar todos esses danos e, dessa forma, remover este limite completamente.
    Medicina poderá reparar danos
    De Grey conta que seu projeto classifica esses danos em sete categorias principais e detalha propostas de como eles podem ser consertados:
    - Em resumo, a perda de células em órgãos importantes do corpo seria revertida com terapias com células-tronco; as células malignas resistentes atacadas com toxinas genéticas ou imunológicas; células que se multiplicam demais seriam paradas até impedirmos que estendam os telômeros nas pontas de seus cromossomos; o “lixo” molecular do lado de fora das células seria movido para seu interior por ferramentas do sistema imunológico e o “lixo” molecular dentro delas, por sua vez, degradado por enzimas de bactérias; mutações nas mitocôndrias seriam reparadas com o uso de cópias de seus genes nos núcleos das próprias células; e a matriz intracelular seria restaurada para sua elasticidade da juventude com drogas que quebrem as ligações químicas indesejáveis que ela acumula.
    Na opinião de Rehen, quem encara projetos como o de De Grey e outros semelhantes como um desafio à “ordem natural das coisas” ou uma tentativa de “brincar de Deus” não leva em conta toda a própria história da evolução da nossa espécie.
    - Claro que De Grey usa uma série de jargões, como dizer que vamos viver mil anos, para conseguir mais visibilidade para a própria fundação – ressalva. – Mas o homem, desde que começou a evoluir, subverte a natureza. O ser humano é a única espécie do planeta capaz de subverter a seleção natural de Darwin. A discussão entre o que é natural ou não já caiu por terra desde que o homem começou a se organizar e aumentar a própria expectativa de vida.
    O neurocientista cita ainda como exemplo de pistas dadas pela natureza na busca pela longevidade o caso de um roedor africano conhecido como rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber). Enquanto a maioria das espécies de roedores tem uma expectativa de vida máxima de dois anos, esses ratos vivem até 28 anos, quase 15 vezes mais. – Ele é um mamífero que consegue aumentar sua longevidade naturalmente – diz. – Sabemos que a incidência de câncer em roedores é altíssima.
    Por isso, se não é comido por um predador, ele acaba morrendo num período de dois anos. Já o rato-toupeira-pelado tem a vantagem de conseguir evitar quase por completo a formação de tumores, produzindo em grandes quantidades uma proteína chamada P27 que detém o processo. A partir do momento em que a gente identifica esses exemplos na natureza, fica mais fácil perceber que pode haver um aumento real da nossa longevidade. Não existe receita milagrosa Tanto Rehen quanto De Grey, no entanto, reconhecem que ainda serão necessárias muitas pesquisas para que o sonho de uma juventude eterna, ou pelo menos uma velhice prolongada e saudável, vire realidade.
    Enquanto os avanços da medicina regenerativa não chegam aos leitos dos hospitais e aos balcões das farmácias, o melhor é se cuidar, mantendo uma dieta balanceada, praticando exercícios físicos e reduzindo o estresse, aconselha o professor da UFRJ. – Dados recentes mostram que estresse, sedentarismo e obesidade levam ao encurtamento dos telômeros – lembra Rehen.
    - Não existe uma receita milagrosa. Eu mesmo estou buscando a minha, mas sei que não posso levar, aos 40 anos, a vida que tinha aos 20. O importante agora é conseguir viver o máximo possível com qualidade, pois a expectativa é muito boa para os próximos 30 anos baseado no que está acontecendo no mundo em termos de evolução da área de gerontologia. A quantidade de artigos e trabalhos é para deixar todo mundo bastante esperançoso e com expectativas boas de viver pelo menos mais 30 anos muito bem.


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    Atividade física aumenta qualidade de vida do idoso



    A prática  de atividade física não está associada somente a uma questão de estética ou aparência. Ela impacta diretamente na prevenção a doenças crônicas precoces, principalmente entre os idosos. Em todo o país, estão surgindo propostas que visam melhorar a qualidade de vida destes brasileiros.
    “Fazer exercícios traz benefícios para o corpo e a saúde”, afirma a coordenadora do Programa Nacional de Hipertensão do Ministério da Saúde, Rosa Sampaio. Segundo ele, a atividade física protege o organismo contra uma série de enfermidades crônicas. “Muitos acham que os exercícios só previnem doenças cardiovasculares; mas, existem outras doenças que podem ser protegidas com a atividade física. Ela protege as artérias e os vasos sanguíneos, aumenta a queima de calorias e melhora a tonicidade dos músculos e das articulações/, acrescenta Sampaio.
    Em Santa Catarina foi firmada, recentemente, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Blumenau e a Fundação do Bem-Estar da Família Blumenauense, que prevê a realização de oficinas de saúde para os idosos. Além de atividades físicas – como a hidroginástica – estão previstas aulas de artesanato, dança e luta marcial.
    O secretário de Saúde de Blumenau, Marcelo Lanzarin, ressalta que esse trabalho faz bem não apenas para o corpo, mas também para o espírito dos idosos. “Estas oficinas promovem uma integração maior entre eles. Muitos tinham o hábito de ficar somente em casa e, hoje, tem a oportunidade de conviver com pessoas da mesma idade e trocar experiências. Isso acaba promovendo não só a saúde física como também, a mental”, destaca Lanzarin.
    ACADEMIAS DA SAÚDE –O Ministério da Saúde tem incentivado o aumento da qualidade de vida e da saúde dos brasileiros por meio de ações que incentivem uma alimentação saudável somada à prática de atividade física, em todas as idades. O Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) prevê a implantação, até 2014, de quatro mil pólos do Programa Academia da Saúde, em todo o país.
    O Plano também prevê medidas como a criação de espaços específicos para a realização de práticas corporais, atividades físicas, lazer e de modos de vida saudáveis. A exemplo de programas já desenvolvidos em algumas capitais, a Academia da Saúde busca eliminar barreiras como a inexistência de espaços públicos de lazer, o que reduz a possibilidade de acesso à prática de exercícios por grande parte da população.


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    Exercício depois dos 60? O cérebro agradece




    “O que não é bom para o coração, não é bom para o cérebro.” A frase é de Laura Fratiglioni, investigadora no Instituto Karolinska, na Suécia, e uma das últimas especialistas em envelhecimento a alertar para a necessidade de trabalhar para proteger o cérebro da perda de capacidades mentais ao longo da vida.
    Estima-se que 24 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de algum tipo de demência, 70% com mais de 75 anos. Diferentes grupos de investigação estão a tentar perceber o impacto da actividade física na manutenção do cérebro. No início de Fevereiro, um dos estudos com mais participantes até à data – 120 voluntários entre os 60 e os 80 anos e um estilo de vida sedentário – revelou que apenas 40 minutos de exercício três vezes por semana chegam para fazer a diferença.
    O trabalho desenvolvido na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, revelou que começar a fazer exercícios de aeróbica numa idade mais avançada ajuda a recuperar a perda natural de massa no cérebro. Nos participantes que seguiram o plano de actividade física, o volume na zona do hipocampo – crucial para o processamento da memória – aumentou 1,97% a 2,12% no espaço de um ano.
    No grupo de controlo, a massa diminuiu 1,40% durante o mesmo período. Laura Fratiglioni, que está a preparar um novo trabalho sobre factores de risco para a demência, adianta que para além do exercício físico, os estímulos sociais e intelectuais na terceira idade podem ser decisivos.


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