segunda-feira, 20 de maio de 2013

Hábitos saudáveis compensam danos do stress no trabalho


Pesquisa observou que, apesar de stress no trabalho aumentar o risco de doenças cardíacas, ter um estilo de vida saudável diminui essa chance

Caminhada é ótima atividade física
Atividade física é um dos hábitos que podem compensar os prejuízos do stress no trabalho à saúde (Thinkstock)
É quase impossível escapar do stress no trabalho atualmente. Mas os danos à saúde que ele causa a longo prazo – como um maior risco de doenças cardíacas — pode ser compensado por um estilo de vida saudável, que inclui a prática de atividades físicas e a alimentação correta — além de não fumar. Essa é a conclusão de um grande estudo realizado na Universidade College London, na Grã-Bretanha, que avaliou mais de 100.000 pessoas de diversos países da Europa durante dez anos. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira, no periódico Canadian Medical Association Journal (CMAJ).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Associations of job strain and lifestyle risk factors with risk of coronary artery disease: a meta-analysis of individual participant data

Onde foi divulgada: periódico Canadian Medical Association Journal (CMAJ)

Quem fez: Mika Kivimäki, Solja Nyberg, Eleonor Fransson, Katriina Heikkilä, Lars Alfredsson, Annalisa Casini, Els Clays, Dirk De Bacquer, Nico Dragano, Jane E. Ferrie, Marcel Goldberg, Mark Hamer, Markus Jokela, Robert Karasek, France Kittel

Instituição: Universidade College London, Grã-Bretanha

Dados de amostragem: 102.128 pessoas de 17 a 70 anos de idade

Resultado: O stress no trabalho aumenta a prevalência de doenças cardíacas entre as pessoas. Porém, quem tem um estilo de vida saudável tem esse risco reduzido.
Participaram do estudo 102.128 pessoas de 17 a 70 anos. Elas foram classificadas de acordo com a quantidade de fatores de risco ao estilo de vida que apresentavam. Esses fatores eram: tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e obesidade. Elas foram classificadas entre as que seguiam um estilo de vida saudável (nenhum fator de risco), pouco saudável (um fator de risco) e não saudável (mais do que dois fatores de risco). De acordo com a pesquisa, 12% dos participantes afirmaram sofrer stress no trabalho.
Ao longo de dez anos, a taxa de doença coronariana entre os voluntários foi de 18,4 casos a cada 1.000 pessoas que sofriam stress no trabalho, e de 14,7 casos a cada 1.000 indivíduos que não sofriam do problema. A prevalência de doenças cardíacas em geral também foi maior em quem afirmou sofrer stress no trabalho: 31 casos por 1.000 pessoas – entre aquelas que não se estressavam no trabalho, por outro lado, essa taxa foi de apenas 12 por 1.000 pessoas.
Levando em conta apenas as pessoas que sofriam stress no trabalho e também tinham um estilo de vida saudável, apenas15 a cada 1.000 pessoas apresentaram doenças cardíacas. Entre os que levavam um estilo de vida não saudável, o índice foi de 31,2 a cada 1.000 indivíduos. "Esses dados sugerem que um estilo de vida saudável pode reduzir substancialmente o risco de doença cardíaca entre as pessoas com tensão do trabalho", concluíram os pesquisadores.
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Identifique o que está provocando o stress

É preciso saber o que está provocando o stress no trabalho para que a atitude mais correta seja tomada. O problema pode ser você, então procure avaliar se você está se sobrecarregando porque não delega funções, cobra demais de si mesmo, leva o perfeccionismo ao extremo ou por outro motivo. No entanto, pode ser que as próprias características do trabalho (pressão, risco de vida e prazos apertados, por exemplo) acarretem stress. Finalmente, o ambiente de trabalho, construído pelos funcionários e pelas relações entre eles, pode ser o grande culpado.


Sistema imunológico do homem envelhece mais rápido do que o da mulher

Conclusão, tirada a partir de um estudo japonês, ajuda a compreender os motivos pelos quais o sexo feminino, em geral, vive por mais tempo

Questão de gênero: Sistema de defesa dos homens não se mantém jovem por tanto tempo quanto o das mulheres, diz estudo
Questão de gênero: Sistema de defesa dos homens não se mantém jovem por tanto tempo quanto o das mulheres, diz estudo (Thinkstock)
Um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico Immunity & Ageing mostrou que o sistema imunológico das mulheres permanece jovem por mais tempo do que o dos homens – uma descoberta que pode ajudar a compreender o motivo pelo qual pessoas do sexo feminino têm, no geral, uma maior longevidade. A pesquisa foi realizada na Universidade Médica e Odontológica de Tóquio, no Japão.
Os autores desse trabalho analisaram amostras de sangue de 356 pessoas de 20 a 90 anos de idade. Eles observaram a quantidade de linfócitos e neutrófilos, que são tipos de glóbulos brancos, células importantes para o sistema de defesa do corpo humano, presente no organismo dos participantes de diferentes faixas etárias.
De acordo com o estudo, os homens mais jovens apresentam, no geral, um número maior de linfócitos em comparação com as mulheres da mesma faixa etária. Porém, com a idade, esse número passa a ser equivalente. Segundo os autores, isso acontece pois, na vida adulta, há um aumento no número de linfócitos no nosso sangue – e essa taxa de aumento é maior entre o sexo feminino. Por outro lado, conforme as pessoas envelhecem, há uma diminuição na produção de neutrófilos em seus organismos – e os pesquisadores observaram que esse declínio foi maior entre os homens.
“O processo de envelhecimento é diferente para homens e mulheres por muitas razões. As mulheres têm mais estrogênio do que os homens, o que parece protegê-las de doenças cardiovasculares até a menopausa. Os hormônios sexuais também podem afetar o sistema imunológico, especialmente a atividade de certos tipos de linfócitos”, diz Katsuiku Hirokawa, coordenador do estudo. “Pelo fato de as pessoas envelhecerem em velocidades diferentes, os parâmetros imunológicos de um paciente poderiam ser usados para indicar a sua idade biológica.”

Refrigerantes aumentam o risco de pedras nos rins


Pesquisa aponta que consumo diário de refrigerantes e outras bebidas adocicadas pode aumentar em até 33% os riscos de pedras nos rins

Refrigerantes
Bebidas adoçadas: consumo diário de refrigerantes aumenta riscos de pedras nos rins (Thinkstock)
Consumir refrigerantes, ou outras bebidas adocicadas (como o ponche), pode aumentar de 23% a 33% os riscos de formação de pedras no rim. De acordo com um estudo publicado no periódicoClinical Journal of the American Society of Nephrology, apesar da ingestão alta e diária de líquidos ser um importante aliado na prevenção das pedras, alguns tipos de bebida acabam facilitando o problema — e podem resultar em  casos de reincidência.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Soda and Other Beverages and the Risk of Kidney Stones

Onde foi divulgada: periódico Clinical Journal of the American Society of Nephrology

Quem fez: Pietro Manuel Ferraro, Eric N. Taylor, Giovanni Gambaro e Gary C. Curhan

Instituição: Brigham and Women's Hospital, nos Estados Unidos

Dados de amostragem: 194.095 voluntários, acompanhados por oito anos

Resultado: O consumo diário de refrigerantes e outras bebidas adoçadas pode aumentar em até 23% os riscos de desenvolver pedras nos rins, quando comparado àquelas pessoas que consumem a bebida apenas uma vez por semana.
Para o estudo, foram analisados dados de 194.095 voluntários, em um período de mais de oito anos. Todos responderam a questionários a cada dois anos, com informações contendo histórico médico, estilo de vida e ingestão de medicamentos. Questões sobre a dieta eram atualizadas a cada quatro anos.
Resultados — Descobriu-se que os participantes que consumiam uma ou mais doses de refrigerantes por dia tinham 23% mais riscos de ter pedras no rim, quando comparados àqueles que consumiam menos de uma dose por semana. A maior incidência ficava entre aqueles que consumiam diariamente refrigerantes que não são à base de cola — o aumento era de 33%. Por outro lado, algumas bebidas, como café, chá e suco de laranja, estavam associadas a um baixo risco de formação de pedra nos rins.
“Algumas bebidas estão relacionadas a um menor risco de formação de pedra nos rins, enquanto outras com um risco maior”, diz Pietro Manuel Ferraro, coautor do estudo. “Embora o total de líquido ingerido reduza os riscos de pedras nos rins, essa informação sobre cada tipo de bebida pode ser útil para a implementação de estratégias que reduzam o problema nos pacientes.”

Justiça suspende veto à medicina antienvelhecimento


Liminar a favor da Academia Brasileira de Medicina Antienvelheicmento tira a validade da resolução do Conselho Federal de Medicina, que proibia a prática

Medicina antienvelhecimento
Medicina antienvelhecimento: prática defende o uso de terapia de reposição hormonal como forma de retardar os efeitos do envelhecimento (Thinkstock)
Uma liminar emitida pela Justiça Federal suspende a determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proíbe a prática de terapias antienvelhecimento no país. A medida tem caráter provisório, até que seja realizado o julgamento sobre o assunto.
A medicina antienvelhecimento inclui, entre outras práticas, o uso de hormônios com finalidade de reduzir os efeitos do envelhecimento. No dia 19 de outubro do ano passado, o CFM publicou uma resolução proibindo a terapia de reposição hormonal, a não ser em casos específicos.
Em março deste ano, a Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento (ABMAE) entrou com um pedido na Justiça Federal, alegando que CFM não teria autoridade para legislar dessa maneira. A liminar, que suspende a resolução do CFM, foi concedida no dia 13 de maio pela 17ª Vara Federal Cível de Brasília.
De acordo com a liminar, da juíza Maria Cândida Carvalho Monteiro de Almeida, "a lei só admite a proibição pelo Conselho Federal de determinado procedimento que viole a ética médica, isto é, que seja atentatório contra a dignidade da pessoa humana", condição na qual a medicina antienvelhecimento não se enquadra.
O CFM ainda não foi notificado oficialmente sobre a liminar, mas afirma que vai recorrer a ela. "Nós analisamos o assunto com profundidade e a ciência é muito clara nesse sentido, as evidências não autorizam aplicar hormônios com esse objetivo de prevenir o processo de envelhecimento", afirma Gerson Zafalon Martins, coordenador da câmara técnica de geriatria do CFM e redator da resolução de outubro, que proibia a prática. "Eu acredito que a nossa defesa será tranquila, nós não dissemos nada que não está comprovado cientificamente", completa Martins.
Para Edson Peracchi, presidente da ABMAE, a decisão tem o papel importante de acabar com o "rótulo de charlatanismo" que recaiu sobre os médicos que praticam a terapia antienvelhecimento desde a resolução do CFM. "Não se bloqueia a evolução científica com decretos", afirma Peracchi.