sábado, 9 de fevereiro de 2013

Kettlebell é a nova mania nas academias



NOVA YORK05.02.2013 06h04m


O kettlebell é uma simpática bolinha colorida com uma alça. O nome é uma referência à sua forma, que lembra a de uma chaleira (kettle, em inglês) e também a de um sino (bell). Mas basta uma aulinha de KettleX para ver que ele não tem nada de inofensivo. Criado na Rússia, o objeto era usado pelas forças armadas para os soldados daquele país seguirem a rotina de exercícios físicos mesmo durante as campanhas de guerra. Hoje, ele é o melhor amigo dos malhadores nova-iorquinos.

As aulas duram, em média, uma hora, e constam de uma rotina de exercícios que promete mexer todos os grupos musculares usando apenas o kettlebell. A maioria exige que se balance o objeto em várias direções. A razão do sucesso das aulas de kettlebell, segundo os professores do Fitness Cell Collective (East 61st Street, Manhattan), é a falta de tempo dos nova-iorquinos. Basta aprender os movimentos e ter um deles em casa. Quando não dá para ir à academia, é possível treinar até mesmo vendo televisão.

Novos estudos apontam para a relação entre enxaqueca e problemas cardíacos em mulheres



A enxaqueca acompanhada de aura pode elevar as chances de problemas cardiovasculares mais até do que outros fatores, como diabetes e obesidade

Vivian Carrer Elias
Enxaqueca: Dois novos estudos apontam para a relação entre fortes dores de cabeça com aura e um maior risco de eventos cardiovasculares
Enxaqueca: Dois novos estudos apontam para a relação entre fortes dores de cabeça com aura e um maior risco de eventos cardiovasculares (Thinkstock)
Dois novos estudos divulgados nesta terça-feira encontraram uma relação entre enxaqueca, especialmente a que vem acompanhada com aura, que é um conjunto de sintomas como alterações visuais, fraqueza e até alucinações, a uma maior chance de doenças cardiovasculares em mulheres.
Uma dessas pesquisas também mostrou que as dores de cabeça são ainda mais perigosas à saúde do coração do que fatores de risco conhecidos, como diabetes, tabagismo ou obesidade. Além disso, segundo outro trabalho, a enxaqueca com aura, se apresentada por mulheres que fazem uso de anticoncepcionais, pode aumentar mais ainda as chances de complicações de trombose — isso porque contraceptivos hormonais por si só já elevam esse risco. Os resultados de ambos os estudos foram publicados pela Academia Americana de Neurologia e serão apresentados em março, quando acontecerá o encontro anual da entidade.

Opinião do especialista

Mario Peres
Neurologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e da Escola Paulista de Medicina

"Nós, médicos, já sabíamos da relação entre enxaqueca e um maior risco de trombose e eventos cardiovasculares. Porém, esses são estudos grandes, feitos com um grande número de pessoas, que fornecem mais dados para essa evidência. Essas conclusões vão ajudar a embasar novas diretrizes no tratamento de enxaqueca.
No entanto, as pessoas não devem interpretar esses resultados com pavor. Ou seja, se uma pessoa sofre de enxaqueca com aura, ao tratar a condição, ela reduzirá o risco de problemas cardiovasculares. Além disso, ela deve procurar um equilíbrio entre outros fatores de risco que também afetam o coração. Uma mulher que tem enxaqueca não precisa deixar de tomar o seu anticoncepcional, mas deve parar fumar, por exemplo."
Uma das pesquisas, feita no Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, acompanhou, ao longo de 15 anos, 27.860 mulheres com mais de 45 anos, dentre as quais 1.435 relataram sofrer de enxaqueca com aura periodicamente. Durante esse tempo, foram registrados 1.030 casos de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) ou mortes por alguma doença cardiovascular. Os pesquisadores observaram que a enxaqueca com aura foi o segundo fator de risco que contribuiu para algum desses eventos cardiovasculares, ficando atrás apenas da hipertensão e à frente de diabetes, tabagismo, obesidade e histórico de doença cardíaca na família.
Sem pânico — Isso não quer dizer, porém, que todas as pessoas com enxaqueca terão um ataque cardíaco ou um AVC durante a vida, mas sim que o risco para que isso ocorra pode ser maior entre elas. "Talvez os pacientes com enxaqueca precisem ficar mais atentos do que os outros a outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, como excesso de peso ou tabagismo. Mas esses resultados não devem apavorar pessoas que têm enxaqueca”, disse ao site de VEJA Tobias Kurth, coordenador desse estudo. Kurth é pesquisador do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França e também professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
O pesquisador não soube explicar, porém, qual o mecanismo envolvido na relação entre enxaqueca e fatores de risco para doenças cardiovasculares. "Há algumas hipóteses, que incluem função endovascular e genética, mas ainda não há uma resposta para essa questão", afirmou., da Universidade Harvard. A equipe buscou entender se a enxaqueca pode agravar o risco de trombose venosa profunda (formação de coágulos nas veias profundas do corpo) entre mulheres que fazem uso de contraceptivos hormonais, que são associados à elevação dos riscos dessa doença.
 
Para isso, a equipe acompanhou, durante 11 anos, quase dois milhões de mulheres, dentre as quais 145.304 faziam uso de algum contraceptivo hormonal — 2.691 relataram sofrer de enxaqueca com aura e 3.437 afirmaram ter enxaquecas sem aura. Os resultados mostraram que o maior risco de trombose venosa profunda foi mais perceptível entre mulheres que faziam uso de anticoncepcionais e que tinham enxaqueca com aura. Ou seja, foi maior do que entre aquelas que faziam uso de algum contraceptivo, mas não tinham enxaqueca, por exemplo.
 
Shivang Joshi, neurologista clínico da Universidade Harvard e autor dessa pesquisa, também não soube dizer ao certo o que acontece no corpo para que a enxaqueca influencie o risco de trombose. "Há vários mecanismos que podem estar relacionados a esse quadro. É possível que uma condição chamada 'depressão cortical alastrante', que é como uma onda de atividade elétrica que ocorre com a enxaqueca com aura, possa predispor o cérebro a lesões isquêmicas. Também podem haver mecanismos genéticos compartilhados pela enxaqueca e pelos coágulos. Mas se existe, ainda não sabemos", afirmou Joshi ao site de VEJA.
 
O pesquisador afirmou, ainda, que esses resultados não devem fazer com que mulheres que sofrem de enxaqueca com aura e que fazem uso de algum contraceptivo abandonem o anticoncepcional. "Isso deve incentivar as pacientes a relatarem os episódios de enxaquecas a seus ginecologistas para que, assim, eles escolham o melhor anticoncepcional para elas. No entanto, elas devem ficar atentas a outros fatores de risco, especialmente ao tabagismo", disse Joshi.

Comer menos gordura, mas sem fazer dieta, já é suficiente para emagrecer



Estudo mostrou que passar a ingerir menos alimentos gordurosos promove o emagrecimento mesmo mantendo os outros aspectos da alimentação habitual

Dieta
Emagrecimento: Pesquisa britânica mostra que nem sempre somente dietas rigorosas promovem a perda de peso(Hemera Technologies/Thinkstock)
Uma nova pesquisa britânica mostrou que nem sempre é preciso seguir uma dieta com uma série de restrições — como eliminar carboidratos ou açúcar, por exemplo — para que uma pessoa consiga perder peso. Segundo o estudo, trocar alimentos muito gordurosos por outros mais saudáveis, mesmo mantendo os outros aspectos da alimentação que um indivíduo costuma seguir, já surte efeitos significativos e duradouros no emagrecimento e na redução do índice de massa corporal (IMC) e dos níveis de colesterol no sangue. Essas conclusões foram publicadas nesta sexta-feira na revista British Medical Journal.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Effect of reducing total fat intake on body weight: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials and cohort studies

Onde foi divulgada: revista British Medical Journal (BMJ)

Quem fez: Lee Hooper, Asmaa Abdelhamid, Helen Moore, Wayne Douthwaite, Carolyn Summerbell e Murray Skeaff

Instituição: Universidade East Anglia, Universidade de Durham, Grã-Bretanha, e Universidade de Otago, Nova Zelândia

Dados de amostragem: 73.589 pessoas

Resultado: Em seis meses, reduzir o consumo de gordura pode levar a uma perda de peso de, em média, 1,6 quilo, além de uma redução do colesterol, do IMC e da circunferência abdominal
Esse trabalho foi encomendado pelo grupo que estuda dieta e nutrição da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, segundo os autores, serão fundamentais para que o órgão estabeleça novas recomendações globais de alimentação. Para o estudo, os pesquisadores revisaram 33 ensaios clínicos realizados ao redor do mundo que, ao todo, envolveram mais de 70.000 homens, mulheres e crianças.
Efeitos positivos — Os resultados do levantamento mostraram que, em um período de seis meses, as pessoas que passaram a ingerir menos alimentos gordurosos, em comparação com aquelas que consumiam mais gordura, em média, emagreceram 1,6 quilo, perderam 0,5 centímetro de circunferência abdominal e reduziram seu IMC em 0,56. Elas também apresentaram uma diminuição nos níveis de colesterol "ruim" (LDL) na corrente sanguínea. Esses efeitos foram “obtidos rapidamente” e a perda de peso mantida por, ao menos, sete anos. Ainda segundo a pesquisa, esses indivíduos não adotaram nenhum programa de emagrecimento, sugerindo que esses benefícios ocorreram entre pessoas que seguem uma alimentação comum.
“A redução de peso que nós observamos quando as pessoas passavam a comer menos gordura foi significativa e consistente, já que quase todos os estudos que analisamos mostraram isso. Quanto mais gordura os participantes cortavam de sua alimentação, mais peso eles perderam”, afirma Lee Hooper, pesquisadora da Universidade East Anglia, na Grã-Bretanha, e coordenadora do estudo. Ela lembra que, embora o efeito do emagrecimento não tenha sido tão intenso quando o de uma dieta, ele ocorreu entre pessoas que não estavam obcecadas por emagrecer. 
Segundo Hooper, o estudo não levou em consideração os tipos de gordura. Mas, para Lee, reduzir o consumo de gorduras saturadas já é suficiente para ajudar na perda de peso, além de proteger a saúde cardíaca. "Isso significa, por exemplo, que estão liberados o leite e o iogurte desnatados, mas que é ideal cortar a ingestão de manteiga, de queijos, da gordura que pode vir junto com uma carne e de lanches gordurosos, como bolachas e bolos.”

Comer fora de casa aumenta risco de excesso de peso e hipertensão



Mais de 30% dos paulistanos fazem uma refeição fora de casa por dia. Entre eles, 59% estão acima do peso considerado ideal

Entre os paulistanos que fazem ao menos uma refeição por dia fora de casa, 26% têm hipertensão
Entre os paulistanos que fazem ao menos uma refeição por dia fora de casa, 26% têm hipertensão (Thinkstock)
Entre os paulistanos, quem tem o hábito de comer fora de casa tem também maior risco de estar acima do peso. Essa é a conclusão de um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), que ainda mostrou que a variedade de alimentos consumidos em restaurantes e lanchonetes, mais ricos em gordura, está associada a um maior índice de hipertensão. O estudo se baseou em dados do Inquérito de Saúde de Base Populacional no Município de São Paulo (ISA-Capital), feito entre 2008 e 2009 e financiado pela Secretaria Municipal da Saúde. Foram 834 pessoas entrevistadas, entre adolescentes, adultos e idosos, das quais 32% afirmaram fazer pelo menos uma refeição fora de casa por dia.
Segundo os resultados da pesquisa, 59% dos frequentadores de restaurantes apresentam excesso de peso ou obesidade. Já na população geral adulta da cidade de São Paulo, 47,9% se enquadra na categoria de excesso de peso, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2011. Ainda segundo o estudo, 26% dos que comem fora têm hipertensão. Na população geral, de acordo com a Vigitel, esse índice é de 22,5%.
As refeições mais frequentemente realizadas fora são as intermediárias, como o lanche da manhã ou o lanche da tarde: 45% dos que comem fora afirmaram ter consumido essas refeições em estabelecimentos comerciais; 30% consomem o almoço; 15% consomem o café da manhã e 10% consomem o jantar. A média de calorias consumidas fora de casa por refeição foi de 628 calorias.
Gordura — Segundo a nutricionista Bartira Gorgulho, autora do estudo, o consumo de alimentos gordurosos é facilitado em restaurantes e lanchonetes. “De maneira geral, as pessoas comem mal independentemente do lugar. "Observamos que, quando se come fora de casa, há um consumo maior de gordura. A oferta é maior e as pessoas procuram comer o que não têm tanta oportunidade de comer dentro de casa, como uma variedade maior de carnes e frituras"”, diz.

Na opinião do médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), quem come fora de casa não costuma observar o tamanho das porções e, com isso, corre o risco de exagerar. De acordo com ele, os pratos maiores oferecidos pelos restaurantes podem induzir as pessoas a pegar mais comida. "“A comida por quilo é uma grande invenção, mas é preciso refletir o que vai escolher"”, diz o nutrólogo. Um dos erros mais comuns, segundo ele, é servir-se de vários tipos de carboidratos — num mesmo prato arroz, purê de batata e macarrão, por exemplo — ou vários tipos de proteína, como carne bovina, linguiça e frango. “Por outro lado, o espaço para salada geralmente é pequeno. "Esse é o erro mais comum”", diz Ribas Filho.
Para a nutricionista Ariana Fernandes, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), um dos motivos que elevam a quantidade de calorias das refeições feitas fora de casa é a falta de tempo. “Muitas vezes, as pessoas optam por um lanche rápido, que quase sempre é bem mais calórico que uma refeição balanceada.
Desafio diário — Para quem tem de comer fora todo dia, manter uma dieta balanceada é um desafio. A assistente de marketing Karla Ikeda, de 25 anos, conta que a alimentação diária acaba variando conforme a companhia que ela escolhe. "Se saio com o pessoal que come besteira, acabo comendo também. Mas, sempre que posso, tento comer em restaurante por quilo"”, diz. A estratégia para balancear o cardápio, segundo Karla, é preencher metade do prato com salada e a outra metade com arroz, carne e algum legume cozido.
O brasileiro come fora cada vez mais. A Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) aponta que, em 2003, os gastos com alimentação fora do domicílio entre a população urbana representava 25,7% dos gastos totais com alimentação. Em 2009, essa parcela subiu para 33,1%.

Casados correm menos risco após cirurgia cardíaca



Pesquisa concluiu que, no geral, sobrevida dos casados após procedimento é duas vezes maior do que dos solteiros

Longevidade
Casamento se mostrou um fator protetor em relação à sobrevida após uma cirurgia cardíaca, especialmente nos três meses seguintes ao procedimento (Creatas)
A sobrevida de pessoas que passam por cirurgia cardíaca é quase duas vezes maior entre os casados do que entre os solteiros, segundo uma nova pesquisa publicada na edição deste mês do periódico Journal of Health and Social Behavior. O estudo, desenvolvido na Universidade Emory, nos Estados Unidos, observou que, embora o efeito protetor do casamento seja maior nos três meses posteriores ao processo cirúrgico, ele pode se prolongar por até cinco anos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Mending Broken Hearts: Marriage and Survival Following Cardiac Surgery

Onde foi divulgada: periódico Journal of Health and Social Behavior

Quem fez: Ellen L. Idler, David A. Boulifard e Richard J. Contrada

Instituição: Universidade Emory, Estados Unidos

Dados de amostragem: 569 pessoas que iriam se submeter a uma cirurgia no coração

Resultado: Após passarem por cirurgia cardíaca, pessoas casadas tiveram, no geral, o dobro de sobrevida do que solteiros, viúvos e divorciados. Em relação somente aos três primeiros meses, esse número mais que triplicou.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 569 homens e mulheres que iriam se submeter a uma cirurgia no coração. Os participantes responderam a questionários antes do procedimento e foram acompanhados por cinco anos.
Os resultados mostraram que as pessoas solteiras, divorciadas e viúvas tiveram 1,9 vez mais riscos de morrer no período de cinco anos após a operação do que os casados. Esses números não variaram de acordo com o sexo do indivíduo. Quando os pesquisadores observaram a mortalidade somente em um período de três meses, essa proporção aumentou para 3,33 vezes.
"A diferença nas taxas de sobrevivência de pessoas casadas e solteiras foi dramática, especialmente no período pós-operatório, que é o mais crítico", afirma Ellen Idler, coordenadora do estudo. Segundo a pesquisadora, esses resultados ressaltam a importância do papel das mulheres e dos maridos nos cuidados com a saúde do cônjuge. "Os pacientes casados ainda tiveram uma visão mais positiva quando foram passar pela cirurgia e demonstraram menos preocupações em relação à fase posterior ao procedimento”, diz.

Quem se casa vive mais, diz estudo



Pesquisadores concluíram que chegar à meia-idade sem nunca ter se casado pode mais do que dobrar o risco de uma pessoa morrer precocemente

Casais vivem mais do que solteiros: Segundo novo estudo, não ter um parceiro na idade adulta mais do que dobra o risco de morte prematura
Casais vivem mais do que solteiros: resultados sugerem que a relação conjugal é cada vez mais importante como forma de apoio emocional e social (Thinkstock)
Casar-se ou simplesmente ter um companheiro ao longo da vida pode contribuir com a longevidade de uma pessoa, sugere um novo estudo do Centro Médico da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Após analisarem a relação entre taxa de mortalidade e o estado civil de quase 5.000 americanos, os autores da pesquisa concluíram que adultos solteiros podem ter mais do que o dobro de chance de morrer precocemente do que aqueles que vivem com um parceiro durante a meia-idade.
Os resultados da pesquisa, divulgados nesta quinta-feira, estão presentes na edição de janeiro do periódico Annals of Behavioral Medicine. Os dados utilizados pelos autores foram obtidos a partir do Estudo do Coração de Ex-alunos da Universidade da Carolina do Norte (UNCAHS, sigla em inglês), que acompanha os indivíduos nascidos no ano de 1940 e que estudaram na instituição. Ao todo, os pesquisadores avaliaram 4.802 pessoas.
A equipe estabeleceu uma relação entre estado civil e expectativa de vida dos participantes. As conclusões mostraram que adultos solteiros eram menos propensos a chegar à terceira idade do que indivíduos que viviam com um companheiro, já que corriam um maior risco de morrer jovens. Em comparação com pessoas que viviam com um parceiro durante a meia-idade, aquelas que nunca tinham sido casadas apresentaram um risco 2,3 vezes maior de morrer precocemente. Essa chance foi 1,6 maior entre pessoas solteiras, mas que já tinham sido casadas alguma vez na vida. 
"Nossos resultados sugerem que a relação conjugal é cada vez mais importante como forma de apoio emocional e social, o que parece impactar a taxa de mortalidade”, concluíram os autores.

Pessoas casadas correm menor risco de infarto, diz estudo


Nova pesquisa ainda mostrou que, em ambos os sexos, a vida conjugal também aumenta a chance de sobrevivência após um ataque cardíaco

Casamento feliz aumenta chances de sobrevivência à cirurgia de ponte de safena
Casamento: Vida conjugal está ligada a menores riscos de saúde ao coração (iStockphoto)
Uma nova pesquisa feita na Finlândia revela que pessoas casadas são menos propensas do que as solteiras a ter um ataque cardíaco e apresentam maiores chances de se recuperar caso sofram algum evento do tipo. O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista European Journal of Preventive Cardiology, é mais um a colaborar com a ideia de que o casamento pode ser um dos segredos para garantir uma boa saúde do coração, já que trabalhos recentes vêm observando que indivíduos que vivem com um parceiro tendem a ser mais saudáveis do que quem vive sozinho.

CONHEÇA A PESQUISA

ONDE FOI DIVULGADA: revista European Journal of Preventive Cardiology
QUEM FEZ: Aino Lammintausta, Juhani KE Airaksinen, Pirjo Immonen-Räihä, Jorma Torppa, Antero Y Kesäniemi, Matti Ketonen, Heli Koukkunen, Päivi Kärjä-Koskenkari, Seppo Lehto e Veikko Salomaa
INSTITUIÇÃO: Universidade de Turku, Finlândia
DADOS DE AMOSTRAGEM: 15.330 pessoas com mais de 35 anos de idade
RESULTADO: Em ambos os sexos, o risco de ataque cardíaco e também a taxa de mortalidade em decorrência do evento é menor entre os casados do que entre solteiros
A pesquisa foi feita na Universidade de Turku, na Finlândia, e se baseou nos dados de 15.330 pessoas com mais de 35 anos que já haviam sofrido algum evento cardíaco agudo, fatal ou não fatal. Quase metade desses participantes morreu no período de 28 dias após o ataque cardíaco.
De acordo com o estudo, homens solteiros de todas as idades tiveram um risco de 58% a 66% maior de sofrer um ataque cardíaco do que os casados. Para as mulheres, os benefícios do casamento foram até maiores: as solteiras foram 60% a 65% mais propensas a sofrer eventos coronarianos do que as casadas. Além disso, a vida conjugal também reduziu consideravelmente a mortalidade por ataque cardíaco. Entre homens solteiros, o risco de morrer em até 28 dias após um infarto foi entre 60% a 168% maior em comparação com os casados. Para as mulheres, ser solteira elevou essa chance em 71% a 175%.
Motivos — De acordo com os pesquisadores, esses resultados podem ser explicados, em parte, pelo fato de que pessoas casadas tendem a apresentar hábitos mais saudáveis, além de possuírem uma rede de apoio mais ampla. "O pedido de ajuda para um paciente que está tendo algum problema cardíaco foi feito mais rapidamente e com mais frequência entre pessoas que eram casadas ou que viviam juntas”, dizem os autores. Eles também consideram que fatores psicológicos da satisfação conjugal podem interferir na saúde cardíaca. "Sabe-se que as pessoas solteiras são mais propensas a sofrer depressão e, segundo um estudo anterior, a depressão parece ter um efeito adverso sobre as taxas de mortalidade cardiovascular", diz Aino Lammintausta, que coordenou a pesquisa.

Consumo excessivo de álcool aumenta risco de demência


Pesquisa com mais de 5 mil voluntários acima de 65 anos relaciona perda de memória e declínio das funções cognitivas ao excesso de álcool

álcool
Idosos que consumiram bebidas alcoólicas em excesso apresentaram pior desempenho cognitivo (Thinkstock)
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, demonstrou uma ligação entre o consumo excessivo de álcool por idosos e o risco de desenvolver demência. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, em Vancouver, no Canadá, aponta que consumir a bebida em excesso duas ou mais vezes por mês aumenta em 2,5 vezes os riscos de declínio cognitivo e de memória.

Saiba mais

DEMÊNCIA
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.
COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer.
Segundo o pesquisador Iain Lang, que coordenou o estudo, alguns malefícios que a bebida causa nessa faixa etária já eram conhecidos. Os cientistas já sabiam da ligação do álcool com riscos ao sistema cardiovascular, incluindo ataques cardíacos. “No entanto, até nossa pesquisa não estava claro quais os efeitos do excesso de álcool nas funções cognitivas e no risco de desenvolver demência”, diz.
Eles analisaram os dados de 5.075 voluntários com mais de 65 anos que haviam participado de um grande estudo que avaliou a saúde de 26.000 americanos. Esse estudo recolheu seus primeiros dados em 2002 e acompanhou os voluntários por oito anos.
O estudo mostrou que 8,3% dos homens e 1,5% das mulheres consumiam álcool em excesso uma vez ou mais por mês. Já 4,3% dos homens e 0,5% das mulheres relataram que as bebedeiras aconteciam duas ou mais vezes por mês. Para os pesquisadores, consumir álcool em excesso significa beber quatro ou mais doses em uma mesma ocasião. 
Os participantes que relataram consumir álcool em excesso duas ou mais vezes por mês tinham 2,5 vezes mais chances de estar no grupo com os piores casos de declínio das funções cognitivas e também 2,5 vezes mais chances de estar no grupo dos casos mais graves de perda de memória. Os resultados foram similares para homens e mulheres.
Segundo os pesquisadores, essa pesquisa pode ter inúmeras implicações. “Em primeiro lugar, os idosos – e seus médicos – devem estar conscientes de que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de declínio cognitivo e devem ser encorajados a mudar seu comportamento. Em segundo lugar, os políticos e especialistas em saúde publicas deveriam estar cientes de que o consumo excessivo de álcool não é só um problema entre adolescentes e jovens. Nós temos que começar a pensar nos idosos quando planejamos intervenções para diminuir o consumo de álcool”, diz Iain Lang.

Pesquisas buscam novas armas contra o Alzheimer



Fundação americana que já financiou dois vencedores do Nobel de Medicina investe 3,6 milhões de dólares em 22 estudos da doença

Elida Oliveira
Alzheimer
Fundação libera recursos em pesquisas que identifiquem mecanismos de impedir desenvolvimento da doença ou tratá-la. Sistema que inclui imagem de ressonância magnética é uma das apostas (Thinkstock)
Uma fundação americana anunciou neste mês que vai subsidiar 22 novas pesquisas sobre a doença de Alzheimer. A Ahaf (fundação americana de assistência à saúde, na sigla em inglês) vai liberar 3,6 milhões de dólares para os pesquisadores investigarem meios de fazer o diagnóstico precoce do Alzheimer, novos medicamentos para prevenir ou retardar a doença e ainda novos alvos para as drogas já existentes. Cada pesquisa contemplada vai receber entre 150 mil a 300 mil dólares.
O Alzheimer é uma doença silenciosa, que ainda está longe de ter uma cura. Por isso, é alvo constante de novas pesquisas. O maior desafio contra o Alzheimer é a própria dinâmica da doença, que ocorre de maneira muito lenta.
“Isso significa que, para testar novas drogas, é necessário implantar testes clínicos muito longos, envolvendo muitas pessoas. Isso demanda grandes investimentos para as empresas farmacêuticas e elas não vão colocar os milhões de dólares necessários em um estudo se não puderem recuperar o investimento”, diz Stacy Pagos Haller, presidente da fundação, que já financiou os estudos de dois ganhadores do Nobel de Medicina, Stanley Prusiner (1997) e Paul Greengard (2000). “Por isso precisamos desenvolver, com a máxima precisão, novas tecnologias de diagnóstico e monitoramento. Isso pode diminuir o período necessário para os testes clínicos, tornando-os mais rápidos e baratos. Nosso objetivo é fomentar a maior quantidade possível de pesquisas para chegarmos lá.”
Um dos projetos que acabou de receber financiamento da Ahaf vai tentar encontrar meios de diagnosticar a doença ainda nos primeiros sintomas. Outro vai examinar o dano que as proteínas tau causam no neurônio ao se espalharem pelas células – uma alteração nessa proteína foi recentemente associada à ocorrência de Alzheimer.
Outro estudo pretende testar uma droga, usada contra a diabetes, para ver se ela apresenta resultado no tratamento de Alzheimer. Pesquisas anteriores já associaram o desenvolvimento da diabetes à perda da capacidade cognitiva. Caso esta linha de estudo tenha sucesso, a aplicação prática será bem mais rápida se comparado ao tempo que seria preciso se ele tivesse que ser desenvolvido desde o início.

Mutação aumenta risco de Alzheimer em até cinco vezes



Variação do gene TREM2 está associada a um risco de três a cinco vezes maior do aparecimento da doença entre idosos

Mutação do gene TREM2, que ajuda nas respostas do sistema imunológico, é mais frequente em  idosos com Alzheimer
Mutação do gene TREM2, que ajuda nas respostas do sistema imunológico, é mais frequente em idosos com Alzheimer(Miguel Medina/AFP)
Cientistas encontraram uma estranha mutação genética que parece triplicar o risco de desenvolver Alzheimer (uma enfermidade neurodegenerativa caraterizada pela lenta e progressiva perda das funções cognitivas). O achado proporciona importantes pistas sobre como funciona essa doença, incurável até o momento. Duas equipes independentes chegaram ao mesmo resultado, publicado nesta quarta-feira em dois estudos da revista médica semanalNew England Journal of Medicine. De acordo com as pesquisas, uma mutação do gene TREM2, que ajuda a controlar as respostas do sistema imunológico, está associada a um risco de três a quatro vezes maior do aparecimento de Alzheimer entre idosos.
A característica do Alzheimer é a acumulação de placas de proteínas na superfície dos neurônios e emaranhados fibrosos no tecido cerebral. Nos corpos sem a doença, as moléculas inflamatórias do sistema imunológico ajudam a limpar esta acumulação antes de ela se converter em um problema. 
A função do gene TREM2 é manter a resposta inflamatória sob controle, para evitar que as moléculas inflamatórias danifiquem o tecido saudável. Contudo, a pesquisa preliminar indicou que a mutação do TREM2 poderia deixar o sistema imunológico prejudicado, impedindo que as moléculas inflamatórias façam o seu trabalho. "Enquanto a mutação genética que encontramos é extremamente rara, seu efeito no sistema imunológico é um forte indicador de que esse sistema pode ser chave na enfermidade", disse a pesquisadora da University College de Londres Rita Guerrero, coordenadora de um dos estudos.
Não é provável que essa mutação, por si só, seja suficiente para causar a enfermidade. Acredita-se que uma combinação de fatores hereditários contribua para o desenvolvimento do Alzheimer. Os pesquisadores disseram que identificar essa mutação e seu possível papel no desenvolvimento do Alzheimer é um passo importante. "Esse é um passo para que possamos desenvolver tratamentos e intervenções para pôr fim a um dos maiores problemas de saúde deste século", disse Peter St. George-Hyslop, da Universidade de Toronto, no Canadá.
Outro dos principais pesquisadores, Kevin Morgan, da Universidade de Nottinghan, na Inglaterra, disse que "o risco associado a essa nova variante é o maior até o momento e anuncia uma nova era na pesquisa genética (do Alzheimer)". "Finalmente estamos começando a presenciar importantes avanços que, com sorte, terão como resultado o desenvolvimento de terapias para ajudar a aliviar essa condição devastadora", acrescentou.
Os cientistas disseram que, potencialmente, poderiam desenvolver novos medicamentos para controlar o gene TREM2 e impedir que interfira excessivamente na resposta inflamatória. Um dos estudos foi realizado por uma equipe internacional de pesquisadores com base na Grã-Bretanha, Canadá e Estados Unidos, utilizando uma base de dados de 25.000 pessoas. O outro foi realizado por pesquisadores da Islândia, que utilizaram dados de 2.261 idosos do país e logo confirmaram os resultados com mostras representativas da população nos Estados Unidos, Noruega, Países Baixos e Alemanha.

Chá verde ajuda na prevenção contra Alzheimer e câncer



Uma xícara da bebida por dia já é suficiente para sentir os benefícios à saúde

Chá verde
Prevenção: ingerir uma xícara de chá verde por dia ajuda a prevenir demências, como o Alzheimer, e câncer (Ultra F/Thinkstock)
"Quando o chá verde é digerido, as substâncias químicas resultantes são mais eficazes contra o Alzheimer do que a planta fresca"
Ed Okello, estudioso
O chá verde acaba de engrossar a lista de benefícios que traz à saúde humana. Pelo menos é o que diz uma pesquisa publicada no periódico Phytomedicine. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, a bebida de origem chinesa é capaz de proteger o cérebro contra o Alzheimer e outros tipos de demência, além de ter um papel fundamental na prevenção do câncer.
“Nós descobrimos que quando o chá verde é digerido, as substâncias químicas resultantes são mais eficazes contra o Alzheimer do que a planta fresca”, explica Ed Okello, um dos responsáveis pela pesquisa. Entre esses componentes resultantes da digestão estão ainda alguns de propriedades anticancerígenas, capazes de reduzir a velocidade com que as células de um tumor crescem no organismo.
Estudos anteriores já haviam mostrado que os polifenóis, presentes nos chás preto e verde, eram eficazes na proteção das células cerebrais. “Obviamente, há diversos fatores que, juntos, influenciam em doenças como o câncer e a demência - uma boa dieta, exercícios físicos e um estilo de vida saudável são importantíssimos”, destaca Okello. Para o médico, uma xícara de chá verde por dia seria o mínimo necessário para o efeito eficiente da bebida.

Substâncias do chá verde e do vinho tinto podem barrar o Alzheimer



Pesquisadores britânicos descobriram que extratos dessas bebidas interromperam um dos caminhos que desencadeiam o avanço da doença

chá verde
Chá verde: A partir do extrato da bebida, pesquisadores conseguiram barrar, em testes de laboratório, um dos caminhos que levam ao Alzheimer (Thinkstock)
Substâncias presentes no chá verde e no vinho tinto têm o potencial de interromper um dos fatores responsáveis por desencadear a doença de Alzheimer, revelou um novo estudo da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha. A partir de testes feitos em laboratórios, os autores da pesquisa descobriram que a EGCG, uma enzima encontrada no chá, e o resveratrol, presente no vinho, impedem que a proteína beta-amiloide, associada à doença, se ligue às células nervosas do cérebro e provoque a morte delas. Esses achados foram publicados nesta terça-feira no periódico The Journal of Biological Chemistry.

Conheça a pesquisa

ONDE FOI DIVULGADA: periódico The Journal of Biological Chemistry
QUEM FEZ: Jo V. Rushworth, Heledd H. Griffiths, Nicole T. Watt and Nigel M. Hooper
INSTITUIÇÃO: Universidade de Leeds, Grã-Bretanha
RESULTADO: Uma enzima presente no chá verde (EGCG) e o resveratrol, composto encontrado no vinho tinto, são capazes de alterar a forma do aglomerado da proteína beta-amiloide, que é responsável por se ligar às células nervosas do cérebro, danificá-las e até matá-las, caracterizando a doença de Alzheimer. No entanto, deformados, esses aglomerados se tornam incapazes de se ligarem às células nervosas e, portanto, de prejudicá-las.
A doença de Alzheimer é caracterizada por uma acumulação anormal da proteína beta-amoloide no cérebro. Juntas, essas proteínas formam um aglomerado tóxico e pegajoso que se liga a proteínas presentes na superfície das células nervosas do cérebro, podendo prejudicar o funcionamento dessas células e até leva-las à morte. Nessa nova pesquisa, a equipe de especialistas investigou se o formato desses aglomerados — se em formato esférico preciso ou sem forma definida, por exemplo — interfere na capacidade de eles se encaixarem nas proteínas das células nervosas.
Estudos anteriores já haviam indicado que uma enzima encontrada no chá verde e o resveratrol, composto presente no vinho tinto, têm a capacidade de alterar a forma da beta-amiloide.
A partir desse dado, os cientistas formaram, em laboratório, aglomerados de beta-amiloide e juntaram essa substância a células cerebrais de humanos e de animais. Depois, a equipe adicionou extratos de vinho tinto e de chá verde em algumas dessas células. Segundo os autores, quando as substâncias dessas bebidas foram adicionadas às células, o formato do aglomerado de proteínas beta-amiloide de fato se alterou. Além disso, eles observaram que, com a forma distorcida, o grupo de beta-amoloide não foi capaz de se ligar às proteínas da superfície das células nervosas e, assim, não danificaram tais células.
"Esse é um passo importante para aumentar nossa compreensão sobre a causa e a progressão da doença de Alzheimer", diz Nigel Hooper, coordenador do estudo. "Não devemos pensar no Alzheimer como parte natural do envelhecimento, mas sim como uma doença para a qual acreditamos que um dia haverá cura. E é por meio de novas pesquisas como essa que desenvolveremos medicamentos capazes de barrar a doença.”

Disfunção erétil está ligada a doenças cardíacas, diz estudo


Pesquisa feita com quase 100.000 homens observou que a disfunção eleva as chances de eventos cardiovasculares, de hospitalizações por problemas cardíacos e também de morte por qualquer causa

Sexo: Em pesquisa feita com mais de 5.000 homens, 14% deles afirmaram sofrer com falta de desejo sexual durante, ao menos, dois meses
Impotência: Homens com mais de 45 que têm o problema, mesmo sem histórico de condições cardíacas, correm maior risco de sofrerem um evento cardiovascular (Thinkstock)
A disfunção erétil parece elevar o risco de um homem sofrer alguma doença cardiovascular durante a vida, independentemente de ele possuir histórico de problemas cardíacos. E, além disso, quanto mais grave a disfunção, maiores as chances de hospitalização por problemas cardiovasculares ou de mortes por qualquer causa. Essas foram as conclusões de uma pesquisa da Universidade Nacional da Austrália publicada nesta terça-feira no periódico PLoS Medicine.

Saiba mais

DISFUNÇÃO ERÉTIL
Um homem apresenta disfunção erétil quando ele passa a ter dificuldade em ter ou manter uma ereção com certa frequência. As causas podem ser hormonais ou psicológicas, mas a principais são orgânicas: diabetes, obesidade, tabagismo e alcoolismo podem, com o tempo, provocar e elevar a gravidade da disfunção.
De acordo com o estudo, isso não quer dizer que a disfunção erétil necessariamente desencadeie alguma condição cardíaca. No entanto, as conclusões sugerem que pacientes com disfunção erétil, mesmo que não apresentem nenhum fator de risco para problemas cardiovasculares, procurem um médico para avaliar a saúde do coração como forma de prevenção.
Riscos — De acordo com o estudo, homens com mais de 45 anos que nunca apresentaram problemas cardíacos, mas com disfunção erétil de moderada a grave, podem ser até oito vezes mais propensos a ter insuficiência cardíaca em comparação com aqueles que não apresentam a disfunção. Esses homens também têm um risco 92% maior de apresentar doença arterial periférica (estreitamento das artérias nas extremidades inferiores); 66% maior de sofrer um ataque cardíaco; e 60% maior de desenvolver doença isquêmica do coração. Além disso, o risco de morte por qualquer causa é quase duas vezes maior entre esses homens — e o de serem hospitalizados por problemas cardiovasculares, 50% mais elevado.
Ainda segundo a pesquisa, as chances de eventos cardíacos, hospitalização e morte foi ainda maior quando os pesquisadores olharam para homens que já haviam apresentado algum problema no coração e que tinham disfunção erétil.
Avaliação — A pesquisa se baseou nos dados coletados entre 2006 e 2009 de 95.000 homens com mais de 45 anos que participaram do 45 and Up Study,  do Instituto Sax, o maior levantamento contínuo sobre saúde e envelhecimento já feito no hemisfério sul. Esse trabalho analisou mais de 250.000 pessoas acima de 45 anos e inclui várias outras pesquisas.
Para Emily Banks, coordenadora da pesquisa da Universidade Nacional da Austrália, não se sabe ao certo quais são os motivos que fazem com que a disfunção erétil eleve o risco de doenças cardíacas. No entanto, ela acredita que, como as artérias do pênis são menores do que as das outras partes do corpo, elas podem ser mais propensas a manifestar problemas quando são deterioradas. 

Não consegue emagrecer? Reveja o horário das refeições



Em estudo americano, mesmo seguindo a mesma dieta, pessoas que almoçavam mais cedo do que as outras conseguiram perder mais peso

Dieta: Horário em que comemos pode ser fundamental na hora de emagrecer
Dieta: Horário em que comemos pode ser fundamental na hora de emagrecer (Thinkstock)
O horário em que uma pessoa se alimenta pode ser tão fundamental para que uma dieta dê certo quanto o que ela come, concluiu um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Após avaliarem mais de 400 pessoas com excesso de peso, os autores da pesquisa concluíram que quem realiza a principal refeição do dia mais tarde (por exemplo, almoça depois das três horas da tarde) tende a ter maior dificuldade para emagrecer do que aqueles que fazem a refeição mais cedo. Essas conclusões foram publicadas nesta terça-feira no periódicoInternational Journal of Obesity, do grupo Nature.
O estudo, coordenado por Frank Scheer, diretor do Programa de Cronobiologia Médica do Hospital Brigham and Woman, da Universidade Harvard, selecionou 420 indivíduos com excesso de peso que, durante 20 semanas, seguiram um programa de perda de peso baseado na chamada dieta do Mediterrâneo. Metade dos participantes foi orientada a almoçar mais tarde (após as 15 horas) e o restante, mais cedo (antes das 15 horas). O almoço era a principal refeição da dieta seguida, já que era o momento em que 40% das calorias totais ingeridas no dia eram consumidas.
Ritmo - Segundo o estudo, as pessoas que almoçaram mais tarde costumavam consumir menos calorias no café da manhã e eram mais propensas a pular essa refeição. Mesmo assim, ao final da pesquisa, elas apresentaram um ritmo de perda de peso muito menor e perderam significativamente menos peso do que o restante dos participantes. Elas também apresentaram uma menor sensibilidade à insulina, quadro que indica um risco mais elevado de diabetes. As refeições menores não pareceram influenciar na perda de peso.
Os resultados foram semelhantes mesmo após os autores levarem em consideração fatores como ingestão e gasto de calorias. "Nosso estudo enfatiza que o momento da refeição em si pode desempenhar um papel importante na perda de peso. Assim, sugerimos que médicos que indicam programas de emagrecimento levem esse fator em consideração", diz Frank Scheer.

1,5 milhão de mortes prematuras por câncer poderiam ser evitadas todos os anos



Dados de agências internacionais apontam que maioria dos países em desenvolvimento não tem políticas eficazes de prevenção da doença

Risco associado: o stress e a depressão que acompanham quem tem um parceiro com câncer afetam o sistema nervoso, a pressão sanguínea e quadros de inflamação
Dados da OMS apontam que 7,6 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por causa do câncer (Thinkstock)
De acordo com a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC, sigla em inglês) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC, sigla em inglês), 1,5 milhão de mortes prematuras por câncer poderiam ser evitadas todos os anos. O dado, divulgado nesta segunda-feira, Dia Mundial do Câncer, aponta que para evitar essas mortes, é preciso estabelecer medidas para alcançar as metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2025.
Atualmente, 7,6 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por causa do câncer. Dessas, 4 milhões são mortes prematuras, de pessoas com idades entre 30 e 69 anos. De acordo com os órgãos, se não forem feitas mudanças nas políticas de tratamento da doença, até 2025 o número anual de mortes prematuras deve subir para 6 milhões.
“Há uma necessidade de comprometimento global para ajudar nos avanços políticos e incentivar a implementação de planos nacionais de controle do câncer. Se conseguirmos sucesso nisso, teremos uma responsabilidade coletiva em apoiar países de renda baixa e média, que precisam resolver epidemias de câncer sem os recursos necessários”, diz Christopher Wild, diretor o IARC.
Prevenção — Segundo dados divulgados pela OMS, mais da metade dos países do mundo têm dificuldades em prevenir o câncer e em fornecer tratamento adequado aos pacientes. Isso significa que esses países não conseguem manter um controle efetivo da doença, que inclui programas de prevenção, de detecção precoce e de terapias. Apenas 17% dos países africanos, por exemplo, e 27% dos países de baixa renda têm programas de controle da doença.
Dados da OMS apontam ainda que 13 milhões de novos casos são diagnosticados todos os anos no mundo. Mais de dois terços desses novos casos e das mortes acontecem em países em desenvolvimento, nos quais a incidência da doença continua a crescer em níveis alarmantes. Pesquisas demonstram que cerca de um terço das mortes acontecem em função de situações de risco como uso de tabaco, obesidade, bebidas alcoólicas e infecções.
Brasil — O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou nesta segunda-feira uma campanha que busca esclarecer os mitos e verdades sobre a doença. Entre outras questões, o instituto aborda temas como a maior incidência da doença em mulheres, os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento de um tumor e a prevenção dos casos mais comuns no país, como o câncer de pele.
De acordo com o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), cerca de 70% dos pacientes com tumores de bexiga tratados no centro tinham histórico de tabagismo — um dos principais fatores de risco para a doença. Dos pacientes tratados com esse tipo de tumor, 50% tiveram diagnóstico tardio, sendo o sangue na urina o sinal clínico mais importante, manifestado em 88% dos casos.
Dados do Icesp apontam ainda que cerca de 30% dos pacientes com câncer na orofaringe (boca, garganta e faringe) que passaram por operação podem ter desenvolvido o câncer em decorrência do papiloma vírus humano (HPV). O Instituto recebe, em média, 1.200 novos casos cirúrgicos dessa doença por ano. De total de pacientes atendidos pela unidade de Cabeça e Pescoço, 11% tiveram ou ainda têm dependência alcoólica — 95% dos pacientes com esse perfil são homens.