sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cigarro e álcool aumentam chances de câncer bucal e de pescoço



Em média, 14 mil novos casos são diagnosticados por ano, diz Instituto.
É preciso ficar atento aos sinais emitidos pelo corpo, alerta especialista.


Os cânceres de boca, cabeça e pescoço se desenvolvem principalmente em pessoas que bebem ou fumam. Como são pouco conhecidos, a população se preocupa menos em evitá-lo. Mas a falta de prevenção faz cada vez mais vítimas no país.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer, em média, 14 mil novos casos são diagnosticados por ano no país. “Os principais fatores para este câncer são o álcool e o fumo, além de algum vírus. Mas os principais são o álcool e o fumo”, afirma o dentista Glauco Issamu, supervisor do Centro de Oncologia Bucal.
Aos 60 anos, o aposentado Francisco Sanches Moreno descobriu por acaso que sofria de câncer. “Um dente meu que ficou mole, procurei o dentista, ele colheu o material e descobriu que era um câncer”, afirma Moreno. Assim que soube da doença, ele procurou ajuda no Centro de Oncologia Bucal da Unesp de Araçatuba (SP). Para retirar o tumor, o aposentado passou por cirurgia e perdeu parte da mandíbula.
Francisco fumava dois maços de cigarro por dia. Depois da doença, decidiu mudar de hábito. “Fumava dois maços por dia. O último cigarro que fumei foi quando entrei para fazer a cirurgia. Depois disso nunca mais”, conta Moreno.
É preciso ficar atento aos sinais emitidos pelo corpo, para que a doença seja descoberta no seu estágio inicial. “Uma ferida na boca que não se cicatriza por mais de 10 ou 15 dias tem de procurar um especialista para saber o que está acontecendo”, explica Issamu.

Um estilo de vida ativo pode desacelerar o mal de Alzheimer



Pesquisadores da Califórnia encontraram uma forte associação entre a produção de energia e volume de substância cinzenta em áreas do cérebro


As áreas do cérebro que se beneficiam de um estilo de vida ativo são as que consomem mais energia
Foto: Ari Gomes/15-09-2012
As áreas do cérebro que se beneficiam de um estilo de vida ativo são as que consomem mais energiaARI GOMES/15-09-2012
RIO - Um estilo de vida ativo ajuda a preservar a massa cinzenta do cérebro de adultos e pode reduzir a demência e o mal de Alzheimer, de acordo com estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. A pesquisa foi realizada através da análise da estrutura do cérebro de 876 adultos, com média de 78 anos de idade.
— Nós tivemos 20 anos de dados clínicos sobre o grupo, incluindo índice de massa corporal e hábitos de vida — explica Cyrus Raji, um dos autores do estudo. — Nós tiramos nossos pacientes de quatro locais em todo o país e fomos capazes de avaliar a produção de energia na forma de quilocalorias por semana.
Depois de controlar idade, tamanho de cabeça, disfunção cognitiva, sexo, índice de massa corporal e educação, os pesquisadores encontraram uma forte associação entre a produção de energia e volume de substância cinzenta em áreas do cérebros. O maior gasto calórico foi relacionado a maiores tamanhos nos lóbulos frontal, temporal e parietal, incluindo o hipocampo, o cíngulo posterior e os gânglios basais.
— A massa cinzenta inclui neurônios que funcionam na cognição — explica Raji. — As áreas do cérebro que se beneficiam de um estilo de vida ativo são as que consomem mais energia e, aos mesmo tempo, são muito sensíveis a danos.
A demência atinge mais de 35 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com a doença, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e o número deve dobrar até 2030. O mal de Alzheimer é a maior causa para o problema e, atualmente, não tem cura.

Aumentam no Brasil os novos casos de Aids em maiores de 50 anos



No Dia Mundial de Combate à doença, situação entre os mais velhos preocupa. Para especialista, preservativos são importantes em qualquer idade


O número de novos casos entre maiores de 50 cresceu de 5803 para 6032 no mesmo período
Foto: AFP
O número de novos casos entre maiores de 50 cresceu de 5803 para 6032 no mesmo períodoAFP
RIO - O Boletim Epidemiológico Aids, divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde, mostrou a queda de crianças infectadas entre 2009 e 2011. Passou de 541 há dois anos para 469. Um detalhe, porém, chamou a atenção no outro extremo da pesquisa por idade. O número de novos casos entre maiores de 50 cresceu de 5803 para 6032 no mesmo período.
Quanto a infectados por 100 mil habitantes, diminuiu na faixa entre 50 e 54 anos (27,7 para 26,4) e na com mais de 60 anos (8,1 para 7,8), mas cresceu entre 55 e 59 anos (19,9 para 20,5). Os números, divulgados dias antes o Dia Mundial de Combate à Aids, realizado neste sábado, mostram que o poder público ainda tem muito a se preocupar com a doença.
Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e chefe do setor de geriatria do Hospital Balbino, Lenita Balbino alerta para o fato de que, mesmo depois dos 50 anos, é preciso fazer uso de preservativos.
— Muitos nessa idade ainda pensam no preservativo como forma de evitar apenas a gravidez, porém devem lembrar que o preservativo também evita as doenças sexualmente transmissíveis e o vírus HIV.

Inca diz que políticas contra o fumo evitaram a morte de 420 mil brasileiros



Modelo matemático avaliou impacto de ações no país entre 1989 e 2010.
Conclusão é que leis antifumo, impostos e imagens fortes fizeram efeito.

Fumaça tóxica cigarro (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)Publicidade em maços e pontos de venda mostra
criança rejeitando comida por causa de fumaça
de cinzeiro (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
Cerca de 420 mil brasileiros deixaram de morrer por causa do fumo entre 1989 e 2010 devido às políticas públicas adotadas no período, segundo cálculos feitos por um modelo matemático americano adaptado ao país pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), cujos resultados foram publicados nesta terça-feira (6) na revista "PLoS Medicine".
As políticas públicas incluem a implantação de leis antifumo, aumento de impostos sobre cigarros, diminuição da publicidade de marcas nos meios de comunicação e as imagens fortes de doenças que podem acometer os fumantes publicadas nas embalagens.
Segundo o pesquisador da divisão de epidemiologia do Inca, André Szklo, de 1989 até 2050 seria possível salvar 7 milhões de brasileiros por parar de fumar ou nem começar. Além das mortes, as medidas evitariam vários tipos de câncer, problemas respiratórios e doenças cardiovasculares, entre outras.
"Se o país não tivesse implementado nenhuma política, em 2010, 31% da população seria fumante, ou seja, uma em cada três pessoas com 18 anos ou mais. Atualmente, com o que foi feito, temos 16,8% de fumantes. Essa diferença de quase 50% na prevalência representa muitas mortes que foram evitadas", avalia Szklo, que trabalhou em conjunto com a chefe da divisão do Inca, Liz Maria de Almeida.
Segundo as previsões do instituto, mesmo se nada mais for feito até 2050, a tendência é de que o número de fumantes no Brasil continue diminuindo e chegue a 10,3%. Caso o controle seja reforçado, com o preço do cigarro mais alto e uma maior restrição à publicidade, a vida de mais 1,3 milhão de pessoas poderia ser poupada nos próximos 38 anos – além das 7 milhões já calculadas.
"Mas não basta ter a lei, é preciso aplicá-la. Sabemos que adolescentes menores de 18 anos ainda conseguem comprar cigarro no país. Outro ponto é que, quanto menos pessoas fumarem no ambiente de trabalho e nos restaurantes, haverá uma norma enraizada de que aquilo é proibido e faz mal", diz o pesquisador do Inca.
Essa estratégia, na opinião de Szklo, serviria para "desnormalizar" o cigarro, que deixaria de ser visto como algo socialmente aceitável. O cientista cita como exemplo os antigos cigarrinhos de chocolate vendidos no Brasil, que poderiam estimular crianças e adolescentes a fumar e, desde 2002, foram proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Campanha saúde cigarro (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)Ação destaca efeitos do cigarro, como impotência e doenças terminais (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
Modelo americano
O cálculo que o Inca usou se baseia no modelo conhecido como SimSmoke, criado pela Universidade Georgetown, em Washington, nos EUA, e usado por outros 30 países. Segundo o cientista David Levy, do departamento de ncologia da universidade, esse instrumento usa equações matemáticas para identificar os efeitos que ocorrem em pessoas que começam a fumar, em indivíduos que interrompem o vício ou em quem sofre recaídas ao longo do tempo.
"O Brasil é líder entre os países mais bem-sucedidos no controle do tabaco, e serve de exemplo para outras nações, como os EUA, que poderiam evitar milhões de mortes com avisos mais fortes de saúde e novos impostos sobre os cigarros", afirma Levy.
Segundo ele, as imagens chocantes contribuem para que as pessoas deixem de fumar ou sejam desencorajadas a começar. Apesar de esses alertas de saúde serem uma política pública importante, porém, o americano acredita que a taxação dos produtos é a principal medida.
Posição da indústria
Procurada pelo G1, a Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) informou que não teve acesso ao estudo do Inca nem à metodologia usada por ele. Por essa razão, reserva-se o direito de não comentar a pesquisa.
Em relação às ações de suas empresas associadas, que incluem a Souza Cruz e a Philip Morris, a Abifumo disse que as companhias comunicam claramente em seus sites os riscos à saúde que o fumo pode causar. Além disso, as marcas imprimem, nas embalagens e nos pôsteres fixados em pontos de venda, as advertências aprovadas pela Anvisa.
A Abifumo apontou, ainda, que as empresas associadas "cumprem rigorosamente a legislação regulatória vigente".
Em nota, a Souza Cruz divulgou que "apoia as políticas de regulamentação do setor de tabaco, desde que sejam equilibradas e atendam a todas as partes interessadas, incluindo a cadeia produtiva do tabaco, a indústria, os fumantes e os não fumantes".
Fumantes no Brasil
Dados do Inca apontam que 25 milhões de pessoas fumam atualmente no país. Segundo a mais recente Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab), feita em 2008, do total de homens brasileiros, 21,4% fumam e, do total de mulheres, 13% têm o vício.
A maior concentração de fumantes estava na Região Sul, com 19% da população local ou 4 milhões de pessoas. Em seguida, vinham o Sudeste (10 milhões), Nordeste (6,6 milhões), Norte (1,8 milhão) e Centro-Oeste (1,7 milhão).
A PETab foi feita em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na época da realização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008. O próximo levantamento do Inca sobre o tema deve ser feito no ano que vem e vai entrar na Pesquisa Nacional de Saúde, da qual também participará a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Este ano, em abril, o Ministério da Saúde divulgou a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada nas 26 capitais e no Distrito Federal. Os resultados mostraram que os fumantes representam menos de 15% da população brasileira.
O número de fumantes pesados, que consumiam mais de 20 cigarros por dia, também havia caído, para 4,3%. Apesar disso, 11,8% das pessoas eram fumantes passivas. Segundo o ministério, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta R$ 19 milhões por ano com diagnóstico e tratamento de doenças provocadas apenas pelo tabagismo passivo.

Fumar maconha na adolescência diminui QI na vida adulta, diz estudo



Danos à memória e à atenção são maiores quanto mais jovem for o usuário.
Pesquisa acompanhou mais de mil pessoas por 35 anos na Nova Zelândia.

Adolescentes que fumam maconha podem se tornar adultos menos inteligentes, segundo um novo estudo feito em conjunto por pesquisadores britânicos e neozelandeses.
Os resultados, publicados na revista científica americana "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), apontam que o quoeficiente de inteligência, o famoso QI, sofre uma redução pelo uso contínuo da planta da espécie Cannabis sativa.
Foram avaliadas 1.037 pessoas (52% homens) nascidas entre 1972 e 1973 na cidade neozelandesa de Dunedin. A maioria foi acompanhada dos 3 aos 38 anos de idade.
De acordo com os autores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, da Universidade Duke e do King’s College de Londres, ambos no Reino Unido, o prejuízo psicológico e cognitivo – ligado a áreas como atenção, raciocínio e memória – é maior entre os usuários mais jovens.
De acordo com estudo da Unifesp, 8 milhões de brasileiros disseram já ter experimentado a droga alguma vez na vida. (Foto: David McNew/Getty Images/AFP)Segundo um estudo conduzido pela Unifesp e divulgado no início do mês, 8 milhões de adultos brasileiros admitem já terem experimentado maconha alguma vez na vida (Foto: David McNew/Getty Images/AFP)
Os pré-adolescentes também tendiam a se tornar usuários persistentes anos mais tarde. Segundo os cientistas, liderados pela pesquisadora Madeline Meier, os efeitos tóxicos da maconha sobre o cérebro continuaram se manifestando no dia a dia mesmo depois da interrupção do uso, de os indivíduos passarem por anos de educação formal e de evitarem outras drogas – incluindo as lícitas, como o álcool.
Os problemas cognitivos foram relatados também por pessoas que conheciam bem os voluntários. De acordo com os autores, como a interrupção ou a diminuição do consumo deCannabis não foi capaz de restaurar completamente o funcionamento cerebral, isso pode estar ligado ao fato de a adolescência ser uma fase de grande desenvolvimento do órgão.
Os pesquisadores concluem, então, que deve haver um esforço conjunto para retardar o início do uso da maconha, na tentativa de minimizar seus danos à inteligência.

Fumo 'apodrece' cérebro, diz estudo britânico



Estudo diz que cigarro e maus hábitos afetam a memória e o aprendizado.

Cigarro pode afetar o cérebro em longo prazo, diz estudo (Foto: BBC)Cigarro pode afetar o cérebro em longo prazo, diz
estudo (Foto: BBC)
O cigarro "apodrece" o cérebro ao danificar a memória, o aprendizado e o raciocínio lógico, segundo um estudo feito por pesquisadores da universidade King's College London, na Inglaterra.
A pesquisa feita com 8,8 mil pessoas com mais de 50 anos mostrou que alta pressão sanguínea e estar acima do peso também afetam o cérebro, mas não na mesma medida.
Cientistas envolvidos na pesquisa afirmam que as pessoas precisam perceber que o seu estilo de vida afeta tanto a mente quanto o corpo.
A pesquisa foi publicada na revista científica "Age and Being".
Os pesquisadores investigaram o elo entre o cérebro e as probabilidades de ataque cardíaco e derrame.
Os voluntários da pesquisa -- todos com mais de 50 anos -- participaram de testes de memorização de novas palavras. Eles também eram instigados a dizer o maior número de nomes de animais em um minuto.
Os mesmos testes foram realizados após quatro anos e depois oito anos.
Os resultados mostraram que o risco de ataque cardíaco e derrame "estão associados de forma significativa com o declínio cognitivo". As pessoas com maior risco foram as que mostraram maior declínio.
Também foi identificada uma "associação consistente" entre fumo e baixos resultados no teste.
"O declínio cognitivo fica mais comum com o envelhecimento e para um número cada vez maior de pessoas interfere com o seu funcionamento diário e bem-estar", diz Alex Dregan, pesquisador que trabalhou no estudo.
"Nós identificamos uma série de fatores de risco que poderiam ser associados ao declínio cognitivo, e todos eles podem ser modificados. Nós precisamos conscientizar as pessoas para a necessidade de mudanças de estilo de vida por causa do risco de declínio cognitivo".
Para Simon Ridley, pesquisador da entidade Alzheimer's Research UK, o declínio cognitivo ao longo dos anos pode levar a doenças como demência.
Outra entidade britânica de estudo do Alzheimer -- a Alzheimer's Society -- emitiu uma nota na qual elogia o estudo da King's College London.
"Todos sabemos que cigarro, alta pressão sanguínea, altos níveis de colesterol e alto índice de massa corpórea fazem mal ao coração. Essa pesquisa acrescenta vários indícios de que isso pode fazer mal à cabeça também".

Falta de prevenção leva população masculina a liderar sobrepeso



Homens são os que mais tomam refrigerante e comem carnes gordurosas

Na semana em que o Ministério da Saúde revelou que o brasileiro, em sua maioria, luta contra a balança, as estatísticas mostram que são os homens os que têm os piores hábitos alimentares e, por consequência, são os que mais aparecem nas tabelas sobre excesso de peso e obesidade. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) informou que, em 2011, 52,6% da população masculina apresentavam sobrepeso — Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 25 e menor que 30 —, contra 44,7% das mulheres.
Quando se trata de obesidade — IMC maior que 30 —, há um empate técnico entre homens e mulheres, com 16% para cada gênero. Mas são os homens que consomem mais carne com gordura, bebem álcool de forma abusiva, tomam refrigerante.
Para o psiquiatra Adriano Segal, diretor de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o excesso de peso atinge mais a população masculina não por diferenças fisiológicas entre homens e mulheres, mas por aspectos culturais.
— Não apenas no Brasil, mas na maioria dos países, a mulher aceita mais que se vá ao médico e se cuide de forma preventiva. Eles, em vez de prevenir, já nos buscam para fazer o tratamento.
O desleixo dos homens com a prevenção, segundo o psiquiatra, reflete não só no tamanho da barriga como na expectativa de vida, já que os hábitos alimentares são um dos fatores na hora de calculá-la. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, a expectativa dos homens brasileiros ao nascer é de 70,65 anos, enquanto para as mulheres chega a 77,41 anos.
Segal alerta que, apesar de as estatísticas apresentadas pelo Ministério da Saúde mostrarem que a população masculina, a medida em que chega à terceira idade, passa a consumir menos carne vermelha, tal moderação não pode ser considerada a melhor das vantagens. Segundo a pesquisa, a partir da faixa etária de homens entre 18 e 24 anos, 51% comem carne com gordura regularmente. Entre os que já passaram dos 65, o consumo cai para 27,6%. Os números, segundo Segal, transparecem na média de idade dos pacientes que o procuram em seu consultório. Segundo o médico, a maioria já chegou aos 40 anos.
— A deposição de gordura ruim nas paredes dos vasos sanguíneos começa cedo, na infância. Se o homem resolver reduzir o consumo exagerado de carne gordurosa aos 50, a gordura estará lá (nos vasos). O hábito do passado vai cobrar seu preço no futuro.
O endocrinologista Henrique Suplicy, concorda que a obesidade masculina ocorre com mais frequência por aspectos culturais. Em seu consultório, para cada 20 mulheres atendidas, chega um homem.
— Não há tendência fisiológica para homens acumularem mais gorduras que as mulheres. A diferença está apenas no fato que homens acumulam mais gordura no abdomem, enquanto elas nas coxas e quadril. O excesso de peso, no entanto, tem aumetado para ambos os sexos, mas a maioria masculina é um aspecto cultural, falta de vaidade — diz Suplicy, que recomenda o consumo de carne de peixe, lombo de porco e frango sem pele em detrimento da carne bovina, mais gordurosa.

Excesso de gordura prejudica o cérebro e pode provocar doenças



Consumo excessivo destrói os neurônios e faz a pessoa querer comer mais.
Além disso, o excesso causa problemas cardiovasculares e nas artérias.

Todo mundo sabe que comer um sanduíche com mortadela, salsicha ou linguiça é uma delícia. Mas é preciso cuidado porque esses alimentos são gordurosos e, se consumidos em excesso, podem causar problemas para a saúde.
O Bem Estar desta quarta-feira (22) recebeu o endocrinologista Alfredo Halpern e a nutricionista Ana Maria Lottenberg para mostrar como a gordura age no organismo e como consumi-la da maneira correta para evitar problemas. O endocrinologista Alfredo Halpern explica que a gordura pode fazer bem para o corpo se consumida dentro do recomendado. O excesso pode causar problemas nas artérias, no cérebro, e provocar doenças como diabetes e obesidade.
Arte certa Gordura Bem Estar (Foto: Arte/G1)
Além disso, pesquisas mostram que o consumo excessivo da gordura saturada de origem animal provoca uma inflamação no hipotálamo, a região do cérebro que controla a fome e a saciedade. Isso destrói os neurônios e a pessoa não se sente mais saciada e come mais.
Além disso, esse excesso provoca também um “estresse” metabólico das células, que ficam desorganizadas.
Por isso, a gordura deixa de ser depositada apenas nas células adiposas e começa a se instalar também em alguns órgãos, como o fígado e o pâncreas.
Outro problema do consumo de alimentos gordurosos é a digestão, que é mais lenta, ou seja, a gordura demora mais para ser eliminada do estômago.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde os anos 70, o brasileiro vem mudando sua alimentação com dietas que não atendem às necessidades nutricionais do organismo.
O consumo de refrigerante, refeições prontas, misturas industrializadas cresceu, assim como o de alimentos embutidos, como a salsicha, frios e lingüiças – aumentou em 300%.
A nutricionista Ana Maria Lottenberg recomenda que a gordura represente apenas 30% da alimentação para uma dieta balanceada.
Desses 30%, apenas 7% deve ser gordura saturada. Grande parte deve ser de gordura de origem vegetal, que é a menos prejudicial. Por isso, saber qual a quantidade de cada alimento ajuda a se manter dentro da dieta saudável.
Em uma fatia de mortadela de 50 gramas, por exemplo, tem 12,5 gramas de gordura total, sendo 5 delas de gordura saturada. Ou seja, 25% desse alimento é gordura. Já uma salsicha, também de 50 gramas, possui 13 gramas de gordura, sendo 4 delas de gordura saturada, o que dá 26% de gordura.
Saber escolher o tipo da linguiça também pode ajudar na dieta. Por exemplo, 50 gramas da linguiça toscana tem 9 gramas de gordura, sendo 4 delas saturada. Isso significa 18% de gordura no alimento, um percentual menor do que os outros. Mas, se você preferir a linguiça portuguesa, esse percentual aumenta para 32% e isso já é um número preocupante.
Todos esses alimentos são carnes processadas, que não têm ferro e têm poucas vitaminas. Elas têm muito sal, conservantes e gordura e, por isso, não devem ser consumidas com frequência.
E é importante lembrar também que, durante um dia inteiro, uma pessoa irá ingerir outras gorduras que, somadas à mortadela, por exemplo, ultrapassarão o consumo recomendado.
O modo de preparo também pode interferir nas características do alimento. Por exemplo, a linguiça ganha entre 5 e 8 gramas de gordura se for frita, o que corresponde a mais ou menos 50 calorias a mais na alimentação. A dica é prepará-la no forno, assada, sem usar óleo ou refogá-la com tomate ou cebola e, se quiser, usar um fio de óleo.
Para a nutricionista Ana Maria Lottenberg, a gordura trans, que também se chama gordura vegetal hidrogenada, é a mais prejudicial à saúde. Esse tipo de gordura aumenta o colesterol total e o colesterol “ruim”. Em longo prazo, as conseqüências disso aparecem e podem surgir doenças como infarto e derrame cerebral.
Mas a gordura trans ajuda a melhorar a consistência e aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que todos os alimentos tragam em sua embalagem a quantidade de gordura trans presente nas fórmulas. 

Síndrome metabólica é fator de risco para infartos e derrames





No Bem Estar, cardiologista Roberto Kalil falou sobre o tema.
Ginecologista José Bento explicou a síndrome dos ovários policísticos.

A síndrome metabólica aumenta o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais – AVCs, também conhecidos como derrames. No caso das mulheres, há um problema hormonal muito comum chamado síndrome dos ovários policísticos, que pode levar à síndrome metabólica, além de problemas de fertilidade.
O programa trouxe o consultor Roberto Kalil, que é cardiologista, para explicar os riscos que a síndrome metabólica oferece ao sistema circulatório. O também consultor José Bento, ginecologista, veio para explicar o que é a síndrome dos ovários policísticos.
Arte síndrome metabólica e ovário policístico (Foto: arte / G1)
A síndrome dos ovários policísticos, como o próprio nome diz, consiste no acúmulo de cistos no ovário. Como é um distúrbio hormonal, leva aos problemas mostrados no infográfico acima. Além disso, tem como consequência a resistência das células à insulina, o que dificulta a entrada da glicose nas células.
O pâncreas então passa a produzir mais insulina e colocá-la na corrente sanguínea. Essa insulina chega ao cérebro e isso cria a necessidade de se consumir açúcar – ou pães e massas, que viram açúcar dentro do corpo.
Síndrome metabólica
Para detectar os sintomas da síndrome metabólica descritos acima, é importante fazer acompanhamento médico. A pressão e a circunferência abdominal podem ser medidos em qualquer exame de rotina, no consultório mesmo. Os índices de glicemia, triglicerídeos e colesterol são obtidos por meio de exame de sangue.
De toda forma, os fatores estão relacionados à obesidade. Quanto a isso, não há segredo: mudanças na alimentação e prática de exercícios físicos são o caminho para perder peso.
Em Marília (SP), o caso de um soldado da Polícia Militar que descobriu que tinha a síndrome mexeu com todo o batalhão. Os colegas perceberam a importância de manter a forma e decidiram, em conjunto, perder uma tonelada.

Primeiros quilos perdidos costumam ser de massa magra, diz médico



Alfredo Halpern falou mais sobre alimentação saudável e emagrecimento.
Queima de calorias começa por carboidratos e depois passa às gorduras.

O endocrinologista Alfredo Halpern explicou, logo após o Bem Estar desta quarta-feira (10), que a queima de calorias no corpo começa pelos carboidratos (açúcares) e depois de algumas horas passa a eliminar as gorduras.
O estoque de carboidratos no corpo em geral não vai além de 500 gramas, segundo o médico. E o grande segredo é comer menos calorias do que a pessoa gasta.
O pão não é vilão, nem outros alimentos, na opinião do especialista. Ele acredita que também não há "mocinhos" por inteiro. Um recurso comportamental para quem adora pães é retirar o miolo. E a opção integral também deve ser levada em conta.
Há exames que medem o quanto um indivíduo perdeu de massa magra e gordura. Apenas se a perda de peso for muito acentuada será possível notar visualmente essa diferença. E os primeiros quilos eliminados, em geral, são de músculos.
Dependendo do tipo de barriga que um indivíduo tem, a perda é mais fácil. Se ela for dura, com gordura visceral, vai embora mais rapidamente. Por via de regra, a circunferência da cintura ideal para as mulheres é abaixo de 80 cm, e a faixa de perigo é acima de 88 cm. Para os homens, até 94 cm é o adequado, e além de 102 cm já se considera motivo de alerta. E a medida deve ser feita entre a última costela e o osso da bacia.
Frutas, verduras, grãos, castanhas e alimentos coloridos são boas opções para uma vida mais longa e saudável, destacou Halpern.

Comece devagar e saiba seus limites na hora de fazer uma atividade física



Veja dicas para perder peso, ganhar massa muscular e ter mais bem-estar.

São vários os motivos que levam as pessoas a iniciar uma atividade física. A maioria realmente quer perder peso, mas também há as que pretendem ganhar massa muscular, força, resistência e flexibilidade.
Outros, além de melhorar o condicionamento físico, gostam da sensação de bem-estar que os exercícios proporcionam. E, por fim, existe o grupo dos hipertensos, diabéticos, cardíacos e indivíduos com colesterol e triglicérides altos, que buscam uma academia ou um lugar ao ar livre para melhorar a qualidade de vida.
O preparador José Rubens D'Elia e o educador físico Mauro Guiselini foram os convidados desta sexta-feira (16) e ensinaram uma série de atividades para você não ficar parado e terminar bem a semana.
Exercícios (Foto: Arte/G1)
Para quem não trabalha carregando coisas pesadas, os braços são músculos pouco exercitados, já que as máquinas geralmente fazem esse trabalho. Mas aí, na hora de carregar um peso maior, como uma mala, um móvel ou uma criança, se uma pessoa tiver os músculos fracos poderá apresentar problemas sérios e sentir dores. Por isso, é importante fortalecer sobretudo o tríceps e o bíceps.
Firmas as pernas também é importante, porque elas carregam os músculos usados em qualquer deslocamento do corpo. Existem exercícios de agachamento que podem malhar boa parte dessa região.
No abdômen, estão localizados alguns músculos profundos, que são fundamentais para a sustentação corporal, pois mantêm a estabilidade da coluna, uma postura correta e previnem contra dores e o aparecimento de lesões.
A hidroginástica, por não ter o impacto de outras atividades físicas, é ótima para obesos e idosos, que têm limitações de movimentos. Para quem pensa que esse exercício é sempre fácil, há níveis mais intensos, tanto que a hidroginástica é usada na recuperação de jogadores de futebol. Também melhora a resistência do corpo, o fortalecimento muscular e dá uma sensação de bem-estar, principalmente para quem gosta de água.

Células de gordura podem murchar, mas o número delas se mantém


Pessoa que já foi gorda tem que cuidar do peso para o resto da vida.

No Brasil, 15% da população é obesa, segundo dados oficiais.

Muitas pessoas acham que os gordinhos são assim porque querem, e atribuem o excesso de peso a preguiça, falta de vergonha ou desleixo.
O fato é que a obesidade é uma doença, e esse número vem crescendo no mundo todo. No Brasil, 15% da população já é considerada obesa, segundo os dados oficiais mais recentes.
O endocrinologista Alfredo Halpernexplicou que, quando um indivíduo engorda, produz uma quantidade maior de células de gordura. Ao emagrecer, essas células murcham, mas não desaparecem – a quantidade só aumenta, nunca diminui.
Gordinhos vale este (Foto: Arte/G1)
Quem já foi obeso guarda no corpo as células de gordura que um dia foram inchadas, além de sofrer mudanças na expressão de genes que favorecem a obesidade, como aqueles que estocam energia. É por essa razão que o metabolismo fica mais lento.Portanto, alguém que já teve 100 kg e hoje está com 60 kg jamais será igual a uma pessoa de 60 kg que nunca ganhou peso.
Quanto mais tempo o indivíduo mantiver um peso alto, portanto, mais células gordurosas vai produzir e por mais tempo o corpo vai guardar a informação desse número na “memória”.
Preconceito contra os gordos
De acordo com uma pesquisa feita no Brasil em 2010, sete em cada dez empresários têm algum tipo de restrição para contratar pessoas acima do peso. E essa é uma constatação de quem está na fila do emprego.
O excesso de peso sempre chama a atenção, não interessa quem é a pessoa, se tem fama ou é anônima.
O ator Leandro Hassum, que trabalha no Zorra Total, diz que já sofeu com pré-julgamentos sobre sua condição de saúde e limitações físicas. Ele foi recusado para um emprego de garçom porque um uniforme sob medida teria que ser feito especialmente para ele.
Apesar dos quilos a mais, Leandro não descuida da aparência nem do bom gosto. E dá dicas para as mulheres mais cheinhas: cuidar do cabelo, das unhas, da pele, da higiene e do visual em geral.
Ele também revela que, quando encontra alguma roupa legal que sirva, já leva várias para garantir, mesmo que sejam todas da mesma cor.
No vídeo ao lado, você vê como obesos sofrem preconceito na hora de buscar um trabalho formal. Vanessa Santana, que está desempregada, foi até uma central de empregos para procurar uma oportunidade. Ela acredita que, se fosse mais magra, já teria conseguido uma vaga.
E a manicure Alexandra Silvério recebeu dicas do recrutador de recursos humanos Renato Grinberg para voltar ao mercado.
Segundo ele, algumas profissões dependem mais da aparência, como é o caso de vendedores e recepcionistas. Mas, para qualquer posição, o visual tem importância porque representa a imagem da empresa. E não é questão de estar bonito, mas bem-cuidado.

Doces ou não, alimentos podem alterar as taxas de açúcar no sangue



Endocrinologista Alfredo Halpern explicou o que é hipoglicemia.

A vontade de comer doce muitas vezes não tem hora, mas há as preferências gerais, como depois do almoço ou no meio da tarde. O Bem Estar fez uma enquete aqui no nosso site e 43% das pessoas responderam que sentem mais desejo após as refeições. Outros 31% votaram que gostam mais à tarde, no lanche (veja o resultado completo no fim da página).
Mas não é apenas o doce, aquele alimento que tem gosto de açúcar, o responsável por aumentar as taxas de glicose no sangue – o chamado índice glicêmico, que deve ser levado em conta também antes e depois dos exercícios. Cenoura, bolacha de água e sal e uva passa, a princípio inofensivos, são capazes de elevar o índice de açúcar na corrente sanguínea.
Já alimentos como iogurte, pera e cereais têm o poder contrário. No meio termo, ficam arroz, feijão, suco de laranja e chocolate, entre outros.
Para explicar como funciona o processamento do açúcar no corpo humano e por que é importante observar o que se come – para não ter uma crise de hipoglicemia ou diabetes –, o Bem Estar desta quarta-feira (14) contou com a presença do endocrinologista Alfredo Halpern e da nutricionista Mônica Beyruti.
Açúcar (Foto: Arte/G1)
Segundo a nutricionista, a melhor hora para comer um doce é depois de uma refeição completa e variada. Dessa forma, o açúcar é absorvido mais devagar, por causa das fibras dos outros alimentos. Além disso, como o doce costuma ser mais calórico, quando a pessoa se satisfaz com a refeição primeiro se sente mais saciada e tende a ingerir menos doce.
Alimentos com fibras (que estão presentes em cascas, bagaços e polpas de frutas, na celulose das verduras e legumes, e nos grãos integrais) têm uma absorção mais lenta do que alimentos de carboidratos complexos, como o arroz branco, o macarrão, o pão francês e a batata, por exemplo. Ou seja, os produtos fibrosos tendem a ter um índice glicêmico menor que os carboidratos complexos.
Em geral, tudo o que uma pessoa come e bebe aumenta a taxa de açúcar no sangue, enquanto todo tipo de atividade física precisa de energia e, portanto, diminui a glicemia (os músculos absorvem mais o açúcar).
Alimentos de índice glicêmico maior são indicados para quem está em uma crise de hipoglicemia, porque são uma descarga rápida de energia no corpo, ou então para quem acabou de fazer exercício e precisa recuperar o que foi gasto.
No dia a dia, prefira alimentos de índice glicêmico menor, porque são absorvidos de forma mais gradual pelo corpo, o que é mais saudável. Uma boa dica para quem quer comer algo e não abrir o apetite é a fruta. A frutose, que é o açúcar da fruta, é outro tipo de carboidrato simples, mas que exige um processamento diferente do corpo, pois não precisa insulina. Sem isso, não há quedas nos níveis de glicemia e a fruta não dará mais fome.
Hipoglicemia
Quando uma pessoa come, o alimento é absorvido, digerido, e o açúcar vai para o sangue, o que aumenta a taxa da substância dentro dos vasos.
Em resposta, o pâncreas produz mais insulina, hormônio que carrega o açúcar para o interior das células, onde será usado como fonte de energia.

Alguns indivíduos têm um pâncreas “atrasado”, o que significa que o intervalo de tempo entre a ingestão de um alimento com teor de açúcar e a produção de insulina é maior que o normal. Quando isso acontece, o nível de açúcar no sangue cai.

O cérebro, então, percebe a queda de energia e aciona dois hormônios. A adrenalina sai da glândula suprarrenal, que fica acima dos rins, e se espalha pelo corpo para avisar que a glicose é necessária. Esse processo acaba causando ansiedade, tremor, transpiração e palidez.
Já o glucagon é liberado pelo pâncreas e retira açúcar do fígado para distribuir pelo resto do organismo e compensar a perda de açúcar. É pela ação desses dois hormônios que se sente fome em uma crise de hipoglicemia.

Diminuir o tamanho da cintura ajuda a evitar problema no coração e fígado



Praticar exercícios regulares é bom para sair do sedentarismo e emagrecer.
Melhor do que a balança, fita métrica serve para avaliar gordura na barriga.

Você já mediu a sua cintura? Sabe o que pode significar aquela "gordurinha" extra na barriga? A endocrinologista Cintia Cercato explicou que o tamanho da circunferência abdominal é muito importante para identificar problemas no corpo.
Por isso, não adianta apenas se pesar na balança: é preciso saber o seu percentual de gordura. Segundo o educador físico Mauro Guiselini, nem toda pessoa pesada é gorda, pois pode ter bastante massa magra. Nesse caso, uma fita métrica para dimensionar a cintura pode avaliar também a sua saúde.
Arte atividade física (Foto: Arte/G1)
Cada centímetro a mais na cintura aumenta até 2% os riscos de problemas no coração. Ou seja, uma mulher com 90 cm de cintura tem 20% mais probabilidade de desenvolver um problema no coração, já que o tamanho ideal para o abdômen feminino é de até 80 cm.
Caso a circunferência da sua cintura esteja acima do normal, essa gordura pode se acumular entre os órgãos e provocar até uma inflamação no fígado, chamada de esteatose hepática.
Em um estágio mais grave, a esteatose destrói as células do fígado e causa pequenas cicatrizes, em um processo chamado fibrose ou cirrose, que não tem reversão e é fator de risco para o câncer hepático. O álcool é outro fator de risco para o problema.
Uma das soluções já conhecidas para prevenir problemas de saúde é a atividade física, que faz bem para o corpo e evita complicações do sedentarismo.
Caminhar é uma ótima alternativa para quem quer começar a se movimentar ou para aqueles que não têm tempo durante o dia. Veja abaixo a pirâmide das atividades físicas, que mostra desde o que deve ser feito pelo menor tempo possível até as opções recomendadas diariamente:
Pirâmide valendo (Foto: Arte/G1)
As atividades do dia a dia são ferramentas para sair do sedentarismo. A dica é combiná-las para começar a perder peso.
Na série "Viva mais leve", os participantes revelaram a distância que costumam andar diariamente. A Rosângela, de São Paulo, diz que caminha em média 7 quilômetros por dia. Já o Paulo, também da capital paulista, usa mais o carro e anda a metade da distâncai de Rosângela: 3,5 quilômetros.
Quanto mais pesada for uma pessoa, mais calorias ela vai gastar com as atividades rotineiras, porque carrega um peso corporal maior.
E é fundamental estabelecer objetivos. A meta de Paulo é melhorar o sono e evitar dores na hora de amarrar os sapatos. Já Rosângela quer normalizar a pressão e diminuir o sal nas refeições para se sentir bem no dia de sua formatura.
A série acompanha, ainda, outros três casos. A Adriana, de 22 anos, quer fazer as pazes com o espelho e ocupar o tempo com a dança. A Lucirene e a Rosineide pretendem sair do sedentarismo e melhorar a alimentação.
Após o programa, a endocrinologista Cintia Cercato e o educador físico Mauro Guiselini conversaram com a repórter Mariana Palma sobre dicas de exercícios e alimentação.
Os convidados fizeram recomendações para quem é sedentário e quer começar a se mexer, o que pode ser feito no dia a dia e como identificar se voce está fazendo uma atividade, moderada ou intensa.
A dupla também destacou a importância da força de vontade para espantar a preguiça e sair do sedentarismo.
Na tabela abaixo, você vê qual a medida da cintura ideal para crianças e adolescentes, de acordo com a idade. Ela foi adaptada de um estudo do pesquisador David S. Freedman et al. publicado na revista científica "American Journal of Clinical Nutrition", em 1999, páginas 308 a 317.
CINTURA IDEAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
IdadeMeninosMeninas
 Valor médioLimite de riscoValor médioLimite de risco
5 anos52 cm59 cm51 cm57 cm
6 anos54 cm61 cm53 cm60 cm
7 anos55 cm61 cm54 cm64 cm
8 anos59 cm75 cm58 cm73 cm
9 anos62 cm77 cm60 cm73 cm
10 anos64 cm88 cm63 cm75 cm
11 anos68 cm90 cm66 cm83 cm
12 anos70 cm89 cm67 cm83 cm
13 anos77 cm95 cm69 cm94 cm
14 anos73 cm99 cm69 cm96 cm
15 anos73 cm99 cm69 cm88 cm
16 anos77 cm97 cm68 cm93 cm
17 anos79 cm90 cm66 cm86 cm