O que realmente nos faz envelhecer
Virginia Pessoa
Você já deve ter observado algumas pessoas que apesar da idade cronológica já avançada não envelhecem. São homens e mulheres com 70, 80, 90 anos, joviais e interessantes, com os quais gostamos de estar, conversar, conviver, ouvir e aprender.
Esse tipo de gente que não envelhece possui em comum as seguintes características: elas mantêm um constante interesse pelas pessoas e pelo mundo, são curiosas e nunca se cansam de aprender, são destemidas, não recusam um bom convite, um passeio, um papo agradável, a postura corporal é firme e ereta, não reclamam da vida nem resmungam, têm senso de humor e fazem projetos para o futuro. Isso nos mostra que a velhice não está na idade cronológica, no corpo, nas marcas e nem nas rugas que se ganha, mas está, isso sim, em um modo de ser e de estar no mundo.
O que nos faz envelhecer são atitudes e posturas internas contra as quais devemos lutar incansavelmente, para não correr o risco de morrer em vida. Nesse sentido, é importante refletirmos sobre:
1- Hábitos e Manias
As manias são comportamentos repetitivos, gerados por crença ou repetição. Com o passar do tempo tendemos a criar e seguir regras que tolhem cada vez mais nossa liberdade. Por exemplo: tomar café pela manhã é um hábito, porém, se o café tiver que ser rigorosamente servido às 8h, se o pão tiver que estar ao lado esquerdo do prato, se eu só tomar o café se ele for servido na minha xícara amarela, então o hábito de tomar café se transformou em mania. No seu cotidiano, tente discernir o que é hábito e o que é mania e procure dissolver as manias assumindo uma postura mais flexível. Para se manter jovem é necessário cultivar bons hábitos e lutar contra as manias.
2- Medos
Conforme os anos passam, tendemos a perder a coragem, vamos ficando medrosos, muitas coisas começam a nos assustar: temos medo de sair à noite, de chegar tarde em casa, de ficar só, de adoecer… O medo é um sentimento que gela o sangue e paralisa a existência, por conta dele deixa-se de viver e o mundo se torna um lugar ameaçador. Para se manter jovem é necessário substituir, no coração, a sensação de medo pelo sentimento de confiança.
3- Falta de interesse pelo mundo e pelas outras pessoas
Uma das características do envelhecimento é perder o interesse pelo novo, por novos conhecimentos, novas pessoas, novos ambientes… O indivíduo que perde o interesse pelo mundo tende a concentrar toda a sua energia em si mesmo, fica egocêntrico e passa a acreditar que a vida gira em torno do seu umbigo, se torna incapaz de se encantar com a existência, não ouve e nem se interessa pelo outro, fala só de si mesmo, de seus problemas e mazelas, fica ranzinza e de constante mau humor. A curiosidade e o interesse pela vida são condições essenciais para o conhecimento e o crescimento pessoal. Sem eles, a existência se fecha em um círculo muito pequeno, um cubículo asfixiante e assustador para a própria pessoa que o construiu. É preciso, todos os dias, exercitar o interesse pelo que está fora de você. Comece procurando saber um pouco mais sobre as pessoas que a cercam, escute-as com atenção, tenha interesse pelos seus problemas, procure ajudá-las… Expanda o círculo da sua própria existência!
4- Postura corporal e emissão de “sons” lamurientos
Existem duas tendências as quais muitas pessoas se entregam que caracterizam om envelhecimento e que são quase que irresistíveis, mas que podem, e devem, ser evitadas: “largar” o corpo às leis da gravidade e emitir sons como “ahhh”, “uiii”, “ohhh”, “ummm” toda vez que se levantam, andam, agacham ou fazem qualquer outro tipo de movimento. É importantíssimo manter a postura corporal correta: espinha ereta, andar elegante, ombros alinhados, cabeça erguida, e ter sempre o cuidado para não fazer uma verdadeira sonoplastia toda vez que se move. Ambos os cuidados exercem um grande efeito sobre a mente, na medida em que, o que se deseja é caminhar pela vida até o fim, sem perder a dignidade.