quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Envelhecer pode ser uma boa




RIO - Enquanto não inventam o elixir da juventude ou uma pílula antienvelhecimento, não tem jeito. É para lá, para a velhice, que todos nós vamos, na melhor das hipóteses. Com o aumento da expectativa de vida da população, há e haverá cada vez mais gente na terceira idade. O desafio que se coloca para quem já passou dos 60 anos - e para quem está a caminho - é o da qualidade de vida. Como manter o bem-estar, a autonomia e o otimismo numa fase em que a máquina já não apresenta o mesmo rendimento de outros tempos? Não é fácil, mas muito possível.(Alguns cuidados com a mente e com o corpo ajudam) Profissionais de saúde, professores e gente que mantém o prazer de viver na fase mais madura da vida dão as dicas.
Lançado recentemente, o livro "A Arte de Envelhecer" (editora Objetiva, 256 páginas, R$ 34,90), do médico americano Sherwin B. Nuland, cirurgião de 70 anos, discute o tema com franqueza. Ao mesmo tempo em que aponta e reconhece as limitações que o tempo traz ("por volta dos 65 ou 70 anos, cerca de um terço da força muscular se perdeu, e a perda se torna mais rápida à medida que os anos avançam", diz o autor), Nuland sugere caminhos. E o faz não só na condição de médico, mas, inclusive, na de homem da terceira idade que experimenta os desafios de uma nova fase. "A capacidade de se adaptar, aprender e aceitar as próprias limitações é um determinante do que a bibliografia da geriatria chama de envelhecimento bem sucedido", destaca. "Não existe fonte da juventude, mas temos mananciais nutritivos de um tipo diferente, muito melhor e realista. O envelhecimento é uma continuidade de tudo o que nos tornamos em uma fase anterior", ensina.
Faço alongamento, hidroginástica. A gente tem é que se cuidar, envelhecer não é problema.
- Envelhecer, para quem tem a cabeça fraca, é doença. Para mim, é saúde. O segredo está na cabeça - sentencia Maria Augusta de Souza (foto abaixo), 76 anos, ou, simplesmente, Hip-Hop, como é conhecida na academia de ginástica que freqüenta assiduamente no centro do Rio.
O apelido é uma homenagem ao estilo inquieto e divertido desta aposentada sem filhos que ficou viúva há cinco anos e resolveu reagir para não se deixar levar pela tristeza.
- Deus levou meu marido, fiquei um pouco zangada com Ele, mas já fiz as pazes. Então eu passei a freqüentar academia. Adoro esse convívio, isso aqui é a minha família - conta.


Ginástica, musculação, exercícios. Tudo que faz tão bem a Augusta ajuda também a manter o bom astral e a vitalidade de Maria Iolanda Barbosa (foto abaixo), 70 anos. "O exercício vigoroso planejado é um tratamento antienvelhecimento muito melhor do que todos os elixires, cremes, loções, poções e cirurgias cosméticas do mundo", diz o doutor Nuland. E não serve só ao corpo. Faz bem ao raciocínio, conforme ensina o médico escritor: "Estudos recentes verificaram que a aptidão aeróbica em homens e mulheres mais velhos parece reduzir a perda de tecido do cérebro e melhorar o funcionamento cerebral".
- Eu faço alongamento, eu faço hidroginástica, caminho todos os dias, vou muito ao Maracanã ver o meu Flamengo jogar, tenho neto, bisneto, me sinto ótima - relata Iolanda, feliz da vida com marido, três filhos, sete netos e três bisnetos. - A gente tem é que se cuidar. Eu faço exame preventivo, vou aos médicos. Envelhecer não é problema.
Não pode ocorrer tristeza e solidão, o idoso tem que ter projetos de vida
Netos, bisnetos, família, amigos. Gente. O contato com pessoas e uma vida emocional ativa ajudam muito a envelhecer com arte. O geriatra Leo Cooney, da Universidade de Yale, um dos maiores especialistas dos Estados Unidos, chama a atenção: "Se existe um ideal supremo, são as relações com outras pessoas. Se for preciso decidir entre ir à ginástica ou ficar com os netos, escolheria os netos". No capítulo em que cita Cooney, o doutor Nuland lembra uma estatística trágica, que reflete os efeitos da solidão. "Supõe-se que 20% dos idosos fiquem deprimidos em dado momento e o número real deve ser maior, porque muitos não procuram tratamento", informa.
- A perspectiva da proximidade da morte é verdadeira quando a pessoa está idosa. E o que não pode ocorrer é tristeza e solidão. O idoso tem que ter projetos de vida, independente da idade. Não quer dizer necessariamente projeto profissional, mas pequenas atividades, hobby, esporte. Pode ser mesmo o simples objetivo de se cuidar para poder sair de casa, fazer sua compra, ir à igreja, visitar o filho - opina o geriatra Renato Veras, 56 anos, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Toda idade pode ser melhor idade

A funcionária pública aposentada Alice Reis Abreu, à beira de completar 93 anos, sabe bem a importância de sentir-se útil. A idade avançada não a impede de ainda cuidar de dois dos três bisnetos, com 7 e 5 anos de idade (o mais novo está perto de completar um ano). Freqüentemente ela os recebe quando chegam do colégio e lhes serve o jantar.
- Vivendo bastante, eu posso ajudar nora, netos e bisnetos. Conservar amizades também é muito importante. Tenho até hoje amigas do tempo de colégio - diz, acrescentando à receita de longevidade um ingrediente: - Nunca fui de engolir sapo. A hora em que não gosto de alguma coisa, esculhambo mesmo. O que eu tenho que dizer, eu digo.
Com uma vida ativa, o idoso consegue se aproximar da noção de "melhor idade", cunhada nos meios de comunicação quando se iniciaram as campanhas de valorização da terceira idade.
- Toda idade pode ser melhor idade, sabendo viver bem. Melhor idade é a melhor fase, é saber como você lida com cada uma delas. O importante é que para o idoso também é possível ter qualidade de vida - garante a psicoterapeuta Amanda Spinicci.

Metade dos brasileiros está acima do peso e 15% da população já é obesa




Consultor Roberto Kalil e endocrinologista Claudia Cozer tiraram dúvidas.
Rio Branco é a capital com o maior índice, seguida do Rio e de Fortaleza.


Perder de 5% a 10% do peso em 6 meses a 1 ano já traz benefícios aos níveis de pressão, colesterol, frequência cardíaca e do coração em geral. É que, quanto menor a superfície corporal de uma pessoa, menos o músculo cardíaco precisa trabalhar para bombear sangue e menos obstruídas ficam as artérias. Isso diminui as chances de infarto e derrame cerebral, as duas principais causas de mortes no Brasil.
Mais da metade (52%) dos homens e 44% das mulheres no país têm sobrepeso. Ao todo, 15% da população está obesa. Rio Branco é a capital com o maior índice, seguida do Rio de Janeiro e de Fortaleza, enquanto Palmas fica em último no ranking, como a mais saudável.

O Bem Estar desta quinta-feira (12) teve a presença do cardiologista Roberto Kalil, que também é consultor do programa, e da endocrinologista Claudia Cozer, que falaram sobre os riscos da obesidade para o coração e a saúde em geral. Segundo a médica, o ideal é emagrecer gradativamente para não voltar a engordar. Tanto que até 40% dos pacientes bariátricos, que têm uma perda rápida, recuperam o peso total ou parcialmente.
Obesidadexcoração valendo (Foto: Arte/G1)
No estúdio, também participou o advogado Alexandre Berthe, que após uma cirurgia de redução de estômago já perdeu 30 quilos (de 124 para 94 kg) e baixou o índice de massa corporal (IMC) de 39 para 30 e o diâmetro da cintura de 122 para 107 centímetros. Ele contou como essa experiência está mudando a sua vida.

O colesterol total de Alexandre reduziu de 247 mg/dl para 150 mg/dl. O HDL (colesterol bom) era 51 mg/dl e passou para 29 mg/dl. Já o LDL (ruim) era 162 mg/dl e agora está em 102 mg/dl. Os triglicérides dele estavam em 172 mg/dl e, no novo exame, são 96 mg/dl. Kalil disse que o HDL dele ainda está baixo, mas deve subir com a prática de exercícios físicos.
 
O café da manhã de Alexandre, antes da operação, era apenas meio copo de água. Hoje ele ainda bebe a mesma quantidade de água, mas come 1/3 de pão francês com requeijão light. O almoço dele era baseado em picanha, torresmo, pastel, arroz, pouca cebola e tomate, e refrigerante - ou seja, uma refeição com poucas vitaminas e proteínas e excesso de gordura.
Atualmente, ele come 50 g de purê de mandioquinha, 50 g de arroz, meio filé de frango, um pouco de agrião e meio copo de água. No jantar, o advogado costumava consumir dois pedaços de pizza, queijo e presunto enrolados e um copo de refrigerante. Hoje ingere meio copo de suco de melancia, duas bolachas água e sal e dois queijinhos.

Na série Pensando Leve, a manicure Alexandra Silvério, que pesa 142 quilos, explicou que resolveu tomar uma decisão radical e eliminar pelo menos 30 quilos sem cirurgia após a morte de uma irmã e do namorado. Fábio pesava 225 quilos e esperou meses pela autorização do plano de saúde para colocar um balão gástrico que o ajudaria a emagrecer, mas não resistiu antes de isso acontecer. Agora, para Alexandra, perder peso é uma questão de sobrevivência.

A manicure passa muito tempo sentada e não gasta a energia que adquire por meio de uma alimentação desequilibrada, com muitos doces, e do sedentarismo. E a obesidade se repete na família: a irmã Adriana morreu aos 29 anos, um irmão têm excesso de peso e outra irmã fez redução de estômago.

Metade dos obesos que reduzem o estômago volta a engordar




Médicos explicam quais pessoas podem fazer a cirurgia bariátrica.
Veja os principais procedimentos e os prós e contras deles.

Metade das pessoas obesas que fazem redução de estômago volta a engordar parcialmente, e 5% ganham todo o peso de novo. Por isso, não adianta apenas se submeter à cirurgia bariátrica: é preciso mudar de hábitos e manter uma reeducação alimentar para o resto da vida.
A operação também deve ser a última alternativa para quem precisa emagrecer – seja por obesidade mórbida ou por doenças associadas ao excesso de peso. Ao contrário do que muita gente pensa, o estômago de indivíduos gordos não é maior nem mais elástico que o dos magros.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern e o cirurgião bariátrico Marco Aurélio Santo, a redução de estômago não faz milagres e envolve riscos, além de eventuais complicações no pós-operatório, como todo procedimento de alta complexidade.
Após a cirurgia, estudos apontam uma perda média de 60% do peso original, que costuma ocorrer em até um ano e meio. A pessoa passa a sentir menos fome, pois a operação mexe com hormônios como a grelina, que regula essa vontade de comer. Em 85% dos casos, quem tem diabetes tipo 2 também deixa de manifestar a doença.
Bariátrica (Foto: Arte/G1)
Esse tipo de operação é praticado no Brasil há 20 anos, e cada vez mais há pacientes que passam por ele – o país já é o segundo no mundo em número de pacientes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, 60 mil procedimentos foram realizados em 2010 no país, um aumento de 33% em relação a 2009. Desse total, 35% foram por videolaparoscopia, que é menos invasiva (com 5 ou 6 incisões milimétricas no abdômen) e já coberta pelos planos de saúde. No Sistema Único de Saúde (SUS), geralmente é feita a cirurgia aberta, que faz um corte maior na barriga.
Tipos de cirurgia e consequências
Há basicamente três tipos de bariátrica: a que apenas reduz o estômago, a que diminui e modifica um pouco o curso do intestino e a que reduz e altera muito o curso intestinal. Esse desvio permite que o intestino absorva menos gordura, além de estimular a produção de hormônios que diminuem a fome e melhoram a diabetes.
Os médicos destacaram alguns possíveis efeitos da operação, como anemia, perda de cabelo e gases. Também pode ocorrer o chamado "dumping", um mal-estar quando é ingerido muito líquido ou alimento de uma vez só. Por isso, é preciso engolir em pequenos goles e mastigar bem a comida. Além disso, a quantidade de água consumida deve ser suficiente para deixar o xixi bem clarinho, destacou Halpern. Nas primeiras duas ou três semanas, o paciente deve bebericar, a cada meia hora, cerca de 100 ml de líquidos, como água, chá, gelatina, água de coco, isotônico e caldos caseiros de carne e frango, sem resíduos. Passada essa fase, entram pequenas quantidades de macarrão, carne moída, purê e outros alimentos pastosos.
Ter sucesso na cirurgia bariátrica significa, após 5 anos, ter perdido pelo menos metade do excesso de peso. Por exemplo, uma pessoa de 100 kg cujo patamar ideal é 60 kg precisa estar com até 80 kg. Para indivíduos com índice de massa corporal (IMC) entre 35 e 40, o sucesso é de 90%. Para IMCs maiores, a taxa cai para 70%. 
É importante tomar cuidado especial com os carboidratos (pães, massas e doces), que são facilmente absorvidos e digeridos, mesmo pelos operados. Gorduras e proteínas também devem ser evitadas.
Bariátrica 2 (Foto: Arte/G1)
As complicações mais graves dessa cirurgia são os sangramentos (2% dos casos), infecções, vazamentos de costuras, embolia pulmonar e hérnias. Também pode haver obstrução intestinal, mesmo depois de muito tempo da operação.
Durante pelo menos 18 meses, é possível ficar com sobras de pele. Esse é o prazo para perder peso e fazer uma cirurgia plástica.
Para realizar a bariátrica, certifique-se de que seu médico é um cirurgião com formação específica e verifique se a equipe dele inclui endocrinologista, nutrólogo ou nutricionista e psiquiatra ou psicólogo.
No hospital, são necessários um anestesista, um fisioterapeuta e uma equipe de enfermagem. O hospital também precisa ter uma unidade de terapia intensiva (UTI) para eventuais emergências.
Outros cuidados
- Precisa haver a compreensão do paciente e dos familiares sobre os riscos da cirurgia e também mudança de hábitos
- O acompanhamento pós-operatório deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, a longo prazo
- A cirurgia não é milagrosa: a obesidade é uma doença crônica e deve ser controlada a vida inteira
Dados brasileiros
- Segundo o IBGE, até 2010 havia 12,5% dos homens adultos com obesidade e 16,9% das mulheres
- A incidência é maior entre homens de 45 a 54 anos e mulheres de 55 a 64 anos
- O excesso de peso e a obesidade atingem de duas a três vezes mais homens de maior renda, em áreas urbanas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste
Possíveis consequências da cirurgia
- Fraqueza
- Anemia
- Queda de cabelo
- Dificuldade para ingerir grandes quantidades de líquido e comida
- Excesso de pele, que pode ser corrigido com cirurgia plástica

Jovem deve tentar mudar os hábitos antes de recorrer à cirurgia bariátrica




Recomendação unânime de médicos é deixar a cirurgia para último caso.
Adolescentes devem tentar dieta e exercícios por, no mínimo, 2 anos antes.

O Ministério da Saúde diminuiu a idade mínima recomendada para fazer a cirurgia bariátrica, de redução de estômago, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de 18 para 16 anos.
Essa mudança se tornou importante porque disponibilizou mais um recurso para os adolescentes que sofrem com excesso de peso, como mostrou o Bem Estar desta quarta-feira (7).
No entanto, a recomendação unânime dos médicos é de que a cirurgia deve ser a última opção do jovem com obesidade. Ele deve tentar por pelo menos dois anos esgotar todas as outras possibilidades de vencer o peso com a mudança de hábitos, reeducação alimentar e exercícios físicos. Em alguns casos, são utilizados também medicamentos, sempre orientados por um médico, ou o balão gástrico como opções anteriores à operação.
Cirurgia Bariátrica (Foto: Arte/G1)
Passado esse período de tentativa, o paciente pode procurar um médico para se informar sobre a cirurgia bariátrica. É importante ressaltar, no entanto, que no sistema particular de saúde não há restrição de idade para a operação e que a maioria das cirurgias no Brasil são feitas em clínicas particulares.
O primeiro passo é que o paciente se convença totalmente de que aquele procedimento é a alternativa correta para sua saúde, ciente dos riscos e possíveis conseqüências. Além disso, a indicação também considera se ele tem IMC maior que 40 ou maior que 35 com problemas associados, como hipertensão, colesterol alterado e diabetes.
Alguns médicos dizem também que operar cedo pode ajudar a prevenir o bullying nessa fase da vida, além de dar ao paciente a possibilidade de aproveitar momentos importantes da adolescência. Para que a técnica seja bem sucedida, é importante que a família do adolescente esteja totalmente sincronizada e consciente para ajudar na recuperação e mudança no estilo de vida do jovem.
Caso não haja esse apoio familiar, é possível que o adolescente volte para o peso que tinha antes da cirurgia. Em geral, isso acontece porque ele não se compromete com o tratamento e não segue o novo estilo de vida; segundo os médicos, 1 a cada 10 pacientes operados volta ao peso anterior no período de 10 anos.
É importante que os pais e parentes prestem atenção na alimentação dos filhos após a operação. Sorvete, leite condensado puro e alimentos batidos no liquidificados são “vilões” da dieta pós-bariátrica e podem fazer mal à saúde, além de serem extremamente calóricos.
Ao contrário do que se pensa, a alimentação pós-cirurgia não é pobre; o paciente come em poucas quantidades, seis vezes ao dia. O procedimento também diminui a proteína animal do organismo, o que torna ainda mais necessário repor essa quantidade e evitar doces, bolachas e também bebidas alcoólicas.
Além da redução de estômago, o SUS também passou a oferecer a cirurgia plástica reparadora do abdômen do paciente operado, para retirar as sobras de pele que ficam após a bariátrica.
Viva Mais Leve
Os filhos da Rosângela, participante da série, também passaram por uma transformação junto com a mãe. No começo do desafio, eles estavam muito próximos do grau mais elevado de obesidade e um dos filhos estava também com pressão alta e pré-diabetes, o que assustou a mãe.
O susto foi um estímulo para a família mudar a alimentação e adotar os exercícios físicos. As crianças começaram a praticar esportes três vezes por semana. Na volta ao médico, o resultado foi positivo: as medidas das crianças mudaram, a pressão baixou e o peso também diminuiu.
A Rosângela também intensificou os treinos na reta final do desafio. Com a ajuda do preparador físico Mauro Guiselini, ela se comprometeu a ir à academia três vezes por semana. Todos os dias, ela fará musculação. No primeiro dia, aula de jump e pilates; no segundo dia; aula de dança e luta; e no terceiro dia, transport e abdominais. No total, são seis horas e quarenta minutos de exercícios durante a semana para garantir a melhora na saúde.

autonomia

Qual a melhor qualidade para se ter na terceira idade?
Uns dirão que o melhor é ter uma boa aposentadoria, outros uma boa previdência  Uns dirão que não abrem mão de uma vida sexual, outros que não abrem mão de ter a família por perto. Uns querem a família o mais longe possível  outros se contentam só com o seu cachorro. Muita gente prefere um coração sadio, outros afirmam que o principal é a lucidez. Uns gostariam de não ter catarata, outros dariam tudo para se livrar da dor nas costas. Enfim, cada um tem a sua preferencia, a sua expectativa e se prepara como pode.   Mas penso que uma coisa tão ou mais importante e que engloba quase todas as necessidades da terceira idade ainda é a autonomia.
A autonomia para pensar, autonomia para enxergar, ouvir e decidir. Autonomia para ir e vir, para deitar, se levantar, ir ao banheiro, tomar banho, se limpar, se vestir, comer, telefonar, jogar, rir e chorar quando quiser. Claro que aquelas qualidades lá em cima também são importantes, mas sem a autonomia... sei não.

Nova estratégia para combater colesterol alto



Classe inédita de medicamentos passa nos primeiros testes nos Estados Unidos.


Estatinas ainda são os principais medicamentos no mercado contra o alto colesterol
Foto: Latinstock
Estatinas ainda são os principais medicamentos no mercado contra o alto colesterolLATINSTOCK
Uma nova classe de medicamentos redutores de colesterol foi bem recebida pela comunidade médica durante um evento da American Heart Association. Segundo o “New York Times”, os remédios, ainda em fase de teste, têm mostrado resultados promissores, oferecendo opção às pessoas que não respondem ao tratamento com estatinas.
Hoje, o colesterol alto afeta 40% da população brasileira, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), e está relacionado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, principal causa de mortes no mundo: 17,3 milhões por ano. Até 2030, a estimativa é de 25 milhões de óbitos por ano associados a doenças cardiovasculares.
Os números alarmantes vêm estimulando indústrias farmacêuticas a investir no setor. A expectativa das drogas para controle de colesterol é chegar à redução de até 70% do índice em questão de semanas. Atualmente, as estatinas chegam a reduzir em 40% o LDL, conhecido como colesterol ruim. A recomendação atual é o indivíduo manter o nível de LDL em até 130 mg/dl; em caso de risco cardiovascular, abaixo de 100 mg/dl, preferencialmente menor do que 70 mg/dl.
— Com estas novas drogas, associadas às estatinas, é possível que praticamente todos os pacientes cheguem às metas — afirmou ao “New York Times” Frederick Raal, da Universidade de Witwatersrand, da África do Sul, que apresentou estudos baseados nesta classe de drogas.
A nova classe é conhecida como inibidores de PCSK9. Os medicamentos não devem entrar no mercado antes de 2015, já que a maioria dos testes durou até 12 semanas e envolveu menos de 200 pessoas. Por isso, ainda serão necessárias mais comprovações de que as drogas continuarão funcionando durante um longo período com segurança. Enquanto isto, as principais opções continuam a ser as estatinas, já em sua quarta geração.
Chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj), Denilson Albuquerque diz que a nova classe de drogas contra o alto colesterol “ainda é uma promessa que passa por investigação” e defende a que está no mercado.
— A resposta positiva dos pacientes às estatinas é muito elevada. Eu diria que a chamada resistência é pequena e ligada a efeitos colaterais, que atingem um percentual baixo de pacientes, que não chega a 10% — afirma Albuquerque, que aponta reações gastrointestinais e dores musculares como as complicações mais recorrentes entre os pacientes.
Ele explica que as estatinas são pouco eficientes, entretanto, no grupo com alto colesterol por causa genética. Neste caso, pode ser necessário associar as estatinas com outros medicamentos.
De acordo com o estudo “Coração sob controle”, realizado pelo Ibope a pedido da farmacêutica Pfizer, 62% da população com 40 anos desconhece sua taxa de colesterol. Além disso, 72% não consomem seis porções de fruta e verduras diariamente, e 74% não fazem atividade física regularmente. A pesquisa, que ouviu 2002 pessoas em agosto deste ano, mostra que 22% dos entrevistados declarou fumar, 21% serem hipertensos, e 6%, diabéticos, fatores que, junto ao alto colesterol, aumentam o risco de doença cardiovascular.
— Tomar o remédio é importante, mas ter hábitos saudáveis faz parte do tratamento — diz Albuquerque, apontando que atividade física leva a 20% de redução do colesterol.


Confira mitos e verdades sobre a prisão de ventre



Beber água ajuda a aliviar o problema, mas comer mais fibras não significa que o mal será curado. Veja verdades e lendas sobre assunto.



Especialistas ajudaram site a dizer o que é verdade e o que não sobre a prisão de ventre
Foto: Guilherme Leporace/18-11-2011

Especialistas ajudaram site a dizer o que é verdade e o que não sobre a prisão de ventreGUILHERME LEPORACE/18-11-2011
O site de medicina WebMD, com a ajuda de diversos especialistas, divulgou mitos e verdades sobre a prisão do ventre. O mal se caracteriza quando a pessoa evacua menos de três vezes por semana. Algumas acham o processo dolorido e frequentemente experimentam sensação de inchaço e intestino cheio. Veja algumas verdades e lendas sobre o problema.
É preciso ir ao banheiro uma vez por dia? Mito.
O que é "normal" varia de pessoa para pessoa. Algumas chegam a ir três vezes ao dia. Outras, três vezes por semana. Apesar do mais comum ser uma vez por semana, não há problema se um dia ou outro passarem. A prisão de ventre é caracterizada quando há menos de três vezes por semana. Neste caso, é melhor procurar o médico.
Beber água ajuda? Fato.
Beber muita água ajuda a evitar a desidratação, o que pode levar à prisão de ventre. Líquidos conseguem manter as fezes menos densas. Converse com um médico sobre qual o volume de água ideal. É imporante, também, limitar bebicas alcoólicas ou cafeinadas.
Prisão de ventre significa que a pessoa precisa comer mais fibras? Mito.
Aumentar o consumo de fibras na dieta pode até ajudar no problema, mas a prisão de ventre crônica é mais complexa. Pode indicar um mal funcionamento da glândula tireóide ou diabetes.Pode também ser resultado de Mal de Parkinson ou até câncer. Se os sintomas durarem mais de duas semanas, o melhor é procurar logo um médico.
Não tem problema segurar a vontade? Mito.
O trabalho pode estar intenso e o tempo pequeno para ir ao banheiro. Ou então dá para esperar até chegar em casa, mas ignorar a urgência pode agravar a prisão de ventre ao diminuir os sintomas do problema com o passar do tempo. Quando a natureza chamar, responda.
Exercícios físicos ajudam a evitar o problema? Fato.
Falta de atividade física pode contribuir para a prisão de ventre. Os exercícios ajudam a regularizar o movimento do intestino e a reduzir o estresse. O ideal é esperar pelo menos uma hora após uma grande refeição para realizar alguma atividade. Uma caminhada de 10 a 15 minutos por dia já faz diferença.
O humor pode afetar a regularidade do funcionamento do intestino?Fato.
Depressão gera prisão de ventre ou piora o problema. Reduzir o estresse ajuda a evitar ou curar o mal.

Coca-Cola diz o que é necessário para eliminar calorias de produtos



Aplicativo na Inglaterra mostra que tipo de exercício consumidor precisa fazer para cada bebida da empresa. Calculadora, porém, recebe críticas.



Uma lata de 330ml exige pelo menos meia hora de caminhada
Foto: Fabio Rossi/06-10-2012

Uma lata de 330ml exige pelo menos meia hora de caminhadaFABIO ROSSI/06-10-2012
A Coca-Cola britânica lançou uma calculadora que diz o quanto de exercício um consumidor precisará fazer para eliminar as calorias ingeridas. O "The Work It Out" pode ser acessado na página da empresa e conta com todos os produtos da marca.
Uma lata diet não pede uma atividade física. Já 330ml da bebida tradicional exigem pelo menos meia hora de caminhada. Uma lata de Sprite, por sua vez, pode ser eliminada com 47 minutos de dança de salão. O programa também mostra que bebidas mais "saudáveis" também requerem alguns minutos de atividades físicas.
A novidade tem gerado questionamentos de algumas entidades ligadas aos consumidores. Uma das principais críticas é em relação à omissão da quantidade de açúcar nos produtos. Uma lata de Coca, por exemplo, possui 39 gramas, o que é quase metade das 90 gramas ideais por dia para uma mulher. A informação, porém, não é dada no aplicativo.
Confira 10 maneiras de eliminar as calorias de uma lata de Coca-Cola segundo a calculadora da empresa:
- Squash (11 minutos)
- Aula de spinning (14 minutos)
- Corrida (17 minutos)
- Subida de escada (19 minutos)
- Aparando a grama (21 minutos)
- Caminhada (30 minutos)
- Yoga (32 minutos)
- Tênis de mesa (34 minutos)
- Dança de salão (45 minutos)
- Aspirando pó (70 minutos)

Exercícios físicos aumentam a expectativa de vida



Segundo pesquisadores, mesmo atividades modestas geram benefícios, independentemente do peso da pessoa. Caminhadas de 75 minutos por semana acrescentam 1,8 ano de vida.


Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos
Foto: Pedro Kirilos/16-10-2012
Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anosPEDRO KIRILOS/16-10-2012
RIO - Estar ativo fisicamente aumenta o tempo de vida. A descoberta é do hospital Brigham and Women de Boston, nos Estados Unidos. Pesquisadores do local conseguiram quantificar quantos anos podem ser ganhos através de exercícios em diferentes intensidades.
Caminhadas de 75 minutos por semana já acrescentam 1,8 ano de vida na expectativa. Já 150 minutos por semana geram 3,4 anos a mais. Por sua vez, 450 minutos representam 4,5 anos.
— Mesmo atividades mínimas podem ser associadas ao aumento de longevidade. Isso independe do peso da pessoa. Ela pode ser magra, acima do peso ou obesa — diz I-Min Lee, um dos autores do estudo.
Foram analisadas 650 mil pessoas em um período de 10 anos. No período, houve 82 mil mortes. A grande quantidade de voluntários tornou possível o estudo de pessoas com mais de 40 anos com diferentes perfis, seja de atividade física ou de peso.
— A descoberta reforça a retórica que defende uma vida fisicamente ativa. O estudo pode convencer algumas pessoas que mesmo atividades modestas podem melhorar a longevidade — argumenta o pesquisador Steven C. Moore, que também participou das pesquisas.

Exercícios físicos se tornam aliados no tratamento de doenças crônicas.



AS ATIVIDADES FÍSICAS DIMINUEM O USO DE REMÉDIOS EM ALGUNS CASOS. 


Orlando Ferreira passou a se exercitar após passar por cirurgia de ponte de safena (Foto: Kleber Malfatti/ Cia Athletica)

Orlando Ferreira começou a se exercitar após cirurgia
de ponte de safena (Foto: Kleber Malfatti)
Os exercícios se tornaram aliados de pessoas que sofrem de doenças crônicas como hipertensão, cardiopatia, diabetes, entre outras. De acordo com médicos, em alguns casos a atividade física pode fazer com que o paciente diminua a quantidade de remédios ingeridos ou até mesmo deixe de tomá-los. Por isso, academias de Campinas (SP) passaram a criar treinos específicos para esses alunos.

Treinos especiais
Antes de iniciar um treino em academia ou algum esporte o portador de doenças crônicas deve consultar o médico para entender quais são as suas limitações. “O recomendado no geral é fazer exercícios moderados, pois as atividades de alta intensidade podem trazer riscos para a saúde que vão além dos benefícios promovidos pela atividade física em si”, explica o médico e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alexandre Gabarra de Oliveira.

Uma academia de Campinas elaborou um procedimento especial para alunos com doenças crônicas. “Temos seis professores que tiveram um treinamento diferenciado para acompanhar esses alunos. Também possuímos treinos específicos para cada patologia elaborados pela Medical Fitness Association (MFA). Enviamos o treino para aprovação do médico do aluno. Somos a primeira rede de academias da América Latina a ter esse procedimento”, conta o gerente de musculação,  Kleber Malfatti.

Outra academia da cidade também desenvolve exercícios específicos para os alunos com patologias. “Para elaborar os treinos analisamos o histórico médico do paciente, esse trabalho é feito por professores treinados para isso”, contra o professor de musculação e luta, Paulo Eduardo Vieira Nunes Freire.

Os portadores de doenças crônicas confirmam que as atividades físicas tiveram uma mudança significativa no estado de saúde. Foi o que aconteceu com Orlando Miranda Ferreira, delegado de polícia aposentado de 77 anos que sofre de uma cardiopatia grave e no ano passado fez uma cirurgia de ponte de safena.

Antes do procedimento, Ferreira manteve 20 anos de vida sedentária. “Desde que voltei a me exercitar, comecei a me sentir mais jovem. Tem pessoas que passam pelo mesmo problema que eu e acham que naturalmente se resolve com cirurgia, mas não pensam que talvez tenham chegado a esse ponto por falta de atividades físicas”, conta Ferreira. Veja como os exercícios agem de forma positiva no seu corpo.

Problemas cardíacosAs doenças cardíacas podem apresentar melhoras significativas quando há a prática de exercícios. “No caso da hipertensão, durante o treinamento físico os vasos se dilatam para melhorar a captação de oxigênio fazendo a tensão no sistema diminuir e a pressão cair”, explica a médica e professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), Taís Tinucci.

O recomendado por Tinucci em casos de hipertensão e outras patologias ligadas ao coração são exercícios aeróbicos. “Ele trabalha grandes grupos musculares, a pessoa pode, por exemplo, fazer uma caminhada ou andar de bicicleta”, diz Tinucci. A sugestão dos profissionais de educação física é frequentar a academia entre três e cinco vezes por semana. “Se fico alguns dias sem me exercitar minha pressão começa a alterar. Por isso, quando vou visitar minha filha que vive na França, ela já me matricula na academia de lá”, conta o aposentado de 67 anos, Hans Karl Mehrmann, que é hipertenso e no ano passado sofreu um princípio de infarto.

É importante que os hipertensos não façam treinos fortes, especialmente a musculação com uma carga pesada, pois isso pode causar piora no quadro. Foi o que ocorreu com o professor de educação física, Murilo Moraco, que tem 30 anos e é hipertenso desde os 20 anos. “Fiz musculação de forma abusiva, visando o ganho de massa. Nessa época, mesmo com os medicamentos a minha pressão se alterava”, lembra. Após três anos com essas complicações, ele decidiu mudar bruscamente o estilo de vida. “Passei a me alimentar de forma balanceada e me exercito visando melhorar a minha qualidade de vida, com mais atividades aeróbicas e musculação leve. Agora, continuo tomando a medicação, mas minha pressão é normal”, conta.

O coração é um músculo, portanto é preciso deixá-lo fortalecido. No caso da insuficiência cardíaca, em que o coração perde a força de contração, o exercício é uma ótima maneira de melhorar o trabalho do órgão. “Em pessoas que praticam exercícios, o sistema circulatório vai trabalhar mais e o coração será capaz de tolerar melhor qualquer variação”, conta Tinucci. Foi o que ocorreu com Hans Mehrmann. Como praticava atividades físicas há 10 anos quando sofreu o principio de infarto as consequências não foram tão graves. “Os médicos me disseram que se fosse sedentário certamente teria sofrido um enfarte”, lembra.
Qunado fica  poucos dias sem ir à academia, a pressão de Hans se altera (Foto: Divulgação Academia Bodytech)Quando fica poucos dias sem ir para a academia, a pressão de Hans Mehrmann se altera (Foto: Paula Conceição)
Outras doenças
Portadores da diabetes tipo 2 podem diminuir as doses de insulina até a metade, ou até mesmo deixar de tomar esse hormônio em alguns casos, devido ao efeito positivo que atividade física exerce sobre a sensibilidade desse hormônio. Isso ocorre porque essa doença está normalmente associada com um estado de inflamação subclínica no organismo que prejudica a sinalização que a insulina passa a célula para que a glicose seja captada.

Para tentar compensar esse problema, em primeira instância o organismo passa a produzir mais insulina, porém após algum tempo as células podem entrar em falência e a insulina passa a ser produzida em menor quantidade. “O exercício moderado tem um efeito antiinflamatório no organismo, fazendo com que a sinalização entre insulina e célula melhore”, explica Alexandre Gabarra de Oliveira. É importante que também no caso da diabetes o exercício praticado seja moderado. “Se for feito um treino muito pesado o efeito pode ser contrário e aumentar a inflamação”, diz Oliveira.

O colesterol pode diminuir quando se prática exercícios. “As atividades aeróbicas geram o aumento da quantidade do colesterol bom, HDL, e a diminuição do ruim, LDL”, conta Taís Tinucci.

Pacientes com doenças renais crônicas também podem apresentar melhora no quadro quando passam a se exercitar. “Já foi demonstrado que as atividades físicas podem diminuir quadros de depressão e de demência e que o efeito antiinflamatório das atividades contribui na prevenção de alguns tipos de câncer”, conta Oliveira
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