sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Capacidade mental começa a diminuir aos 27 anos, diz estudo



Cérebro (arquivo)
A pesquisa sugere que a capacidade mental atinge o auge aos 22 anos
Uma pesquisa de cientistas americanos sugere que a capacidade mental de uma pessoa começa a deteriorar aos 27 anos, marcando o início do processo de envelhecimento.
Timothy Salthouse, da Universidade de Virgínia, descobriu que raciocínio, agilidade mental e visualização espacial entram em declínio perto dos 30 anos de idade, depois de chegar ao auge aos 22.
Ele acredita que tratamentos que têm o objetivo de amenizar o processo de envelhecimento deveriam começar mais cedo.
O estudo, publicado na revista Neurobiology of Aging, foi feito ao longo de sete anos e incluiu 2 mil pessoas saudáveis com idades de 18 e 60 anos.
Os participantes tiveram que resolver quebra-cabeças, lembrar-se de palavras e detalhes de histórias, além de identificar padrões em grupos de letras e símbolos.
Os testes são os mesmos já utilizados por médicos para procurar sinais de demência.
Em nove dos 12 testes realizados, a média de idade dos indivíduos que tiveram o melhor desempenho foi de 22 anos.
A idade em que se observou uma piora marcante no desempenho dos participantes em testes de agilidade mental, raciocínio e habilidade para resolver quebra-cabeças visuais foi 27.
Funções como a memória ficaram intactas até os 37 anos, em média, e as habilidades baseadas no acúmulo de informações, tais como desempenho em testes de vocabulário e conhecimentos gerais, aumentaram até os 60 anos de idade.
Segundo Salthouse, os resultados sugerem que "alguns aspectos do declínio da função cognitiva em adultos com boa saúde e nível de instrução começam aos 20 e poucos ou 30 e poucos anos".

Cérebro 'começa a declinar aos 45 anos', diz estudo



O cérebro humano (Arquivo/ BBC)
Especialistas querem descobrir mudanças iniciais no cérebro que indiquem Alzheimer
Um estudo realizado pela University College de Londres (UCL) indicou que as funções do cérebro podem começar a se deteriorar já aos 45 anos de idade.
Entre mulheres e homens com idades entre 45 e 49 anos, os cientistas perceberam um declínio no raciocínio mental de 3,6%.

O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, foi conduzido ao longo de dez anos, entre 1997 e 2007.As conclusões contradizem pesquisas anteriores sugerindo que o declínio cognitivo só começaria depois dos 60.
Os cientistas avaliaram a memória, o vocabulário e as habilidades cognitivas – de percepção ou de compreensão – de quase 5,2 mil homens e 2,2 mil mulheres entre 45 e 70 anos, todos, funcionários públicos britânicos.
Os resultados demonstraram uma piora em memória e cognição visual e auditiva, mas não em vocabulário – com um declínio mais acentuado nas pessoas mais velhas.
Entre os indivíduos entre 65 e 70 anos, eles perceberam um declínio mental foi de 9,6% entre homens e 7,4% entre mulheres da mesma idade.
Para os cientistas, isso quer dizer que a demência não é um problema exclusivo da velhice, e sim um processo que se desenrola ao longo de duas ou três décadas.
"É importante identificar os riscos cedo. Se a doença começou em um indivíduo nos seus 50 que só começa a ser tratado nos 60, como fazemos para separar causa e efeito?", questiona o professor Archana Singh-Manoux, do Centro de Pesquisas em Epidemiologia e Saúde da População, na França, que conduziu a pesquisa na instituição londrina.
"O que precisamos agora é analisar aqueles que experimentam um declínio cognitivo mais rápido que a média e saber como parar o declínio. Algum nível de prevenção definitivamente é possível", afirma.

CRISE DE MEIA-IDADE

Singh-Manoux argumenta que as taxas de demência devem aumentar na sociedade na medida em que as funções cognitivas estão conectadas a hábitos e estilo de vida, através de fatores como o fumo o nível de exercício físico.
Para a Sociedade contra o Alzheimer, uma organização de pesquisa e lobby no combate à demência, o estudo mostra a necessidade de mais conhecimento das mudanças no cérebro que sinalizam o problema.
"O estudo não diz se qualquer dessas pessoas chegou a desenvolver demência, nem quão viável seria para o seu médico detectar essas primeiras mudanças", afirmou a gerente de Pesquisas da Alzheimer Society, Anne Corbett.
"São necessários mais estudos para estabelecer as mudanças mensuráveis no cérebro que possam nos ajudar a melhorar o diagnóstico da demência."
O diretor de Pesquisas na organização, Simon Ridley, reforçou a necessidade de conscientizar a população sobre os benefícios de ter hábitos saudáveis.
"Embora não tenhamos uma maneira infalível de prevenir a demência, sabemos que mudanças simples de hábitos – adotar uma dieta saudável, não fumar, manter o colesterol e a pressão do sangue sob controle – reduzem o risco de demência", afirmou.
"Pesquisas anteriores indicaram que a saúde na meia-idade afeta o risco de demência durante o envelhecimento, e estas conclusões nos dão mais razões para cumprir as resoluções de Ano Novo."