quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

FATORES DE RISCO PARA A DOENÇA CARDIOVASCULAR



DOENÇAS CARDIOVASCULARES ESTÃO DIRETAMENTE RELACIONADAS COM HÁBITOS E ESTILO DE VIDA INADEQUADOS
O risco para doenças cardiovasculares, em especial a doença arterial coronariana (DAC), é tradicionalmente classificado pelo score de Framingham. Esse índice é muito utilizado desde a década de 50, quando foi criado, até hoje, devido ao seu rigor metodológico e a significância dos resultados obtidos no levantamento4.

De acordo com a soma da pontuação obtida em cada preditor de risco, é possível estimar o risco relativo de apresentar um evento cardiovascular ao final de 10 anos, para cada sexo (Figuras 1 e 2). São preditores clássicos de risco a faixa etária, as concentrações plasmáticas de colesterol total, LDL e HDL, a pressão sanguínea e a presença de diabetes e de tabagismo.

Mais recentemente, além dos fatores de risco clássicos citados, a proteína C reativa (PCR) tem sido apontada como fator independente para a DAC. Indivíduos com "risco intermediário", segundo o score de Fremingham, em especial, definem-se em "baixo" ou "alto risco" com a classificação da PCR: menor de 1 mg/L ou acima de 3mg/L respectivamente (o que prediz um aumento de 58% no risco, quando os outros fatores são normalizados)1.

Da mesma forma, além da PCR, outros fatores têm emergido como possíveis formas de melhorar a classificação de risco dos indivíduos intermediários. São eles: o score de cálcio nas coronárias (medido por tomografia computadorizada), as concentrações de Lipoproteína A, de homocisteína, a contagem de leucócitos, a glicemia de jejum, a presença de doença periodontal e a espessura da íntima da carótida. Estudos que validem a utilização desses fatores como preditores de risco para DAC são necessários 2.

De maneira geral, a inflamação é reconhecidamente um fator que precisa ser considerado nas classificações atuais de risco coronariano. A PCR, que é uma proteína produzida pelo fígado na fase aguda da resposta imunológica à inflamação e à infecção, é o índice mais aceito até o momento, junto aos fatores clássicos do score de Framingham5.

Figura 1. Risco relativo de CHD após 10 anos para homens 
Uma observação importante a respeito dos fatores de risco para DAC primária é que, exceto pela idade, todos os outros fatores, clássicos ou mais recentes, são modificáveis por mudança no estilo de vida e tratáveis com medicamentos. Isso é uma clara evidência de que doenças cardíacas e circulatórias são conseqüências diretas dos maus hábitos de vida.

Mostrar aos pacientes a classificação de risco pode ser uma forma eficaz de melhorar a sua percepção sobre o problema e de aumentar o interesse em iniciar a prevenção da doença; em indivíduos de médio e de alto riscos5.

Figura 2. Risco relativo de CHD após 10 anos para mulheres

Fonte: Wilson PW, D´Agostino RB, Levy D, Belanger AM, Silbershatz H, Kannel WB. Prediction of coronary heart disease using risk factor categories. Circulation. 1998 May 12;97(18):1837-47.

Referências

1.Buckley DI, Fu R, Freeman M, Rogers K, Helfand M. C-reactive protein as a risk factor for coronary heart disease: a systematic review and meta-analyses for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med. 2009;151(7):483-95.
2. Helfand M, Buckley DI, Freeman M, Fu R, Rogers K, Fleming C, Humphrey LL. Emerging risk factors for coronary heart disease: a summary of systematic reviews conducted for the U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med. 2009;151(7):496-507.
3. Sheridan SL, Viera AJ, Krantz MJ, Ice CL, Steinman LE, Peters KE, Kopin LA, Lungelow D; Cardiovascular Health Intervention Research and Translation Network Work Group on Global Coronary Heart Disease Risk. The effect of giving global coronary risk information to adults: a systematic review. Arch Intern Med. 2010;170(3):230-9.
4. Wilson PW, D´Agostino RB, Levy D, Belanger AM, Silbershatz H, Kannel WB. Prediction of coronary heart disease using risk factor categories. Circulation. 1998; 97(18):1837-47.
5. Wilson PW. Evidence of systemic inflammation and estimation of coronary artery disease risk: a population perspective. Am J Med. 2008;121(10 Suppl 1):S15-20.

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