quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Saiba como conseguir remédios de graça para diabetes e hipertensão




A hipertensão arterial atinge 23,3% da população adulta brasileira e a diabetes atinge 6,3% dos adultos, de acordo com o estudo Vigilância de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2010.

O programa ‘Saúde não tem Preço’, lançado em fevereiro de 2011, oferece remédios para as duas doenças gratuitamente para a população. Atualmente, estão disponíveis cinco tipos de medicamentos para diabetes e seis tipos para hipertensão.

Esses medicamentos podem ser encontrados nas farmácias populares do governo ou nas farmácias privadas credenciadas do programa. Para identificá-las, basta observar na frente ou dentro dos estabelecimentos o cartaz "Aqui tem farmácia Popular". Atualmente, são 20.316 farmácias e drogarias credenciadas, um crescimento de 38,7% após o primeiro ano do programa.

No programa desta quinta-feira (9), a pediatra Ana Escobar explicou quais os sintomas e como tratar a diabetes e a hipertensão. As duas doenças podem causar a morte, mas têm controle e por isso é importante tomar o remédio diariamente.
Farmácia popular Bem Estar (Foto: Arte/G1)
No caso da diabetes, uma doença que aumenta a quantidade de glicose no sangue, as células do corpo ficam ainda mais ávidas por doce já que não recebem esse alimento, que fica concentrado nos vasos. A glicose é o único alimento que faz os neurônios funcionarem. Há três tipos da doença:

Diabetes tipo 1: acontece quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. A doença surge mais na infância e na adolescência e o doente precisa aplicar injeções diárias de insulina. Não se sabe ao certo como a pessoa desenvolve a doença: algumas nascem com predisposição, mas outras, com os mesmos genes, não têm diabetes.

Diabetes tipo 2: nesse caso, as células musculares e adiposas são resistentes à ação da insulina, ou seja, a pessoa precisa de uma quantidade muito grande de insulina para colocar a glicose dentro das células.

Diabetes gestacional: só aparece durante a gestação e desaparece logo após o nascimento do bebê. Os bebês de mães diabéticas nascem gordos porque recebem muita glicose do sangue materno, que está em excesso. Quando o bebê nasce, o pâncreas dele produz uma quantidade grande de insulina porque ele espera receber muita glicose, como estava acostumado dentro do útero. Porém, logo que nascem, não recebem essa glicose. Por isso é comum os bebês filhos de mães diabéticas terem hipoglicemia (nível de glicose no sangue abaixo do normal) nas primeiras horas de vida. Nestes casos, os bebês devem ser monitorados e, se necessário, receber um pouco de soro glicosado.
A hipertensão, conhecida também como pressão alta, ataca os vasos, o coração, os rins e o cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.

Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao derrame cerebral ou AVC. Nos rins, podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o tratamento adequado, bem conduzido por médicos.
A hipertensão é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves conseqüências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos façam o tratamento com adequado controle da pressão.  Veja abaixo algumas dicas para quem tem hipertensão:

- Meça a pressão
- Pratique atividades físicas
- Mantenha o peso ideal e evite a obesidade
- Adote uma alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes
- Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba
- Não fume
- Nunca pare o tratamento
- Evite o estresse

De acordo com o Ministério da Saúde, houve uma queda no número de internações no SUS de pacientes com diabetes e com hipertensão depois que o governo passou a distribuir gratuitamente remédios para estas duas doenças através do programa Saúde Não Tem Preço.

Em um ano do programa Saúde Não Tem Preço, o número de brasileiros beneficiados com medicamentos gratuitos para o tratamento de diabetes e hipertensão mais que triplicou. Foram atendidas mais de 7,8 milhões de pessoas nas farmácias e drogarias privadas credenciadas do país.

Veja como pegar remédios para diabetes e hipertensão:
- Procure farmácias e drogarias privadas credenciadas ou a rede de Farmácia Popular e apresente o CPF próprio, receita médica válida e documento com foto
- A receita deverá ser prescrita por um médico, que pode ser particular ou do SUS. A validade das receitas varia da seguinte forma: anticoncepcionais valem 1 ano; demais medicamentos e fraldas geriátricas valem 120 dias
- No caso de menores de idade, o CPF dos pais é aceito, até que ele providencie um próprio. Há um limite de remédios por CPF
- A farmácia tira uma cópia da receita e a devolve ao paciente
- A farmácia emite duas vias para a pessoa assinar. Uma delas fica com o cliente e a outra permanece com a farmácia
- Para os analfabetos, será aceita a digital
- As farmácias e drogarias que se negarem a entregar os remédios sofrerão as penalidades previstas na própria Portaria, podendo inclusive ser descredenciadas do programa. Basta denunciar no telefone da Ouvidoria: 0800 61 1997
O site para ver as farmácias credenciadas, os endereços e telefones éwww.saude.gov.br/medicamentos.
Aprendi com o Bem Estar
Toda semana, você vai conhecer no programa a história de alguém que aprendeu alguma coisa transmitida pelos médicos. Muita gente escreve ou liga para a nossa Central de Atendimento ao Telespectador (CAT), e a nossa equipe lê todas as mensagens.

Uma delas chegou depois do carnaval. Antes do feriado, o Bem Estar fez uma edição especial sobre afogamento, pois sabia que muitas pessoas passeariam nessa data, e a informação sobre o que fazer em caso de afogamento seria útil. Foi isso que aprendeu o aposentado Vilson Prado, de Florianópolis, e para ele fez toda a diferença entre a vida e a morte.

Ministério da Saúde diz que 5,6% dos adultos brasileiros têm diabetes



Número é menor que de países como Estados Unidos, Argentina e Chile.
Dado equivale a cerca de 7,5 milhões de brasileiros com a doença.

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (9) que 5,6% da população adulta do Brasil têm o diagnóstico de diabetes. O número é menor que o do ano passado, quando 6,3% foram identificados com a doença. Ao longo dos últimos seis anos, no entanto, a tendência é de estabilidade.
(Aviso: ao ser publicada, esta reportagem informou corretamente que a pesquisa não diferencia entre os dois tipos de diabetes. Posteriormente, por falha de comunicação, a reportagem teve texto e título alterados às 14h18 para dizer que a pesquisa abordou apenas a diabetes tipo 2. Às 14h50, houve nova alteração para deixar a reportagem com a informação anterior, que estava correta.)
De acordo com o Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 134.465.631 pessoas em idade adulta no país. Levando em conta esse número, a população com diabetes fica em torno de 7,5 milhões de brasileiros.
A diabetes se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, aumenta o risco de doenças do coração e do rim e pode levar à cegueira, entre outras complicações.
A tipo 2 é a mais comum, aparece em cerca de 90% dos diabéticos. O pâncreas começa a falhar aos poucos. A doença tem carga genética, mas geralmente está ligada à obesidade e ao sedentarismo, e aparece na fase adulta. Pode ser controlada com remédios e dieta, e injeções de insulina são usadas apenas em alguns casos.
O tipo 1 costuma surgir na infância ou na adolescência. Uma falha no sistema de defesa do corpo leva à destruição das células do pâncreas que produzem a insulina, hormônio que leva o açúcar para dentro das células. Esses pacientes dependem da injeção de insulina pelo resto da vida.
A pesquisa
Os números foram obtidos pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O levantamento, feito anualmente pelo ministério desde 2006, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos – por telefone – sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física, e doenças, como a hipertensão e a diabetes. Em 2011, foram entrevistados 54.144 maiores de idade de janeiro a dezembro.
Segundo o Ministro, apesar de o número ser menor no Brasil na comparação com outros países, os dados ainda preocupam. "Temos uma tendência de crescimento do número de pessoas com diabetes no Brasil por causa do aumento do número de idosos, do acesso ao diagnóstico e do crescimento da obesidade. É preciso reforçar ações de prevenção à obesidade, fazer diagnóstico precoce e promover acesso a medicamentos", declarou o ministro.
Os dados foram divulgados pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o Fórum Pan-americano de Ação sobre as Doenças Não Transmissíveis, em Brasília. O Brasil possui destaque na comparação com outros países do continente. De acordo com dados oficiais de cada país, o índice brasileiro é menor que o dos Estados Unidos (8,7%), Argentina (9,6%) e Chile (6,3%).
A capital onde foi identificado o maior percentual da população com diabetes é Fortaleza, onde 7,3% dos adultos são portadores da doença. Em seguida, estão Vitória (7,1%) e Porto Alegre (6,3%). Palmas possui o menor índice, com 2,7% da população. Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%) estão na segunda e terceira posição, respectivamente, dos melhores índices.
Segundo Padilha, as cidades com maior registro de diabéticos geralmente possuem mais idosos e assistência à saúde por meio do diagnóstico. "Quanto mais idosa a população da cidade, maior a possibilidade de termos um maior número de pessoas com diabetes. Em segundo lugar, quanto maior a cobertura do pré-natal, mais mulheres terão o diagnóstico precoce", disse.
O levantamento Vigitel também indica que a doença é mais comum entre os mais velhos. A diabetes aparece em 21,6% das pessoas com mais de 65 anos, e em 15,2% das que têm entre 55 e 64. Na faixa entre 18 e 24 anos o índice cai para 0,6%.
Internações e mortes
De acordo com o ministro, o acesso gratuito a medicamentos de tratamento de diabetes, promovido pelo programa Farmácia Popular, ajuda a melhorar o quadro brasileiro. Segundo ele, dados preliminares apontam que em 2011 houve cerca de 145 mil internações causadas pela doença, contra 148,4 mil em 2010.
"O remédio de graça contribiu para revertemos o número de internações e a tendência de mortalidade em relação a diabetes", disse.
De acordo com a Débora Maltah, diretora do Departamento de Análise de Situação de Saúde do Ministério da Educação, o governo possui um gasto médio anual de R$ 88 milhões com as internações por diabetes. "Nossa meta é a redução da mortalidade por diabetes e a inclusão de todos os pacientes no tratamento para que tenhamos também redução das internações", disse a diretora.
Escolaridade
Segundo a pesquisa, o percentual de adultos com diagnóstico de diabetes é menor conforme o aumento do número de anos escolares. Entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo, o índice é de 3,7%, chegando a 7,8% na população com até 8 anos de escolaridade.
De acordo com Déborah Malta, a diferença se dá, provavelmente, pela possibilidade de se adquirir hábitos mais saudáveis. "Mais anos de estudo é um hábito protetor, provavelmente por hábitos mais saudáveis", disse Déborah.