quinta-feira, 7 de março de 2013

Consumo de ferro diminui risco de TPM, sugere estudo


DE SÃO PAULO

Uma nova pesquisa feita por cientistas americanos indicou uma relação entre consumo de ferro e TPM (tensão pré-menstrual).
Pesquisadores da Universidade de Massachusetts e de Harvard investigaram os hábitos alimentares de 3.000 mulheres. Aquelas que indicavam ter uma dieta rica em ferro eram entre 30% e 40% menos propensas a ter TPM do que aquelas que consumiam quantidades baixas.
O trabalho, que será publicado no "American Journal of Epidemiology", é um dos primeiros a analisar se o consumo de minerais na dieta está relacionado ao surgimento da TPM.
É preciso ressaltar, porém, que o estudo não teve intervenção. Os pesquisadores só observaram a dieta das participantes, e não intervieram. Atividades físicas, peso, fumo e outros fatores foram levados em consideração, no entanto.
As mulheres no estudo preencheram questionários sobre seus hábitos alimentares durante os dez anos. Após esse período, 1.057 delas foram diagnosticadas com TPM, enquanto 1.968 permaneceram livres do problema.
Ajustando a ingestão de cálcio e outros fatores, os pesquisadores então compararam a ingestão prévia de minerais indicada nos questionários. Eles compararam as quantidades entre as mulheres que não tinham pouco ou nenhum sintoma menstrua com as identificadas com TPM.
"Nós descobrimos que as mulheres que consumiram ferro de verduras e suplementos alimentares, ou seja, de fontes não ligadas diretamente à carne, tiveram entre 30% a 40% menos risco de desenvolver TPM do que aquelas que consumiram menores quantidades de ferro", disse a Elizabeth Bertone-Johnson, uma das autoras do estudo.
Por outro lado, mulheres que consumiam quantidades elevadas de potássio tiveram mais chances de ter sintomas da TPM, em comparação com as que tinham níveis baixos.
SEM EXAGEROS
A pesquisadora afirma que o nível de ferro identificado para o menor risco de desenvolver TPM é de 20 miligramas diários. Uma quantidade superior à atual recomendação diária de 18 miligramas para mulheres antes da menopausa.
A cientista alerta para os riscos do consumo excessivo.
"Como o consumo alto de ferro pode ter outros efeitos sobre a saúde, as mulheres devem evitar consumir mais do que os níveis toleráveis, a menos que haja uma recomendação diferente do médico", disse Bertone-Johnson.

Excesso de carne processada dá mais chances de morte precoce


Pesquisa feita com 450 mil voluntários europeus conclui que linguiças e bacon demais aumentam risco de câncer e doenças do coração

  • Consumo menor que 20 gramas por dia evitaria 3% das mortes investigadas pelo levantamento





Pesquisa associa o consumo de carne processada à mortalidade por câncer e doenças cardiovasculares
Foto: Agência O Globo
Pesquisa associa o consumo de carne processada à mortalidade por câncer e doenças cardiovasculares Agência O Globo
RIO- Uma pesquisa abrangente, que analisou a dieta de cerca 450 mil europeus, conclui que homens e mulheres com um alto consumo de carne processada - linguiça, bacon, salsicha, hambúrguer e apresuntados - têm mais chances de morrer precocemente, em especial devido a doenças cardiovasculares, mas também com câncer. Nesta população, a redução do consumo de carne processada para menos de 20 gramas por dia iria impedir mais de 3% de todas as mortes.
Como o consumo de carne processada é um fator de risco evitável, as autoridades sanitárias deveriam incluir informações específicas sobre a redução do consumo de carne processada, sugerem os autores do estudo.
O levantamento, da Perspectiva Europeia de Investigação sobre Câncer e Nutrição (Epic, na sigla em inglês), foi feito entre voluntários sem histórico de câncer, derrame, ou enfarte. Tinham entre 35 e 69 anos e forneceram dados sobre o que comiam, se fumavam, as atividades físicas e o índice de massa corporal.
É sabido por todos que a carne vermelha é um alimento rico em proteínas e ferro. Embora o ferro seja essencial para a prevenção de anemia, o elevado consumo está relacionado com a formação endógena de compostos de nitrogênio no trato gastrointestinal e, assim, pode se tornar um fator de risco para alguns tipos de câncer, como o de colo, de acordo com a pesquisa. O levantamento, no entanto, não concluiu que o consumo de carne vermelha fresca, sem ser processada, fez diferença nas causas de mortalidade investigadas. O mesmo ocorreu com a carne de aves.
De cada 17 pessoas acompanhadas, m média por 13 anos, uma morreu. Mas aquelas que comiam mais de 160 gramas de carne processada por dia - o equivalente a duas salsicha e uma fatia de bacon - foram 44% mais propensas a morrer durante o período da pesquisa que aquelas que comiam cerca de 20 gramas do alimento.
Ao todo, cerca de 10 mil pessoas pesquisadas morreram de câncer e outras 5.500 de problemas cardíacos. Homens e mulheres que mais consumiam carne vermelha ou carne processada tendiam a ingerir menos frutas e outros vegetais. Foram também os mais propensos a terem o hábito de fumar e com menos tendência a terem formação universitária. Outro dado importante é o fato de os homens com maior consumo de carne vermelha consomem mais álcool que aqueles que não exageram com a carne. A tendência, no entanto, não foi confirmada entre as mulheres.