JOHANNA NUBLAT
O percentual de homens com 18 anos ou mais diagnosticados com diabetes subiu de 4,4% em 2006 para 5,2% no ano passado, indica estudo apresentado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira.
Esse histórico, aliado a outras pesquisas já feitas, levou o ministério a dizer que existe uma tendência de alta da doença entre os homens, explicada pela
pasta
como a união entre o crescimento do diagnóstico e de fatores de risco, como obesidade e envelhecimento da população.
Já entre a população como um todo (5,6%) e as mulheres (6%), a tendência é de estabilidade, segundo Deborah Malta, coordenadora de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis do ministério.
Os dados foram retirados do Vigitel 2011, inquérito telefônico feito com 54.144 adultos com 18 anos ou mais, nas 27 capitais. A pesquisa, anual, questiona sobre hábitos de vida e fatores de risco.
A presença do diabetes aumenta com o avanço da idade. Enquanto apenas 0,6% dos jovens de 18 a 24 anos informaram ter tido diagnóstico da doença, esse percentual sobe para 21,6% entre os adultos com 65 anos ou mais.
Também está relacionada à escolaridade, porque tende a cair entre pessoas mais instruídas. "A educação tem peso importante nas ações de saúde. O índice é duas vezes maior se comparadas as pessoas com menos de oito anos de escolaridade e as com 12 anos ou mais de estudos", afirmou o ministro da saúde Alexandre Padilha.
Essa relação com o estudo, segundo Malta, deve estar ligada à presença de hábitos de vida mais saudáveis na população mais escolarizada.
O programa de popularização de academias de ginástica, entre outras medidas adotadas recentemente pelo governo, foi citado como armas para reverter a tendência de alta do diabetes.
INTERNAÇÕES
O custo das internações por diabetes na rede pública chegou a R$ 87,9 milhões, informou o ministério. Em 2008, estava na faixa dos R$ 65 milhões. Uma única internação custa, em média, R$ 603 e dura seis dias.
Segundo o ministro Padilha, é possível notar uma redução no número das internações em 2011, se comparado ao ano anterior: de 148, 4 mil para 145,8 mil --segundo dado ainda preliminar de 2011.
Ele avalia que essa variação está relacionada à oferta gratuita de medicamentos contra o diabetes, iniciada no ano passado.
Malta diz que é preciso avaliar os dados dos próximos anos para verificar se essa é uma tendência que se mantém. "Precisamos de mais tempo para avaliar. Mas, ao mesmo tempo que teve um aumento do diagnóstico de homens, teve um recuo nas internações, é um movimento contrário. A gente esperaria até um aumento."
Em 2010, 54,5 mil pessoas morreram pelo diabetes. A meta do governo, para os próximos dez anos, é reduzir em 2% ao ano a mortalidade por doenças crônicas não-transmissíveis, onde está inserido o diabetes.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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