AS MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA DEVEM SER A ESTRATÉGIA INICIAL PARA O CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta elevada prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive no Brasil8, e é fator de risco para doenças cardiovasculares e renais. Seu tratamento farmacológico é efetivo em reduzir a pressão arterial (PA), porém pode ter efeitos adversos em longo prazo e requer supervisão médica contínua.
As mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e atividade física, são capazes de promover reduções significativas na PA e apresentam vantagens adicionais: são simples, seguras e influenciam ao mesmo tempo na melhora de comorbidades, como dislipidemia e hiperinsulinemia2.
Constituem, portanto, a estratégia inicial no tratamento para redução da PA6,7.
Uma metanálise de ensaios clínicos aleatorizados demonstrou que a realização de exercícios aeróbicos é capaz de levar a uma redução média da PA sistólica de 4,6 mmHg (IC95% 2,0 - 7,1)4. Este efeito parece ser independente da redução de peso associada com a atividade física.
Em um estudo com indivíduos normotensos seguidos por quatro anos, o aumento do condicionamento físico, que representa a resposta fisiológica à atividade física regular, apresentou associação estatisticamente significante com a redução do risco de desenvolver PA elevada9.
Dentre as abordagens dietéticas, a que apresenta melhor resultado para o manejo da HAS foi proveniente do estudo DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), um ensaio clínico aleatorizado apoiado pelo National Heart, Lung, and Blood Institute que comparou os efeitos de três padrões alimentares: 1) controle; 2) dieta rica em frutas e hortaliças e nos demais aspectos semelhante à controle; 3) dieta DASH, rica em frutas, hortaliças e laticínios magros, com reduzida quantidade de gordura total e saturada e de colesterol.
A quantidade de sódio se manteve constante no estudo (aproximadamente 3 g/dia)1.
As mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e atividade física, são capazes de promover reduções significativas na PA e apresentam vantagens adicionais: são simples, seguras e influenciam ao mesmo tempo na melhora de comorbidades, como dislipidemia e hiperinsulinemia2.
Constituem, portanto, a estratégia inicial no tratamento para redução da PA6,7.
Uma metanálise de ensaios clínicos aleatorizados demonstrou que a realização de exercícios aeróbicos é capaz de levar a uma redução média da PA sistólica de 4,6 mmHg (IC95% 2,0 - 7,1)4. Este efeito parece ser independente da redução de peso associada com a atividade física.
Em um estudo com indivíduos normotensos seguidos por quatro anos, o aumento do condicionamento físico, que representa a resposta fisiológica à atividade física regular, apresentou associação estatisticamente significante com a redução do risco de desenvolver PA elevada9.
Dentre as abordagens dietéticas, a que apresenta melhor resultado para o manejo da HAS foi proveniente do estudo DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), um ensaio clínico aleatorizado apoiado pelo National Heart, Lung, and Blood Institute que comparou os efeitos de três padrões alimentares: 1) controle; 2) dieta rica em frutas e hortaliças e nos demais aspectos semelhante à controle; 3) dieta DASH, rica em frutas, hortaliças e laticínios magros, com reduzida quantidade de gordura total e saturada e de colesterol.
A quantidade de sódio se manteve constante no estudo (aproximadamente 3 g/dia)1.
Em comparação à dieta controle, a dieta DASH levou a uma redução média da PA sistólica e diastólica de 5,5 e 3,0 mmHg, respectivamente. Considerando apenas os hipertensos, a dieta DASH reduziu a PA sistólica em 11,4 mmHg e a diastólica em 5,5 a mais do que a dieta controle; estas diferenças foram estatisticamente significantes1.
As evidências positivas provenientes de estudos com dieta ou atividade física incentivaram a condução de estudos que combinaram as duas intervenções a fim de verificar se haveria efeito sinérgico.
As evidências positivas provenientes de estudos com dieta ou atividade física incentivaram a condução de estudos que combinaram as duas intervenções a fim de verificar se haveria efeito sinérgico.
Blumenthal et al. (2010)3 realizaram um ensaio clínico com o objetivo de comparar a dieta DASH isolada ou combinada com programa de exercícios supervisionados visando a perda de peso, tendo como controles indivíduos seguindo sua dieta habitual e sem realizar atividade física.
Os participantes (n=144) tinham sobrepeso ou obesidade e apresentavam pré-hipertensão ou hipertensão estágio 1 (PA sistólica 130-159 e PA diastólica 85-99 mmHg). A intervenção durou quatro meses. A magnitude da redução da PA (sistólica/diastólica) foi significativamente maior no grupo dieta DASH combinado a exercícios (16,1/9,9 mmHg) do que nos grupos dieta DASH (11,2/7,5 mmHg) e controle (3,4/3,8 mmHg).
Os participantes (n=144) tinham sobrepeso ou obesidade e apresentavam pré-hipertensão ou hipertensão estágio 1 (PA sistólica 130-159 e PA diastólica 85-99 mmHg). A intervenção durou quatro meses. A magnitude da redução da PA (sistólica/diastólica) foi significativamente maior no grupo dieta DASH combinado a exercícios (16,1/9,9 mmHg) do que nos grupos dieta DASH (11,2/7,5 mmHg) e controle (3,4/3,8 mmHg).
Observou-se também melhora significativa nos parâmetros velocidade de onda de pulso (indicador da rigidez arterial), sensibilidade barorreflexa e massa do ventrículo esquerdo3. Edwards et al. (2011)5, dividiram 52 indivíduos sedentários com PA elevada em três grupos: 1) exercícios físicos; 2) exercícios + dieta DASH; 3) controle. A duração da intervenção foi de três meses. Utilizou-se como parâmetro a taxa de recuperação da frequência cardíaca, para verificar se as intervenções seriam capazes de interferir no desequilíbrio entre as atividades do sistema nervoso autônomo simpático (SNS) e parassimpático (SNP), que ocorre na HAS.
Os resultados demonstraram um aumento significativo na recuperação da frequência cardíaca nos grupos exercícios e exercícios + DASH, evidenciando a melhora da função do SNP, além de redução estatisticamente significante na PA, enquanto que no grupo controle não houve alteração.
Os resultados demonstraram um aumento significativo na recuperação da frequência cardíaca nos grupos exercícios e exercícios + DASH, evidenciando a melhora da função do SNP, além de redução estatisticamente significante na PA, enquanto que no grupo controle não houve alteração.
Conclui-se que a mudança no estilo de vida, quer seja por meio de dieta ou atividade física, é indispensável no tratamento da HAS. Ainda não se dispõe de dados suficientes na literatura para atestar a superioridade de uma abordagem sobre a outra.
Subtende-se que quando associadas o efeito sobre a redução da PA é maior, porém mais estudos precisam ser realizados para confirmar esta suposição, bem como para explorar outros mecanismos pelos quais a dieta e a atividade física poderiam influenciar na diminuição da PA, como por exemplo, a modulação da inflamação5.
Referências:
1) Appel LJ, Moore TJ, et al. A clinical trial of the effects of dietary patterns on blood pressure. DASH Collaborative Research Group. Engl J Med 1997; 336(16): 1117-1124.
2) Bacon SL, Sherwood A, et al. Effects of exercise, diet and weight loss on high blood pressure. Sports Med 2004; 34(5): 307-316.
3) Blumenthal JA, Babyak MA, et al. Effects of the DASH diet alone and in combination with exercise and weight loss on blood pressure and cardiovascular biomarkers in men and women with high blood pressure: the ENCORE study. Arch Intern Med 2010; 170(2): 126-135.
4) Dickinson HO, Mason JM, et al. Lifestyle interventions to reduce raised blood pressure: a systematic review of randomized controlled trials. J Hypertens 2006; 24(2): 215-233.
5) Edwards KM, Wilson KL, et al. Effects on blood pressure and autonomic nervous system function of a 12-week exercise or exercise plus DASH-diet intervention in individuals with elevated blood pressure. Acta Physiol (Oxf) 2011; 203(3): 343-350.
6) Frisoli TM, Schmieder RE, et al. Beyond salt: lifestyle modifications and blood pressure. Eur Heart J 2011; 32(24): 3081-3087.
Referências:
1) Appel LJ, Moore TJ, et al. A clinical trial of the effects of dietary patterns on blood pressure. DASH Collaborative Research Group. Engl J Med 1997; 336(16): 1117-1124.
2) Bacon SL, Sherwood A, et al. Effects of exercise, diet and weight loss on high blood pressure. Sports Med 2004; 34(5): 307-316.
3) Blumenthal JA, Babyak MA, et al. Effects of the DASH diet alone and in combination with exercise and weight loss on blood pressure and cardiovascular biomarkers in men and women with high blood pressure: the ENCORE study. Arch Intern Med 2010; 170(2): 126-135.
4) Dickinson HO, Mason JM, et al. Lifestyle interventions to reduce raised blood pressure: a systematic review of randomized controlled trials. J Hypertens 2006; 24(2): 215-233.
5) Edwards KM, Wilson KL, et al. Effects on blood pressure and autonomic nervous system function of a 12-week exercise or exercise plus DASH-diet intervention in individuals with elevated blood pressure. Acta Physiol (Oxf) 2011; 203(3): 343-350.
6) Frisoli TM, Schmieder RE, et al. Beyond salt: lifestyle modifications and blood pressure. Eur Heart J 2011; 32(24): 3081-3087.
7) Joint National Committee on Prevention, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. The Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Bethesda, MD: US Dept of Health and Human Services; 2004.
8) Passos VMA, Assis TD, Barreto SM. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006; 15(1): 35-45.
9) Whelton SP, Chin A, et al. Effect of aerobic exercise on blood pressure: a meta-analysis of randomized, controlled trials. Ann Intern Med 2002; 136(7): 493-503.
8) Passos VMA, Assis TD, Barreto SM. Hipertensão arterial no Brasil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base populacional. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2006; 15(1): 35-45.
9) Whelton SP, Chin A, et al. Effect of aerobic exercise on blood pressure: a meta-analysis of randomized, controlled trials. Ann Intern Med 2002; 136(7): 493-503.
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