quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

FITOESTERÓIS - MUDANÇAS DE ALEGAÇÃO NA EUROPA



A VARIEDADE DE PRODUTOS FACILITA O CONSUMO DIÁRIO DAS QUANTIDADES NECESSÁRIAS DE FITOESTERÓIS
Fitoesteróis são estruturas de tecidos vegetais reconhecidamente eficazes na redução das concentrações plasmáticas de colesterol, especialmente de indivíduos hipercolesterolêmicos2. Como as quantidades naturalmente presentes em verduras e legumes não são suficientes para provocar resultados satisfatórios sobre a redução lipídica6,7 o uso de alimentos enriquecidos em fitoesteróis tem ganhado espaço no mercado.

A comercialização de creme vegetal enriquecido com fitoesteróis já é realizada há uma década no Brasil, e mais recentemente incluíram-se no rol dos "enriquecidos em fitoesteróis", a bebida láctea e os iogurtes. A maior variedade de produtos facilita o consumo das quantidades necessárias de fitoesteróis para se obter seus benefícios sobre a saúde cardiovascular4. Quantidades entre 1,6g a 2g/dia de fitoesteróis reduzem as concentrações plasmáticas de LDL-colesterol em valores a partir de 12%2por meio de sua ação no processo de absorção de ácidos graxos e colesterol. No intestino, os fitoesteróis deslocam o colesterol alimentar para fora da micela e reduzem a sua absorção5. Publicação recente também demonstrou que os fitoesteróis são capazes de reduzir os triglicérides de indivíduos hipertigliceridêmicos por suprimirem a produção hepática de VLDL5. A melhora do perfil lipídico obtida com os fitoesteróis é proporcional à quantidade consumida 3 e resulta também na redução de marcadores inflamatórios do plasma3.  Entretanto, um uso superior a 3g por dia não traz benefícios adicionais na redução do colesterol.

Devido a essas evidências de benefícios obtidos com o consumo de fitoesteróis, recentemente a legislação de alimentos européia permitiu a criação de uma nova alegação de saúde, como segue: "Plant sterols have been shown to lower/reduce blood cholesterol. High cholesterol is a risk factor in the development of coronary heart disease" (Esteróis de plantas têm sido demonstrados como capazes de reduzir as concentrações plasmáticas de colesterol. A hipercolesterolemia é um fator de risco no desenvolvimento da doença coronariana).

A condição de utilização deste claim requer o informe ao consumidor de que os benefícios são obtidos com o consumo diário de, no mínimo, 2g de fitoesteróis. Essa conquista dada pelos órgãos reguladores da legislação na União Européia é um grande reconhecimento da eficácia dos fitoesteróis na redução do colesterol. Embora o fato em si já fosse de conhecimento público e divulgado por profissionais de saúde, a alegação implica em maior confiança no consumo desses alimentos como ferramenta no controle do colesterol e na redução do risco de doenças coronarianas.

Referências: 

1. Fransen HP, de Jong N, Wolfs M, Verhagen H, Verschuren WM, Lütjohann D, von Bergmann K, Plat J, Mensink RP. Customary use of plant sterol and plant stanol enriched margarine is associated with changes in serum plant sterol and stanol concentrations in humans. J Nutr. 2007;137(5):1301-6.
2. Lottenberg AM, Nunes VS, Nakandakare ER, Neves M, Bernik M, Lagrost L, dos Santos JE, Quintão E. The human cholesteryl ester transfer protein I405V polymorphism is associated with plasma cholesterol concentration and its reduction by dietary phytosterol esters. J Nutr. 2003;133(6):1800-5.
3. Micallef MA, Garg ML. Anti-inflammatory and cardioprotective effects of n-3 polyunsaturated fatty acids and plant sterols in hyperlipidemic individuals. Atherosclerosis. 2009;204(2):476-82.
4. Ortega RM, Palencia A, López-Sobaler AM. Improvement of cholesterol levels and reduction of cardiovascular risk via the consumption of phytosterols. Br J Nutr. 2006;96 Suppl 1:S89-93.
5. Plat J, Mensink RP. Plant stanol esters lower serum triacylglycerol concentrations via a reduced hepatic VLDL-1 production. Lipids. 2009;44(12):1149-53.
6. Racette SB, Lin X, Lefevre M, Spearie CA, Most MM, Ma L, Ostlund RE Jr. Dose effects of dietary phytosterols on cholesterol metabolism: a controlled feeding study. Am J Clin Nutr. 2010;91(1):32-8.
7. Racette SB, Spearie CA, Phillips KM, Lin X, Ma L, Ostlund RE Jr. Phytosterol-deficient and high-phytosterol diets developed for controlled feeding studies. J Am Diet Assoc. 2009;109(12):2043-51.

Nenhum comentário:

Postar um comentário