quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Hipertensão atinge 1 em cada 3 adultos em todo mundo.



Já um em cada dez pessoas sofre de diabete, informa relatório da OMS

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Hipertensão é mal que já afeta 1/3 da população mundial (ThinkStock)
Um em cada três adultos em todo o mundo sofre de hipertensão, revela um relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta quarta-feira. Já um em cada dez sofre de diabetes, informa o documento. "Este relatório oferece mais uma evidência do dramático aumento das condições que desencadeiam doenças de coração e outras doenças crônicas, particularmente nos países pobres e em desenvolvimento", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan.
Margaret ressaltou que é preocupante o fatio de que, em alguns países africanos, metade da população adulta sofre de hipertensão. Justamente por isso a OMS quer chamar a atenção para "o  crescente impacto das doenças não contagiosas". Pela primeira vez o estudo estatístico inclui informação de 194 países sobre os altos níveis, em homens e mulheres, de pressão sanguínea e da taxa de glicose no sangue. O relatório informa que os diagnósticos e os tratamentos baratos destas doenças reduziram o problema nos países desenvolvidos.
Clique nas perguntas abaixo para saber mais sobre a hipertensão:

A terceira grande preocupação é o excesso de peso, já que em todas as regiões do mundo, o número de obesos dobrou entre 1980 e 2008, informou Ties Boerma, diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias e Sistemas da Informação da OMS. "Hoje, cerca de 500 milhões de pessoas (12% da população mundial) são consideradas obesas", segundo Boerma.A preocupação da organização é que, em lugares como a África, onde não são aplicadas estas medidas preventivas, a maior parte das pessoas com estas doenças não sabem que correm risco de vida em decorrência de um ataque no cardíaco ou um derrame. O relatório incluiu pela primeira vez dados sobre o diabetes. A OMS lembra que, se não for tratado, o problema pode causar doenças cardiovasculares, cegueira e falha renal.
O nível mais alto de obesidade foi registrado na região das Américas (26% dos adultos) e o mais baixo no Sudeste Asiático (3% dos adultos), sendo maior a proporção de mulheres obesas que a de homens, com o impacto que isto representa quanto ao risco de diabetes, problemas de coração e câncer. A conclusão é que as doenças não contagiosas são atualmente a causa de dois terços das mortes no mundo, e por isso a OMS trabalha em um marco de acompanhamento e uma série de metas voluntárias para prevenir e controlar o problema.
O relatório será um dos assuntos abordados na próxima Assembleia Mundial sobre a Saúde da OMS em Genebra (entre os dias 21 e 26 de maio), que também informará os avanços conquistados. Segundo a OMS, desde que há mais de uma década se estabeleceram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU, "foi possível um progresso substancial na redução da mortalidade infantil e maternal, em relação ao HIV, à tuberculose e à malária".
A desnutrição infantil é a causa subjacente de aproximadamente 35% das mortes de crianças menores de cinco anos, embora no caso dos países em desenvolvimento tenha sido detectada certa melhora: entre 1990 e 2010 a proporção de crianças dessas idades que apresentavam peso abaixo do recomendável passou de 29% para 18%. Já a mortalidade entre menores de cinco anos nas últimas duas décadas reduziu 35% de 88 mortes para cada mil nascidos vivos em 1990 (um total de 10 milhões de crianças) até 57 para cada mil (7,6 milhões) em 2010. "As reduções foram particularmente impactantes nas mortes por diarréias e por sarampo", destacou a organização.
Especialmente significativo é o dado sobre a África, onde acontece metade das mortes de menores de cinco anos, já que a taxa de redução passou de 1,5% (1990-2010) para 2,8% (2005-2010). O dado de redução é grande também no que se refere ao número de mortes maternais (de 543.000 em 1990 para 287.000 em 2010), mas a OMS indica que "a taxa de redução é apenas a metade do necessário para conseguir o objetivo relevante dos ODM".

Cresce nº de casos de diabetes entre homens no Brasil.


Por Lígia Formenti
Brasília - Pesquisa feita pelo Ministério da Saúde indica um aumento de casos de diabetes entre homens no País. O porcentual passou de 4,4% para 5,2% entre 2006 e 2011. Apesar do crescimento registrado no grupo, os números apresentados pela população feminina ainda são maiores: 6% dizem ter a disfunção. O trabalho, feito por meio de entrevistas telefônicas com população acima de 18 anos nas capitais e no Distrito Federal, indicou que a incidência de diabetes é de 5,6% - um número que se mantém estável ao longo dos últimos seis anos.

A coordenadora do Departamento de Análise de Situação de Saúde do Ministério da Saúde, Débora Maltha, atribui o aumento de casos no grupo masculino a dois fatores: o crescimento da obesidade e ao maior acesso de homens ao diagnóstico. Considerada um problema de saúde, a diabetes está associada ao excesso de peso, sedentarismo e tabagismo. A doença pode levar a problemas cardíacos, vasculares, oculares e renais. "Nossa meta principal não é reduzir a incidência da doença, mas reduzir a mortalidade associada a ela", afirmou Débora. A projeção, de acordo com ela, é de aumento no número de casos de diabetes entre brasileiros, principalmente por causa do envelhecimento da população.

O risco da doença aumenta com passar dos anos. O estudo divulgado nesta quarta-feira mostra que 0,6% da população de 18 a 24 anos tem diabetes. O porcentual vai aumentando nas faixas etárias maiores até chegar a 21,6% entre a população com 65 anos ou mais.

A mortalidade associada à doença é crescente. Em 2006, eram registradas 24,1 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2010, essa relação passou para 28,8. Nesse mesmo ano, foram registradas 148 mil internações relacionadas à diabetes. "Além do sofrimento, a doença representa um fator importante de pressão nos custos do sistema público de saúde". Em 2011, foram gastos R$ 87,9 milhões com internações de pacientes com complicações da doença.

Dados preliminares indicam que internações em 2011 tiveram uma discreta queda em relação a 2010. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o fenômeno pode estar associado à distribuição gratuita de medicamentos para combater a doença, prevista no programa Aqui tem Farmácia Popular, lançado ano passado. Assim como outras doenças não transmissíveis, o risco de diabetes é maior entre população com menor escolaridade. O trabalho feito mostra que entre a população com zero a oito anos de estudo, 7,5% têm o problema. Entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo, esse indicador cai para 3,7%.

Dormir mal pode elevar risco de diabetes e obesidade.



Estudo observou que falta de sono adequado desacelera o ritmo do metabolismo e leva ao ganho de peso

Falta de sono
Dormir mal desacelera metabolismo, podendo levar ao ganho de peso e dabetes (Stockbyte/Thinkstock)
Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine reforça a constatação de que dormir pouco ou de maneira inconstante é prejudicial à saúde. Segundo os pesquisadores, que são do Hospital Brigham and Women, instituição afiliada à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, quantidade e qualidade do sono podem elevar o risco de uma pessoa desenvolver diabetes e obesidade.
CONHEÇA A PESQUISA

Onde foi divulgada: revista Science Translational Medicine

Quem fez: Orfeu Buxton e equipe

Instituição: Brigham and Women's Hospital (BWH)

Dados de amostragem: 21 participantes

Resultado: Quando os participantes tiveram a rotina de sono prolongado interrompida e, consequentemente, o relógio biológico alterado, houve uma diminuição do ritmo metabólico em repouso dessas pessoas. De acordo com os autores do estudo, essa redução pode desencadear um ganho de peso de até 4,5 quilos ao ano.
Embora outros trabalhos já tenham estabelecido essa relação, eles foram feitos a curto prazo ou com base em estudos epidemiológicos. Essa nova pesquisa, no entanto, examinou diretamente os participantes em um ambiente controlado e durante um extenso período de tempo.
Para isso, os 21 participantes do estudo, todos saudáveis, ficaram hospedados durante seis semanas em um ambiente completamente controlado. Os pesquisadores controlaram a quantidade de horas e em que momento esses indivíduos dormiam, além de outros fatores como hábitos alimentares e atividades físicas.
No início da pesquisa, os participantes obtiveram a quantidade de sono considerada ideal, ou seja, de cerca de dez horas por noite. Depois, e ao longo de três semanas, eles passaram a dormir durante 5,6 horas ao dia, sendo que podiam dormir em qualquer horário, tanto de dia quanto de noite, e mais de uma vez ao dia. Com isso, eles simulavam a rotina de uma pessoa que trabalha em diferentes turnos. Nessa etapa do estudo, por muitas vezes os participantes tentaram dormir em horários incomuns para seu relógio biológico. Na última fase da pesquisa, os indivíduos tiveram nove noites de sono para conseguirem recuperar seus horários habituais de sono.
Resultados — Os pesquisadores observaram que quando os participantes tiveram a rotina de sono prolongado interrompida e, consequentemente, o relógio biológico alterado, houve uma diminuição do ritmo metabólico em repouso dessas pessoas. De acordo com os autores do estudo, essa redução pode desencadear um ganho de peso de até 4,5 quilos ao ano sem a alteração da prática de atividade física ou dos hábitos alimentares. Com isso, há o risco do aumento de glicose e resistência à insulina no organismo, fatores que podem levar ao diabetes.
"Esses resultados sugerem que pessoas que trabalham durante a noite e que têm alterado seu relógio biológico, por exemplo, são muito mais propensas a progredir para o diabetes do que as que trabalham de dia", diz Orfeu Buxton, um dos autores do estudo. Buxton explica que, muitas vezes, os trabalhadores noturnos têm dificuldade em dormir durante o dia, podendo enfrentar problemas de sono reduzido. “É clara a evidência de que dormir o suficiente e, de preferência, à noite é importante para a saúde".

Café descafeinado pode proteger o organismo contra diabetes tipo 2.



Bebida é capaz de ativar metabolismo cerebral que é deficiente em diabéticos e em pessoas com problemas cognitivos

Xícara de café
Sem cafeína: pesquisa mostrou que metabolismo cerebral ligado ao diabetes tipo 2 melhorou com o consumo de café descafeinado (Medioimages/Photodisc/Getty Images)
Um novo estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina de Mount Sinai, nos Estados Unidos, indica que o café descafeinado é capaz de melhorar o metabolismo cerebral associado ao diabetes tipo 2. Essa ação do cérebro, se reduzida, também pode provocar problemas cognitivos. A pesquisa foi publicada na edição de janeiro do periódico online Nutritional Neuroscience.
Para observar a reação do cérebro com o consumo da bebida, o grupo de pesquisadores induziu ratos a desenvolverem diabetes tipo 2. Os animais receberam suplementos dietéticos de café descafeinado e de glicose durante cinco meses e antes de apresentarem a doença.
Os resultados mostraram que os ratos, ao receberam o café sem cafeína, foram capazes de metabolizar a glicose de maneira mais eficaz, utilizando-a como fonte de energia para o cérebro e evitando que ela se acumulasse no organismo, provocando, ou piorando, o quadro do diabetes. Esse processo de uso da glicose é reduzida em pessoas com diabetes tipo 2 e, além dessa doença,  pode acarretar diversos problemas cognitivos. "O metabolismo energético cerebral prejudicado está associado ao declínio cognitivo que ocorre com o envelhecimento do indivíduo e pode impulsionar o aparecimento de doenças neurodegenerativas mais sérias, como a Doença de Alzheimer", diz Giulio Maria Pasinetti, coordenador do estudo.
Segundo os pesquisadores, essa é a primeira evidência de que os cafés descafeinados podem ser benéficos à prevenção e ao tratamento tanto do diabetes tipo 2, quanto dos problemas cognitivos que acompanham o envelhecimento do homem.
A ingestão de café não é recomendada para todas as pessoas, já que a cafeína está relacionada a problemas como doenças cardiovasculares, colesterol elevado e alta pressão arterial. Porém, esses efeitos negativos podem não ser provocados com o consumo da bebida descafeinada, o que revela que outros componentes do café são benéficos à saúde. Agora, os pesquisadores esperam aprofundar os conhecimentos sobre o papel preventivo do café sem cafeína em outras doenças.

Diabetes atinge 21% dos brasileiros acima de 65 anos.



Obesidade e crescimento no número de idosos motivaram aumento de diabéticos no país, segundo Ministério da Saúde. No Brasil, 5,6% das pessoas possuem a doença

Luciana Marques
Segundos dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira, idosos acima dos 65 anos são os que mais sofrem com diabetes: 21,6% das pessoas nessa faixa etária possuem a doença. Em contraste, apenas 0,6% dos jovens entre 18 e 24 anos tem diabetes. No Brasil, 5,6% da população declaram ter a doença – em 2006 eram 5,2%. Os números fazem parte da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2011.

Entre os homens, o número de diabéticos aumentou, passando de 4,4%, em 2006, para 5,2%, em 2011. Apesar do aumento entre os homens, as mulheres continuam sendo maioria, com índice de 6%. "O Brasil tem proporção geral de pessoas com diabetes abaixo do Chile, Argentina e Estados Unidos, mas é uma tendência crescente no país", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo ministro, o governo tem realizado programas específicos aos idosos, que são mais atingidos pela doença. "O principal público que recebe remédios de graça para diabetes é quem tem mais de 65 anos", afirmou. "Vamos checar ainda o número de cadastros de diagnóstico precoce em idosos que as equipes de saúde estão realizando. De acordo com o desempenho das equipes, podemos dobrar os recursos para cada uma delas."
Causas - De acordo com o Ministério da Saúde, entre os motivos para o aumento do número de diabéticos no país estão o aumento da obesidade, o aumento da população idosa e aumento do número de diagnósticos. Entre 2006 e 2011, o número de obesos no Brasil cresceu 28%. Hoje o porcentual de hipertensos é de 22,7% entre os adultos – sendo 25,4% entre as mulheres; 19,5% entre os homens e 59,7% em pessoas com mais de 65 anos.
"Vamos reforçar ações de acesso mais fácil a medicamentos e fazer acordos com a indústria de alimentos", afirmou Padilha. "A redução do sódio e da gordura em alimentos pode ter peso importante para redução da obesidade, que é fator de risco para diabetes." Também são fatores de risco da doença o sedentarismo e o tabagismo.

Escolaridade - A pesquisa também mostra que, quanto menor o grau de escolaridade, maior o número de diabéticos. Entre as pessoas que estudaram até oito anos, por exemplo, 7,5% possuem diabetes. Já entre os que têm doze anos de estudo ou mais, o número cai pela metade: 3,7%.

As capitais com maior número de diabéticos no país são Fortaleza (7,3%), Vitória (7,1%), Porto Alegre (6,3%) e Rio de Janeiro (6,2%). As menores taxas são em Palmas (2,7%), Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%).
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Diabetes contribui para piora da capacidade cognitiva em idosos, aponta estudo.



Pesquisadores observaram que declínio de memória e raciocínio é mais rápido entre pessoas com a doença

Função cognitiva: mulhers que vivem em vizinhanças mais pobres têm habilidades como memória, atenção e percepção diminuídas
Função cognitiva: ter diabetes pode contribuir para que piora da cognição seja maior (Thinkstock)
O comprometimento da cognição, ou seja, a piora da memória, do raciocínio, da percepção e de outros processos mentais, que ocorre naturalmente conforme a idade avança, pode ser maior se um idoso sofrer de diabetes. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado na edição deste mês do periódico Archives of Neurology e desenvolvido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Saiba mais

COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer
Essa pesquisa acompanhou, durante dez anos, 3.069 idosos com idade média de 74 anos. Ao longo do estudo, eles responderam a questionários e realizaram testes que avaliaram a capacidade cognitiva de cada um. Os pesquisadores observaram que os indivíduos que já sofriam de diabetes no início do trabalho foram aqueles que tiveram os piores resultados nas avaliações de memória, raciocínio e outros aspectos da cognição. Além disso, esses participantes demonstraram as maiores taxas de declínio da capacidade cognitiva ao longo da pesquisa.

Segundo os autores do estudo, embora algumas pesquisas já tenham apontado para a relação entre diabetes, declínio cognitivo e risco de demências, como a doença de Alzheimer, pouco se sabe sobre as consequências da doença entre idosos. “Esse trabalho suporta a ideia de que idosos com diabetes têm reduzida sua capacidade cognitiva de maneira mais intensa, e que a falta de controle da glicose na corrente sanguínea contribui para esse quadro”, afirmam os pesquisadores no artigo.

Musculação reduz risco de diabetes tipo 2 independentemente da prática de exercícios aeróbicos.


Porém, associar esses dois tipos de atividades pode ser mais eficaz do que praticar somente uma delas

Atleta prepara barra de pesos para sessão de musculação
Musculação: prática pode ser alternativa para quem não consegue realizar atividades aeróbicas (Thinkstock)
O primeiro estudo a analisar os efeitos da musculação sobre o risco de diabetes tipo 2 mostrou que esse tipo de atividade, independentemente da prática de exercícios aeróbicos, como caminhada ou corrida, já é capaz de reduzir as chances de uma pessoa apresentar a doença. No entanto, de acordo com a pesquisa, feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a probabilidade de não desenvolver a condição é ainda menor quando os dois tipos de atividade — muscular e aeróbica — são associadas. As conclusões desse trabalho foram publicadas nesta segunda-feira no periódico Archives of Internal Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: "A Prospective Study of Weight Training and Risk of Type 2 Diabetes Mellitus in Men"

Onde foi divulgada: periódico Archives of Internal Medicine

Quem fez:  Anders Grøntved, Eric Rimm, Walter Willett, Lars Andersen e Frank Hu

Instituição: Universidade de Harvard, Estados Unidos

Dados de amostragem: 32.000 homens

Resultado: Praticar 150 minutos de musculação por semana reduz em até 34% o risco de diabetes; e praticar o mesmo tempo de musculação associada a exercícios aeróbicos, como corrida ou caminhada, diminui essa chance em até 60%
Ao longo de 18 anos, os pesquisadores acompanharam 32.000 homens, analisando características como prática de atividade física, sedentarismo, hábitos alimentares, tabagismo e consumo de álcool, além de se os participantes tinham casos de diabetes na família. Nesse período, 2.278 voluntários foram diagnosticados com diabetes tipo 2. Os resultados dessa pesquisa mostraram que a prática de atividades que envolvam o fortalecimento muscular, como a musculação, durante 150 minutos por semana, diminui as chances de uma pessoa ter diabetes tipo 2 em até 34% em comparação com não praticar nenhum tipo de exercício. Essa redução ocorreu mesmo com treinos de menor intensidade. Por outro lado, a associação entre esse tipo de exercício com algum outro aeróbio reduz esse risco em até 60%.
“Até agora, as outras pesquisas indicaram que as atividades aeróbicas são de grande importância para a prevenção da diabetes tipo 2. Porém, muitas pessoas têm, por diversos motivos, dificuldade em aderir esse tipo de exercício. Nosso estudo sugere que a musculação pode ser uma alternativa para as atividades aeróbicas para aqueles que buscam se prevenir da doença”, diz Andres Grontved, coordenador do trabalho.

Stress no trabalho dobra o risco de diabetes em mulheres.


Ocupar cargos de baixa hierarquia também está associado à doença, que se favorece com mudanças na alimentação e distúrbios hormonais e imunológicos

Insônia afeta produtividade do trabalhador americano e custa 252,7 dias de trabalho ao país
Trabalho: ambientes estressantes elevam risco de diabetes (ThinkStock)
Mulheres que sofrem stress em seu local de trabalho e que ocupam cargos de baixa hierarquia correm um risco duas vezes maior de desenvolver diabetes do que as que não sofrem pressão profissional, segundo um estudo publicado esta semana no periódico Occupational Medicine. De acordo com Peter Smith, um dos autores do da pesquisa, as mulheres, diferente dos homens, costumam reagir ao stress comendo mais produtos com açúcar e gordura, o que eleva o risco da doença.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The psychosocial work environment and incident diabetes in Ontario, Canada

Onde foi divulgada: periódico Occupational Medicine

Quem fez: Peter Smith e Richard Glaizer

Instituição: Instituto de Pesquisas sobre Trabalho e Saúde e Instituto de Ciência Clínica Avaliativa, Canadá

Dados de amostragem: 7.443 pessoas em atividade

Resultado: Mulheres que sofrem stress no trabalho têm o dobro de chances de terem diabetes do que as outras. Isso se deve a mudanças na alimentação (elas comem mais gorduras e açúcar), no estilo de vida (mais sedentário) e em mudanças hormonais e imunológicas
O estudo, feito no Instituto de Pesquisas sobre Trabalho e Saúde (IWH, na sigla em inglês) e no Instituto de Ciência Clínica Avaliativa (ICES, na sigla em inglês), ambos no Canadá, mostrou uma relação entre o grau de autonomia no trabalho e a incidência de diabetes na população feminina, como destacaram os autores no artigo. Ao todo, foram acompanhadas 7.443 pessoas em atividade durante nove anos. Os cientistas descobriram que a proporção de casos de diabetes devido ao stress profissional entre as mulheres foi de 19%. Esta cifra é superior às relacionadas com o tabagismo, a bebida, a atividade física ou o nível de consumo de frutas e verduras, mas menor que o risco representado pela obesidade.
Segundo os pesquisadores, outros motivos além da alimentação inadequada e do pouco gasto calórico explicam essa relação entre stress no trabalho e diabetes. Eles explicam que a doença se favorece por perturbações geradas no sistema neuroendocrinológico e no sistema imunológico, que provocam maior produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina. A pesquisa não identificou, no entanto, a mesma relação entre os homens. De acordo com Smith, eles reagem de forma diferente ao stresse tanto no plano hormonal quanto nos hábitos de consumo.

Mulheres com diabetes são mais sexualmente insatisfeitas.



Essas pacientes relatam enfrentar problemas relacionados ao sexo com maior frequência do que aquelas que não têm a doença

Mulher faz exame de diabetes
Mulher faz exame de diabetes: doença prejudica vida sexual, diz estudo (Jeffrey Hamilton/Getty Images)
Segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos, mulheres adultas que sofrem de diabetes estão menos satisfeitas com sua vida sexual do que aquelas que não têm a doença. No entanto, segundo os autores do estudo, que foi publicado na edição deste mês do periódico Obstetrics & Gynecology, isso não quer dizer que essas pacientes não se interessam pelo sexo, mas sim que elas enfrentam problemas sexuais com maior frequência.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Diabetes Mellitus and Sexual Function in Middle-Aged and Older Women

Onde foi divulgada: periódico Obstetrics & Gynecology

Quem fez: Kelli Copeland, Jeanette Brown, Assiamira Ferrara, Alison Huang e outros

Instituição: Universidade da Califórnia, San Francisco, Estados Unidos

Dados de amostragem: 2.300 mulheres de 40 a 80 anos de idade

Resultado: 33% das mulheres com diabetes dzem estar moderadamente ou muito insatisfeitas com sua vida sexual. Esse índice é de 25% entre aquelas que não têm a doença. Pacientes com diabetes relatam enfrentar com mais frequencia problemas como dificuldades de orgasmo e lubrificação
O coordenador do trabalho e pesquisador da Universidade da Califórnia, San Francisco, Alison Huang, explica que a relação entre diabetes e vida sexual é mais estudada sob o ponto de vista do homem. Estudos anteriores mostraram que a doença aumenta os riscos de pessoas do sexo masculino enfrentarem problemas sexuais, principalmente a impotência. A influência da síndrome entre as mulheres, especialmente as mais velhas, porém, é pouco conhecida.
Com base em questionários respondidos por aproximadamente 2.300 mulheres de 40 a 80 anos de idade, os pesquisadores descobriram que cerca de uma em cada três pacientes diagnosticadas com diabetes se dizia moderadamente ou muito sexualmente insatisfeita. Por outro lado, apenas uma em cada quatro participantes que não apresentavam a doença afirmou o mesmo. Essa diferença foi semelhante mesmo depois de os autores ajustarem os resultados em relação a outros fatores, como idade, raça, estado civil e peso. Entre os problemas sexuais relatados pelas participantes, os mais prevalentes foram os associados ao orgasmo e à lubrificação.
Para Huang, o fato de viver com uma doença crônica por si só já pode ser um fator que complica a vida sexual da mulher. No entanto, mais pesquisas devem ser feitas para que seja encontrada uma explicação para a associação entre diabetes e insatisfação sexual.