sábado, 13 de outubro de 2012

Açúcar ou Mel: qual a melhor opção?


Mel
Se você busca uma opção mais saudável, saiba porque o mel é mais vantajoso que o açúcar.
O mel é produzido pelas abelhas quando elas convertem sacarose do néctar das flores (isso mesmo, sacarose, igual ao açúcar que você come) em frutose e glicose. A glicose é o destino final, dentro do corpo, de todo açúcar que você consome. O corpo absorve a frutose (açucar das frutas), a lactose (açucar do leite), a sacarose (açúcar branco), e converte a glicose, que é o combustível preferido do corpo.
O mel contém açúcar simples em sua composição. Dentro do corpo, açúcar é açúcar, não importa de onde vem.
Se o seu objetivo é emagrecer, não faz muita diferença consumir açúcar branco ou mel. Só para termos idéia, a composição de cada um, por 100g:
CaloriasCarboidratos (g)Proteínas (g)Gorduras (g)Cálcio (mg)Ferro (mg)Vit C (mg)
Açúcar branco38799,50,00,04,00,10,0
Mel309840,20,010,00,30,7
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos- TACO
A diferença é que o mel, além de açúcar, possui:
Vale a pena substituir, em sucos e cereais, o açúcar pelo mel. O que não pode é abusar na quantidade (tanto do açúcar quanto do mel) devido o  alto teor de calorias.

Açúcar: caso você decida usar, qual a melhor opção ?



Conhecendo um pouco a história: o açúcar já era produzido desde a Antiguidade por indianos e persas, extraído da cana. Foram os árabes que o apresentaram aos europeus  por volta do século X, como especiaria exótica e caríssima. No século XVI, 1 kg de açúcar era vendido por 10 cabeças de gado! O açúcar entrou para civilização Ocidental e evoluiu para a condição de fármaco que dava corpo e sabor doce a xaropes, avançou para a condição de especiaria apreciada pelas elites burguesas e finalmente saltou para a mesa de todos. Essa trajetória só foi possível graças a uma produção que ganhou escala cada vez maior depois que espanhóis e portugueses trouxeram para o novo mundo a cultura da cana-de-açúcar.
É comum chamar de açúcar tudo o que tem o poder de adoçar o alimento. Podendo ser o mel, adoçantes, açúcar de mesa (açúcar branco) e suas variações.
“Açúcar é a sacarose obtida de Saccoharum officinarum ou de Beta alba, L., por processos industriais adequados”, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Na nossa alimentação pode estar presente em duas maneiras:
  • açúcar intrínseco (dentro de frutas, vegetais ou doces);
  • açúcar extrínseco (adicionado às preparações).
Ele é extraído sobretudo da cana-de-açúcar e da beterraba.
Tipos mais comuns de açúcar encontrados nos mercados:
  • Refinado ou branco: é o mais prejudicial. No refinamento, seus sais minerais e vitaminas são perdidos e inúmeros produtos químicos são utilizados para que o açúcar fique branco, solto e bonito, motivo este que leva à perda de seus nutrientes.
  • Cristal: com grânulos grandes, difíceis de serem dissolvidos, passa por refinamento, mas conserva 10% dos sais minerais;
  • Confeiteiro: muitíssimo refinado, recebe amido de arroz, de milho ou fosfato de cálcio para os minicristais não se juntarem novamente. Normalmente usado no preparo de doces;
  • Light: combina açúcar refinado a adoçantes artificiais. Porém contém mais aditivos químicos;
  • Demerara: de cor marron-clara, passa por leve refinamento e não tem aditivo químico. Tem alto valor nutricional;
  • Mascavo: é escuro e úmido (cuidado com a umidade devido a presença de fungos). Por não ser refinado, conserva cálcio, ferro e sais minerais. Tem acentuado gosto de cana.
O açúcar orgânico é um produto de granulação uniforme, produzido sem nenhum aditivo químico, tanto na fase agrícola como na industrial, e pode ser encontrado nas versões claras e dourada. Além disso o açúcar orgânico utiliza processos apoiados na sustentabilidade do meio ambiente, desde plantio até etapa final. No mercado já existem algumas opções, como o açúcar cristal orgânico e o açúcar demerara orgânico. Vale lembrar que o demerara possui mais nutrientes que o cristal, mesmo sendo orgânico.

Nutrientes
Refinado
Mascavo / Demerara
Energia
387kcal
376kcal
Carboidratos
99,9g
97,3g
Proteínas
-
-
Vitamina B1
-
0,01mg
Vitamina B2
0,02mg
0,01mg
Vitamina B6
-
0,03mg
Cálcio
1mg
85mg
Magnésio
0mg
29mg
Cobre
0,04mg
0,03mg
Fósforo
2mg
22mg
Potássio
2mg
346mg
Adaptado da Tabela de Composição de Alimentos. Sônia Tucunduva

O excesso de açúcar no organismo leva a alterações como cáries, superacidez (que provoca perda de minerais importantes como por exemplo o fósforo e o cálcio), até a desordens como Resistência a Insulina, Diabetes e até aumento de Triglicerídeos, colesterol, e como consequência a obesidade. Lembre-se: nosso organismo não é preparado para receber excessos dessa carga química.


O ideal é não consumir produtos e alimentos com grandes quantidades de açúcar e adoçantes (principalmente artificiais), como refrigerantes e doces de padaria. Saiba que até pão, pizza, molho shoyo, guaraná “natural” e vinho possui açúcar (olho no rótulo). Evite adicionar em sucos, chás e café, e quando fazê-lo tomar muito cuidado na quantidade (sempre pouco) e buscar pela melhor opção de açúcar: quanto mais escuro e orgânico, mais nutrientes são preservados e menos química é adicionada. Seu organismo agradece!

Reconheça os cinco principais sintomas de um ataque do coração


RIO - Quando as mãos de Eugenia Smith, de 46 anos, começaram a formigar, ela achou que as luvas que usava para pedalar precisavam ser mais espessas. Quando sentiu falta de ar durante uma pequena caminhada, imaginou que estivesse com pneumonia. E quando seu peito doeu, atribuiu a uma indigestão. As três vezes ela errou: Eugenia estava tendo um ataque do coração e precisou pôr três stents. Até então, sua saúde era perfeita. Pode parecer estranho não perceber os sinais de um ataque do coração, mas os cardiologistas garantem que não identificar os sintomas é muito comum.
- Isso acontece o tempo todo, toda a semana - garante o cardiologista americano Kenneth Rosenfield, do Massachusetts General Hospital.
Ele diz que um ataque do coração à la Hollywood - quando a pessoa cai devido a fortes dores no peito - é uma exceção, não uma regra.
- Temos que fazer um trabalho melhor para as pessoas reconhecerem os sintomas ligados a um ataque cardíaco.
Os sinais para reconhecer um ataque do coração variam de pessoa para pessoa, mas alguns sintomas, listados abaixo pela Associação Americana do Coração, não podem passar despercebidos. Reconhecê-los pode evitar que os danos sejam maiores. Confira.
1) Desconforto na região do peito
Mesmo que nem todos que estão enfartando sintam dores no peito, este é o sinal mais comum, segundo a Associação Americana do Coração. A dor não é necessariamente esmagadora e pode ser confundida com indigestão. Não espere a dor aumentar para procurar um médico.
2) Dores na parte superior do corpo
Algumas pessoas sentem uma pressão incomum atrás dos ouvidos junto com uma pressão na nuca. Rosenfield diz que dores fortes em diferentes partes do corpo simultaneamente podem indicar que a pessoa está tendo um ataque do coração.
- Digo para meus pacientes que eles devem estar atentos a qualquer sintoma diferente ou incomum, como sensação de peso, pressão, compressões, dores no peito, atrás do pescoço, nos ombros ou nos braços, no cotovelo, no queixo, na garganta e até mesmo nos lóbulos das orelhas - explica Rosenfield.
Para saber a diferença se estas dores são características de algum problema cardíaco, o cardiologista pede para prestar atenção no histórico familiar - se alguém próximo sofre de males do coração - ou se a pessoa tem pressão alta ou colesterol alto. Outros motivos para prestar atenção aos sintomas são se eles aparecem sem nenhuma causa aparente, se pioram durante o exercício físico, se não passam nunca ou se vão e voltam.
3 - Problemas gastrointestinais
Dores no estômago e náusea podem ser um indicativo de enfarte. São incômodos diferentes dos causados por uma úlcera, por exemplo. Pacientes com histórico de hipertensão arterial e problemas vasculares devem ter maior atenção.
4 - Sintomas de gripe
O médico Robert Superko, autor do livro "Antes do Ataque do Coração", diz que uma forte fatiga, uma sensação de exaustão por muitos dias e problemas gastrointestinais, e uma sensação geral de não estar se sentindo bem podem ser sintomas de um ataque do coração ou de problemas cardíacos - e são fáceis de serem deixados para lá.
- As pessoas descrevem o ataque do coração como se fosse um resfriado - diz Superko.
5 - Falta de ar
Sentir falta de ar pode ser um sintoma de enfarte mesmo que a pessoa não esteja com dores no peito ou qualquer outro mal-estar.









 

Queda no nível de testosterona está ligada a comportamento e hábitos de saúde, diz estudo



As alterações não são causadas apenas pelo envelhecimento normal

homens
Muitos homens apresentam diminuição nos níveis do hormônio com o passar dos anos, mas as causas ainda são desconhecidas. (Thinkstock)
Um novo estudo mostrou que a queda dos níveis de testosterona em homens mais velhos está mais ligada a mudanças em seu comportamento e saúde do que aos processos normais de envelhecimento. "As mudanças nos níveis do hormônio podem ser causadas pelo hábito de fumar ou por mudanças na saúde, particularmente a obesidade e depressão”, diz Gary Wittert, médico da Universidade de Adelaide, na Austrália, e autor do estudo.

Saiba mais

TESTOSTERONA
É um hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento e manutenção de características típicas dos homens, como voz grossa e pelos por todo o corpo. Está ligada também à libido e à agressividade. É produzida nos testículos. Mulheres também o produzem, nos ovários, mas em quantidades até 30 vezes menores do que os homens.
Muitos homens apresentam uma queda nos níveis do hormônio sexual testosterona com o passar dos anos, mas a causa ainda é desconhecida. O estudo, que será apresentado na próxima segunda-feira no 94º Encontro Anual da Endocrine Society, é um dos primeiros a analisar as mudanças nos níveis do hormônio em uma população de homens com o decorrer do tempo.
Os autores analisaram medições de testosterona feitas em mais de 1.500 homens, retiradas em duas visitas clínicas separadas por cinco anos. Depois de excluir os dados de homens com valores laboratoriais incomuns, que estivessem tomando medicamentos ou tinham condições médicas conhecidas por afetar os hormônios, sobraram 1.382 homens, que tiveram seus dados analisados.
Em média, os níveis de testosterona não caíram significativamente durante os cinco anos do estudo — eles diminuíram menos de 1% a cada ano. No entanto, quando os pesquisadores dividiram os pacientes em subgrupos, eles encontraram alguns fatores ligados a quantidades menores do hormônio. "Os homens que tiveram queda na testosterona tinham maiores chances de ser aqueles que se tornaram obesos, haviam parado de fumar ou estavam deprimidos", diz Wittert. Ele ainda destaca que, apesar de parar de fumar levar a uma queda nos níveis do hormônio, os outros benefícios desse comportamento ainda compensam.
Os homens solteiros que participaram do estudo tiveram uma queda maior nos níveis de testosterona do que os homens casados. O pesquisador atribuiu isso a descobertas de pesquisas anteriores, que dizem que os homens casados são mais saudáveis e felizes. "Além disso, o sexo regular tende a aumentar os níveis de testosterona", afirma. 

Caminhar uma hora por dia reduz fator genético da obesidade



Paul Ellis
O sedentarismo amplia a predisposição genética para a obesidade, mas é possível reduzir seus efeitos à metade caminhando a um ritmo constante durante uma hora por dia, revela um estudo apresentado nesta quarta-feira nos Estados Unidos.
"Nossa pesquisa mostra que caminhar em um bom ritmo diariamente reduz a influência genética na obesidade, o que se traduz pela queda à metade do índice de massa corporal (IMC)", assinalaram os pesquisadores.
O trabalho foi apresentado na conferência sobre nutrição, atividade física e metabolismo (EPI/NPAM, na sigla em inglês), organizada pela Associação Americana do Coração (AHA) reunida nesta semana em San Diego, Califórnia (oeste).
Já um estilo de vida sedentário, marcado pelo ato de ver televisão quatro horas por dia, aumenta a influência dos genes sobre o tamanho da cintura e faz subir 50% o Índice de Massa Corporal (peso dividido pela altura ao quadrado)", acrescentaram os especialistas, em um comunicado.
Uma pessoa com um IMC de 30 ou mais é considerada obesa.
Participaram do estudo 7.740 mulheres e 4.564 homens. Os cientistas colheram dados sobre a atividade física dos participantes e as horas dedicadas a ver televisão durante dois anos antes de avaliar o Índice de Massa Corporal.
O efeito da predisposição genética à obesidade foi calculado com base em 32 variações genéticas que influenciariam o aumento de peso.
Cada uma destas variantes genéticas que predispõem à obesidade podem aumentar o Índice de Massa Corporal 0,13 kg/m2, segundo os especialistas, entre eles Qibin Qi, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard em Boston (Massachusetts, nordeste).
No entanto, este efeito pode ser reduzido nos indivíduos que realizam mais atividade física, em comparação aos que se movem menos, com perdas de 0,15 kg/m2 e 0,08 kg/m2.
Do mesmo modo, o efeito genético do sedentarismo sobre o IMC foi mais pronunciado entre os participantes que passaram 40 horas por semana vendo televisão, em comparação aos que dedicam a essa atividade uma hora ou menos. Os primeiros aumentaram 0,34 kg/m2 de IMC contra 0,08 kg/m2 para os segundos.
Segundo os autores do estudo, o americano médio vê televisão de quatro a seis horas por dia.
Os testes genéticos para determinar se uma pessoa é portadora das variações que predispõem à obesidade, no entanto, ainda não estão disponíveis ao público e os cientistas aconselham aos médicos perguntar a seus pacientes se têm antecedentes familiares.

Falta de libido na mulher



A falta de desejo sexual, ou a diminuição da libido é relativamente comum no sexo feminino, atingindo tanto mulheres jovens como aquelas em fase pré e pós-menopausa. As estatísticas médicas sobre o tema não são absolutamente seguras e confiáveis. A maior parte resulta de entrevistas ou incômodos questionários distribuídos a grandes grupos femininos. No entanto, estima-se que o baixo desejo sexual possa estar presente em 25 a 53% das mulheres de 25 a 70 anos, em condições sócio-econômicas diversas, nível cultural precário ou elevado, em diferentes etnias, vivendo em zonas urbanas ou rurais.
Esta queixa de ‘baixo’ desejo sexual sempre é uma das principais afirmações da mulher, seja em consulta com seu ginecologista, seja quando solicita orientação do endocrinologista, porque se acredita que o problema é ‘hormonal’. O fato é que libido decrescente pode causar problemas no relacionamento íntimo do casal e, talvez, seja um dos motivos pelo qual a mulher não se aventura a um novo relacionamento. É óbvio que a diminuição de atração sexual é multifatorial podendo ser ligado a um relacionamento tumultuoso, cheio de problemas pessoais, financeiros, familiares, até a negligência do parceiro no aspecto físico, presença de moléstia crônica, tratamentos prolongados para depressão ou angústia, perda do emprego (tanto de um como do outro parceiro), certos medicamentos que agem no sistema nervoso central, e falta total de hormônio feminino (menopausa precoce). Todos estes fatores podem estar isoladamente presentes ou se associarem causando a chamada frigidez na mulher.
As opções de tratamento
O tratamento ideal para tentar resolver o problema da queda da libido feminina passa por uma avaliação completa, quer do ponto de vista físico, como da avaliação psicológica da paciente. É importante saber de detalhes da vida do casal, do grau de intimidade e liberdade de discutir o problema entre eles, avaliação das condições familiares e mesmo das condições financeiras. A seguir vem a avaliação endocrinológica, mensurando-se os hormônios femininos e igualmente o nível de hormônio masculino (testosterona).
Outro hormônio importante a ser avaliado é a prolactina. Este hormônio, que surge na fase de amamentação, propicia condições de estímulo constante para que os canais lactotróficos (que secretam leite materno) produzam o alimento para o recém-nascido. O ato de sugar o seio é estímulo constante para que a prolactina se mantenha elevada. Não raramente a glândula hipófise pode secretar prolactina fora do período de lactação, isto é, surgem gotículas de leite ao se apertar os mamilos. Este é um sinal de que a prolactina está anormalmente elevada devido a um possível pequeno tumor na hipófise. A prolactina é importante frenador do desejo sexual da mulher e existem medicamentos que corrigem o excesso de prolactina e ‘curam’ o tumor.
O uso de hormônios para queda do libido
A presença de pequenas quantidades de hormônio masculino (testosterona) na fisiologia da mulher tem papel importante na libido. A administração de testosterona a mulheres em idade fértil (não menopausadas) leva a maior e mais freqüente desejo sexual e possibilita atingir o clímax sexual. Na fase pós-menopausa, os vários estudos do uso de testosterona foram, na maioria, apenas conduzidos em mulheres que estavam sob o uso de reposição hormonal, seja somente com estrógenos (hormônios femininos), ou com estrógeno e progesterona, o outro hormônio feminino que surge após ovulação. Isto porque a mulher que não está sob reposição hormonal feminina pós-menopausa, terá certas dificuldades físicas no ato sexual devido à falta de lubrificação vaginal. 
Muito recentemente um grupo de cientistas iniciou uma pesquisa com grande número de mulheres que reclamavam de queda da libido. Todas as mulheres já estavam no período da menopausa e não estavam sob reposição hormonal. Foi administrada testosterona por meio de um adesivo sob a pele com cerca de 150 microgramas de hormônio masculino (testosterona) em metade das pacientes. A outra metade recebeu um adesivo idêntico de placebo.
Após 24 semanas os pesquisadores notaram que no grupo de mulheres com uso real de testosterona ocorreram vários eventos que indicaram, seguramente, melhora em vários setores da vida sexual, como desejos sexuais mais freqüentes, orgasmo presente, prazer nas carícias, melhora do humor, sono mais tranqüilo, e vida familiar mais harmônica. Doses maiores (300 microgramas) de testosterona, curiosamente, aumentaram os efeitos positivos deste hormônio na área sexual, mas somente em mulheres com menopausa natural, isto é, que não tinham sido operadas de útero e ovários.
Tanto a dose menor (150) como a maior (300) levou a algumas reações chamadas androgênicas (ou características de hormônio masculino), tais como acne, pêlos no queixo e, raramente, voz mais grave. Obviamente quando mediram o teor de testosterona na circulação, notou-se elevação deste hormônio somente nas que realmente foram tratadas com o adesivo hormonal. É interessante observar que as que foram tratadas com placebo, inicialmente, também se sentiram melhor (efeito psicológico?), mas não houve significativa elevação da libido. Os autores concluíram que as doses pequenas de testosterona (150 microgramas) são mais seguras, com poucos efeitos colaterais e atingem seus objetivos.
De qualquer forma existem outras formas de se introduzir testosterona em mulheres pré e pós-menopausada. Injeções mensais, implantes de estradiol e testosterona, creme cutâneo contendo testosterona associado ou não com creme estrogenico vaginal, e, finalmente, comprimidos de testosterona. Cabe a seu médico decidir qual a melhor forma e via de aplicação para obtenção de efeitos desejáveis.

Os hormônios dos idosos




Getty
O número de pessoas com mais de 60 anos é maior a cada censo populacional realizado no Brasil. Em 1950 os idosos eram apenas 4 milhões. Em 2007, já ultrapassam os 15 milhões de brasileiros. A previsão é de que em mais 10 anos teremos cerca de 20 milhões de indivíduos saudáveis na terceira idade. Todos sabemos que não basta atingir uma idade avançada rodeado por netos e bisnetos, é preciso ter qualidade de vida: boa saúde, capacidade cognitiva, memória adequada, articulações que permitam a prática de exercícios condizentes, afetividade, amor, amizade intactas, coração excelente e ausência de sintomas neurológicos. Parece fácil descrever o idoso ideal, mas não disso é possível se os hormônios não estiverem precisamente regulados. Com o avançar da idade, o sistema hormonal já não funciona como antes. A comunidade médica tem atestado, com freqüência cada vez maior, os resultados de reposições hormonais que proporcionam uma dose de “rejuvenescimento”, uma certa alegria de viver, disposição, energia e humor.
A desigualdade entre mulheres e homens
O organismo produz o estradiol e a progesterona (na mulher) e a testosterona (no homem) desde o período pré-puberal, elevando esta produção a níveis muito altos na puberdade e por boa parte da vida adulta. Há uma diferença: enquanto o homem mantém a sua secreção de testosterona por décadas seguidas, as mulheres diminuem os níveis dos hormônios femininos depois da menopausa. Não existe consenso entre os médicos nesta questão de reposição hormonal na mulher. Estudos populacionais com milhares de pessoas envolvidas apontam para discreta possibilidade de maior número de casos de câncer, maior prevalência de algumas alterações cardíacas entre as que fazem uso da reposição hormonal. O imenso benefício que o tratamento traz à vida da mulher ultrapassa, a meu ver, as estatísticas dos estudos populacionais.
O frescor da pele, os cabelos e unhas saudáveis, a manutenção do colágeno que sustenta a pele, a libido conservada, o melhor desempenho sexual, a ausência de depressão e maior alegria de viver são algumas vantagens a ser consideradas. Ossos mais fortes, maior quantidade de cálcio no esqueleto, baixo risco de fraturas da articulação coxo femural, sistema muscular, circulatório e cognitivo intactos são vantagens inegáveis para as que tomam o seu hormônio diariamente seja por via oral, transdermica, implantes, ou sob forma de gel cutâneo. Recentemente a Associação Norte Americana de Endocrinologistas Clínicos deliberou que a mulher deve ter o direito de escolher se deseja receber reposição hormonal e reiterou que o risco de fenômenos adversos é mínimo. E o melhor: a maioria dos medicamentos hormonais à disposição do médico não engorda.
A andropausa nos homens
O mesmo raciocínio se aplica aos homens. Existe, sem dúvida, um declínio discreto mas constante no teor de testosterona com o avançar da idade. Essa queda do hormônio masculino pode levar a uma série de sintomas: fadiga crônica, perda de massa muscular, queda de libido, disfunção eréctil e mesmo osteoporose, ou seja, perda de cálcio do sistema esquelético. Hoje o médico tem à sua disposição um verdadeiro arsenal terapêutico para várias modalidades de reposição hormonal no homem: gel cutâneo, colocar adesivo com testosterona e injeções de testosterona. É necessário, todavia, ter total e completo exame da próstata, pois o hormônio poderá, eventualmente, afetar o crescimento deste órgão masculino.
A falta de cálcio no sistema esquelético
Podemos examinar o conteúdo de cálcio nos ossos por um procedimento não invasivo que se chama densitometria óssea. Existem aparelhos simples, de uso em consultório, que mede o conteúdo de cálcio nos ossos. Quando há discreta diminuição de cálcio chamamos de osteopenia. Quando a concentração de cálcio é bastante baixa nos ossos, o diagnóstico é de osteoporose. Em ambos os casos recomenda-se ao idoso o uso de comprimidos de cálcio a que se associa compostos bifosfonados. Fósforo e cálcio formam osso novo. No caso do paciente poder tomar hormônio feminino ou masculino a recuperação do esqueleto é bastante rápida, prevenindo eventual ocorrência de fraturas no futuro.

Osteoporose em homens



Os termos osteopenia (discreta diminuição do conteúdo de cálcio nos ossos) e osteoporose (falta de cálcio nos ossos) englobam um conjunto de fatores hormonais, nutricionais e geriátricos que levam à perda da massa óssea tanto em mulheres (mais freqüente) como em homens. É comum investiggar-se o estado dos ossos, por meio de teste chamado Densitometria Óssea, nas mulheres em fase de menopausa e nos anos seguintes. Nesse aspecto, as mulheres são muito melhor avaliadas que os homens. Raramente se observa um indivíduo com mais de 50-60 anos preocupado com um possível declínio de cálcio nos ossos.
Mas as estatísticas indicam que cerca de 4% dos idosos (mais de 60 anos) masculinos têm queda de cálcio dos ossos (osteoporose) e que 15 a 30% têm osteopenia (perda de cálcio nos ossos em menor grau). Em estudos conduzidos nos Estados Unidos, a população masculina de etnia branca apresenta mais declínio do cálcio nos ossos comparativamente a afro-descendentes e, conseqüentemente, podem ter maior prevalência de fraturas da cabeça do fêmur.
Por que os homens também perdem cálcio dos ossos?
Os idosos, freqüentemente, têm pouca ou nenhuma atividade física ao ar livre. Esta atividade é importante para os ossos porque proporciona exposição a raios ultra-violeta (UV) da insolação, essenciais para produção de vitamina D no organismo. Além do fato de que existe carência de vitamina D nos idosos, a falta de cálcio nutricional é muito importante. A ingestão de cálcio a partir do uso diário e constante de laticínios deve ser recomendada como forma natural de prover o esqueleto deste precioso mineral.
Recomenda-se períodos de insolação (“banho de sol”) em períodos de 60 minutos para ativar os mecanismos de formação de vitamina D. Muitos idosos, também, terão que receber suplementos de vitamina D para ajudar a deposição de cálcio nos ossos e desta forma prevenir eventuais futuras fraturas de cabeça do fêmur ou de vértebras, que demandam correções cirúrgicas complexas e muito impactantes para o idoso.
Outras causas que contribuem para perda de cálcio são os hábitos de tabagismo e o uso de medicamentos à base de cortisona. A cortisona é um poderoso aliado do reumatologista. As dores articulares dos idosos devido à degeneração de cartilagem (joelhos, mãos) levam a dores constantes e aflitivas. A cortisona e seus derivados melhoram muito a inflamação, aliviando as dores, mas causa perda de cálcio dos ossos. Portanto, os idosos sob tratamento reumatológico devem estar atentos a possibilidade de osteoporose e precaver-se com uso de cálcio e vitamina D, sempre sob acompanhamento e supervisão do médico. Exames periódicos de sangue e realização anual de Densitometria Óssea são recomendáveis.
A questão dos hormônios e osteopenia em homens
Nos homens, após os 60 anos, existe discreto declínio do principal hormônio masculino, a testosterona. Este declínio é lento e progressivo, levando muitos anos para se chegar a ponto de indicar reposição hormonal. Mas os pesquisadores e cientistas verificaram que a lenta queda da testosterona é, também, acompanhada de diminuição do nível do hormônio feminino chamado estradiol.
Todos os homens possuem em circulação diminuta proporção de estradiol. Este por sua vez é sintetizado a partir do hormônio masculino (testosterona) por um processo químico bem conhecido. Pois bem, confirmou-se que este estradiol (hormônio feminino) no homem tem uma função muito importante. É o principal agente hormonal capaz de induzir um fluxo positivo de cálcio para os ossos, e, além disso, tem papel muito importante em fixar o cálcio no esqueleto masculino. A total retirada tanto de testosterona como de estradiol do homem (em casos de câncer de próstata) leva, rapidamente, à menor deposição de cálcio nos ossos (propiciando osteopenia e osteoporose).
Tratamento em homens
A suplementação de cálcio associado à Vitamina D, para proporcionar um mínimo de 1000 mg de cálcio por dia é uma forma nutricionalmente correta de dar mais força ao esqueleto do idoso. O uso de compostos de fósforo (chamados de bifosfonatos) é recomendável, pelo seu benéfico efeito em prevenir fraturas. A administração de hormônios (testosterona) é muito discutida e controversa. Este recurso hormonal deve ser usado com cautela e somente em idosos com nítida diminuição de níveis de testosterona na circulação. A administração de hormônio masculino deve ser sempre seguida e orientada por médico.

Como explorar o GH, a ‘fonte da juventude’



GH é a sigla que denomina o hormônio do crescimento (do inglês Growth Hormone).  Ele exerce papel fundamental na síntese de proteínas, o que é importantíssimo para o nosso organismo. Em outras palavras, é absolutamente indispensável para a recuperação dos treinos, o aumento de massa muscular e para retardar o processo de envelhecimento.
Na infância, o GH é liberado em grandes quantidades. À medida que ficamos mais velhos, porém, sua produção diminui. O resultado disso nós já sabemos: perda de massa muscular e aumento da porcentagem de gordura corporal.
Estudos têm demonstrando, porém, que alguns métodos de treinamento aumentam a produção de GH1,2. Um deles é o treinamento de força. “Puxar ferro” provoca a liberação desse hormônio em grande quantidade, o que explica o crescimento dos músculos. Só que não é necessário ficar “marombado” para liberar GH, como demonstra a pesquisaabaixo:
- 10 homens fisicamente ativos (média de 26 anos) foram submetidos a sessões de 30 minutos de corrida em uma esteira em diferentes intensidades: muito leve, leve, moderadamente desconfortável e a última na maior velocidade que poderia ser mantida durante os 30 minutos.
- A dosagem de GH foi medida por coletas de sangue feitas antes, imediatamente após e outras diversas até quatros horas após o término da sessão de exercício. No quadro abaixo, você pode visualizar a quantidade de GH liberada para cada intensidade. A concentração do GH que aparece é medida em microgramas por litro de sangue (ug/L).
Como podemos observar, quanto maior a intensidade, mais GH é liberado na corrente sanguínea. No entanto, mesmo em intensidades mais leves, há benefícios.
Em se tratando da liberação do “hormônio da juventude”, não podemos aplicar a regra do quanto mais, melhor. Após cerca de 40 minutos de atividade o corpo começa a produzir outro hormônio, o cortisol, que tem efeito contrário: provoca acúmulo de gordura, debilita o sistema imunológico e causa perda de massa muscular.
O ideal em termos hormonais, portanto, seria não ir muito além dos 40 minutos de treino. Sim, é por isso que quem treina demais se machuca mais, fica doente, etc.
Até para exercitar-se, é preciso moderação!

Falta de libido na mulher




Mesmo neste início do século 21, a discussão franca e aberta entre marido e mulher sobre a falta de vontade sexual é rara e difícil. Uma minoria das mulheres casadas ou em vida quase conjugal seja em namoro ou como companheira constante do mesmo homem, estão prontas a declarar “eu não tenho vontade de fazer sexo”.
Por inibição, vergonha, timidez ou medo de perder o companheiro, preferem fingir que tudo está normal. A palavra libido foi introduzida por Freud para definir uma força interior, poderosa e atuante, que exercida tanto pelo homem como pela mulher, leva a um relacionamento harmonioso e permanente. Desde a época dos estudos iniciais de Freud e Jung, no entanto, notou-se que as mulheres queixavam-se de perda do desejo sexual com maior frequência do que os homens.
Na época pela repressão da sexualidade feminina não era de se estranhar que parcela importante de mulheres se queixava desta falta de libido.  Mas com a liberação sexual que ocorreu nos séculos seguintes, com a vinda da pílula anticoncepcional, com a progressiva liberação de se falar e discutir aspectos íntimos da vida sexual é de se estranhar que um porcentual relativamente grande de mulheres não tenha vontade sexual.
As mulheres que exprimem esta queixa são variáveis para cada país, para cada grupo étnico, para cada segmento de classe social. No Reino Unido concluiu-se após extensa pesquisa junto aos Centros de Primeiro Atendimento que cerca de 40% das mulheres se queixam de queda da libido. Seguramente este número é enganoso, pois se baseia somente nas perguntas básicas sobre vida conjugal e não abrange a imensa maioria das mulheres sem um relacionamento permanente. Provavelmente na Itália, na França, no Brasil este porcentual seja menor, embora as estatísticas são restritas a clínicas e consultórios.
Quais as causas?
As causas psicológicas, sem dúvida, ocupam o primeiro lugar em mulheres com queda da libido. É muito comum a depressão chamada endógena, isto é, que têm origem em conflitos psicológicos não resolvidos e que levam a mulher à tristeza, à falta de ânimo, ao cansaço constante, ao choro por qualquer motivo.
A mulher atual sofre com constante stress, reuniões do nascer do dia até tarde da noite, com metas a cumprir, com objetivos estabelecidos e sob o jugo do esquema que visa resultados, não terá tempo ou disposição para exercitar o seu desejo sexual, estando sempre cansada ou com dor de cabeça. No fundo esta supermulher está exausta.
Outra causa de falta de libido (que espero que seja rara) é o abuso sexual durante os anos escolares, no início da adolescência ou tentativa de estupro. Os psicólogos nos indicam que a falta do desejo sexual na mulher pode vir de trauma nas primeiras relações sexuais com um parceiro totalmente bruto, desagradável, e egoísta. A ansiedade de ter uma performance sexual adequada também pode diminuir a libido e inibir o orgasmo.
Fatores físicos como obesidade, imagem corporal negativa, dificuldades físicas no ato sexual devida ao excesso de peso passaram a ser um fator importante em países como os Estados Unidos com altíssimo índice de obesidade. Obviamente o oposto – a mulher em desnutrição protéico-calórica – não terá condições físicas para ter libido normal.
Na fase pós-parto, em aleitamento, com níveis de hormônio chamado prolactina muito elevado na circulação, há um bloqueio hormonal do desejo sexual. Dentro da mesma linha hormonal a hipófise pode secretar, fora da fase do aleitamento, um excesso de prolactina por um pequeno adenoma (micro tumor). Este excesso de prolactina bloqueia o desejo sexual da mulher. No hipotireoidismo (falta de hormônios da tireóide) existe uma apatia física e mental resultando em queda da libido.
Finalmente todas as mulheres secretam os seus hormônios femininos (estradiol e progesterona). Adicionalmente hormônios tipo masculino (testosterona) são igualmente secretados pela mulher em pequenas quantidades. Aceita-se que a Testosterona na mulher tenha um papel importante no desejo sexual e no orgasmo. A redução da libido pode, também, estar ligada a medicação utilizada, seja por fármacos, antidepressivos, ansiolíticos, bloqueadores da adrenalina e tantos outros. O abuso de drogas ilícitas, obviamente, leva a queda da libido tanto quanto o uso exagerado e constante de álcool.
O tratamento
O aconselhamento psicológico deve ser um primeiro passo. Neste campo as fantasias sexuais, história de abuso sexual, áreas de atrito constante com o parceiro, excesso de trabalho, stress total, fadiga constante, deverão ser percebidos, diagnosticados e, se possível, eliminados.  O aconselhamento conjugal sempre deverá ser realizado em conjunto com o parceiro e uma franca discussão, um amplo entendimento, uma total exposição dos problemas.
O uso de Testosterona para melhorar o desejo sexual na mulher veio com as mulheres menopausadas (que não produzem hormônios) frequentemente exibirem queda da libido. Estudos realizados nos EUA em cerca de 600 mulheres em menopausa já em reposição hormonal com estradiol (ou similar) foram instruídas para usar um adesivo cutâneo contendo Testosterona na dose de 0,3mg, diariamente. A testosterona atravessa o tegumento cutâneo e passa para a circulação.
Cerca de 400 mulheres completaram os seis meses do estudo. Todas notaram melhora na função sexual seja na libido, no prazer, no orgasmo e na satisfação sexual. O nível circulante de Testosterona foi mantido em valores relativamente baixos para evitar efeitos colaterais como excesso de pelos e acne, além de efeitos somáticos (musculatura). Estes dados confirmam que a introdução de testosterona pode elevar o limiar para uma libido mais atuante tanto em mulheres na menopausa com aquelas em fase de vida fértil.

Obesidade e o risco de câncer




Nos últimos anos, congressos médicos dedicados ao estudo da obesidade apontam para risco maior de câncer na população com obesidade. As principais suspeitas recaem sobre câncer de mama (na fase pós-menopausa), câncer do cólon (intestino grosso) câncer no endométrio (a camada de células que cobre o útero), o esôfago e os rins.
Nas estatísticas oficiais norte-americanas notou-se que 41.000 novos casos de câncer ocorriam em pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 30. O IMC é um índice obtido da divisão do peso da pessoa (em quilos) dividido pela altura (em metros) elevado ao quadrado. Por outro lado, quando se procurou saber a causa de morte por câncer (de várias partes do corpo) notou-se que 14% tinham excesso de peso. Este número é mais elevado em mulheres onde 20% apresentavam algum tipo de câncer.
Câncer de mama em obesas
As mulheres com excesso de peso, desde que em idade fértil não apresentam maior prevalência de câncer de mama comparativamente às mulheres de peso normal. No entanto após a menopausa as obesas têm o dobro da prevalência de câncer de mama. O risco de morte por câncer de mama após a menopausa é muito maior nas obesas. Para se ter uma idéia do que poderia ser evitado (câncer de mama e morte) estima-se que 18.000 mulheres por ano teriam evitado o câncer de mama e morte se o seu peso ficasse dentro de limites razoáveis na fase pós-menopausa.
Diante deste número, os pesquisadores e epidemiologistas passaram a investigar quais os fatores que levam as mulheres obesas menopausadas a terem maior risco de câncer de mama. O primeiro ponto a ser considerado foi a dificuldade dos métodos de imagem de detectar nódulos mamários em mulheres obesas. Tanto a mamografia como a ultrassonografia têm dificuldade de visualização de nódulos em mamas muito volumosas.
Outro fator considerado importante é o excesso de hormônio feminino (estrogênio) nas obesas. Antes da menopausa os hormônios femininos (estradiol, progesterona) são produzidos pelos ovários, em ritmo cíclico, com ovulações mensais. Com a menopausa cessam as ovulações, mas os ovários podem secretar estrógeno por alguns meses.
Após algum tempo os ovários deixam de secretar o estradiol e os sintomas da menopausa podem surgir. Nas mulheres de peso normal ou pouco elevado a massa de células com gordura (adipócitos) é pequena. Mas nas obesas o grande número de adipócitos pode levar a uma elevada produção de hormônio feminino. Isto porque os adipócitos contêm uma enzima (aromatase) que converte outros hormônios circulantes em estradiol e estrona. Este excesso de estrógenos (particularmente estrona) tem sido considerado como um fator cancerígeno para as mamas.
Câncer de endométrio
A camada de células que recobre o interior do útero tende a regredir em espessura e número de células após a menopausa. No entanto as estatísticas apontam aumento dos casos de câncer do endométrio (útero) em obesas comparativamente às pessoas de peso normal. Novamente tal prevalência mais elevada de câncer do útero em obesas está muito ligada ao excesso de hormônios estrogênicos (estradiol, estrona) produzidos pelas células adiposas.
Os hormônios femininos são estimuladores da proliferação da camada interna do útero. O estímulo permanente para crescimento destas células endometriais pode gerar o câncer do útero. Muito se discute sobre o papel, também estimulante, da insulina. Em mulhres obesas, com dieta rica em doces, massas, batatas, farináceos (carboidratos) existem aumento da insulina, hormônio do pâncreas que regula o açúcar circulante (glicemia). A insulina muito elevada em conjunção com excesso de estrógenos cria o ambiente hormonal mais propício de desencadear câncer do endométrio.
Câncer de cólon
Em mulheres obesas, com baixa atividade física, hábitos alimentares restritos a carboidratos e alguma carne, ave, peixe, mas nenhuma verdura, legumes e frutas, surgem condições favoráveis para o câncer de cólon. Primeiro porque a dieta é muito pobre em fibras e, a partir deste fato, surge a constipação intestinal crônica.
Foi documentado, em exames por colonoscopia (visualização direta do intestino) que os pólipos (crescimento de pequenos tumores, geralmente benignos) são mais comuns em obesas do que em mulheres de peso normal. Além disso, o excesso de carboidratos (muitos doces, farináceos, batatas, etc) desde que haja concentração de gordura na área abdominal, leva a um quadro de excesso de insulina.
Sabe-se que o câncer cólon-retal (do intestino grosso e recto) é mais frequente em associação com excesso de insulina e outros hormônios a ela relacionados (IGF-1). As obesas também têm baixa produção de um ‘ônibus’ que transporta hormônios femininos pela circulação. A falta deste ‘ônibus’ chamado de SHBG leva ao fato de que o estradiol e a estrona estão mais elevados na sua forma livre, isto é, pronto para atuar seja na massa, no endométrio e na área do cólon.
O excesso de energia acumulada e risco de câncer
Em toda mulher obesa existe grande quantidade de células adiposas, repletas de gordura. É um excesso de energia calórica acumulada. Este excesso de gordura leva a múltiplos efeitos no metabolismo de outras células, principalmente no maior nível de radicais livre e possível dano ao DNA das células, induzindo a possibilidade de câncer. Em conclusão, mulheres de peso normal, com dieta rica em fibras, pouco carboidrato e muito exercício, terão menos chance de serem vítimas de vários tipos de câncer.

Reposição hormonal na menopausa




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A menopausa é um problema clínico importante. Ela marca, com sintomas clínicos, psicológicos e hormonais, o fim do período fértil da mulher. Geralmente ocorre ao redor dos 50 anos. Mas há também a menopausa precoce, antes dos 40 anos, e a menopausa tardia, entre 50 e 55 anos.
A menopausa é precedida por um período de pré-menopausa em que existe irregularidade das menstruações, quase sempre sem prévia ovulação. Neste período praticamente não existem sintomas clínicos ou queixas relativas ao bem-estar. Com a cessação dos períodos menstruais, começam os sinais e sintomas da menopausa: calores noturnos seguidos de ampla sudorese, principalmente na região da cabeça e pescoço, angústia noturna, ansiedade com eventual compulsão alimentar, vontade de chorar por motivos pouco importantes, irritabilidade (o chamado “pavio curto”) e eventualmente sintomas depressivos. Na parte física a mulher pode notar decréscimo da secreção vaginal, diminuição da libido e do desejo sexual, alterações do tegumento cutâneo (pele e cabelos) bem como ganho de peso. Diante de tantos sintomas e sinais, o médico deve optar por uma solução terapêutica.
Filosoficamente, é uma injustiça profunda o fato de o sexo feminino passar por este período tormentoso da menopausa, enquanto os varões continuam, ininterruptamente, a produzir o hormônio masculino até idade muito avançada.
Mecanismos hormonais da menopausa
Os ovários contêm uma quantidade de óvulos em “estoque” para a ovulação mensal desde a primeira menstruação (menarca) até o fim do período fértil (menopausa). O número de óvulos em cada ovário não é o mesmo em todas as mulheres. Assim, as mulheres com maior número de óvulos potencialmente terão a menopausa mais tarde (50 anos e mais), enquanto aquelas com número pequeno de óvulos poderão ter menopausa precoce (antes dos 40 anos).
Com a falta de ovulação, a mulher deixa de ser fértil. No entanto, os ovários podem, ainda, secretar o hormônio feminino – estradiol – por período variável, mantendo o organismo feminino com nível adequado de estrógenos e sem sintomas. Ao fim de meses ou anos, os ovários deixam de “fabricar” o estradiol. Neste ponto, a glândula hipófise, controladora dos ovários, passa a produzir quantidade excessiva de dois hormônios, LH e FSH, os quais são os responsáveis pelos calores e “fogachos” devido à sua ação vasodilatadora. A intervenção médica pode diminuir estes sintomas administrando hormônios femininos à paciente menopausada. Além disso, o uso de hormônios femininos melhora a qualidade do conteúdo de cálcio no esqueleto, aumenta o desejo sexual e influi, beneficamente, nos níveis do “bom” colesterol e na menor possibilidade de doença coronariana, mantendo a mulher rejuvenescida e saudável. Portanto, até recentemente, a terapia hormonal para as mulheres em menopausa era largamente empregada com os benefícios apontados acima.
A terapia hormonal para menopausa é questionada
Em 2002, um amplo estudo clínico chamado Iniciativa para a Saúde Feminina (Women´s Health Initiative, WHI) concluiu, precipitadamente, que a reposição hormonal com os dois hormônios femininos (estrógeno e progesterona) por via oral poderia apresentar alguns riscos para a saúde, inclusive aumentando o risco de doença coronariana e a possibilidade de trombose (coágulo nas veias). Este estudo caiu como uma bomba no meio médico, e muitos deixaram de prescrever os hormônios para as mulheres em menopausa. Após muita discussão e controvérsias, verificou-se que o estudo se referia apenas a uma única preparação combinando estrógeno e progesterona sintética por via oral. Esse tipo de reposição hormonal obrigatoriamente passa pelo fígado, onde o estradiol é transformado em estrona, o qual pode ter efeitos indesejáveis tanto em relação à coagulação quanto à criação de condições para carcinogênese (ou seja, facilitar o aparecimento de câncer de útero e de mama).
Os benefícios evidentes da reposição hormonal
O uso de estrógeno é, sem dúvida, o mais efetivo e completo tratamento para aliviar os sintomas da menopausa, diminuindo os “fogachos”, aumentando a lubrificação vaginal, a libido feminina e o bem-estar psíquico. Outros segmentos do organismo feminino também se beneficiam do uso de estrógeno.
 
Podemos citar a osteoporose e osteopenia, que se referem à perda de cálcio no sistema esquelético, tornando o osso mais fraco e sujeito a fraturas. A fratura do colo do fêmur é muito mais frequente em mulheres que não fizeram reposição hormonal do que naquelas que foram medicadas com estrógenos.  O câncer coloretal é menos frequente em pacientes tratadas com estrógenos. O risco de câncer de mama é discretamente mais elevado, quando se usam análogos de progesterona, isto é, produtos químicos semelhantes à progesterona natural. Quando se emprega a progesterona natural, este risco de câncer de mama é minimizado.
Modalidades de reposição hormonal
A terapêutica de Reposição Hormonal é geralmente realizada com dosagens relativamente baixas de estrógenos, por via transdérmica (com adesivos sobre a pele), na frequência de duas vezes por semana (por exemplo, na segunda e na quinta-feira). Para as pacientes que já foram histerectomizadas, ou seja, já tiveram seu útero removido (por exemplo, por miomas uterinos), não há necessidade de adicionar o outro hormônio feminino – progesterona. Nas que ainda mantêm intacto o sistema genital, com presença do útero, adiciona-se durante 7 dias por mês a progesterona natural, isto é, aquela produzida pela mulher na idade fértil. Existe oposição de parte dos médicos ao uso de análogos da progesterona.
Outra forma de tratar com estrógenos é o uso de gel estrogênico, o qual é friccionado na parte interna do braço, à noite, diariamente. Alguns médicos também adicionam testosterona ao gel para aumentar a libido (desejo sexual) da mulher. A dosagem da testosterona é mantida em níveis bastante baixos para evitar efeitos colaterais como excesso de pelos. A imensa vantagem de usar a via transdérmica (adesivos, gel) é que o estradiol que entra no corpo, após atravessar a pele, não passa pelo fígado e não se transforma no indesejável hormônio chamado estrona. Alguns ginecologistas preferem utilizar o implante de estrógenos e testosterona, via subcutânea, o qual irá liberando os hormônios citados continuamente durante 6 meses a um ano. Tal terapêutica é mais confortável para a paciente.
Por quanto tempo se deve manter a terapia hormonal da mulher? O assunto é amplamente debatido, mas acredita-se que o tempo médio é de 5 a 6 anos. Outros médicos aconselham a redução da dose de estradiol a valores muito baixos, mas mantendo a terapia hormonal por longo tempo. Qualquer que seja o método utilizado, a mulher sempre ganhará em saúde, disposição, feminilidade, rejuvenescimento e bem-estar com o uso de hormônios após a menopausa.