sábado, 4 de maio de 2013

Músculos

Dicas de Dietas Para Construir Músculos
por Bruno Pardal » 08/Nov/2012, 18:21

Se você perguntar a qualquer fisiculturista ou treinador profissional sobre a coisa mais importante para a construção muscular, eles vão dizer-lhe que está nas dietas musculares.

Razão pela qual as dietas de construção muscular são tão importantes, é porque você não pode executar o seu corpo, sem o direito de combustível. Você sabe que você não pode dirigir um carro sem gasolina nele ou não pode ligar a luz em sua casa sem energia elétrica.

Dietas de construção muscular funciona da mesma maneira, como você precisa ter os nutrientes certos para fazer o seu corpo poderoso. Este artigo será sobre o que incluir na dieta para construir músculo e como você pode misturar as dietas de construção muscular, juntamente com o trabalho, a subir rapidamente seus resultados.

Dietas musculares - Dicas

-Primeira Dica

Você precisa de proteínas em sua dieta de construção muscular para ganhar massa. Seu corpo vai ter um funcionamento muito difícil sem proteínas, pois elas são a principal fonte de construção e reparação de músculos. Quando seu corpo não tem qualquer carboidratos para usar energia, ele vai usar a proteína.

Quando você trabalha na academia, você quebra seus músculos e sem proteína em suas dietas de construção muscular, você só vai prejudicar a si mesmo. Proteínas em dietas de construção muscular pode ser de carne vermelha, peixe, frango, nozes, amêndoas, castanha de caju, amendoim, queijo, iogurte, feijão etc.

-Segunda Dica

Você precisa de gorduras em suas dietas de construção muscular. Mas não todos os tipos de gorduras e não uma quantidade muito alta. Você quer evitar gorduras saturadas como elas vão fazer nada de bom e só colocar excesso de gordura em seu corpo. Você precisa do tipo certo de gordura que são encontrados em peixes, ovos, nozes, azeite, manteiga de amendoim, etc.

-Terceira Dica

Como você provavelmente já descobriu até agora, os carboidratos são a principal fonte do seu corpo de energia. Sabemos que o seu corpo vai usar a proteína como fonte de energia, se você não ingerir hidratos de carbono suficientes e que é algo que deve ser evitado por razões óbvias. Você precisa ingerir hidratos de carbono das fontes, como massas, arroz, cereais integrais, etc. Estas fontes de carboidratos complexos que o seu corpo pode usar por um longo período de tempo.

As dietas de construção muscular em seu treino

Nós queremos usar isso para a nossa vantagem em nossas dietas de construção muscular. Use carboidratos simples, como frutas e açúcar antes do treino, para lhe dar a energia necessária para um treino incrível e logo após o seu treino com o shake de proteína, como eles vão ajudar a transportar as proteínas muito mais rápido para os músculos.

Se você seguir os conselhos acima em dietas de construção muscular, você vai perceber o quão fácil é realmente para construir músculos e como simples um plano de dieta pode ser.

Glutamina

A glutamina é o aminoácido mais abundante do nosso plasma sangüíneo. É um aminoácido classificado como “condicionalmente essencial”, visto que em normais circunstâncias, o próprio organismo pode sintetizá-lo por meio da desaminação e transaminação de outros aminoácidos, especialmente os de cadeia ramificada (BCAAs). Mas em situações de stress, tal como exercício físico intenso, o organismo não consegue suprir as demandas por este aminoácido.

A glutamina é essencial para o crescimento e diferenciação celular. Está envolvida tanto em funções anabólicas quanto catabólicas em diversos tecidos do corpo. Possui importante papel na regulação do balanço ácido básico do organismo, auxiliando na excreção de ácido úrico pelos rins, evitando um estado de acidose. Ou seja, nosso organismo é altamente dependente desse aminoácido.

Observa-se que com o treinamento intenso e/ou prolongado, os níveis de glutamina plasmática reduzem drasticamente, podendo ficar até 50% menores, aumentando a susceptibilidade a lesões e processos inflamatórios, um pesadelo para quem objetiva ganhos musculares. Além disso, com esse decréscimo na glutamina plasmática, a susceptibilidade a infecções do trato respiratório é muito maior, principalmente em atletas com overtraining, pois o sistema imunológico é altamente dependente desse aminoácido.

Tem sido demonstrado que a concentração intramuscular de glutamina é importante para o processo de síntese protéica e de glicogênio, ocasionando uma maior disponibilidade energética para os processos anabólicos. Ocorre um aumento da hidratação celular promovida pela entrada da glutamina na célula, servindo como um estímulo para a síntese e/ou inibição da degradação protéica e do glicogênio muscular, criando as condições ideais para o crescimento muscular.

A suplementação com glutamina tem sido utilizada para reduzir o intenso catabolismo muscular. Este ocorre quando elevados níveis de glutamina deixam o músculo, desidratando as células. A suplementação poupa o tecido muscular que seria catabolizado para prover glutamina para outras células do corpo, permitindo assim que o tecido muscular use glutamina para sintetizar tecido muscular novo, resultando em maior hipertrofia. A glutamina também estimula a síntese de hormônio do crescimento, além de reduzir a ação catabólica do hormônio cortisol. Em períodos de restrição calórica, a suplementação com esse aminoácido é muito interessante, porque pode auxiliar na manutenção da massa magra.

A dosagem efetiva de glutamina deve ficar em torno de 10 gramas ao dia, administrada preferencialmente, logo após um treino intenso, com solução de glicose para otimizar a absorção. Dosagem inferior demonstra ser menos efetiva, tendo em vista que cerca de 50 - 85 % da dosagem não deve alcançar o músculo, sendo utilizada pelas células intestinais como fonte energética. Enriquecer a última refeição do dia com esse aminoácido também pode ser uma boa estratégia.

Tribulus terrestris

Tribulus Terrestris é uma planta, cultivada predominantemente na Índia e na África. Tribulus é mencionada nos antigos textos de medicina indiana que datam de milhares de anos. Tribulus tem sido amplamente utilizada na medicina para o tratamento da disfunção sexual e outros distúrbios urinários. Os gregos usaram Tribulus Terrestris como um diurético. Na china e no Vietnã, foi usado no tratamento da hemorragia pós-parto e sangramento gastro intestinal. É um remédio Sul Africano para a inflamação e artrite. Em um estudo, Tribulus Terrestris aumentou a espermatogênese e atividade sexual em animais de laboratório. Tribulus Terrestris parece levantar/ativar a produção natural de testosterona nos homens através da ativação da secreção de hormônios e estradiol. Os estudos clínicos têm demonstrado na Bulgária que Tribulus Terrestris é eficaz para aumentar o hormônio LH (hormônio luteinizante) em 72% e o nível de testosterona livre em 41% em homens adultos e saudáveis em apenas cinco dias. LH regula a produção de testosterona nos testículos e altos níveis de LH coincide com altos níveis de testosterona. Tribulus tornou-se cada vez mais popular entre os atletas, porque supostamente aumenta a força e resistência. Estudos sobre a utilização de Tribulus estão em curso. O extrato contém alcalóides, saponinas, resinas e nitratos e é popularmente usado por esportistas americanos. O extrato da planta é reconhecida como um diurético, afrodisíaco e atividades antioxidantes. O extrato de Tribulus Terrestris foi efetivamente utilizada para a impotência inespecíficas e envelhecimento. Tem-se popularizado como um remédio natural para aumentar a libido e a fertilidade em homens e mulheres.

Abaixo estão alguns dos benefícios da suplementação com Tribulus.

1. crescimento muscular e força

2. aumenta a libido e melhora a função erétil

3. aumenta o número de espermatozóides

4. aumenta os níveis de LH em 72% e os níveis de testosterona em 41% em apenas cinco dias

5. alivia os sintomas de menopausa masculina

6. não contém efeitos adversos

7. não possui toxidade e efeitos colaterais

8. tribulus é um excelente suplemento para tomar no final de um ciclo de esteróides, para ajudar a volta da sua testosterona natural

Para melhores resultados utilizar um suplemento de Tribulus com 45% (ou mais) de saponis. As doses para obter os melhores resultados são em torno de 2000 a 3000 mg por dia.

Estudo identifica mudança no cérebro que gera impulso por comer



  • Descoberta poderia explicar a tendência à obesidade entre as pessoas


Obesidade tem fatores genéticos associados
Foto: Gustavo Stephan/17-01-2012
Obesidade tem fatores genéticos associados Gustavo Stephan/17-01-2012
Uma equipe de neurocientistas americanos e italianos identificou uma modificação celular no cérebro que acompanha a obesidade. A descoberta poderia explicar a tendência para o sobrepeso e identificar possíveis drogas direcionadas ao controle da obesidade.
Publicado na edição do “Proceedings of the National Academy of Sciences” desta semana, o estudo identifica uma alteração que ocorre nos neurônios dentro do hipotálamo. Ela envolve receptores que desencadeiam ou inibem a liberação do peptídeo orexina A, que, entre outros fatores, estimula o apetite.
Em camundongos com peso normal, a ativação do receptor diminui a liberação da orexina A. Nos obesos, a ativação deste receptor estimula a sua liberação.
- Antes, ativar este receptor interrompia a secreção da orexina; agora, ele promove. Isto identifica alvos onde uma intervenção poderia influenciar a obesidade - disse Ken Mackie, professor do Departamento de Psicologia e Ciências do Cérebro na Academia de Artes e Ciências da Universidade de Bloomington, em Indiana.
O consumo de comida é controlado, em parte, pelo hipotálamo, uma porção do cérebro que regula vários comportamentos essenciais. Como outros importantes sistemas do corpo, o consumo de comida é regulado por múltiplos sistemas neuroquímicos, incluindo o sistema endocanabinoide, que representa o que Mackie descreve como “o equilíbrio de uma excelente rede de conexões”.
Uma ideia inicial, disse Mackie, é que esta rede é redefinida na ocorrência obesidade, de modo que o consumo de alimentos corresponde à manutenção do peso atual, não ao peso ideal da pessoa. Assim, uma pessoa obesa que perde peso tem dificuldade para manter o novo peso, já que o cérebro sinaliza para o corpo comer mais, na tentativa de retornar ao peso anterior.

Médico obeso passa menos credibilidade aos pacientes


Estudo da revista ‘Obesity’ constatou que preconceito se manteve presente independente do peso corporal dos voluntários

Médicos com sobrepeso ou obeso sofrem preconceito de pacientes Marcelo Carnaval / Agência O Globo
NOVA YORK - Um estudo internacional da revista “Obesity” mostra que os pacientes olham com desdém para médicos acima do peso ou obesos, por transmitirem menos credibilidade.
Uma amostra on-line de 358 adultos foi aleatoriamente designada para uma das três condições de pesquisa em que completaram um questionário avaliando suas percepções de médicos que foram descritos como peso normal, sobrepeso ou obesidade. Os participantes também completaram uma Escala de Fobia Fat originalmente criada em 1984 para determinar e medir atitudes fóbicas em relação à gordura.
Os entrevistados relataram mais desconfiança em relação aos médicos com sobrepeso ou obesos, e disseram que eram menos inclinados a seguir os seus conselhos, e eram mais propensos a mudar de profissional quando o médico era considerado sobrepeso ou obeso. E este preconceito em relação ao peso se manteve presente independente do próprio peso corporal dos participantes.
Este estudo sugere que os provedores percebidos como sobrepeso ou obesidade podem ser vulneráveis ​​a atitudes preconceituosas de pacientes, e que os em excesso de peso podem afetar negativamente a percepção dos pacientes de sua credibilidade, o nível de confiança e disposição para seguir os conselhos médicos.

Como preparar refeições e pensar com carinho na alimentação das crianças


Com o aumento da obesidade infantil e de outras doenças relacionadas à má nutrição, cuidar do que as crianças comem virou preocupação essencial da família

ERIKA KOKAY


Manter uma boa alimentação durante a infância é tão importante quanto na vida adulta. Problemas de saúde decorrentes da má nutrição, como obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alto, já são observados nas crianças de hoje em dia. “As consequências da má alimentação são vistas diretamente na saúde. Se a criança tem uma alimentação balanceada agora, é mais provável que consiga manter o hábito para o resto da vida”, diz a nutricionista Lara Natacci, do programa "Meu pratinho saudável".
Este programa, lançado em outubro de 2012, deriva de um dos maiores projetos de reorientação alimentar do país, o “Meu prato saudável”, idealizado pelo Instituto do Coração (InCor) e pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Entre os objetivos de sua criação, estão melhorar a qualidade da alimentação das crianças e torná-las multiplicadoras da alimentação saudável. “Isto porque as crianças acabam disseminando o que elas aprendem aos pais, aos responsáveis e à comunidade”, afirma Lara. 
O “Meu pratinho saudável” conta hoje com ações presenciais em locais públicos, como parques e metrôs, e é também implementado em algumas escolas estaduais de São Paulo. “Em cada escola, a gente distribui cartilhas com orientações alimentares para as crianças, além de orientar funcionários e merendeiros de como preparar um prato saudável.” A meta é que, em 2013, 132 escolas já contem com o programa e, no ano seguinte, todas as escolas estaduais do estado. “O nosso objetivo é colocar o Brasil em forma até a Copa do Mundo de 2014”, diz a nutricionista.
Segundo Lara, todos os detalhes da alimentação infantil devem ser pensados, começando pelos horários. “É importante sempre manter uma regularidade no oferecimento da comida, mesmo que a criança não coma tudo que lhe é oferecido”. Dois problemas derivam da falta de horários: o jejum prolongado, que faz com que a criança não escolha os alimentos e coma o que vê pela frente, e a diminuição do metabolismo, que ocorre quando ela fica muito tempo sem comer. “As refeições devem ser oferecidas a cada 3 ou 4 horas no máximo, dividas em café da manhã, lanche no meio da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e, se for dormir tarde, ceia.” 
O que não comer? Segundo Lara, nada é proibido, mas os pais devem priorizar alimentos saudáveis, além de evitar oferecer frituras, alimentos industrializados, ricos em açúcar e em cafeína. O importante é consumir com moderação, desde que esses alimentos não substituam aqueles ricos em nutrientes. “Por exemplo, não é adequado uma criança deixar de comer uma fruta para comer um doce. Mas se ela come a fruta e depois come um pedaço de doce, não há problema nenhum, contanto que seja moderadamente”. Lara alerta os pais para que evitem ainda usar sobremesas e doces como uma compensação por ter comido direito, já que essa prática faz parecer que a comida saudável é a parte ruim da alimentação.
Assim como na dieta dos adultos, as atividades físicas também são importantes no mundo infantil. “Os pais devem incentivar as crianças a fazer atividades ao ar livre que envolvam algum tipo de esforço físico, como nadar, brincar com os amigos na rua ou mesmo na área de recreação do prédio”, diz Lara. A ideia é optar sempre por brincadeiras que ajudem a gastar energia. “E é importante que os pais estejam juntos estimulando os filhos, já que estes seguem muito o exemplo dosresponsáveis.” Segundo a nutricionista, não adianta, por exemplo, a mãe comer uma lasanha e querer que a criança coma salada. “Nisso, os pais podem aproveitar para comer bem e praticar atividades físicas juntos, frisando sua responsabilidade no comportamento dos filhos.”
Assim como há crianças que ingerem mais calorias do que o recomendado, há aquelas que lutam para não comer. Segundo Lara Natacci, há fases em que o interesse da criança em brincar e participar de atividades se sobrepõe à alimentação. “Se ela, porém, tem peso e estatura normais para a idade, o melhor é mudar gradativamente os hábitos, reeducando a alimentação.” Para ajudar, a nutricionista dá algumas dicas.
Primeiro, apresente pratos coloridos, já que o visual é importante aos pequenos. Além de estipular horários e intervalos curtos entre as refeições, não tente compensar uma delas caso a criança se recuse a comer. O melhor é esperar a próxima refeição. Lara recomenda ainda não discutir ou dar broncas durante a mesa, para que o ato de comer não se transforme em um momento de frustrações. E, por último, nunca force o filho a comer, a educação alimentar é um processo lento.

Abaixo, confira em gráfico algumas recomendações de como pensar bem a alimentação infantil.
Saúde Infantil - A boa alimentação (Foto: Shutterstock (2) e Sidinei Lopes; Gráfico: Natália Durães e Marco Vergotti)

Ansiedade e dependência por doces: você sabia que estresse engorda?


Uma pesquisa realizada pela USP de Ribeirão Preto analisou a relação entre estresse e a dependência por alimentos doces.

Que atire o primeiro bombom quem nunca se atracou com um chocolate, em uma crise de ansiedade.
“Hoje eu tenho plena consciência que o estresse é o gatilho do doce, mas acho que durante a infância e a adolescência eu não tinha essa consciência. ‘Coitadinha, ela não conseguiu aquilo’. ‘Ai que bom ela conseguiu. Vamos comemorar, vamos comer’. ‘O dia hoje foi muito ruim, eu mereço um doce’. ‘O dia hoje foi muito bom, eu mereço um doce’”, afirma Bárbara Gomes, secretária.
Bárbara chegou a pesar 165kg.“Imediatamente após o fim do pedaço de chocolate, eu via que o estresse não passava e adquiria outro problema, que é o aumento de peso”, conta Bárbara.
Uma pesquisa realizada pela USP de Ribeirão Preto analisou a relação entre estresse e a dependência por alimentos doces.
“As mulheres dependentes nos momentos de fúria, de compulsão, se elas não tivessem ao alcance produtos considerados como tradicionais, como chocolates, biscoito, elas recorriam a açúcar de mesa misturado com água, açúcar puro, macarrão instantâneo amolecido com mel”, explica Danielle Marques Macedo, nutricionista da USP/Ribeirão Preto, que completa: “Elas relataram agitação, crise de ansiedade, fraqueza, diarréia. Passa até por um processo químico e físico, como se fosse uma droga. Os mecanismos de ação são muito semelhantes”.
A pesquisa revelou que o estresse aumenta em sete vezes as chances de uma mulher se tornar dependente por substância doce.
“A gente encontrou mulheres dependentes que ficariam satisfeitas com um prato e outras que não ficariam satisfeitas nem com um prato, que precisariam de uma quantidade muito maior. Isso retrata também que a dependência tem estágios de evolução”, afirma a nutricionista e acrescenta: “Vai ficando cada vez pior. Ao longo dos anos, traz outras consequências a saúde, que são as doenças crônicas não transmissíveis: pressão alta, diabetes”.
As doenças cardiovasculares parecem companheiras do estresse.
“A pessoa não vai extravasar comendo um prato de salada de alface e tomate. Ela vai extravasar no chocolate, em uma sobremesa, que vai provocar excesso de peso, uma série de problemas de saúde, colesterol, pressão alta e que por consequência vai aumentar esse estresse da vida dessa pessoa, com certeza”, ressalta Viviane Laudelino Vieira, nutricionista da FSP/USP.
Maria Célia do Carmo é diarista e o marido zelador de um prédio em São Paulo. Ela tem pressão alta e se diz muito estressada.
“Eu tento ficar calma, mas tem horas que, eu tento assim, fazer de tudo mas às vezes, aqui fica. Sabe? Me atormentando. Diz que eu estou na pré-menopausa. Então, assim, de uns tempos para cá, eu ando meio com os nervos à flor da pele. Eu já percebi que o estresse, além de me deixar com enxaqueca, eu fico mal humorada. Eu sinto dores no corpo todo e assim, eu quero ficar quieta. Porque, às vezes, as pessoas querem falar comigo e estão felizes”, diz Maria Célia.
Mas o que será que vem primeiro? A pressão alta deixa Maria Célia estressada ou é o estresse que faz a pressão subir?
“Isso é uma história importante. A pressão alta está ligada na genética. Pessoas que já nascem carimbadas para pressão alta, qualquer situação muito estressante, a pressão sobe muito mais. Mas sempre o estresse eleva a pressão, porque é uma questão fisiológica. A hora que você se estressa, você eleva os hormônios. Esses dois hormônios: a adrenalina e o cortisol, eles fazem a pressão subir”, explica o cardiologista do Incor/FMUSP, Carlos Alberto Pastore, que completa: “Mas não esqueça que você tem outros fatores de risco. Você tem um pouco mais de idade, você já tem um colesterol alto, uma diabete, uma obesidade. Tudo isso pode ser um fator de risco e, na subida da pressão, desencadear um processo, tipo um infarto, um derrame”.
Uma nova alimentação tem sido fundamental para o tratamento anti-estresse de Maria Célia. Aos poucos, a família toda está tomando gosto pelo novo cardápio.
“Nós não vivemos sem o estresse. O estresse faz parte da sua vida. Nós precisamos do estresse para fazer determinadas ações. Quando você tem objetivos importantes. Esse estresse é altamente positivo. Isso não me traz doença. Agora, existem pessoas extremamente ansiosas, que não conseguem fazer as coisas que não sejam com grande ansiedade. Você precisa criar, dentro do seu dia-a-dia, momentos que você tire a adrenalina do ar. Acho que esse é o grande truque. Porque se você viver constante adrenalina, a repercussão corporal é muito forte.”, afirma Carlos Alberto Pastore.
Bárbara está conseguindo. À noite, depois do trabalho, é hora de caminhar. Na praça, cheia de tentações.
“A atividade física em si, ela é responsável pela liberação da mesma substância, responsável pela sensação de prazer. A sensação de alívio, que o doce causa”, ressalta Danielle Marques Macedo.
Quanta força de vontade. É uma prova de fogo.
“A prática de exercícios físicos poderia ser uma alternativa, um mecanismo a ser utilizado para diminuir os sintomas do estresse”, completa a nutricionista.

Viver bem e viver muito



Como a obesidade arranha o otimismo e a capacidade brasileira de gerar riqueza

CRISTIANE SEGATTO

“O Brasil só irá pra frente se investir em educação”. Quantas vezes você já ouviu ou repetiu essa frase? Ninguém discorda que melhorar o nível educacional da população é uma providência urgente e estratégica. Essa é uma unanimidade nacional -- ainda que, em certa medida, não passe de recurso retórico. 
A mesma consciência não existe em relação à saúde. Todos nós queremos viver bem e, de preferência, viver bastante. Por isso, defendemos que o governo melhore a saúde pública, os planos de saúde funcionem direito e os médicos e hospitais atuem com ética e eficiência. O alcance da reflexão termina aí. Agimos com o imediatismo das crianças de três anos.   
A sociedade brasileira ainda não percebeu que melhorar as condições de saúde da população é um movimento estratégico para o crescimento social e econômico do país. Não entendeu que a questão envolve (e ameaça) a capacidade brasileira de gerar riqueza e renda.  
Muitos especialistas sabem disso e, de vez em quando, escrevem artigos esclarecedores destinados ao grande público. Jornalistas como eu e uma meia dúzia de colegas insistimos nessa tecla não por falta de assunto, mas por perceber o tamanho do buraco em que o país está se metendo.   
É um trabalho de formiguinha. Espero que, de alguma forma, ele ajude a fomentar a consciência de que o desenvolvimento de um país depende da saúde tanto quanto depende da educação. Essa consciência já existe aqui e ali, mas precisa ser geral, homogênea, cristalizada.  
Uma forma de construí-la é destacar não apenas as necessidades de bem-estar individual, mas apontar as dores em uma das partes mais sensíveis do corpo humano e das instituições: o bolso.  
Poucos exemplos são tão eloquentes quanto o da obesidade. Ela é hoje o maior desafio de saúde que o Brasil enfrenta. Pelas perdas de qualidade de vida e de dinheiro que provoca e, principalmente, pelas que ainda vai provocar. 
O SUS gasta R$ 488 milhões por ano para tratar a doença e 26 males decorrentes dela, como câncer, males cardiovasculares e diabetes. A obesidade e suas complicações provocam absenteísmo nas empresas, reduzem a renda das famílias, causam sofrimento, morte, perdas emocionais e econômicas. 
Segundo projeções realizadas nos Estados Unidos, a atual geração de crianças pode ser a primeira na história a viver menos que os pais. O Brasil segue o mesmo caminho. 
Quase metade da população brasileira pesa mais do que deveria (48%). O histórico médico das crianças já é comparável (ou pior !!!) que o dos avós: colesterol alto, diabetes, desgaste nas articulações.  
Frear a epidemia é responsabilidade de todos (escola, governos, indústria), mas um fato não pode ser subestimado: a obesidade é construída dentro de casa. Ela é transmitida de geração em geração -- e não apenas pelos genes.  
Queria ver, de perto, como e por que isso ocorre. Nas últimas semanas, acompanhei a história de três gerações de duas famílias marcadas pela obesidade. Acompanhei os hábitos e tomei contato com as emoções que contribuem para o excesso de peso. Foi uma experiência ímpar.  
Com essas famílias, entendi muito mais sobre a complicada transição nutricional sofrida pelo Brasil do que seria capaz de apreender apenas pela leitura de livros e artigos científicos consultados para a construção desta reportagem. O resultado ganhou a capa da edição impressa desta semana. Produzimos também conteúdos complementares para o site e para os tablets.
A obesidade sempre esteve e continuará estando no nosso radar. Desta vez, nos concentramos nos ingredientes familiares que contribuem para o espantoso fenômeno que o Brasil vive. É uma nova abordagem sobre um tema tratado pelos mais variados aspectos em nossas páginas e nesta coluna. Olhar para ele e para os desafios de saúde que o país enfrenta é o nosso compromisso. A causa é boa e esta formiguinha tem disposição.

Pai gordo, filho obeso... e neto acima do peso



Por que a obesidade passa de geração em geração (não é só genética!)

CRISTIANE SEGATTO
DE PAI E MÃE PARA FILHO Uma cena que representa o padrão alimentar de grande parte das famílias. O consumo excessivo de guloseimas industrializadas, antes restrito aos fins de semana, substituiu as refeições preparadas em casa (Foto: Christian Parente/ÉPOCA, Produção de Objetos e Figurino: Felipe Monteiro e Jairo Billafranca, Assistente: Allyni Cintra para Studio Bee Produções, Maquiagem e Cabelo: Omar Bergea, Agradecimentos: Pet Shop Encrenquinhas, Kaue Moda Plus Size, Renner, )

"Eles concordavam que comida era feita de amor e era o que fazia o amor. Nunca poderiam abrir mão de um pedaço de qualquer coisa que desejassem. E se Edie, a filha inteligente e amada, era grande demais para sua idade, isso não importava. Como poderiam não alimentá-la?”

Se o livro fosse ambientado no Brasil, a história seria igualmente verossímil. Quase metade da população brasileira (48%) pesa mais do que deveria. Entre os homens, os gordos são maioria (52%). O histórico médico das crianças (33% têm sobrepeso e 14% são obesas) já é comparável ao dos avós: colesterol alto, diabetes, desgaste nas articulações.
A obesidade – principalmente a infantil – tornou-se o maior desafio de saúde pública do Brasil. O SUS gasta R$ 488 milhões por ano para tratar a doença e 26 males decorrentes dela, como câncer, males cardiovasculares e diabetes.

Em grande parte das famílias, as guloseimas e o fast-food, consumidos esporadicamente no fim dos anos 1980, substituíram o almoço e o jantar. Um registro detalhado da nova mesa brasileira aparece no documentário Muito além do peso, da diretora Estela Renner. Nas pequenas e nas grandes cidades, crianças de todas as classes sociais não sabem diferenciar um pimentão de um rabanete. Ou um abacate de uma manga. Deter a epidemia é responsabilidade de todos (escola, governos, indústria). E um fato não pode ser desprezado: a obesidade é construída dentro de casa.

A maioria das pessoas engorda pela simples combinação de sedentarismo e erros alimentares. Se o corpo recebe mais energia do que consegue gastar, ela será estocada na forma de gordura. Graças a esse mecanismo, a espécie humana conseguiu sobreviver no tempo em que habitava cavernas, mal conseguia se proteger do frio e a comida era escassa. O que era uma vantagem na dura Pré-História tornou-se um problema no conforto do século XXI. Embora seja a mais frequente, essa não é a única causa de obesidade.

Em menos de 10% dos casos, o ganho de peso pode ser creditado a causas orgânicas, como distúrbios hormonais ou tumores. Sozinha, a genética justifica cerca de outros 5%. Basta uma alteração num único gene para que o excesso de peso ocorra desde os primeiros meses de vida, geração após geração. Na parcela restante, 85%, a obesidade é explicada por uma combinação de fatores: vários genes aumentam a predisposição ao ganho de peso, mas isso só ocorre se o ambiente favorecer. É aqui que entram as estranhas emoções, como na ficção de Jami Attenberg, e os hábitos aprendidos em família.