terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Refrigerantes aumentam risco de depressão



  • Outras bebidas doces, como sucos artificiais, também podem agravar os sintomas da doença

  • Uma nova pesquisa sugere que bebidas doces, especialmente as diet, estão associadas ao aumento do risco de depressão em adultos, enquanto que o consumo de café leva a uma redução desse risco. O estudo foi divulgado ontem e será apresentado em março no Congresso Anual da Academia Americana de Neurologia.

— Bebidas doces, café e chá são comumente consumidos em todo o mundo e têm importantes consequências para a saúde física e, ao que parece, até para a mental — afirmou o autor do estudo, Honglei Chen, do Instituto Nacional de Ciências da Saúde, na Carolina do Norte, e membro da Academia Americana de Neurologia (AAN).
Estudo com 264 mil participantes
O estudo envolveu quase 264 mil pessoas com idades entre 50 e 71 anos (idade no início do trabalho). Entre 1995 e 1996, os cientistas mediram a quantidade de bebidas ingeridas, tais como refrigerante, chá, suco artificiais e café. Cerca de dez anos depois, os pesquisadores perguntaram aos participantes se eles tinham sido diagnosticados com depressão até o ano 2000. Um total de 11.311 diagnósticos da doença foram feitos.
As pessoas que bebiam mais de quatro latas ou copos de refrigerante por dia tinham 30% mais chances de desenvolver depressão do que aqueles que não consumiam a bebida. Já os que bebiam quatro copos de sucos industrializados por dia tinham uma probabilidade 38% maior. Além disso, o risco mostrou-se maior para pessoas que bebiam com frequência bebidas diet, mas a incidência não foi divulgada. Por outro lado, aqueles que bebiam quatro xícaras de café por dia tinham 10% menos chances de ter depressão.
— Nossa pesquisa aponta que cortar ou diminuir o consumo de bebidas doces e diet pode ajudar a reduzir o risco de depressão — afirmou Chen, que, no entanto, ponderou. — Mais investigação é necessária para confirmar esta descoberta, e as pessoas com depressão devem continuar a tomar os medicamentos prescritos.
Falta de estudos conclusivos
A diretora Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia na Regional RJ (SBEM-RJ), Flávia Conceição, lembra que existem estudos relacionando o consumo de açúcar em excesso com sintomas depressivos, especialmente em crianças.
— O que não sabe é se este hábito poderia levar à depressão ou se este indivíduo já tinha predisposição para a doença, se esta preferência já não seria a manifestação de sintomas de depressão. Não se sabe o que vem primeiro, mas parece mesmo ter uma relação — afirmou a endocrinologista.
Da mesma forma, Flávia também ressaltou que, no estudo da AAN, apesar de os pesquisadores notarem uma alta incidência de pessoas com depressão entre os que consumiam refrigerantes, outros fatores poderiam estar associados com o diagnóstico.
— Fica difícil avaliar se é uma relação de causa e efeito. Existe esta forte especulação ligando o açúcar com a depressão, mas ainda faltam evidências — explicou a especialista.
Já com relação ao café, algumas pesquisas já apontam sua relação com o menor risco de depressão. A Escola de Medicina de Harvard pesquisou 50 mil mulheres entre 1996 e 2006, e mostra que o consumo do café reduzia em 20% a incidência do distúrbio. Os pesquisadores acreditam ser a cafeína a responsável por este resultado, já que a substância pode aumentar a sensação de bem estar e a energia. Da mesma forma, os cientistas ressaltaram que ainda faltam estudos para comprovar a relação com a depressão.

Ginseng melhora a impotência sexual em oito semanas



Medicamento feito à base da raiz usada na China há milhares de anos combate a disfunção erétil, segundo estudo da Coreia do Sul




Raiz forte: ginseng melhorou a vida sexual dos homens em apenas dois meses
Foto: Reuters
Raiz forte: ginseng melhorou a vida sexual dos homens em apenas dois meses Reuters
LONDRES - O ginseng, raiz usada pela medicina chinesa há milhares de anos, pode ser a solução para a impotência sexual masculina. Um novo estudo da Coreia do Sul, feito em mais de cem homens diagnosticados com o problema, mostra que um medicamento natural à base de ginseng pode combater a disfunção erétil em algumas semanas.
Apesar do desenvolvimento de drogas como Viagra, Cialis e Levitra ter revolucionado o tratamento nos últimos dez anos, cerca de 30% dos homens não têm melhoram alguma usando estes remédios. Para estes, a única opção é injetar drogas diretamente no pênis ou usar uma bomba para aumentar manualmente o tamanho do órgão sexual.
Para o estudo, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, recrutou 119 homens ccom disfunção erétil moderada. O grupo foi dividido em dois: metade tomou quatro comprimidos de extrato de ginseng por dia e a outra parte tomou placebo.
Depois de oito semanas os pesquisadores mediram melhora usando uma escala reconhecida chamada Índice Internacional de Disfunção Erétil. Os resultados, publicados na Revista Internacional de Pesquisa em Impotência, mostraram uma melhora pequena mas significativa na função sexual do grupo que tomou ginseng.
No relatório os pesquisadores relataram que o extrato de ginseng melhorou todos os aspectos da função sexual: “pode ser usado como alternativa ao remédio para melhorar a vida sexual dos homens”.

Cientistas descobrem enzima que leva à obesidade nas mulheres



  • Aldh1a1 gera um tipo perigoso de gordura, que pode causar Diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer. Estrogênio, porém, combate os efeitos


Após a menopausa, aumenta a atividade de uma enzima específica envolvida no aumento da produção de gordura
Foto: Gustavo Stephan/17-01-2012
Após a menopausa, aumenta a atividade de uma enzima específica envolvida no aumento da produção de gordura Gustavo Stephan/17-01-2012
Um dos aspectos mais frustrantes do envelhecimento é o acúmulo de gordura abdominal. Cientistas da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, porém, dizem ter descoberto a razão para o problema nas mulheres.
Após a menopausa, aumenta a atividade de uma enzima específica envolvida no aumento da produção de gordura. Conhecida como Aldh1a1, gera um tipo perigoso de gordura ao redor dos órgãos internos. A substância é fortemente ligada à Diabetes tipo 2, doenças cardíacas e câncer.
Segundo os pesquisadores, o hormônio feminino estrogênio suprime os efeitos da enzina. A desvantagem é que os níveis do elemento diminuem após a menopausa, o que gera, então, o ganho de peso.
Ao controlarem o Aldh1a1, pequisadores acreditam que podem ser capazes de desenvolver um tratamento de obesidade específico para as mulheres. É o que diz a cientista Ouliana Ziouzenkova, autora do trabalho.
Para chegarem à conclusão, os cientistas removeram cirurgicamente os ovários de camundongos para testar se o estrógeno pode estar relacionado com a produção de gordura abdominal em mulheres. Assim que os animais passaram pela menopausa e deixaram de produzir o elemento, começaram a produzir o ácido retinóico, o que levou à formação da gordura.
— O estrogênio foi suficiente para proteger camundongos fêmeas de maneira hormonal — disse Ziouzenkova. — Isso significa conseguir suprimir a indução de obesidade.
Os pesquisadores também descobriram que as mulheres são mais propensas a desenvolverem gorduras abdominais do que os homens. O fato se deve às diferentes funções da enzima em cada gênero sexual. Camundongos fêmeas que consumiram uma dieta rica em gordura apresentaram atividade mais intensa do Aldh1a1 do que os machos.
Quando os cientistas modificaram geneticamente alguns camundongos para não possuírem a enzima, as fêmeas ficaram mais magras na área abdominal, mesmo após terem ingerido grandes quantidades de gordura. Os machos também desenvolveram menos gordura, mas o efeito não foi considerado relevante.

Memória de mulheres em menopausa é afetada após último período menstrual



  • Testes de universidade americana comprovam impactos nas habilidades cognitivas devido ao problema


O estudo acompanhou 117 mulheres
Foto: Foto de reprodução
O estudo acompanhou 117 mulheres Foto de reprodução
RIO - Os problemas de memória que mulheres costumam experimentar entre os 40 e 50 anos ao se aproximarem da menopausa não são mitos e podem ser ainda mais intensos durante o primeiro ano após o fim dos períodos menstruais. A conclusão é do Centro Médico da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Os prejuízos em habilidades cognitivas relatados por algumas pacientes nunca chegaram a ser comprovados cientificamente.
O estudo acompanhou 117 mulheres, que foram agrupadas em categorias com base em critérios estabelecidos em 2011 pelo grupo de estudos Stages of Reproductive Aging Workshop (Straw, algo como Oficina de Estágios de Envelhecimento Reprodutivo), formado por pesquisadores de todo o mundo para pesquisar dados sobre o assunto.
A pesquisa dividiu os participantes em quatro etapas: com o período reprodutivo atrasado, na transição menopausal precoce e tardia, e na pós-menopausa precoce. O primeiro grupo é das que mostram atraso no período reprodutivo e demonstram mudanças nos períodos menstruais como alterações na quantidade de fluxo e duração, mas ainda têm ciclos regulares.
As nas fases de transição apresentam grandes flutuações nos ciclos menstruais. A partir de uma diferença de sete dias ou mais no início do período para até mais de 60 dias na fase posterior. O período pode durar vários anos e também altera os níveis hormonais. Na pós-menopausa precoce foram inseridas mulheres que passam pelo primeiro anos o último período menstrual.
— As mulheres que passam pela transição à menopausa sempre reclamaram de dificuldades cognitivas, como reter as informações recebidas e ter dificuldades com tarefas mentais rotineiras — disse Miriam Weber, neuropsicólogo , principal autor do estudo. — O trabalho sugere que os problemas não apenas existem, como se tornam mais evidentes no primeiro ano apó o último período menstrual.
Os pesquisadores descobriram que as mulheres na fase inicial da pós-menopausa tiveram um pior desempenho na aprendizagem verbal, memória verbal e habilidade motora do que as mulheres nas fases finais da transição menopausal precoce e tardia. Os cientistas também mostram que sintomas relatados como dificuldades para dormir, depressão e ansiedade não preveem problemas de memória e não podem ser diretamente associados a alterações nos níveis hormonais encontrados no sangue.
— Os resultados sugerem que o declínio cognitivo ao longo do período de transição são processos independentes, ao contrário de uma simples consequência da interrupção do sono ou da depressão — diz Weber. — Embora os níveis hormonais absolutos não podem estar ligados a funçõe cognitivas, é possível, porém, que as oscilações durante este período desempenhem um papel nos problemas de memória que as mulheres experimentam.
O processo de aprender novas informações, retê-las e empregá-las são funções associadas a regiões do cérebro conhecidas como hipocampo e córtex-pré-frontal. As áreas são ricas em receptores de estrogênio.
— Ao identificar como os problemas de memórias progridem e quando as mulheres estão mais vulneráveis, podemos entender como mudanças terapêuticas e de estilo de vida podem ser benéficas — alega Weber. — O mais importante, no entanto, é que as mulheres tenham a certeza de que estes males, apesar de frustrantes, são temporários.
As participantes do trabalho realizaram uma série de testes que avaliaram as habilidades cognitivas. Entre eles, exames para verificar atenção, aprendizagem e memória verbal, além de habilidades motoras e de destreza. Foi analisada também a capacidade para receber informações e manipulá-las.
Durante os exames, relataram diversos sintomas relacionados à menopausa como ondas de calor, distúrbios de sono, depressão e ansiedade. Deram também uma amostra de sangue para determinar os níveis dos hormônios estradiol (um indicador dos níveis de estrogênio) e folículo-estimulante. Os resultados foram analisados para determinar se havia diferenças entre os grupos no desempenho e se elas foram resultado do problema.
Os testes eram similares às tarefas diárias rotineiras como estar focado em algo por um longo período, aprender um novo número de telefone ou fazer uma lista mental de produtos a serem comprados no supermercado.

Mulheres que caminham três horas por semana têm menos chances de sofrer AVC



  • Pessoas ativas apresentaram menos 43% de risco do que inativas. Não foi observada uma redução similar em homens


A pesquisa teve como base um questionário enviado a 33 mil homens e mulheres em meados dos anos 1990
Foto: Bia Guedes/19-08-2012
A pesquisa teve como base um questionário enviado a 33 mil homens e mulheres em meados dos anos 1990 Bia Guedes/19-08-2012
MÚRCIA - Mulheres que caminham pelo menos três horas por semana têm menos probabilidade de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC ). A conclusão é da Autoridade Regional de Saúde de Múrcia, na Espanha.
As mulheres que caminharam por 210 minutos ou mais por semana tiveram menor risco do que as inativas, mas também menor do que as que pedalavam e faziam outras atividades mais intensas em curtos períodos de tempo. A pesquisa teve como base um questionário enviado a 33 mil homens e mulheres em meados dos anos 1990 como parte de um projeto de estudo sobre o câncer na Europa.
Para o trabalho, Jose Maria Huerta, autor do estudo, dividiu os participantes por sexo, tipo de exercício e tempo total gasto nas atividades durante cada semana. Os autores analisaram os analisaram periodicamente para registrar qualquer sinal de problema. Durante o período de 12 anos de acompanhamento, 442 acidentes vasculares ocorreram entre homens e mulheres. Os resultados para as mulheres que faziam caminhadas regulares mostraram uma redução de 43% no risco de AVC em comparação com o grupo inativo.
Não foi observada uma redução similar nos homens estudados.
— Não temos uma explicação clara para essa diferença — admitiu Huerta ao jornal Daiy Mail.
O estudo não chega a provar a relação entre a atividade e os menores riscos, mas, de acordo com os pesquisadores, contribui para indicar evidências de associações entre exercícios específicos a doenças específicas.
Trabalhos anteriores já haviam feito a associação entre caminhadas e menos chances de AVC, o que pode ter como motivo a aglomeração de sólidos nas artérias ou vasos sanguíneos danificados no cérebro.
— A mensagem para a população continua a mesma. Engajar-se em atividades recreativas moderadas faz bem à saúde — resumiu Huerta.