Pesquisa com mais de 5 mil voluntários acima de 65 anos relaciona perda de memória e declínio das funções cognitivas ao excesso de álcool
Idosos que consumiram bebidas alcoólicas em excesso apresentaram pior desempenho cognitivo (Thinkstock)
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, demonstrou uma ligação entre o consumo excessivo de álcool por idosos e o risco de desenvolver demência. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, em Vancouver, no Canadá, aponta que consumir a bebida em excesso duas ou mais vezes por mês aumenta em 2,5 vezes os riscos de declínio cognitivo e de memória.
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DEMÊNCIA
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.
Segundo o pesquisador Iain Lang, que coordenou o estudo, alguns malefícios que a bebida causa nessa faixa etária já eram conhecidos. Os cientistas já sabiam da ligação do álcool com riscos ao sistema cardiovascular, incluindo ataques cardíacos. “No entanto, até nossa pesquisa não estava claro quais os efeitos do excesso de álcool nas funções cognitivas e no risco de desenvolver demência”, diz.
Eles analisaram os dados de 5.075 voluntários com mais de 65 anos que haviam participado de um grande estudo que avaliou a saúde de 26.000 americanos. Esse estudo recolheu seus primeiros dados em 2002 e acompanhou os voluntários por oito anos.
O estudo mostrou que 8,3% dos homens e 1,5% das mulheres consumiam álcool em excesso uma vez ou mais por mês. Já 4,3% dos homens e 0,5% das mulheres relataram que as bebedeiras aconteciam duas ou mais vezes por mês. Para os pesquisadores, consumir álcool em excesso significa beber quatro ou mais doses em uma mesma ocasião.
Os participantes que relataram consumir álcool em excesso duas ou mais vezes por mês tinham 2,5 vezes mais chances de estar no grupo com os piores casos de declínio das funções cognitivas e também 2,5 vezes mais chances de estar no grupo dos casos mais graves de perda de memória. Os resultados foram similares para homens e mulheres.
Segundo os pesquisadores, essa pesquisa pode ter inúmeras implicações. “Em primeiro lugar, os idosos – e seus médicos – devem estar conscientes de que o consumo excessivo de álcool pode aumentar o risco de declínio cognitivo e devem ser encorajados a mudar seu comportamento. Em segundo lugar, os políticos e especialistas em saúde publicas deveriam estar cientes de que o consumo excessivo de álcool não é só um problema entre adolescentes e jovens. Nós temos que começar a pensar nos idosos quando planejamos intervenções para diminuir o consumo de álcool”, diz Iain Lang.
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