sábado, 9 de fevereiro de 2013

Pesquisas buscam novas armas contra o Alzheimer



Fundação americana que já financiou dois vencedores do Nobel de Medicina investe 3,6 milhões de dólares em 22 estudos da doença

Elida Oliveira
Alzheimer
Fundação libera recursos em pesquisas que identifiquem mecanismos de impedir desenvolvimento da doença ou tratá-la. Sistema que inclui imagem de ressonância magnética é uma das apostas (Thinkstock)
Uma fundação americana anunciou neste mês que vai subsidiar 22 novas pesquisas sobre a doença de Alzheimer. A Ahaf (fundação americana de assistência à saúde, na sigla em inglês) vai liberar 3,6 milhões de dólares para os pesquisadores investigarem meios de fazer o diagnóstico precoce do Alzheimer, novos medicamentos para prevenir ou retardar a doença e ainda novos alvos para as drogas já existentes. Cada pesquisa contemplada vai receber entre 150 mil a 300 mil dólares.
O Alzheimer é uma doença silenciosa, que ainda está longe de ter uma cura. Por isso, é alvo constante de novas pesquisas. O maior desafio contra o Alzheimer é a própria dinâmica da doença, que ocorre de maneira muito lenta.
“Isso significa que, para testar novas drogas, é necessário implantar testes clínicos muito longos, envolvendo muitas pessoas. Isso demanda grandes investimentos para as empresas farmacêuticas e elas não vão colocar os milhões de dólares necessários em um estudo se não puderem recuperar o investimento”, diz Stacy Pagos Haller, presidente da fundação, que já financiou os estudos de dois ganhadores do Nobel de Medicina, Stanley Prusiner (1997) e Paul Greengard (2000). “Por isso precisamos desenvolver, com a máxima precisão, novas tecnologias de diagnóstico e monitoramento. Isso pode diminuir o período necessário para os testes clínicos, tornando-os mais rápidos e baratos. Nosso objetivo é fomentar a maior quantidade possível de pesquisas para chegarmos lá.”
Um dos projetos que acabou de receber financiamento da Ahaf vai tentar encontrar meios de diagnosticar a doença ainda nos primeiros sintomas. Outro vai examinar o dano que as proteínas tau causam no neurônio ao se espalharem pelas células – uma alteração nessa proteína foi recentemente associada à ocorrência de Alzheimer.
Outro estudo pretende testar uma droga, usada contra a diabetes, para ver se ela apresenta resultado no tratamento de Alzheimer. Pesquisas anteriores já associaram o desenvolvimento da diabetes à perda da capacidade cognitiva. Caso esta linha de estudo tenha sucesso, a aplicação prática será bem mais rápida se comparado ao tempo que seria preciso se ele tivesse que ser desenvolvido desde o início.

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