sábado, 20 de outubro de 2012

Exame pode prever diabetes até dez anos mais cedo



Diagnóstico precoce pode evitar complicações, como cegueira

Prevenção: um exame simples de sangue pode passar a ser uma forma segura de diagnóstico precoce do diabetes
Prevenção: um exame simples de sangue pode passar a ser uma forma segura de diagnóstico precoce do diabetes(Brand X Pictures/Thinkstock)
No estudo da equipe de Massachusetts, descobriu-se que a maior presença de alguns aminoácidos estava diretamente associada com o aparecimento do diabetes tipo 2
Um simples exame de sangue pode detectar o diabetes até dez anos antes dos primeiros sintomas da doença começarem a aparecer. De acordo com cientistas do Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, para isso, basta medir simultaneamente os níveis de cinco aminoácidos presentes no sangue, o que possibilitaria determinar se uma pessoa tem mais chances de desenvolver o diabetes tipo 2. A pesquisa foi publicada no periódico científico Nature Medicine.
“A descoberta nos dá indícios de como acontecem as mudanças do metabolismo no início do processo que leva ao diabetes”, diz Thomas Wang, um dos membros da equipe de pesquisadores.
Novas tecnologias para medir os níveis do metabolismo, mensurando as pequenas moléculas produzidas pela atividade metabólica que são liberadas na corrente sanguínea, têm se tornado o caminho mais seguro para descobrir como o metabolismo de cada pessoa funciona. A técnica pode passar a valer também para exames de diabetes, uma vez que o aparecimento da doença acontece após um longo processo de falência do processo de metabolização da glicose. Com a descoberta da equipe americana, pode ser possível detectar o desenvolvimento da doença a tempo de prevenir determinadas complicação, como a cegueira.
Metabolismo - No estudo da equipe de Massachusetts, descobriu-se que a elevação da concentração dos aminoácidos isoleucina, leucina, valina, tirosina e fenilalanina estava diretamente associada ao aparecimento do diabetes tipo 2. Estudos anteriores já haviam mapeado a maioria desses aminoácidos entre pessoas obesas ou com resistência à insulina. Há evidências ainda de que eles estão diretamente associados à regulação da glicose.
Agora, contudo, os pesquisadores descobriram que medir a presença desses aminoácidos em conjunto é uma técnica mais eficaz, que pode aumentar a precisão da previsão de diabetes. No geral, pessoas que apresentam níveis altos de ao menos três dos cinco aminoácidos correm mais riscos de desenvolver a doença.
“Há vários indícios que mostram que esses aminoácidos ativam de maneira drástica um importante mecanismo do metabolismo envolvido no crescimento celular. Eles podem ainda, de alguma maneira, envenenar a mitocôndria, responsável por prover a célula de energia e sintetizar os aminoácidos”, diz Robert Gerszten, responsável pelo estudo. Segundo o médico, estudos posteriores são necessários para descobrir maneiras de interromper o processo que leva ao diabetes e, assim, evitar a doença.

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