Efeitos positivos, de acordo com pesquisa, podem durar por até dez anos mesmo se indivíduo voltar a engordar depois
Segundo estudo, obesos que emagrecem, mesmo que pouco, já se beneficiam a longo prazo (Hemera Technologies/Thinkstock)
Pessoas com obesidade ou sobrepeso que emagrecem de maneira modesta já podem obter benefícios à saúde ao longo de uma década, mesmo se recuperarem esse peso mais tarde. Esses efeitos positivos incluem, por exemplo, a redução do risco de diabetes tipo 2 e de hipertensão e a melhora dos sintomas de apneia do sono. Essas conclusões fazem parte de um estudo apresentado no 120ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia, que será realizada até este domingo na cidade de Orlando, na Flórida.
Pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, se basearam nos dados de 3.000 pessoas inscritas no Programa Nacional de Prevenção de Diabetes, um estudo que incentivou pacientes com a doença a mudarem seus hábitos alimentares e estilo de vida para atenuar os sintomas do problema. De acordo com o estudo, os indivíduos que perderam uma média de 6,5 quilos apresentaram um risco 58% menor de desenvolver diabetes tipo 2 em relação àqueles que mantiveram o peso. Esse benefício permaneceu o mesmo ao longo dos dez anos seguintes do emagrecimento e não se alterou mesmo quando o participante recuperou o peso que havia perdido.
Além disso, as pessoas que reduziram seu peso corporal em 10% apresentaram uma melhora a longo prazo nos sintomas relacionados a problemas do sono, como a apneia do sono ou a insônia, e nos níveis de pressão sanguínea. A taxa de mortalidade também diminuiu com essa perda de peso. “Estamos tentando mostrar que as mudanças de comportamento e de hábitos alimentares não só tornam os indivíduos mais saudáveis em termos de redução do risco de doenças cardíacas, por exemplo, mas também fazem com que eles vivam por mais tempo”, afirmou Rena Wing, que coordenou a pesquisa.
Falta de consciência — Uma pesquisa feita recentemente na Universidade de Washington, também nos Estados Unidos, apontou para um problema que atinge a maioria das pessoas com excesso de peso e que pode estar associado ao aumento das taxas de obesidade ao redor do mundo. De acordo com o estudo, a maioria das pessoas não tem consciência da quantidade de peso que ganha ou perde. O trabalho, publicado neste mês no periódico Preventive Medicine,se baseou nos dados de mais de 700.000 indivíduos maiores do que 18 anos e ainda revelou que grande parte dos entrevistados que havia engordado em um período de um ano relatou acreditar ter emagrecido. Para Catherine Wetmore, que coordenou a pesquisa, essas conclusões são alarmantes, uma vez que a autoconsciência do peso corporal é essencial para a redução da obesidade a longo prazo.
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