Especialista lembra que obesos devem prestar especial atenção à questão
Natalia Cuminale, de Gramado (RS)
(Thinkstock)
"Quanto mais severa (a disfunção), mais estará associada a doenças cardiovasculares", diz Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sbem)
Apesar de pesquisas científicas já terem comprovado que homens com disfunção erétil podem desenvolver doenças no coração, a relação entre os dois problemas não foi incorporada aos consultórios médico nem é conhecida por pacientes. Uma pena, pois os problemas de ereção podem atuar como ponto de partida para o diagnóstico de problemas cardiovasculares.
Por isso, a relação entre os dois fatores será discutida em mesa do Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia nesta terça-feira. "A disfunção erétil funciona como se fosse um marcador, um aviso para o aparecimento de um problema no coração", explica Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Meirelles esclarece que a disfunção é fruto de problemas circulatórios no interior do pênis, que reduzem o fluxo de sangue, destruindo a flexibilidade dos tecidos. "Como são artérias pequenas, são as primeiras que sofrem devido aos fatores de risco", diz. Entre os principais fatores estão o diabetes, hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue), alcoolismo e o tabagismo.
Para o especialista, uma mudança de abordagem da questão por parte dos médicos pode fazer com que mais homens se sensibilizem para a importância do emagrecimento. "Talvez seja mais fácil convencer os homens a perder peso falando da disfunção erétil do que chamando a atenção para as doenças do coração", diz. Por isso, o médico orienta seus colegas a perguntar aos pacientes se há algum problema sexual - questionamento que pode prever um futuro problema no coração.
A disfunção pode ser leve, moderada e grave. "Quanto mais severa, mais estará associada a doenças cardiovasculares", diz Meirelles.
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