quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Apenas 1 em cada 3 fumantes consegue abandonar o vício



Situações de estresse agudo, como perda do emprego ou divórcio, são as principais causas de recaída

Número de paulistanos classificados como fumantes pesados - que fumam dois ou mais maços de cigarro por dia - diminuiu em São Paulo
Cigarro: a ansiedade intensa e o descuido com o vício também são responsáveis por recaídas (ThinkStock)
Passar por uma situação de estresse agudo, como perder o emprego, divorciar-se ou enfrentar a morte de um familiar, é a principal causa de recaídas para tabagistas em tratamento. Dos 820 pacientes analisados por um estudo do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, 257 (31,3%) chegaram a parar de fumar por um tempo, mas retomaram o vício. E apenas 276 (33,7%) foram bem-sucedidos em largar o cigarro. Os demais ou abandonaram o tratamento ou nunca conseguiram parar de fumar.
O levantamento, apresentado em março deste ano durante o congresso da Society for Research on Nicotine and Tobacco, nos Estados Unidos, analisou a evolução clínica de pacientes inscritos no Programa de Assistência ao Fumante (PAF) - um software desenvolvido pela cardiologista Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento do Tabagismo do Incor.
O programa permite a realização de análises retrospectivas do tratamento de cada paciente e busca características comuns àqueles que obtiveram sucesso ou insucesso no combate ao fumo. Outros dois gatilhos importantes apontados para a recaída, além do estresse agudo, foram a ansiedade intensa e o descuido (quando o paciente acredita que fumar um único cigarro não vai trazê-lo de volta ao vício).
"“Conhecendo mais detalhes sobre o tabagismo, poderemos alertar os pacientes sobre como essas situações de estresse e ansiedade interferem no tratamento. Voltar a fumar, embora possa aliviar momentaneamente o sofrimento e o desconforto, não vai resolver o problema: vai criar mais um"”, diz Jaqueline.

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