O número de pessoas com mais de 60 anos é maior a cada censo populacional realizado no Brasil. Em 1950 os idosos eram apenas 4 milhões. Em 2007, já ultrapassam os 15 milhões de brasileiros. A previsão é de que em mais 10 anos teremos cerca de 20 milhões de indivíduos saudáveis na terceira idade. Todos sabemos que não basta atingir uma idade avançada rodeado por netos e bisnetos, é preciso ter qualidade de vida: boa saúde, capacidade cognitiva, memória adequada, articulações que permitam a prática de exercícios condizentes, afetividade, amor, amizade intactas, coração excelente e ausência de sintomas neurológicos. Parece fácil descrever o idoso ideal, mas não disso é possível se os hormônios não estiverem precisamente regulados. Com o avançar da idade, o sistema hormonal já não funciona como antes. A comunidade médica tem atestado, com freqüência cada vez maior, os resultados de reposições hormonais que proporcionam uma dose de “rejuvenescimento”, uma certa alegria de viver, disposição, energia e humor.
A desigualdade entre mulheres e homens
O organismo produz o estradiol e a progesterona (na mulher) e a testosterona (no homem) desde o período pré-puberal, elevando esta produção a níveis muito altos na puberdade e por boa parte da vida adulta. Há uma diferença: enquanto o homem mantém a sua secreção de testosterona por décadas seguidas, as mulheres diminuem os níveis dos hormônios femininos depois da menopausa. Não existe consenso entre os médicos nesta questão de reposição hormonal na mulher. Estudos populacionais com milhares de pessoas envolvidas apontam para discreta possibilidade de maior número de casos de câncer, maior prevalência de algumas alterações cardíacas entre as que fazem uso da reposição hormonal. O imenso benefício que o tratamento traz à vida da mulher ultrapassa, a meu ver, as estatísticas dos estudos populacionais.
O frescor da pele, os cabelos e unhas saudáveis, a manutenção do colágeno que sustenta a pele, a libido conservada, o melhor desempenho sexual, a ausência de depressão e maior alegria de viver são algumas vantagens a ser consideradas. Ossos mais fortes, maior quantidade de cálcio no esqueleto, baixo risco de fraturas da articulação coxo femural, sistema muscular, circulatório e cognitivo intactos são vantagens inegáveis para as que tomam o seu hormônio diariamente seja por via oral, transdermica, implantes, ou sob forma de gel cutâneo. Recentemente a Associação Norte Americana de Endocrinologistas Clínicos deliberou que a mulher deve ter o direito de escolher se deseja receber reposição hormonal e reiterou que o risco de fenômenos adversos é mínimo. E o melhor: a maioria dos medicamentos hormonais à disposição do médico não engorda.
A andropausa nos homens
O mesmo raciocínio se aplica aos homens. Existe, sem dúvida, um declínio discreto mas constante no teor de testosterona com o avançar da idade. Essa queda do hormônio masculino pode levar a uma série de sintomas: fadiga crônica, perda de massa muscular, queda de libido, disfunção eréctil e mesmo osteoporose, ou seja, perda de cálcio do sistema esquelético. Hoje o médico tem à sua disposição um verdadeiro arsenal terapêutico para várias modalidades de reposição hormonal no homem: gel cutâneo, colocar adesivo com testosterona e injeções de testosterona. É necessário, todavia, ter total e completo exame da próstata, pois o hormônio poderá, eventualmente, afetar o crescimento deste órgão masculino.
A falta de cálcio no sistema esquelético
Podemos examinar o conteúdo de cálcio nos ossos por um procedimento não invasivo que se chama densitometria óssea. Existem aparelhos simples, de uso em consultório, que mede o conteúdo de cálcio nos ossos. Quando há discreta diminuição de cálcio chamamos de osteopenia. Quando a concentração de cálcio é bastante baixa nos ossos, o diagnóstico é de osteoporose. Em ambos os casos recomenda-se ao idoso o uso de comprimidos de cálcio a que se associa compostos bifosfonados. Fósforo e cálcio formam osso novo. No caso do paciente poder tomar hormônio feminino ou masculino a recuperação do esqueleto é bastante rápida, prevenindo eventual ocorrência de fraturas no futuro.
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