Os termos osteopenia (discreta diminuição do conteúdo de cálcio nos ossos) e osteoporose (falta de cálcio nos ossos) englobam um conjunto de fatores hormonais, nutricionais e geriátricos que levam à perda da massa óssea tanto em mulheres (mais freqüente) como em homens. É comum investiggar-se o estado dos ossos, por meio de teste chamado Densitometria Óssea, nas mulheres em fase de menopausa e nos anos seguintes. Nesse aspecto, as mulheres são muito melhor avaliadas que os homens. Raramente se observa um indivíduo com mais de 50-60 anos preocupado com um possível declínio de cálcio nos ossos.
Mas as estatísticas indicam que cerca de 4% dos idosos (mais de 60 anos) masculinos têm queda de cálcio dos ossos (osteoporose) e que 15 a 30% têm osteopenia (perda de cálcio nos ossos em menor grau). Em estudos conduzidos nos Estados Unidos, a população masculina de etnia branca apresenta mais declínio do cálcio nos ossos comparativamente a afro-descendentes e, conseqüentemente, podem ter maior prevalência de fraturas da cabeça do fêmur.
Por que os homens também perdem cálcio dos ossos?
Os idosos, freqüentemente, têm pouca ou nenhuma atividade física ao ar livre. Esta atividade é importante para os ossos porque proporciona exposição a raios ultra-violeta (UV) da insolação, essenciais para produção de vitamina D no organismo. Além do fato de que existe carência de vitamina D nos idosos, a falta de cálcio nutricional é muito importante. A ingestão de cálcio a partir do uso diário e constante de laticínios deve ser recomendada como forma natural de prover o esqueleto deste precioso mineral.
Recomenda-se períodos de insolação (“banho de sol”) em períodos de 60 minutos para ativar os mecanismos de formação de vitamina D. Muitos idosos, também, terão que receber suplementos de vitamina D para ajudar a deposição de cálcio nos ossos e desta forma prevenir eventuais futuras fraturas de cabeça do fêmur ou de vértebras, que demandam correções cirúrgicas complexas e muito impactantes para o idoso.
Outras causas que contribuem para perda de cálcio são os hábitos de tabagismo e o uso de medicamentos à base de cortisona. A cortisona é um poderoso aliado do reumatologista. As dores articulares dos idosos devido à degeneração de cartilagem (joelhos, mãos) levam a dores constantes e aflitivas. A cortisona e seus derivados melhoram muito a inflamação, aliviando as dores, mas causa perda de cálcio dos ossos. Portanto, os idosos sob tratamento reumatológico devem estar atentos a possibilidade de osteoporose e precaver-se com uso de cálcio e vitamina D, sempre sob acompanhamento e supervisão do médico. Exames periódicos de sangue e realização anual de Densitometria Óssea são recomendáveis.
A questão dos hormônios e osteopenia em homens
Nos homens, após os 60 anos, existe discreto declínio do principal hormônio masculino, a testosterona. Este declínio é lento e progressivo, levando muitos anos para se chegar a ponto de indicar reposição hormonal. Mas os pesquisadores e cientistas verificaram que a lenta queda da testosterona é, também, acompanhada de diminuição do nível do hormônio feminino chamado estradiol.
Todos os homens possuem em circulação diminuta proporção de estradiol. Este por sua vez é sintetizado a partir do hormônio masculino (testosterona) por um processo químico bem conhecido. Pois bem, confirmou-se que este estradiol (hormônio feminino) no homem tem uma função muito importante. É o principal agente hormonal capaz de induzir um fluxo positivo de cálcio para os ossos, e, além disso, tem papel muito importante em fixar o cálcio no esqueleto masculino. A total retirada tanto de testosterona como de estradiol do homem (em casos de câncer de próstata) leva, rapidamente, à menor deposição de cálcio nos ossos (propiciando osteopenia e osteoporose).
Tratamento em homens
A suplementação de cálcio associado à Vitamina D, para proporcionar um mínimo de 1000 mg de cálcio por dia é uma forma nutricionalmente correta de dar mais força ao esqueleto do idoso. O uso de compostos de fósforo (chamados de bifosfonatos) é recomendável, pelo seu benéfico efeito em prevenir fraturas. A administração de hormônios (testosterona) é muito discutida e controversa. Este recurso hormonal deve ser usado com cautela e somente em idosos com nítida diminuição de níveis de testosterona na circulação. A administração de hormônio masculino deve ser sempre seguida e orientada por médico.
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