Bebida açucarada aumenta risco de doença cardíaca em homens
Estudo acompanhou mais de 40 mil voluntários durante 22 anos
RIO - Homens que consumiram cerca de 355ml de bebidas adoçadas com açúcar por dia apresentaram um risco 20% maior de doença cardíaca, comparados com outros que preteriram este tipo de bebida, de acordo com uma pesquisa publicada na "Circulation", uma revista da Associação Americana do Coração.
- Este estudo se soma à crescente evidência de que bebidas açucaradas são prejudiciais para a saúde cardiovascular - disse Frank B. Hu, coordenador do estudo e professor de nutrição e epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Harvard em Boston, Massachusetts. - Certamente, a pesquisa oferece uma forte justificativa para reduzir o consumo de bebidas com açúcar entre pacientes e, mais importante, entre a população em geral.
Doenças cardíacas são as principais causas de morte nos Estados Unidos. Fatores de risco incluem obesidade, tabagismo, sedentarismo, diabetes e uma dieta ruim. Os pesquisadores, que analisaram 42.883 homens, descobriram que o maior risco continuou mesmo depois do controle para fatores de risco, incluindo tabagismo, sedentarismo, uso de álcool e histórico familiar de doença cardíaca. Consumo menos frequente - duas vezes por semana e duas vezes ao mês - não aumentou o risco.
Os cientistas também mediram diferentes lipídios e proteínas no sangue, que são indicadores, ou biomarcadores, para doença cardíaca. Isso inclui o marcador de inflamação proteína C-reativa (CRP), lipídios prejudiciais chamados de triglicerídeos e gorduras boas chamadas de lipoproteínas de alta densidade (HDL).
Comparados a quem não consumia este tipo de bebida, seus consumidores diários apresentaram taxas mais altas de triglicerídeos e PCR, e os níveis mais baixos de HDL.
Bebidas artificialmente adoçadas não mostraram relação com o maior risco ou biomarcadores para doenças cardíacas neste estudo.
A pesquisa começou em janeiro de 1986 e, a cada dois anos, até dezembro de 2008, os participantes do estudo responderam a questionários sobre dieta e outros hábitos de saúde. Eles também forneceram uma amostra de sangue. O acompanhamento durou 22 anos. Os participantes eram principalmente homens caucasianos com idade entre 40 e 75 anos de idade.
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