terça-feira, 25 de dezembro de 2012

GUIA DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS – PARTE 1


Pela legislação brasileira, suplementos nutricionais são apenas as vitaminas e minerais (isolados ou misturados entre si) que não ultrapassem 100% da ingestão diária recomendada (mais que isso passam a ser considerados medicamentos). Portanto, o termo “suplemento nutricional” deve ser usado apenas para os polivitaminicos, multivitaminicos, vitamina C, etc.
Já os produtos comercializados como suplementos nutricionais, normalmente utilizados por esportistas, são chamados de “alimentos para praticantes de atividade física” e pertencem ao subgrupo de “alimentos para fins especiais” de acordo com a portaria nº 222 do Ministério da Saúde de 1998. São ainda definidos como “alimentos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física”.
Eles são divididos em 5 grupos, confira:
Repositores hidroeletrolíticos: são produtos para repor as perdas de eletrólitos (sais minerais e água) após uma atividade física onde houve grande produção de suor. Alguns exemplos de esportes em que ocorre essa perda são: ciclismo, caminhadas intensas, corrida, jogos de futebol, vôlei, basquetebol e etc. Não servem para repor energia, pois possuem baixa quantidade de carboidratos, que teria essa função. Opcionalmente, podem conter potássio, vitaminas e outros minerais. São conhecidos também como isotônicos.
Repositores energéticos: são produtos que contém alta quantidade de carboidrato (no mínimo 90% do produto) e são utilizados com o intuito de prover energia para a prática de exercícios ou também servem para repor essas energias após uma atividade de longa duração. Apresentam-se em forma de gel, pó ou líquido e sua composição pode conter tanto dextrose (absorção rápida) ou maltodextrina (absorção mais lenta). Não devem ser confundidos com os energéticos usados em bebidas alcoólicas, pois esses possuem, além do carboidrato, substâncias estimulantes como a cafeína e a taurina.
Alimentos protéicos para atletas: nesse grupo se enquadram todas as proteínas isoladas ou concentradas. Proteínas da soja, do soro do leite “whey protein” e a caseína. Este produto tem como finalidade completar a dieta de praticantes de atividade física, cujas necessidades proteicas não sejam supridas pela alimentação. O excesso desse nutriente ou o uso sem orientação adequada pode causar efeitos indesejados como o aumento de gordura localizada e alterações na função renal.
Alimentos compensadores: possuem concentrações variadas de proteínas, carboidratos e gorduras. São utilizados com a finalidade de adequação de dietas para aumento de peso e reposição de energia. Também conhecidos como hipercalóricos.
Aminoácidos de cadeia ramificada: são compostos por três aminoácidos: leucina, valina e a isoleucina. Atuam como importante fonte de energia para o músculo durante atividades que levam ao estresse metabólico.
Importante ressaltar que em 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA aprovou a comercialização da cafeína e da creatina, porém, elas não se enquadram em nenhum dos grupos citados acima e podem ser utilizadas de forma isolada ou misturadas com outras substâncias. Outro fato interessante: produtos com função termogênica (e outras substâncias à base de ervas comercializadas regularmente no Brasil) são, na verdade, categorizados como fitoterápicos e não suplementos nutricionais.
Em tempo: Todos os produtos comercializados e aprovados pela ANVISA possuem comprovação científica de seus efeitos, mas devem sempre ser utilizados com cautela e orientação. Fique sempre atento ao número de registro do produto junto a ANVISA, inclusive dos produtos importados.
Continua.
Eliana Santini - Nutricionista especialista em atividade física e suas bases nutricionais. Mestranda em Biociências pela Faculdade de Nutrição da UFMT e pesquisadora do Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde / UFMT.

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