Pesquisadores descobriram uma série de alterações que ocorrem no cérebro anos antes do declínio cognitivo ou da perda da memória
Alzheimer: pesquisa identifica alterações no cérebro que apontam a doença muitos anos antes do surgimento dos primeiros sintomas (Digital Vision/Thinkstock)
Cientistas identificaram uma série de mudanças que ocorrem no cérebro de uma pessoa entre cinco e 25 anos antes de ela começar a apresentar algum sintoma da doença de Alzheimer. Em um novo estudo, os pesquisadores mostraram que essas alterações podem ser biológicas, como o aumento da quantidade de placas beta-amiloides — que bloqueiam e matam neurônios de pacientes com a demência —, ou estruturais, como o encolhimento de algumas regiões do cérebro. Segundo os autores, esses resultados podem abrir caminho para novas abordagens de diagnóstico precoce e tratamento do problema. Essa pesquisa é resultado dos trabalhos desenvolvidos por uma equipe internacional que se dedica à pesquisa em torno do Alzheimer, e suas conclusões foram publicadas na edição desta semana da revista The New England Journal of Medicine.
Para o estudo, a equipe selecionou 128 pacientes que apresentavam um alto risco genético de terem doença de Alzheimer, já que todos tinham ao menos um parente próximo com a demência. Segundo os autores da pesquisa, esses indivíduos tinham 50% de chance de herdar uma das três mutações genéticas conhecidas pela ciência por provocar o Alzheimer com sintomas precoces. Os voluntários passaram por exames de sangue, de imagens do cérebro e de liquor (fluído cerebral). Além disso, a equipe analisou o histórico médico da família de todos e, a partir da idade em que seus parentes apresentaram os primeiros sintomas de Alzheimer, os pesquisadores calcularam com quanto tempo de antecedência as alterações biológicas no cérebro surgem.
“Essas descobertas são emocionantes, pois são as primeiras a confirmar o que já suspeitávamos, ou seja, que o início da doença ocorre anos antes dos primeiros sinais de declínio cognitivo ou perda de memória”, diz Lurie Ryan, diretora de ensaios clínicos do Instituto Nacional do Envelhecimento, nos Estados Unidos. “Conforme aprendemos mais sobre as origens do Alzheimer, mais perto ficamos de novos tratamentos e abordagens de prevenção da doença”, diz o coordenador da pesquisa, Randall Bateman.
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