A história de quatro irmãos pode guiar os cientistas na busca da genética que prolonga a vida para além dos 100 anos – e nos ajudar a envelhecer melhorin
Tirando algumas consultas médicas ou uns resfriados mais fortes, Irving Kahn não consegue lembrar quantos dias faltou no escritório desde que começou a trabalhar. E olha que ele está na ativa há muito tempo. Irving tem 106 anos. A assiduidade incomoda seu filho mais novo, Thomas Graham Kahn, de 69 anos. Tommy, como é chamado, preside a Kahn Brothers, a empresa de gestão de capital da família. Como ele pode sair de férias se seu pai não faz isso? Mas Tommy dá o troco. Ameaça suspender o expediente de Irving, que começa por volta das 10 horas e termina às 15 horas – com uma parada para um prato de sopa. “Não é porque somos grandes que podemos pagar para ele ficar de bobeira”, diz. Tommy é quem toca o negócio de cerca de US$ 700 milhões. Irving é presidente do Conselho Administrativo da empresa. Está longe de ser um chefe decorativo. Ele tem autoridade, apesar de sua baixa estatura e de seus grandes óculos, que lhe dão uma aparência esquisita de coruja, sugerirem o contrário. Irving tem a melhor sala do escritório, 22 andares acima da Avenida Madison, uma das principais de Nova York. (Durante o grande apagão de 2003, ele desceu todos a pé.) É o patriarca quem aprova ou não a política de investimento do escritório e revê todas as transações que os jovens funcionários fazem em nome de seus clientes.
Irving, o corretor de ações mais velho do mundo, começou a trabalhar em Wall Street em 1928. “Foi antes da Depressão”, diz ele. Depois especifica qual Depressão, como se eu pudesse confundi-la com a que ocorreu nos anos 1890. Ele passou pelas duas. Irving continua seguindo um fio de memória: passa por seus avós (judeus do Leste Europeu que se instalaram no Lower East Side, em Nova York) até quase chegar à Guerra Civil.
Ele se lembra bem mesmo é das tecnologias que surgiram de lá para cá. Conta como seu pai teve a sorte de entrar no ramo de lustres logo que “o senhor Edison abriu seu escritório no centro”. Sim, aquele Edison que trouxe a eletricidade a Manhattan, em 1882. Também se lembra com perfeita clareza de construir um rádio em seu quarto, por volta de 1920, e surpreender sua mãe, que pensava que música vinha somente de vitrolas.
Para quem tem 53 anos, como eu, e acredita já ter passado da metade da vida, conversar com alguém com o dobro de sua idade e todas essas lembranças é desnorteante. É como tentar espremer um século inteiro dentro de uma panqueca. O czar Nicolau II e Barack Obama, lamparinas a gás e o computador, avós e netos: todos viram contemporâneos.
Também é desnorteante para Irving essa nossa urgência indiscriminada de lembrar tudo. “Preferiria não saber quem era, quem conhecia e o que fiz”, diz. “Isso ocupa um espaço que preciso para hoje.” Por “hoje”, ele também quer dizer “no futuro”. Todas as conversas com Irving nos levam a suas previsões favoritas, tais como de que maneira as novas tecnologias podem afetar a viabilidade das companhias que seu escritório acompanha. “Não me preocupo em morrer”, diz. Ele supõe que isso acontecerá durante o sono. Preocupa-se em permanecer mentalmente ágil. É por isso que lê três jornais por dia e assiste à programação completa da C-Spans, um canal de TV sobre política. “Alguns colecionam selos, mas é pouco. É preciso ter múltiplos interesses.”
Sua crença de que um futuro o aguarda (um futuro que não consigo imaginar para mim sem preocupações com doenças) é o mais impressionante em Irving Kahn. É fácil imaginar que, à medida que foi ficando velho, depois mais velho, e depois incrivelmente velho, ele teria mais motivos para se desesperar. É verdade que sua visão e sua audição não são mais o que eram. Ele não consegue mais caminhar tanto sozinho. Mas despreza essas limitações. Ou as ignora, ou encontra maneiras de superá-las. Com as perdas também é assim. A morte da mulher de Irving, em 1996, foi uma grande tristeza, diz o filho Tommy. Tommy também diz que Irving “afundou um pouco mais o pé no acelerador, se isso é possível”. Quando uma recente degeneração nos olhos fez com que Irving tivesse dificuldade para ler, ele aprendeu a aumentar o tamanho das letras naquilo que chama de Gimble, mas a gente conhece como Kindle.
O fato de ele ser rico ajuda bastante, com enfermeiros dia e noite. Também ajuda ter sido sempre moderado, sem gostos extravagantes, como atestam sua camisa de gola pontuda e sua gravata marrom com estampas padronizadas. Ele se deita às 20 horas, levanta às 7 horas, toma vitaminas porque seus enfermeiros mandam. Desperdiça poucos gestos. Enquanto conversamos, as mãos permanecem elegantemente entrelaçadas sob a mesa.
Ainda assim, um homem com 106 anos que nunca teve uma doença com risco de morte, que não toma remédios para controlar colesterol ou pressão arterial e que se barbeia bem toda manhã (sem mencionar o “banho de bucha com vigorosos esfregões pelo corpo todo”), levanta certas questões. Quais são seus hábitos que o ajudam a ter uma vida longa e saudável? Há algo em sua atitude? Existem segredos em seus genes? Ele acha que não. E aqui me corta. Ele não está interessado em sua longevidade.
Mas os cientistas estão. Um boom de centenários está aparecendo na curva demográfica. Serão cerca de 4,2 milhões até 2050, só nos Estados Unidos. Companhias farmacêuticas e cientistas não medem esforços em suas pesquisas sobre longevidade. Grandes centros médicos constroem programas para satisfazer a demanda por informações e, consequentemente, por remédios. Irving concordou em doar sangue para pesquisas e em responder a perguntas do avô desses estudos, o Projeto de Genes da Longevidade, da Escola de Medicina Albert Einstein, no Bronx. Ele busca determinar se pessoas saudáveis em sua décima ou 11a década têm algo em comum. E se isso pode beneficiar outras pessoas. O que a pesquisa revelou até agora? Nada do que Irving realmente gostaria de saber, basicamente, se quem vive mais fica mais rico.
Entre 1901 e 1910, Saul e Mamie Kahn – um vendedor de lustres e sua mulher – tiveram quatro filhos: duas meninas (Helen e Leonore) e dois meninos (Irving e Peter). Em 2001, quando Helen completou 100 anos, eles eram conhecidos como o quarteto de irmãos mais velho no mundo. O ousado gosto de Helen pela cerveja Budweiser fez dela uma pequena celebridade na web. Há cinco anos, ao se tornar centenário, Irving tocou o sino que abre o pregão na Bolsa de Valores deNova York.
Os quatro irmãos Kahn participaram da pesquisa sobre longevidade da Escola de Medicina, iniciada pelo médico Nir Barzilai em 1998. Para esses estudos, Barzilai convocou um grupo de 540 pessoas acima dos 95 anos, como os Kahns, que haviam chegado lá sem nunca ter passado pelas quatro grandes doenças: as cardiovasculares, os cânceres, o diabetes e o declínio cognitivo. Sua teoria é que esses superidosos, como ele os chama, deveriam ter algo que os protegesse em qualquer condição. Caso contrário, se eles não tivessem tido um ataque do coração aos 78 anos, teriam sucumbido rapidamente ao próximo item da lista. Em vez de procurar por pedaços de DNA que se relacionam com a probabilidade de ter doenças, como se faz na maioria dos estudos genéticos, Barzilai procurou pelo oposto: genes que se relacionavam à probabilidade de não tê-las. Ou seja, à longevidade.
Barzilai identificou ou corroborou pelo menos sete características que podem ser associadas à vida longa. A mais significativa é um gene ligado à demora do declínio da memória, ao risco ínfimo de demência e ao grande aumento da proteção contra doenças do coração. É um gene de nome difícil (ligado às proteínas de transferência de ésteres de colesterol), conhecido apenas pela sigla CETP. Os longevos têm versões do gene CETP com propriedades como aumentar o colesterol bom. Na população em geral, só 9% das pessoas têm duas cópias (uma do pai e outra da mãe) da variante protetora do CETP, em relação aos 24% dos centenários, incluindo os Kahns.
Esses idosos afortunados também têm em seu DNA uma incidência maior de versões vantajosas de outros genes. Uma dessas versões protege contra aterosclerose e mal de Alzheimer. Outro gene protege contra a formação de tumores e leucemia. E há outra variante genética que protege contra doença cardiovascular e diabetes. Sozinha, essa última variante foi associada a uma extensão média da vida em quatro anos. Há evidências também de que a baixa estatura dos superidosos (Irving tem cerca de 1,57 metro) possa refletir a influência de um fator protetor visto na natureza: pôneis vivem mais que cavalos.
Por mais sugestivas que sejam, essas descobertas carecem até hoje de alguma aplicação na vida real. O projeto é fascinante por uma razão que vai além da ciência: seu principal grupo de testes é formado totalmente por asquenazes, judeus que descendem de comunidades do Leste Europeu. Nas notícias sobre longevidade, a atenção das pesquisas geralmente se volta a grupos, como comedores de iogurte da Geórgia, pensionistas japoneses ou holandeses da Pensilvânia. Barzilai concentrou seus estudos nos 540 asquenazes não porque vivam mais que outros grupos étnicos. Eles não são assim.
A razão é que o desenvolvimento dos asquenazes como uma comunidade homogênea facilita o estudo genético. Uma pesquisa feita por Gil Atzmon, colega de Barzilai, mostra que os asquenazes se ramificaram de outros judeus 2.500 anos atrás. Eles floresceram durante o Império Romano, mas depois passaram por um rigoroso gargalo, à medida que se dispersaram, reduzindo a população de muitos milhões para apenas 400 famílias. Elas deixaram o norte da Itália por volta do ano 1000 e foram para o Leste Europeu. Apesar de seu número ter aumentado para cerca de 18 milhões de indivíduos na Europa antes do Holocausto, estudos mostram que 40% dos asquenazes de hoje descendem de apenas quatro mães judias. A pouca diferença genética entre eles, assim como a similaridade de suas situações econômicas e sociais, os tornam ideais para o estudo genético.
O que nos leva a outra pergunta: os hábitos de vida não interferem na longevidade? A resposta é não. Seus hábitos eram piores. Eles fumaram muito ou mais que outros (Irving Kahn é fumante), e eles não são melhores em fazer dietas ou exercícios. Tommy Kahn descreveu os hábitos alimentares da longa vida de seu pai como “costeletas de cordeiro numa noite, carne bovina na seguinte”. Exercícios eram esporádicos e moderados.
“Viver de modo saudável pode fazer com que você ultrapasse os 80 anos”, diz Barzilai. “Mas não os 100.” Quando isso acontece, algo mais está envolvido. Quando questionados sobre seus segredos para a longevidade, os participantes do estudo ofereceram explicações como genes, sorte e histórico familiar. Deus, diz Barzilai, finalizou o resto.
Os irmãos Kahn não tiveram uma criação judaica. Eles não iam a sinagogas. Helen e Peter mudaram de sobrenome, para Keane. No caso dela, por parecer um nome mais apropriado para uma escritora. Ela começou a escrever artigos para uma revista de moda feminina em 1936. Mudou várias outras vezes. Parou no Happy, apelido que ganhou aos 16 anos. Happy explicou tudo isso para mim do melhor jeito que pôde. Muito bem vestida, unhas feitas e com pensamentos claros, a primogênita dos Kahns, aos 109 anos, não conseguia falar direito. Sua acompanhante, Olive Villaluna, serve de intérprete, mas várias vezes também não entende o que Happy diz. A dificuldade era consequência de dois derrames cerebrais que aconteceram em 2005.
Apesar das evidências em sua família, Happy não acreditava numa explicação genética para a longevidade. Perguntei a ela, então, se “apenas tocar a vida” seria o segredo por trás dos superidosos. “Não sei nada sobre isso”, disse ela, segundo Olive. “Muitas pessoas viveram da mesma forma que eu e não chegaram a idade tão avançada.” Olive me contou que elas tinham ido ao médico no dia anterior. “A maior parte das vezes ela vai até lá só para dizer oi”, afirmou Olive. Como seus irmãos e a maioria dos superidosos, Happy tomava poucos remédios. Mesmo assim, só começou depois dos derrames. Da última vez o médico perguntou se ela se sentia deprimida. “Por que eu estaria deprimida?”, disse ela.
No final de nossa conversa, Happy me perguntou se eu gostaria de almoçar com ela num caro restaurante asiático perto de seu apartamento. Mas ela foi sozinha. Nos dias seguintes, ela também jantou em dois outros restaurantes favoritos. Parecia que ela seguia uma lista de coisas a fazer. Procurou um restaurante onde ela e seu marido almoçaram uma vez. Agora, lá existe uma cafeteria Starbucks. Happy pediu um café. Também recebeu um amigo para almoçar em casa e passou a tarde de um domingo num parque.
No dia seguinte, Olive notou que Happy respirava com dificuldade. O médico receitou antibióticos. Na sexta-feira seguinte, ela estava mais fraca. Apenas dormia, acordava para se trocar, dar uma garfada no almoço e voltava a dormir. Happy morreu em 25 de setembro de 2011, seis semanas antes de completar 110 anos. Foi durante um cochilo, e ela estava como sempre: roupa impecável e unhas feitas. Nada de tubos para respirar, nada de desfibriladores cardíacos. Apenas aveia no café da manhã, ovos moles e presunto no almoço e uma espreguiçada final.
O caso de Happy exemplifica uma das principais conclusões do estudo de Barzilai. Os superidosos não envelhecem de forma diferente de outras pessoas, apenas mais tarde. Muito mais tarde. Alguns, enfim, são atingidos por uma daquelas quatro doenças 30 anos depois que o resto da população. A idade média em que mulheres americanas têm seu primeiro derrame é aos 72 anos. Happy teve o seu aos 105.
A mensagem | |
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Para todos
Uma conjunção especial de genes benéficos contribui para a longevidade
Para os idosos
Quem vive mais tem as mesmas doenças que os outros. Só que mais tarde |
Nesse meio-tempo, outras doenças podem se tornar piores que o normal. As principais são as dificuldades de visão e de audição, como as que têm Irving e seu irmão, Peter. Ou problemas de mobilidade associados à artrite. Irving considera uma vitória quando tem de acordar seu assistente somente uma vez durante a noite para acompanhá-lo ao banheiro. Às vezes essas pequenas falhas são suficientes para matar alguém. Leonore Kahn, que vivia num local arborizado e foi jardineira daquelas que preferem chamar as plantas pelo nome em latim, era completamente saudável até tropeçar num tapete em 2005, aos 101 anos. Ela morreu algumas semanas depois.
A maioria desses problemas não é fatal. Hoje, graças a marca-passos e cirurgias bariátricas, pessoas que há uma geração poderiam ter morrido aos 75 anos chegam aos 80, apesar de fragilizadas e medicadas até o último fio de cabelo. Em breve, se a promessa dos estudos de Barzilai se realizar, será possível envelhecer bem mais. Talvez até os 122 anos, idade em que a francesa Jeanne Calment morreu, em 1997. Ela foi a recordista mundial.
Se isso acontecer, sua felicidade poderá depender dos hábitos da mente. Em parte da flexibilidade corporal que você precisa desenvolver décadas antes de envelhecer. E de ter um membro da família ou algum companheiro valioso para ajudá-lo a se manter seguro diante das quedas, dos operadores de telemarketing, dos lapsos de higiene e da solidão.
Peter Keane, de 102 anos, o bebê da família, mora com sua mulher, Elisabeth (a Beth), em Westport, Connecticut, numa agradável rua suburbana cheia de arbustos e árvores, incluindo uma enorme cerejeira. Peter estava muito bem até 2007, quando o glaucoma e a degeneração macular, sob controle havia anos, pioraram catastroficamente. Meses depois, ele ficou cego. De vez em quando, seus olhos choram involuntariamente. Sempre que nota, Beth (uma jovem de 68 anos) passa um lenço nas mãos de Peter, para avisá-lo.
Fora isso, e uma fraqueza geral que exige uma cadeira de rodas almofadada, Peter parece estar em ótima forma. Tem muito cabelo, que não está totalmente grisalho. Sua voz é clara e expressiva. Como toda pessoa idosa ou de meia-idade, ele pode às vezes esquecer a palavra que quer dizer. Mas gosta de resolver o problema sozinho. Detesta quando Beth o interrompe e completa a frase por ele.
Beth e Peter se conheceram em 1984, quando ela tinha 40 anos, e Peter era um jovem divorciado de 73. “Ele era charmoso, uma companhia deliciosa e divertida. E ainda é”, diz Beth. Dá para entender o que ela quer dizer quando Peter começa a contar a história de sua vida, com detalhes vívidos e, de vez em quando, obscenos.
“Não consigo mais fazer muita coisa”, diz ele, sem mudar de tom. “As pessoas me perguntam pelo telefone como está o tempo. Digo a elas que nunca saio de casa. Isso é deprimente? Muito. Mas não tem jeito. Quando fiquei cego, disse que perder a visão é estar 99% morto. O outro 1% é hábito. Preferia morrer.” E aqui Beth muda de assunto, para assuntos mais alegres, como os filhos de Peter do primeiro casamento, seus netos, os tempos em que os quatro irmãos Kahn passavam o dia no terraço de sua casa. “Todo mundo parecia tão jovem naquela época”, diz ela. “Nem tenho certeza se sei o que é velhice agora.” Peter sabe. “Sorte a sua”, diz ele.
Envelhecer não é bom para a maioria. Não importa quão determinados estão os pesquisadores, nem quão esperançosos são seus vídeos no site do projeto da Escola de Medicina Albert Einstein. Entre os Kahns, certamente paira a expectativa da exceção, apesar da morte “precoce” de Leonore, aos 99 anos. Toda invencibilidade aparente de cada irmão serve de apoio à do outro. Para eles, a longevidade chega a parecer uma questão de força de vontade – e não de destino.
Para os pesquisadores, a única evidência confiável é a científica. Mesmo que boa parte da longevidade seja genética, ela ainda se concretiza de forma imprevisível, inclusive entre parentes próximos. Quando Barzilai afirma que “há mais do que uma forma de alcançar os 100 anos”, quer dizer que os superidosos não têm necessariamente todas as características que está estudando. Mas ter ao menos uma delas pode ser suficiente.
Pesquisadores estão planejando caminhos alternativos. A terceira fase de testes de uma droga que imita a ação da boa variante do gene CETP está em curso no laboratório farmacêutico Merck. Os resultados são esperados para 2013. Barzilai não participa desse projeto. Ele trabalha em seus próprios remédios de longevidade por meio de uma pequena empresa de biotecnologia, criada com um colega.
Por mais digno que isso possa parecer, não está claro para mim como serão as novas gerações que envelhecerão amparadas por essas novas drogas. Mesmo com os progressos milagrosos que certamente virão nas próximas décadas, a longevidade será sempre uma bênção dúbia. Ainda assim, ninguém quer parar de tentar. O verdadeiro sentido dos superidosos como os Kahns pode ser mostrar as escolhas que muitos de nós teremos de enfrentar.
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