sábado, 13 de outubro de 2012

O bom e o mau colesterol













Grande parte da população brasileira conhece o fato de que taxas elevadas de colesterol no sangue aumentam o risco de doenças das coronárias, ou seja, possível infarto do miocárdio. Talvez uma parcela desses brasileiros saiba também que o LDL-colesterol é o mau-colesterol, que o HDL-colesterol é o bom-colesterol.
O LDL-colesterol é chamado de mau colesterol porque se deposita na parede de artérias e inicia a formação de placas, que, em estado avançado, irão causar obstrução do vaso. Por outro lado o bom colesterol tem a capacidade benéfica de retirar o colesterol já depositado em placas e trazê-lo de volta ao fígado para processamento e/ou excreção intestinal.
Os resultados de colesterol total circulante devem ser expressos em:
-Desejável: abaixo de 200 mg/dL
-Limítrofe:200 a 239 mg/dL
-Elevado: acima de 240mg/dL
O LDL colesterol deve ser menor que 100 mg/dL e o HDL colesterol deve ser acima de 40 mg/dL. Como tudo em medicina, esses números, embora seja médias recomendáveis, não se aplicam a todos pacientes. Aqueles com maiores fatores de risco devem manter-se em valores mais baixos de LDL-colesterol.
A importância da dieta alimentar










O colesterol não é o único vilão capaz de levar à doença coronariana. Outros fatores como diabetes, hipertensão, obesidade, vida estressante, hereditariedade são tão ou mais importantes que os níveis de colesterol. Todos sabem que reduzir os níveis de colesterol circulante no sangue é bom para a sobrevida sem doenças vasculares. Mas o que fazer para ganhar essa guerra?
Cuidar da alimentação é um passo básico. A recomendação é diminuir a quantidade e gorduras saturadas – carnes bovina, suína e ovina, produtos com base no leite integral (manteiga, creme, queijos), ovos e gordura de coco. Deve-se usar gorduras mono ou poli saturadas como óleo de oliva, canola, milho, soja, girassol e outros. Outra boa idéia é comer peixe duas vezes por semana. Alguns peixes do mar têm Omega 3 (cárdio protetor) tais como bacalhau, cação, salmão, hadock.
Cuidado também com as vilãs gorduras trans que são encontradas em margarinas, alimentos pré-cozidos, bolos, pipocas, batatas fritas comerciais. Leia com atenção o rótulo do alimento para saber se os salgadinhos que a família está comendo têm gordura trans. Opte sempre por muita fibra (verduras, cereais, saladas) que carregam o colesterol para fora do corpo, no tubo intestinal.
Quando o medicamento se faz necessário
Hoje em dia cerca de 90% dos pacientes com colesterol elevado estão sob orientação médica e tomam todos os dias um comprimido da classe de medicamento chamado de “estatinas”. O que fazem estas estatinas? O nosso fígado é uma fábrica noturna de colesterol, LDL-colesterol e HDL-colesterol. Esta fábrica de colesterol no fígado é acionada por genes que em certa fase da vida resolvem iniciar a produção de colesterol ativando uma enzima chamada de HMG-CoA. Esssa enzima controla a produção de colesterol pelo fígado e, estimulada por genes indutores, começa a jogar na circulação uma grande quantidade de colesterol. Neste ponto é que entra a estatina. Esta classe de medicamentos inibe a enzima HMG-CoA, o que reduz de forma dramática a produção do colesterol no fígado. Está resolvido o problema.
É importante, porém que o paciente permaneça atento à boa alimentação. As estatinas existem para deixar a situação sob controle mesmo com eventuais “farras gastronômicas” que todo ser humano tem o direito de fazer, ocasionalmente.
A orientação do médico é sempre essencial













Existem vários estudos, de diferentes companhias farmacêuticas, mostrando que a estatina A é melhor que a B enquanto a estatina C eleva mais o HDL colesterol. Outros estudos indicam que a estatina B é ótima para baixar o triglicérides. Naturalmente as últimas e mais recentes estatinas custam muito mais que as que foram inicialmente lançadas. A dose deve ser determinada pelo médico.
Não há dúvida que as estatinas vieram modificar para melhor a vida, o prognóstico, a prevalência de doenças coronarianas. Foi um enorme salto para qualidade de vida, um ganho da ciência. Não se esqueça, contudo, que você precisa fazer sua parte, além da boa alimentação, o exercício diário é fundamental para um nível alto de HDL-colesterol, o bom colesterol. Caminhe sempre, ande de bicicleta, faça esteira e suba lances de escadas sempre que puder. 

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