sábado, 13 de outubro de 2012

Doença arterial coronariana pode passar de pai para filho, diz estudo



Pesquisa observou que 90% dos homens analisados tinham cromossomo de um grupo que apresenta maior risco de desenvolver problema

Devido ao bloqueio auriculoventricular, o coração da criança espanhola tinha uma frequência muito inferior à normal
Problemas cardíacos: doença coronariana pode ser, na maioria das vezes, passada de pai para filho (Thinkstock)
De acordo com um novo estudo desenvolvido na Universidade de Leicester, na Inglaterra, é possível que a doença arterial coronariana seja transmitida de pai para filho por meio do cromossomo Y. A pesquisa levou quatro anos para ser concluída e foi publicada nesta quinta-feira no periódico médico Lancet.

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DOENÇA CORONARIANA
Também chamada de coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente. É provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias coronárias. Embora atinja os dois sexos, acomete os homens em geral dez anos mais cedo e, geralmente, acomete as mulheres após a menopausa. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino, e ter histórico familiar na doença na família são alguns dos fatores de risco do problema, que também envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e obesidade.
De acordo com os pesquisadores, a grande novidade do estudo é o fato de o cromossomo Y aparentemente desempenhar um papel na herança do sistema cardiovascular além do que é tradicionalmente percebido em relação ao sexo masculino.
Os pesquisadores analisaram o DNA de mais de 3.000 homens cadastrados na Fundação Britânica do Coração e no Estudo de Prevenção Coronária do Oeste da Escócia. Eles descobriram que 90% dos cromossomos Y dessas pessoas pertenciam a um dos dois principais grupos que classificam os cromossomos, o Haplogrupo I. Este grupo, em relação ao Haplogrupo R1b1b2, apresentou um risco 50% maior de doença arterial coronariana. Os riscos, de acordo com a pesquisa, independem de outros fatores tradicionais para o problema, como colesterol, pressão alta e tabagismo.
"Estamos muito entusiasmados com esses resultados, já que eles colocam o cromossomo Y no mapa da suscetibilidade genética à doença arterial coronariana. Agora, queremos aprofundar a análise desse cromossomo para encontrarmos genes específicos e suas variantes que são responsáveis pela relação com a doença”, afirma o coordenador do estudo e professor do Departamento de Ciências Cardiovasculares da Universidade de Leicester, Maciej Tomaszewski.

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