sábado, 13 de outubro de 2012

Maioria dos hipertensos não consegue mudar dieta para controlar doença



Por AE
São Paulo - Apenas 13% dos hipertensos sob tratamento consomem sal na quantidade ideal para controlar a doença, diz uma nova pesquisa feita pelo Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP). Os dados fazem parte da campanha de conscientização para a população, que acontece nesta quinta, 26, Dia Nacional de Combate à Hipertensão.

Desenvolvido entre 2009 e 2011, com uma população de 949 pacientes em tratamento para hipertensão arterial ou para insuficiência cardíaca no Instituto, o estudo não deixa dúvida sobre a dificuldade do paciente com pressão alta em mudar seus hábitos alimentares, mesmo quando isso é fundamental para a manutenção de sua saúde.

Para compilar os dados, foi usada uma fonte de dados que torna impossível camuflar as evidências do consumo excessivo de sal: a urina coletada ao longo de um dia. Mesmo nessa população que tem acesso a informação e a tratamento qualificados, apenas 13,5% dos pacientes atingiram a meta de consumo de sódio preconizada pela comunidade médica internacional, que é de <100 mEq/24h (menos que cem mili-equivalentes de sódio por dia) ou cinco gramas de sal, que preenchem três colheres rasas de café.

Os dados são alarmantes, diz o Dr. Luiz Bortolotto, cardiologista e diretor da Unidade Clínica de Hipertensão, "já que a pressão alta, mal que acomete um terço da população brasileira, é a origem de 40% dos infartos, 80% dos acidentes vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal" - veja mais dados abaixo.

Os pesquisadores analisaram ao longo de 24 horas os níveis de concentração de sódio na urina dessas pessoas que foi, em média de 185/183 mEq/24 horas (cento e oitenta e cinco a cento e oitenta e três mili-equivalentes de sódio por dia), quase o dobro dos valores de consumo de sódio recomendados (<100 mEq/24h).

Na visão de Bortolotto, o resultado reforça a tese cada vez mais defendida pela comunidade médica de que somente o trabalho multiprofissional poderá aumentar o sucesso do paciente hipertenso na mudança de hábitos de vida visando o controle da doença. A ação integrada de médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos junto ao paciente tem dois efeitos importantes, diz o médico: "Acolhem-no em sua dificuldade de mudança de hábitos de vida, que é natural, e reforçam a mensagem de que tal mudança não é apenas fundamental para a sua saúde, mas é totalmente possível".

As principais mudanças são simples de serem implementadas no dia a dia. "São apenas três passos: usar menos sal no preparo da comida e, se possível, raramente ou nenhum alimento processado. Além disso, seguindo a mesma lógica, o saleiro deve ser banido da mesa de refeição".

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