- Pesquisa da Universidade de Washington constata que frequência sexual aumenta quando a mulher cozinha, limpa e faz compras enquanto o homem paga as contas e cuida do jardim
- Os pesquisadores acreditam que o gênero organiza o dia a dia do casamento e estrutura o comportamento sexual
WASHINGTON - Casais que dividem tarefas domésticas de forma tradicional relatam fazer mais sexo, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Washington publicado nesta quarta-feira pela revista “American Sociological Review”.
Outros estudos já apontavam o aumento na frequência sexual quando os maridos ajudavam mais em casa, o que implicava no sexo como uma troca pelas tarefas domésticas. Mas estes estudo não detalhavam o que exatamente os maridos faziam.
Este novo estudo mostra que num casal, quando homem e mulher desempenham tarefas tradicionais de acordo com seu gênero — mulheres cozinham, limpam e fazem compras enquanto os homens cuidam do jardim, pagam as contas e cuidam da manutenção da casa — a frequência sexual é maior. O estudo não inclui cuidados com filhos.
— Os resultados mostram que o gênero ainda organiza o dia a dia de um casamento — acredita a professora de sociologia Julie Brines, uma das autoras do estudo. — Aparentemente o gênero identifica maridos e esposas se expressando através das tarefas, mas também ajudam a estruturar o comportamento sexual.
A descoberta saiu de uma pesquisa nacional com cerca de 4.500 casais heterossexuais americanos que participaram da Pesquisa Nacional de Famílias e Lares. Os dados foram coletados entre 1992 e 1994, a pesquisa em larga escala mais recente sobre a frequência sexual em casais casados.
Os maridos, com idade média de 46 anos e as esposas, com 44 anos, em média, gastam 34 horas por semana em afazeres domésticos tradicionalmente femininos e 17 horas por semana em tarefas tidas como masculinas. Eles costumam fazer cerca de 20% do trabalho das mulheres e um pouco mais da metade do trabalho deles — ou seja: elas as ajudam com muito mais frequência.
Homens e mulheres relataram ter feito sexo cinco vezes, em média, no mês anterior à pesquisa. Mas em casamentos em que a mulher fazia todas as tarefas tradicionalmente femininas, a frequência aumentava 1,6 vezes a mais por mês.
— Casamento hoje não é como há 30 ou 40 anos, mas algumas coisas permanecem importantes. Sexo e tarefas domésticas ainda são pontos chave no compartilhamento de uma vida, e ambos estão relacionados à satisfação marital e expressão da identidade de cada gênero — diz a pesquisadora.
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