Um estudo britânico concluiu que restringir o fumo reduz rapidamente - dentro de até seis meses - os índices de mortalidade em indivíduos e populações.
Os especialistas Simon Capewell e Martin O'Flaherty, do Institute of Psychology, Health and Well-being da University of Liverpool, no oeste da Inglaterra, analisaram resultados de testes clínicos e experimentos naturais.
"Nossa pesquisa concluiu que proibições ao fumo e melhorias na dieta reduzem de maneira rápida e poderosa doenças crônicas em indivíduos e na população em geral", disse Capewell.Seu estudo, publicado na revista científicaLancet, sugere também que melhorias na dieta têm efeito positivo para a saúde dentro de um a três anos.
"Isso acontece rápido, dentro de um período de tempo bem menor do que se pensava. Dentro de meses e anos em vez de décadas".
"Essa descoberta significa que políticas como proibições ao fumo ou reduções em gorduras saturadas são eficazes na melhoria da saúde".
Essas políticas, diz o especialistas, podem trazer economias de milhões ao sistema nacional de saúde britânico, o NHS.
Investigação Global
A equipe estudou o efeito de políticas para a redução no fumo em vários países e concluiu que as medidas tiveram efeito rápido e positivo sobre índices de mortalidade e número de internações.
Na Escócia, por exemplo, leis cerceando o fumo em lugares públicos que entraram em vigor em 2006 reduziram em 17% o número de internações por síndrome coronária aguda e em 6% o número de mortes fora do hospital por problemas cardíacos.
Da mesma forma, quando leis antifumo foram adotadas na cidade americana de Helena, no Estado de Montana, um hospital local registrou, dentro de um período de seis meses, uma queda de 40% no número de internações de pacientes com síndrome coronária aguda.
Seis meses após a lei ter sido revogada, as internações retornaram aos índices anteriores.
Mudanças na dieta também tiveram um impacto rápido e positivo sobre índices de mortalidade por doenças do coração, segundo o estudo.
Índices de mortalidade por doenças cardíacas subiram continuamente no século 20, atingindo um pico na década de 1970 na Grã-Bretanha, Estados Unidos e Europa Ocidental.
Entretanto, uma análise mais aprofundada de tendências em cada país revelou uma queda no início da década de 1940. Ela foi atribuída a uma diminuição repentina na ingestão, pela população, de carne e gorduras animais em virtude de racionamentos de comida durante a Segunda Guerra Mundial.
Mais recentemente, um estudo sobre doenças coronárias na Polônia revelou que mortes por doenças cardíacas vinham aumentando continuamente.
A partir de 1990, no entanto, os índices caíram em 25% dentro de um curto período, após suspensões a subsídios para carne e gordura animal em países comunistas. Simultaneamente, o mercado foi inundado por óleos vegetais e frutas.
Pesquisas feitas em outros países da Europa central revelaram tendências similares.
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