Queda é a principal causa de traumas entre idosos
Por Vanessa Portes / vanessaportes@usp.br
Uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto (EERP) mostra que a maioria dos traumas sofridos por idosos é decorrente de quedas. De acordo com o estudo, 62% dos traumas ocorreram em conseqüência de quedas, 25,6% de acidentes de trânsito, especialmente os atropelamentos, e em terceiro lugar, de agressões físicas ou violência, como ferimentos por arma de fogo. “Essas porcentagens revelam que nossa sociedade não se preocupa muito com a saúde do idoso. Grande parte dos eventos que ocasionaram os traumas poderia ser evitada se houvesse respeito e cuidados especiais com essa população”, afirma a enfermeira Damares Tomasin Biazin.
Segundo a pesquisadora, que defendeu sua tese de doutorado na EERP, até mesmo os idosos mais jovens, ao sofrerem um trauma, dependendo da gravidade, podem perder a vida ou ter a sua capacidade funcional comprometida, mesmo seis meses após a ocorrência do acidente. O estudo envolveu 121 idosos, de 60 a 74 anos, considerados assim idosos jovens, residentes em Londrina e Região Metropolitana, que sofreram algum trauma e necessitaram de internação hospitalar. O objetivo era analisar a capacidade funcional do idoso antes do trauma e depois de seis meses da alta hospitalar.
Por intermédio de um questionário aplicado nos idosos e em seus cuidadores, Damares detectou o perfil social, estilo de vida e problema de saúde do idoso. Já o segundo instrumento utilizado, uma medida de escala, avaliou a capacidade da pessoa quanto aos aspectos motor e cognitivo/social, e o nível de ajuda necessária para a realização de atividades antes e depois do trauma.
Responsabilidade feminina
Como conseqüência ao trauma, os idosos tiveram de uma a três lesões, sendo que a maioria dos homens apresentou traumatismos nos membros inferiores, seguidos por outros nos membros superiores. Nas mulheres, houve predominância de luxações, entorses e distensões. Após o trauma, 31,4% necessitaram de cuidadores. Esses eram na maioria mulheres, esposa, irmã, ou filha do idoso, predominantemente casada, com idade entre 61 a 70 anos, sem remuneração pelo trabalho, sem outra atividade e com moradia junto ao idoso.
Como conseqüência ao trauma, os idosos tiveram de uma a três lesões, sendo que a maioria dos homens apresentou traumatismos nos membros inferiores, seguidos por outros nos membros superiores. Nas mulheres, houve predominância de luxações, entorses e distensões. Após o trauma, 31,4% necessitaram de cuidadores. Esses eram na maioria mulheres, esposa, irmã, ou filha do idoso, predominantemente casada, com idade entre 61 a 70 anos, sem remuneração pelo trabalho, sem outra atividade e com moradia junto ao idoso.
O trauma foi fatal para 11 idosos, os quais eram totalmente independentes antes do mesmo. “Para os 110 idosos que sobreviveram, as conseqüências que o trauma causou em suas vidas, para atividades rotineiras da vida diária como andar, comer, tomar banho, usar o banheiro, pentear os cabelos, vestir-se e outras, foram maiores na capacidade de o idoso em andar e cuidar de sua higiene, mesmo seis meses depois de sua alta hospitalar”, conta Damares. Além disso, ela observou que o risco do trauma, mesmo após seis meses do acidente, não deixa de ser grande também entre os idosos mais jovens.
A pesquisadora afirma que a queda, a principal causa de trauma, “pode ser evitada, desde que a equipe de saúde e a família estejam atentas aos fatores que a predispõem para assim estabelecerem estratégias de prevenção”. Esses fatores são tanto aqueles próprios do processo de envelhecimento, tais como dificuldades de locomoção e equilíbrio, como também aqueles decorrentes do ambiente em que o idoso vive (piso escorregadio, presença de tapetes, escadas, entre outros).
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