AS ATIVIDADES FÍSICAS DIMINUEM O USO DE REMÉDIOS EM ALGUNS CASOS.
Os exercícios se tornaram aliados de pessoas que sofrem de doenças crônicas como hipertensão, cardiopatia, diabetes, entre outras. De acordo com médicos, em alguns casos a atividade física pode fazer com que o paciente diminua a quantidade de remédios ingeridos ou até mesmo deixe de tomá-los. Por isso, academias de Campinas (SP) passaram a criar treinos específicos para esses alunos.
Treinos especiais
Treinos especiais
Antes de iniciar um treino em academia ou algum esporte o portador de doenças crônicas deve consultar o médico para entender quais são as suas limitações. “O recomendado no geral é fazer exercícios moderados, pois as atividades de alta intensidade podem trazer riscos para a saúde que vão além dos benefícios promovidos pela atividade física em si”, explica o médico e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alexandre Gabarra de Oliveira.
Uma academia de Campinas elaborou um procedimento especial para alunos com doenças crônicas. “Temos seis professores que tiveram um treinamento diferenciado para acompanhar esses alunos. Também possuímos treinos específicos para cada patologia elaborados pela Medical Fitness Association (MFA). Enviamos o treino para aprovação do médico do aluno. Somos a primeira rede de academias da América Latina a ter esse procedimento”, conta o gerente de musculação, Kleber Malfatti.
Outra academia da cidade também desenvolve exercícios específicos para os alunos com patologias. “Para elaborar os treinos analisamos o histórico médico do paciente, esse trabalho é feito por professores treinados para isso”, contra o professor de musculação e luta, Paulo Eduardo Vieira Nunes Freire.
Os portadores de doenças crônicas confirmam que as atividades físicas tiveram uma mudança significativa no estado de saúde. Foi o que aconteceu com Orlando Miranda Ferreira, delegado de polícia aposentado de 77 anos que sofre de uma cardiopatia grave e no ano passado fez uma cirurgia de ponte de safena.
Antes do procedimento, Ferreira manteve 20 anos de vida sedentária. “Desde que voltei a me exercitar, comecei a me sentir mais jovem. Tem pessoas que passam pelo mesmo problema que eu e acham que naturalmente se resolve com cirurgia, mas não pensam que talvez tenham chegado a esse ponto por falta de atividades físicas”, conta Ferreira. Veja como os exercícios agem de forma positiva no seu corpo.
Problemas cardíacosAs doenças cardíacas podem apresentar melhoras significativas quando há a prática de exercícios. “No caso da hipertensão, durante o treinamento físico os vasos se dilatam para melhorar a captação de oxigênio fazendo a tensão no sistema diminuir e a pressão cair”, explica a médica e professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), Taís Tinucci.
O recomendado por Tinucci em casos de hipertensão e outras patologias ligadas ao coração são exercícios aeróbicos. “Ele trabalha grandes grupos musculares, a pessoa pode, por exemplo, fazer uma caminhada ou andar de bicicleta”, diz Tinucci. A sugestão dos profissionais de educação física é frequentar a academia entre três e cinco vezes por semana. “Se fico alguns dias sem me exercitar minha pressão começa a alterar. Por isso, quando vou visitar minha filha que vive na França, ela já me matricula na academia de lá”, conta o aposentado de 67 anos, Hans Karl Mehrmann, que é hipertenso e no ano passado sofreu um princípio de infarto.
É importante que os hipertensos não façam treinos fortes, especialmente a musculação com uma carga pesada, pois isso pode causar piora no quadro. Foi o que ocorreu com o professor de educação física, Murilo Moraco, que tem 30 anos e é hipertenso desde os 20 anos. “Fiz musculação de forma abusiva, visando o ganho de massa. Nessa época, mesmo com os medicamentos a minha pressão se alterava”, lembra. Após três anos com essas complicações, ele decidiu mudar bruscamente o estilo de vida. “Passei a me alimentar de forma balanceada e me exercito visando melhorar a minha qualidade de vida, com mais atividades aeróbicas e musculação leve. Agora, continuo tomando a medicação, mas minha pressão é normal”, conta.
O coração é um músculo, portanto é preciso deixá-lo fortalecido. No caso da insuficiência cardíaca, em que o coração perde a força de contração, o exercício é uma ótima maneira de melhorar o trabalho do órgão. “Em pessoas que praticam exercícios, o sistema circulatório vai trabalhar mais e o coração será capaz de tolerar melhor qualquer variação”, conta Tinucci. Foi o que ocorreu com Hans Mehrmann. Como praticava atividades físicas há 10 anos quando sofreu o principio de infarto as consequências não foram tão graves. “Os médicos me disseram que se fosse sedentário certamente teria sofrido um enfarte”, lembra.
Uma academia de Campinas elaborou um procedimento especial para alunos com doenças crônicas. “Temos seis professores que tiveram um treinamento diferenciado para acompanhar esses alunos. Também possuímos treinos específicos para cada patologia elaborados pela Medical Fitness Association (MFA). Enviamos o treino para aprovação do médico do aluno. Somos a primeira rede de academias da América Latina a ter esse procedimento”, conta o gerente de musculação, Kleber Malfatti.
Outra academia da cidade também desenvolve exercícios específicos para os alunos com patologias. “Para elaborar os treinos analisamos o histórico médico do paciente, esse trabalho é feito por professores treinados para isso”, contra o professor de musculação e luta, Paulo Eduardo Vieira Nunes Freire.
Os portadores de doenças crônicas confirmam que as atividades físicas tiveram uma mudança significativa no estado de saúde. Foi o que aconteceu com Orlando Miranda Ferreira, delegado de polícia aposentado de 77 anos que sofre de uma cardiopatia grave e no ano passado fez uma cirurgia de ponte de safena.
Antes do procedimento, Ferreira manteve 20 anos de vida sedentária. “Desde que voltei a me exercitar, comecei a me sentir mais jovem. Tem pessoas que passam pelo mesmo problema que eu e acham que naturalmente se resolve com cirurgia, mas não pensam que talvez tenham chegado a esse ponto por falta de atividades físicas”, conta Ferreira. Veja como os exercícios agem de forma positiva no seu corpo.
Problemas cardíacosAs doenças cardíacas podem apresentar melhoras significativas quando há a prática de exercícios. “No caso da hipertensão, durante o treinamento físico os vasos se dilatam para melhorar a captação de oxigênio fazendo a tensão no sistema diminuir e a pressão cair”, explica a médica e professora da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (USP), Taís Tinucci.
O recomendado por Tinucci em casos de hipertensão e outras patologias ligadas ao coração são exercícios aeróbicos. “Ele trabalha grandes grupos musculares, a pessoa pode, por exemplo, fazer uma caminhada ou andar de bicicleta”, diz Tinucci. A sugestão dos profissionais de educação física é frequentar a academia entre três e cinco vezes por semana. “Se fico alguns dias sem me exercitar minha pressão começa a alterar. Por isso, quando vou visitar minha filha que vive na França, ela já me matricula na academia de lá”, conta o aposentado de 67 anos, Hans Karl Mehrmann, que é hipertenso e no ano passado sofreu um princípio de infarto.
É importante que os hipertensos não façam treinos fortes, especialmente a musculação com uma carga pesada, pois isso pode causar piora no quadro. Foi o que ocorreu com o professor de educação física, Murilo Moraco, que tem 30 anos e é hipertenso desde os 20 anos. “Fiz musculação de forma abusiva, visando o ganho de massa. Nessa época, mesmo com os medicamentos a minha pressão se alterava”, lembra. Após três anos com essas complicações, ele decidiu mudar bruscamente o estilo de vida. “Passei a me alimentar de forma balanceada e me exercito visando melhorar a minha qualidade de vida, com mais atividades aeróbicas e musculação leve. Agora, continuo tomando a medicação, mas minha pressão é normal”, conta.
O coração é um músculo, portanto é preciso deixá-lo fortalecido. No caso da insuficiência cardíaca, em que o coração perde a força de contração, o exercício é uma ótima maneira de melhorar o trabalho do órgão. “Em pessoas que praticam exercícios, o sistema circulatório vai trabalhar mais e o coração será capaz de tolerar melhor qualquer variação”, conta Tinucci. Foi o que ocorreu com Hans Mehrmann. Como praticava atividades físicas há 10 anos quando sofreu o principio de infarto as consequências não foram tão graves. “Os médicos me disseram que se fosse sedentário certamente teria sofrido um enfarte”, lembra.
Outras doenças
Portadores da diabetes tipo 2 podem diminuir as doses de insulina até a metade, ou até mesmo deixar de tomar esse hormônio em alguns casos, devido ao efeito positivo que atividade física exerce sobre a sensibilidade desse hormônio. Isso ocorre porque essa doença está normalmente associada com um estado de inflamação subclínica no organismo que prejudica a sinalização que a insulina passa a célula para que a glicose seja captada.
Para tentar compensar esse problema, em primeira instância o organismo passa a produzir mais insulina, porém após algum tempo as células podem entrar em falência e a insulina passa a ser produzida em menor quantidade. “O exercício moderado tem um efeito antiinflamatório no organismo, fazendo com que a sinalização entre insulina e célula melhore”, explica Alexandre Gabarra de Oliveira. É importante que também no caso da diabetes o exercício praticado seja moderado. “Se for feito um treino muito pesado o efeito pode ser contrário e aumentar a inflamação”, diz Oliveira.
O colesterol pode diminuir quando se prática exercícios. “As atividades aeróbicas geram o aumento da quantidade do colesterol bom, HDL, e a diminuição do ruim, LDL”, conta Taís Tinucci.
Pacientes com doenças renais crônicas também podem apresentar melhora no quadro quando passam a se exercitar. “Já foi demonstrado que as atividades físicas podem diminuir quadros de depressão e de demência e que o efeito antiinflamatório das atividades contribui na prevenção de alguns tipos de câncer”, conta Oliveira
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