domingo, 2 de setembro de 2012

Números e fatos sobre o cigarro.


MALEFÍCIOS: Morre em média uma pessoa por minuto no Brasil devido a doenças causadas pelo tabagismo, segundo o Ministério da Saúde. São, ao todo, cerca de 200 mil pessoas por ano. Apenas em 2012, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 37% dos casos de câncer do país estarão relacionados ao cigarro. O Inca mostra ainda que o hábito é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e 25% das mortes por doença cerebrovascular. No mundo, o tabagismo é a principal causa de morte evitável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outras doenças comuns causadas pelo cigarro são aneurisma arterial, trombose vascular, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias e impotência sexual no homem.
SUBSTÂNCIAS TÓXICAS: A cada tragada, a fumaça do cigarro é inalada para os pulmões, levando cerca de 4.700 substâncias tóxicas ao organismo, aponta o Inca. A principal delas é a nicotina, considerada pela OMS uma droga psicoativa que causa dependência. A nicotina chega em 9 segundos ao cérebro e age no sistema nervoso central, liberando dopamina, substância que dá a sensação de prazer. O efeito dura de 30 minutos a duas horas, por isso o fumante recorre a vários cigarros durante o dia. Outra substância é o monóxido de carbono (CO): o mesmo que sai do cano de escapamento dos carros e que é responsável por reduzir a oxigenação sanguínea no corpo. Além disso, o alcatrão, um composto de mais de 40 substâncias cancerígenas, entre elas, o arsênio e resíduos de agrotóxicos.
DEPENDÊNCIA: Há três tipos de dependência do cigarro: física (da nicotina), psicológica e comportamental. No caso da psicológica, o cigarro está associado às emoções: “são bengalas pra lidar com emoções, com solidão, com estresse”, afirma a psicóloga Daniela Faertes. A comportamental refere-se aos hábitos associados a fumar: depois das refeições, junto com o café ou com o álcool. O tratamento psicoterápico treina a habilidade para lidar com estes tipos de dependência. Não há dose segura para controlar o vício, costumam dizer especialistas. Portanto, não há dose segura para não se tornar dependente, nem para voltar a fumar com menos intensidade. Um cigarro para o reincidente pode ser suficiente para reavivar o vício.
PARAR DE FUMAR: O mais importante é escolher uma data para ser o primeiro dia sem cigarro, recomenda o Ministério da Saúde. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. É possível fazer dele uma ocasião especial e é aconselhável programar algo que dê prazer para se distrair e relaxar. Há duas formas de largar o cigarro: a parada imediata, recomendada pelos órgãos de saúde; ou a parada gradual, ou seja, a redução gradual do número de cigarros. Este segundo processo não deve levar mais do que duas semanas.
BARREIRAS: Síndrome de abstinência, medo de fracassar, dificuldade de lidar com a ansiedade e com o estresse são algumas das principais barreiras para parar de fumar. Entre as mulheres, o ganho de peso é um temor constante e atinge cerca de 48% das fumantes, segundo a psicóloga Daniela Faertes. O periódico British Medical Journal (BMJ) apontou que o receio realmente tem fundamento: fumantes engordam, em média, entre quatro e cinco quilos no primeiro ano sem cigarro. Mas a psicóloga explica que controlar a ansiedade e fazer exercícios pode quebrar este paradigma. Medicamentos e ajuda profissional também ajudam na crise.
DISTRAIR O VÍCIO: Chupar gelo, escovar os dentes a toda hora, beber água gelada ou comer uma fruta distraem quem tem vontade de fumar, recomenda o Ministério da Saúde. Manter as mãos ocupadas com um elástico, pedaço de papel também ajudam. A vontade de fumar não dura mais do que alguns minutos. Outra dica é guardar o dinheiro que se gastaria com o cigarro e utilizá-lo em presentes para si próprio ou colocá-lo na poupança.
BENEFÍCIOS: Parar de fumar pode trazer benefícios imediatos ao organismo. De acordo com o Ministério da Saúde, em 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal; após duas horas, não há mais nicotina no sangue; após oito horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza; após dois dias, o olfato e o paladar ganham sensibilidade; após três semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora; após dez anos, o risco de sofrer infarto do coração será igual ao de quem nunca fumou, e o risco de desenvolver câncer de pulmão cai à metade.
ECONOMIA: O Brasil gastou em 2011 cerca de R$ 21 bilhões no tratamento de doenças relacionadas ao tabaco, valor equivalente a 30% do orçamento do Ministério da Saúde nesse período. O dado é da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). Além disso, o tabagismo gera uma perda mundial de US$ 200 bilhões por ano, sendo que a metade nos países em desenvolvimento. Este valor, calculado pelo Banco Mundial, é o resultado da soma de fatores, como o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento no índice de faltas ao trabalho e menor produtividade.

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