Estudo apontou que benefício é melhor com até 2,5 horas da prática na semana do que correr em intensidade exagerada
Correr reduz risco de morte em até 44% (Thinkstock)
Praticar corrida regularmente aumenta a expectativa de vida de homens e mulheres em ao menos cinco anos, concluiu uma nova pesquisa apresentada nesta quinta-feira no encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC, na sigla em inglês), em Dublin, na Irlanda. Segundo o estudo, uma maior longevidade pode ser alcançada com entre uma e duas horas e meia da atividade por semana em ritmo lento ou moderado.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Jogging-healthy or hazard?
Onde foi divulgada: encontro anual da Sociedade Europeia de Cardiologia, Irlanda
Quem fez: Peter Schnohr, cardiologista chefe do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague
Instituição: Estudo do Coração da Cidade de Copenhague
Dados de amostragem: 20.000 homens e mulheres de 20 a 93 anos
Resultado: Correr de uma a duas horas e meia por semana reduz chances de morte em até 44% em homens em mulheres, além de aumentar em 6,2 e 5,6 anos a expectativa de vida dos sexos masculino e feminino, respectivamente. O benefício é maior quando a atividade é feita com essa frequência e em ritmo leve a moderado
Essa conclusão faz parte do Estudo do Coração da Cidade de Copenhague, um trabalho que vem sendo feito na Dinamarca desde 1976 com mais de 20.000 pessoas com idades entre 20 e 93 anos. Esse levantamento busca aumentar o conhecimento sobre prevenção de doenças cardíacas e também sobre outros problemas, como os de sono e de alergia, por exemplo. Mais de 750 pesquisas já foram publicadas ao longo desses anos a partir de resultados do estudo.
Como explicam os pesquisadores, há diversos trabalhos que sugerem que a corrida pode ser prejudicial para a saúde de adultos e idosos. No entanto, o novo estudo, segundo os próprios autores, ao buscar oferecer uma resposta definitiva ao assunto, concluiu que correr é bom para a saúde e aumenta a longevidade. “A corrida proporciona vários benefícios à saúde: melhora a absorção de oxigênio, aumenta a sensibilidade à insulina, reduz a pressão arterial e melhora as funções cardíaca e respiratória. E a boa notícia é que você não precisa fazer muito para conseguir esses efeitos positivos”, afirma Peter Schnohr, cardiologista chefe do estudo.
A pesquisa — Foram acompanhados, de 1976 a 2003, 1.116 homens e 762 mulheres que costumavam praticar corrida, e suas informações foram comparadas com as do restante dos indivíduos cadastrados no estudo, os quais não costumavam correr. Todos os participantes responderam a questionários sobre a frequência e o ritmo (lento, médio ou rápido) em que corriam. Os dados foram coletados quatro vezes: entre 1976 e 1978; entre 1981 e 1983; entre 1991 e 1994; e de 2001 a 2003.
No período do estudo, 10.158 pessoas que não praticavam corrida e 122 corredores morreram. A análise feita pelos especialistas mostrou que a corrida reduziu em 44% o risco de morte em indivíduos de ambos os sexos e aumentou a expectativa de vida em 6,2 anos entre os homens e em 5,6 anos entre as mulheres. Segundo os pesquisadores, o melhor benefício foi conquistado com a prática de uma a duas horas e meia de corrida por semana, especialmente quando esse tempo foi dividido em três sessões da atividade, em ritmo lento ou moderado, em uma semana. De acordo com os autores do estudo, essa intensidade é caracterizada quando uma pessoa, ao fazer esforço, se sente um pouco ofegante, mas não com muita falta de fôlego.
Segundo o trabalho, essa frequência surtiu efeitos mais positivos do que quando uma pessoa não corria ou realizavam exercícios com frequência e intensidade extremamente intensos. “Essa associação se parece com a estabelecida em relação ao consumo de álcool. Ou seja, o consumo moderado é melhor do que ser abstêmio ou ingerir quantidades excessivas da bebida”, diz Schnohr .
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