Qualidade do sono muda com o passar do tempo
RIO - Com a passagem do tempo, o sono sofre mudanças. Fica mais leve, o adormecer é mais demorado, ocorrem interrupções à noite e o tempo dormindo não ultrapassa as oito horas. A neurologista Andréa Bacelar, vice-presidente da seção do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira do Sono (SBSono), afirma que pelo menos metade da população de idosos sofre, além das mudanças naturais do organismo, de dificuldades para dormir.
Isso porque, após os 65 anos, o sono deixa de ser monofásico, aquele que dura aproximadamente toda uma noite, tornando-se polifásico, ou seja, dividido em vários cochilos ao dia. Já o sono noturno fica fragmentado e mais curto. Essas alterações são naturais e não causam nenhum prejuízo à vida dos idosos, segundo a neurologista.
Apesar de os cochilos serem normais, Andrea explica que eles não devem exceder ao período de uma hora.
Segundo Ricardo Spilborghs, clínico médico e geriatra da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, é comum os familiares pedirem a recomendação médica de tranqüilizantes. Mas ele reforça que é o uso deste tipo de remédio pode agravar os distúrbios de sono na pessoa idosa.
- É preciso tratar a causa do problema, não o sintoma. A insônia pode estar relacionada à depressão, por exemplo - afirma Spilborghs.
O sono é dividido em três fases: sonolência, sono leve, o sono profundo, momento em que as onda cerebrais se reorganizam, período quando se consolida a memória e o sono REM, sigla em inglês para movimento rápido dos olhos. Nesta hora ocorre o pico da atividade cerebral. É quando ocorrem os sonhos e o relaxamento muscular atinge seu ponto máximo.
Além dos anos, outras doenças podemafetar a qualidade do sono. Entre elas a depressão, o Mal de Azheimer, o diabetes, a demência, a próstata cheia, a artrose. Há também causas secundárias, ligadas ao sono, como a apnéia, quando a pessoa deixa de respirar por alguns períodos, o distúrbio comportamental do sono REM e a síndrome das pernas inquietas.
No distúrbio do sono REM, a pessoa que deveria estar com os músculos relaxados, faz movimentos bastante agitados reagindo aos sonhos como se fossem reais.
São comuns, segundo Andrea, os relatos de pessoas que foram agredidas por seus companheiros durante a noite. No caso da síndrome das pernas inquietas, ela diz que 50% das pessoas acima de 60 anos sofrem com o distúrbio que acarreta despertares inconscientes de três a dez segundos por causa da agitação motora e dos movimentos involuntários das pernas.
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