Para os médicos do CFM, não há evidências científicas dos benefícios do tratamento
Segundo o conselho, a redução na produção de alguns hormônios não pode ser considerada causa do envelhecimento(Thinkstock)
Nesta segunda-feira, um parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM) condenou as terapias antienvelhecimento. Os tratamentos questionados são baseados na prescrição de hormônios e outras substâncias como antioxidantes e vitaminas para retardar ou combater o envelhecimento dos pacientes.
O parecer informa que não há evidências científicas que justifiquem a prática, que pode inclusive fazer mal à saúde de quem recebe o tratamento. O documento serve de alerta pacientes e médicos sobre os riscos do tratamento e abre espaço para punições a profissionais de saúde que aplicarem terapias antienvelhecimento.
Os autores da avaliação afirmam que o envelhecimento é uma fase normal do ciclo da vida, e não deve ser tratado como doença. Nessa fase, é comum os níveis de alguns hormônios caírem, sem que isso possa ser considerado causa do envelhecimento.
O CFM alerta que diversos órgãos de regulação, tanto nacionais quanto internacionais, se posicionam contra a manipulação hormonal em indivíduos saudáveis. “Prescrever hormônio do crescimento para 'rejuvenescer' um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submetê-lo ao risco de desenvolver diabetes e até neoplasias”, diz Gerson Zafallon Martins, Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria do CFM.
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De acordo com o parecer, a especialidade médica antienvelhecimento não é reconhecida na União Europeia e nos Estados Unidos. A diretoria do CFM confirmou que o documento servirá de base para uma resolução que proibirá o uso de hormônios e práticas de antienvelhecimento no Brasil.
Nos últimos quatro anos, a entidade cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica. Outras dez punições também foram aplicadas a outros médicos.
Nos últimos quatro anos, a entidade cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica. Outras dez punições também foram aplicadas a outros médicos.
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