quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Insônia



2013 chegou, mas aquela velha dificuldade para dormir  continua a mesma e você permanece por um longo período, olhando para o relógio, vendo as horas passarem. Se você já perdeu as contas de tanto contar carneirinhos, pode estar com um quadro de insônia.
Esse problema afeta cerca de 15% da população no estado de São Paulo e atinge principalmente as mulheres, idosos, pessoas que trabalham em diversos turnos ou somente no turno noturno e também pode estar associada a problemas médicos e/ou psiquiátricos.
A insônia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, geralmente relacionado a um sono não restaurador, resultando em prejuízos nas atividades diurnas como a falta de atenção, de concentração e de memória, fadiga, mau humor e irritabilidade.
Os tipos de insônia geralmente são diagnosticados de acordo com os sintomas apresentados. Quem relata dificuldade para iniciar o sono, possui insônia inicial, aquele que não consegue manter o sono por acordar diversas vezes durante a noite, apresenta insônia de manutenção e os que acordam muito cedo e não conseguem voltar a dormir, insônia terminal.
Muitos dos insones apresentam, além das características gerais, um hiperalerta fisiológico e psicológico que aumenta o estado de ansiedade próximo ao horário de dormir, fazendo com que a pessoa tenha muita dificuldade de pegar no sono. Traduzindo, muitos relatam que deitam para dormir e têm uma intensa atividade mental num período onde o cérebro deveria estar se preparando para “desligar”…
Você deve estar se perguntando se insônia tem remédio, certo? A resposta é sim. E o melhor é que não são apenas daqueles vendidos em farmácia.
O tratamento mais utilizado para a insônia sempre foi o medicamentoso e até a década de 90 os mais utilizados eram os conhecidos benzodiazepínicos, que apresentavam muitos efeitos colaterais, produzindo tolerância e, em muitos casos, até dependência química. Atualmente, novos medicamentos estão sendo indicados (hipnóticos e sedativos) com o objetivo de reduzir as conseqüências da utilização contínua dessas drogas, aumentando a tolerâncias pelos pacientes e alterando menos a estrutura do sono.
Diversas terapias não farmacológicas também ajudam os insones, buscando diminuir o tempo que a pessoa demora a pegar no sono e aumentar o tempo total de sono noturno para, conseqüentemente, melhorar as atividades que serão realizadas no dia seguinte.
O exercício físico regular é uma importante intervenção na qualidade do sono e diversos estudos já apontam que pessoas fisicamente ativas têm menos queixas e apresentam menos distúrbios do sono.
Um recente estudo realizado por Giselle Passos, pesquisadora especialista na área de insônia, avaliou o efeito do exercício físico aeróbio (caminhada), na esteira, em indivíduos que sofriam de insônia. O treinamento teve duração de 6 meses e os exercícios foram realizados 3 vezes por semana com duração de 1 hora. Dezenove indivíduos foram separados, aleatoriamente em dois grupos, um que realizou exercício no período da manhã e outro que treinou no período da tarde. Após 6 meses de treinamento os voluntários apresentaram melhoras significativas na qualidade de sono, qualidade de vida e no estado de humor; e os efeitos não apresentaram diferença em relação aos horários em que foram realizados.
Infelizmente ainda não há um consenso sobre o melhor tipo de exercício físico e nem o tempo ideal ou intensidade adequada para controlar as queixas de insônia. As evidências, porém, demonstram que a prática regular pode realmente aumentar o período de sono, facilitar a indução e auxiliar na manutenção do mesmo e, principalmente, proporcionar um sono mais restaurador, tanto da parte física como da cognitiva desses indivíduos, melhorando a disposição e o bem estar, além do humor, estados de atenção e memória.

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