domingo, 14 de outubro de 2012

IMC - Tabela contestada



Pesquisadores gaúchos colocam em xeque um famosa fórmula que mostra se um indivíduo está ou não obeso. Bastante popularizado, o método, conhecido como Índice de Massa Corporal (IMC), sempre foi contestado. Os nutricionistas Gabriel Piccini de Carvalho e Lisandra Orlandini e o cardiologista Ubirajara de Carvalho realizaram durante um ano uma pesquisa de campo com mulheres acima dos 20 anos, para comprovar o perigo na sua utilização. 

O problema é que a tabela leva em conta apenas a altura e o peso. Uma pessoa obesa e outra com muita massa muscular podem ser enquadradas na mesma categoria. Um caso típico é a jogadora de basquete Karina Rodriguez, da equipe Knorr-Lamen. O cálculo de seu IMC a situa na faixa das pessoas com sobrepeso. "Se eu fosse gorda, não teria sido a cestinha do ano", brinca Karina, referindo-se ao fato de ter marcado mais pontos que qualquer outra jogadora no campeonato nacional. 

O contrário também ocorre, e quem está obeso pode se achar bem de saúde porque seu IMC não atinge o número marcado na tabela. "Isso expõe a pessoa a doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer, uma vez que ela não procura tratamento", diz Ubirajara de Carvalho. 

"A fórmula é importante para estudos populacionais amplos", afirma o especialista em medicina esportiva Bruno Molinari. "Mas para os casos individuais há métodos melhores." Um deles é o exame de bioimpedância, que mede a quantidade de gordura ao passar uma leve corrente elétrica pelo corpo do paciente, dos pés até as mãos. Quanto mais gordura, mais resistência à eletricidade. O teste da jogadora Karina revelou 25% de gordura - dentro do normal. Outro teste que mostra se a pessoa está obesa é o do consumo máximo de oxigênio, chamado de espirometria. "A relação entre gás carbônico e oxigênio expirados durante um exercício indica se a pessoa está queimando gordura ou simplesmente o carboidrato dos alimentos que ingeriu", explica Molinari. 

O teste mais simples, porém, é o exame de dobras cutâneas, feito com um aparelho chamado adipômetro. Semelhante a um alicate, ele mostra a quantidade de gordura em cada parte do corpo. No estudo dos cientistas gaúchos, 90% das pessoas consideradas normais pelo IMC tinham mais gordura do que o ideal, segundo o adipômetro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário