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domingo, 19 de maio de 2013

Beber refrigerante todo dia aumenta o risco de câncer de próstata


Estudo descobriu que consumir açúcar de manhã, além de comer muito arroz e massas, também eleva essa chance

Refrigerante: Consumo diário é fator de risco para câncer de próstata, aponta estudo
Refrigerante: Consumo diário é fator de risco para câncer de próstata, aponta estudo (Thinkstock)
Homens que consomem refrigerante ou outra bebida com adição de açúcar todos os dias têm um risco maior de desenvolver câncer de próstata do que aqueles que não ingerem esse tipo de bebida. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico American Journal of Clinical Nutrition. A pesquisa também concluiu que outros alimentos, como arroz e massa, também elevam essas chances.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Dietary intakes of carbohydrates in relation to prostate cancer risk: a prospective study in the Malmö Diet and Cancer cohort

Onde foi divulgada: revista American Journal of Clinical Nutrition

Quem fez: Isabel Drake, Emily Sonestedt, Bo Gullberg, Peter Wallström e outros

Instituição: Universidade de Lund, Suécia

Dados de amostragem: 8.128 homens de 45 a 73 anos

Resultado: Beber refrigerante e outras bebidas açucaradas todos os dias aumenta o risco de câncer de próstata avançado em 40%. Comer muito arroz e massas, além de consumir açúcar pela manhã, eleva a chance do câncer de próstata benigno
O estudo, desenvolvido na Universidade de Lund, na Suécia, acompanhou mais de 8.000 homens de 45 a 73 anos de idade durante, em média, 15 anos. Nenhum participante tinha câncer de próstata quando a pesquisa começou e todos foram orientados a anotar minuciosamente os alimentos e bebidas que ingeriram ao longo desse tempo. Segundo os resultados, aqueles que consumiam o equivalente a uma lata de 330 mililitros de refrigerante ou outra bebida com açúcar por dia apresentaram um risco 40% maior de desenvolver câncer de próstata avançado do que aqueles que nunca ingeriam a bebida. 
A pesquisa também encontrou uma associação entre o risco da doença e o consumo de açúcar no café da manhã. O hábito, segundo o estudo, eleva em até 38% as chances de um câncer de próstata benigno. Além disso, segundo os resultados, essa chance foi 31% entre aqueles que seguiam uma alimentação rica em arroz e massas.
Para os autores do estudo, pesquisas como essa podem aprofundar os conhecimentos sobre como a dieta é capaz de influenciar no risco de determinadas doenças. Assim, um médico poderia recomendar hábitos alimentares específicos para cada pessoa de acordo com sua predisposição genética a certas doenças.

Alimentos ricos em fibras podem barrar o avanço do câncer de próstata



Pesquisa feita com roedores observou que nutriente é capaz de impedir que tumor obtenha energia necessária para crescer

Barrinha de cereal
Barrinha de cereal é uma dos alimentos que contém fibras: nutriente pode ser aliado no combate ao câncer de próstata(Thinkstock)
Uma dieta rica em fibras, com alto consumo de alimentos integrais, frutas, verduras, legumes e cereais, pode ajudar a barrar o avanço do câncer de próstata em homens que apresentam a doença ainda em estágios mais precoces. Ao menos foi o que constataram pesquisadores da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, em um estudo feito com roedores. Segundo os especialistas, o nutriente parece privar as células cancerígenas da energia necessária para a formação de novos vasos sanguíneos, que são responsáveis por fornecer energia ao tumor. Sem energia suficiente, portanto, o tumor é impossibilitado de crescer. O trabalho foi publicado neste mês no periódico Cancer Prevention Research.
Os autores do estudo chegaram a essa conclusão após realizarem testes com camundongos que foram induzidos a apresentar câncer de próstata. Os pesquisadores alimentaram uma parte desses animais com hexafosfato de inositol (IP6), o principal ingrediente ativo de alimentos ricos em fibras. Depois, com base em exames de ressonância magnética, eles monitoraram a progressão dos tumores tanto dos roedores que receberam IP6 quanto dos que não receberam. 
“Os resultados do estudo foram significativos. Vimos que o volume do tumor dos animais alimentados com IP6 foi drasticamente reduzido”, diz Komal Raina, coordenadora da pesquisa. De acordo com Raina, o IP6 provavelmente está associado à ação de uma proteína conhecida como GLUT4, que é fundamental para o transporte de glicose dentro das células. No entanto, mais estudos são necessários para entender de que forma essa relação ocorre.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Risco de morte por câncer de próstata é maior em obeso, diz estudo


Pesquisa revela que fatores metabólicos elevam risco de morte por doença.

Pressão alta e diabetes também influenciam; testes foram feitos na Suécia.

Pressão alta, açúcar e lipídios em excesso no sangue, além de obesidade são fatores metabólicos que foram relacionados ao aumento do risco de morte por câncer de próstata em homens, de acordo com estudo publicado na revista "Cancer", da Sociedade Americana do Câncer.
Os resultados da pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (22), sugerem que dieta e hábitos saudáveis para prever doenças no coração e diabetes ajudariam a reduzir a probabilidade de um homem morrer desta doença.
Cientistas da Universidade Umeå, na Suécia, analisaram informações de aproximadamente 290 mil homens durante 12 anos. Durante o acompanhamento, 6.673 homens foram diagnosticados com a doença e 961 morreram.
Pressão alta e obesidade têm risco maior de óbito
A partir das observações, os estudiosos sugerem que o risco de morte por câncer de próstata é 36% maior em homens com índice de massa corpórea alta, e 62% maior em pacientes com pressão alta.
A pesquisa não encontrou evidências que tais fatores metabólicos estão ligados ao desenvolvimento do câncer, mas aponta que, se a doença for desenvolvida em homens com tais características, o risco de morte é maior.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre todos os tipos de câncer no Brasil, o de próstata ainda atinge mais os homens que o de mama afeta as mulheres. Apesar de a próstata ser o problema mais frequente nos homens, com 60.180 novos casos previstos para 2012, o câncer de pulmão mata mais.

Casos previstos de câncer em homens no Brasil*
Próstata – 60.180
Traqueia, brônquios e pulmões – 17.210
Cólon e reto – 14.180
Estômago – 12.670
Cavidade oral – 9.990

Cânceres que mais matam homens no Brasil**
Traqueia, brônquios e pulmões – 13.677
Próstata – 12.778
Estômago – 8.633
Cólon, reto e ânus – 6.452
Esôfago – 5.923

* Estimativas para 2012
**Dados de 2010 do SUS

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Remoção de próstata é eficaz contra câncer 'incurável', diz estudo


Cirurgia funciona nos casos em que a radioterapia não resolve.

Pesquisa internacional foi liderada por brasileiro.

A cirurgia de remoção da próstata é mais eficaz do que se pensava nos casos em que o câncer reaparece no órgão. A chamada “cirurgia de resgate” se oferece cada vez mais como uma cura para os pacientes em que a radioterapia não acabou com a doença, segundo estudo liderado pelo urologista brasileiro Daher Chade, do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de Nova York, que contou com a participação de acadêmicos de todo o mundo, inclusive da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa apresentada no último congresso da Associação Europeia de Urologia, na França, foi uma compilação de vários estudos anteriores -- o que é conhecido pelos cientistas como metanálise.
Tradicionalmente, há duas formas de tratar o câncer de próstata, quando ele é diagnosticado no início, ainda localizado: a radioterapia e a cirurgia.
A cirurgia é a remoção total da próstata, das vesículas seminais e dos gânglios. Essa cirurgia pode ser feita com acesso aberto, com a ajuda de uma câmera – laparoscopia – ou com um braço robótico. Os dois últimos métodos têm uma recuperação mais fácil, pois são menos invasivos, mas as três técnicas não têm diferença do ponto de vista do efeito sobre o câncer.
Se o tumor ainda não tiver atingido outros órgãos, a cirurgia elimina o câncer. Porém, metade dos pacientes que passam pela cirurgia sofre com a impotência sexual, e 15% deles têm incontinência urinária.
Por isso, muitos pacientes optam pela radioterapia. O tratamento com raios X não implica a retirada da próstata, por isso não dá tantos efeitos colaterais. Porém, nem sempre o tumor é completamente removido.
O foco da pesquisa liderada por Chade foi esse tipo de câncer reincidente. “Quando isso acontece, os médicos vinham considerando incurável”, afirmou o urologista.
A quimioterapia, segundo ele, é “paliativa”, pois não resolve o problema, apenas controla a doença por mais tempo. Além disso, o paciente precisa fazer tratamento hormonal, cujos efeitos colaterais sobre a potência sexual são até mais fortes que os da cirurgia.
O que esse estudo comprovou foi que a cirurgia de remoção funciona como uma cura também nesses casos em que o câncer ressurge – desde que localizado –, e não só no primeiro surgimento do tumor. “A técnica não é nova, o que é novidade é a aplicação da cirurgia nesses casos”, disse o médico.
Segundo Chade, praticamente 100% os pacientes que tentavam a cirurgia nesses casos sofriam de impotência e de incontinência. “Hoje, descobrimos 50% de impotência e 15% de incontinência. São dados parecidos com os da primeira cirurgia”, apontou.
“A grande novidade, que ninguém tinha juntado os dados ainda, é a respeito das complicações”, concluiu o pesquisador.
Na visão dele, o estudo traz mais uma opção de tratamento para um caso que era visto com pouca esperança no meio. “Agora depende de, no dia-a-dia, os médicos aplicarem o que foi descoberto”, ele disse.

Novo tratamento contra câncer de próstata diminui risco de impotência


Alternativa com ondas sonoras diminui ainda risco de incontinência urinária.

Doença é o tipo de câncer mais comum entre homens.

Um novo tratamento contra o câncer de próstata, que utiliza ondas sonoras de alta frequência, pode ser uma alternativa viável à cirurgia e à radioterapia com menos riscos de causar incontinência urinária e impotência, afirmaram cientistas em artigo publicado nesta terça-feira (17).
Um teste clínico, financiado pelo Conselho de Pesquisas Médicas britânico examinou a eficácia de um novo tratamento, conhecido como ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU, na sigla em inglês), capaz de alcançar áreas medindo apenas alguns milímetros.
"Os resultados demonstram que 12 meses depois do tratamento, nenhum dos 41 homens do teste tiveram incontinência urinária e apenas um em dez teve ereção fraca, ambos efeitos colaterais comuns do tratamento convencional", relatou um comunicado sobre o estudo, publicado na revista "Lancet Oncology".
"A maioria dos homens (95%) também ficou livre do câncer depois de um ano", acrescentou.
O câncer de próstata é a forma mais comum de câncer em homens.
O tratamento convencional consiste em radioterapia ou remoção cirúrgica da próstata, métodos que podem danificar o tecido saudável circundante, provocando em alguns casos disfunção erétil ou incontinência.
O HIFU atinge uma pequena área afetada pelo câncer. As ondas sonoras fazem com que o tecido vibre e esquente, matando as células cancerosas.
O procedimento é feito com anestesia geral e a maioria dos pacientes tem alta 24 horas depois, destacou o comunicado.
"Nossos resultados são muito encorajadores", afirmou o doutor Hashim Ahmed, que chefiou o estudo.
"Estamos otimistas de que homens diagnosticados com câncer de próstata possam, em breve, se submeter a um procedimento cirúrgico de um dia, que possa ser repetido com segurança uma ou duas vezes, para tratar seu problema com muito poucos efeitos colaterais. Isto representaria uma melhora significativa em sua qualidade de vida", continuou.
Um teste mais amplo será realizado com a finalidade de determinar se o novo tratamento, já em uso em hospitais por vários anos, é tão eficaz quanto o padrão.

Pílula anticoncepcional pode ter relação com o câncer de próstata


Hormônios da pílula chegam aos homens pela água e pela cadeia alimentar.

Câncer de próstata é o mais comum nos países desenvolvidos.

Um estudo publicado pelo “British Medical Journal” nesta semana relaciona o aumento dos casos de câncer de próstata ao uso da pílula anticoncepcional.
Estudos anteriores já haviam sugerido que a exposição ao estrógeno, um hormônio feminino, seja um fator de risco importante para o câncer de próstata.
Você deve estar perguntando como isso acontece, se a pílula é tomada pelas mulheres e a próstata é um órgão masculino. Acontece que os hormônios femininos presentes na pílula são substâncias que não se quebram facilmente. Eles são eliminados pela urina e entram na água ou na cadeia alimentar, de modo que acabam sendo ingeridos também pelos homens.
A pesquisa da Universidade de Toronto, no Canadá, é uma análise de dados de diversos países em todo o mundo, comparando o uso de contraceptivos e a recorrência do câncer de próstata. Eles descobrem que métodos como o preservativo e o dispositivo intrauterino não estão associados ao aumento nos casos de câncer entre os homens, mas que a pílula está.
Os autores ressaltam que a pesquisa é especulativa e tem como objetivo iniciar uma discussão nesse sentido. A análise não deve ser tratada como uma relação de causa de efeito e nem leva a conclusões definitivas.
O câncer de próstata é hoje o mais comum nos países desenvolvidos, e o aumento coincide com a popularização das pílulas anticoncepcionais, que entraram no mercado há cerca de 40 anos.
Info Próstata Câncer 3 (Foto: Arte / G1)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Brasileiros desenvolvem técnica de exame de próstata menos invasiva



Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma tecnologia que permite detectar o câncer de próstata de uma forma menos invasiva, mais eficaz. A prevenção, claro, é muito importante, mas por causa do medo e do preconceito, só 32% fazem o exame preventivo. A descoberta dos pesquisadores de São José dos Campos pode ajudar a combater esse tipo de câncer, que é o que mais atinge os brasileiros.
Há quatro anos, Manoel recebeu a notícia que ninguém quer ouvir: tinha câncer de próstata. Hoje está curado e sabe que isso só foi possível graças ao diagnóstico precoce. “Se detectado no início, tem chance de cura. Sugiro a todos os homens que, como eu, têm medo, que façam, pois é importante “, indica o engenheiro civil Manoel Antônio da Silva.
Pesquisadores de São José dos Campos desenvolveram uma nova tecnologia que vai permitir o diagnóstico da doença com um exame menos invasivo. Através de raio laser, será possível descobrir se as células localizadas na próstata são cancerígenas ou não. Basta uma pequena amostra de sangue ou de esperma.
A vantagem do exame é que, além de indicar se o paciente tem câncer, ele vai mostrar em que estágio está a doença. O resultado sai na hora. Atualmente isso só é possível com uma biopsia. “O que nós estamos tentando fazer é caracterizar o tecido de uma maneira não invasiva, quer dizer, o paciente teria na hora, em tempo real, o que está acontecendo com a sua próstata e isso permitirá um tratamento muito mais eficaz”, explica o pesquisador Marcos Tadeu Tavares.
Dentro de um ano, o método poderá ser usado por médicos e laboratórios. Mas até que essa tecnologia chegue ao mercado, os exames disponíveis atualmente continuam sendo a melhor forma de prevenção. “Tudo evolui. Não sou contra a evolução, mas a coisa tem de ser cientificamente comprovada para poder parar e largar os parâmetros que temos hoje e que são uma grande arma pra salvar vidas”, lembra o médico urologista Wanderley Fernandes.
Segundo o Ministério da Saúde, só em 2010 foram registrados 52 mil novos casos da doença no Brasil. Depois dos 50 anos, um a cada seis pode ter a doença.


Na fase inicial, câncer de próstata tem 98% de chance de ser curado





“O homem é mais negligente com a saúde do que a mulher”, a afirmação é do urologista Ricardo Tuma, do departamento de Uru Oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia, que está em Teresina participando do Congresso Norte/Nordeste de Urologia, que acontece até sábado(09) no Blue Tre Rio Poty.
Segundo o médico, os homens vivem de 8 a 9 anos a menos que a mulher, por não dá atenção devida à sua saúde. Entre as atenções básicas que o homem deve ter é com: o envelhecimento, o câncer de próstata e as disfunções sexuais. “As mulheres têm o ginecologista que é visitado regularmente. O homem já não usa o urologista como seu médico”,  alertou.
Ele orienta que os homens que possuem casos de câncer de próstata na família, devem procurar o urologista um pouco mais cedo do que o normal, entre os 40 e 45 anos. Mas, caso não haja, o exame de próstata deve começar a ser feito a partir dos 45 anos.
“descobrindo na fase inicial, a chance de cura pode de 90 a 98%. Mas, na fase mais avançada as medidas serão apenas paliativas, por isso é importante fazer o exame, que tem enfrentado menos preconceito”, afirmou o urologista.


Câncer de próstata é o segundo mais comum entre brasileiros





O câncer de próstata é considerado uma doença com alta incidência na terceira idade, pois cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos, sendo o segundo tipo de câncer mais comum em homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a previsão esperada para 2012 é de mais de 60 mil novos casos no Brasil. Para se ter uma ideia sobre a evolução da doença, em 2010 o número estimado foi de 52.350 novos casos.
O aumento nas taxas de incidência no Brasil é parcialmente justificado pela melhora dos métodos diagnósticos e pela ampliação na expectativa de vida. Em alguns casos, há o registro de um crescimento rápido espalhando-se para outros órgãos (metástase), podendo levar a morte. No entanto, na maioria dos registros, o câncer cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do indivíduo.
A próstata é uma glândula localizada na parte baixa do abdômen masculino e se situa abaixo da bexiga, à frente do reto. Ela envolve a parte inicial da uretra, canal pelo qual a urina acumulada na bexiga é eliminada e produz parte do sêmen. O câncer de próstata não apresenta sintomas nas fases iniciais e com o passar do tempo, o paciente pode sentir dificuldade ao urinar, o jato urinário fraco ou aumento do número de micções.
De acordo com o especialista em cancerologia clínica Paulo Vernaglia, “estes sintomas são comuns quando o crescimento é benigno de modo que a presença deles não indica obrigatoriamente a existência de câncer, exigindo sempre uma avaliação médica para diagnosticar de forma assertiva”.
O paciente com câncer de próstata fará um determinado tipo de tratamento dependendo do tamanho, classificação do tumor e idade. Os tratamentos existentes são: prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia. Para os pacientes idosos e com tumor de evolução mais lenta, a literatura reserva acompanhamento clínico com tratamentos menos invasivos como opção.
Para o paciente diagnosticado precocemente (estágio inicial) o tratamento tem intuito curativo e se faz com cirurgia e radioterapia. Nos casos mais avançados(doença localmente avançada e doença metastática),onde já houve invasão capsular da próstata ou a doença já disseminou para outros órgãos, o paciente é normalmente aconselhado a seguir com tratamento clínico paliativo a base de medicações injetáveis ou na forma de comprimidos, já existentes no mercado e que podem ampliar a sobrevida do paciente em até sete meses, sem haver progressão da doença e com qualidade de vida.
A forma mais conhecida e importante de prevenção ao câncer de próstata é o exame de toque digital. Quando a próstata apresenta um crescimento irregular, a glândula torna-se endurecida, e devido a essa alteração de consistência, ao efetuar o toque, o profissional consegue identificar a anormalidade apresentada.
Outros dois exames são utilizados para constatar o câncer: dosagens do antígeno prostático específico no sangue (PSA) e o exame de ultrassom. O PSA é uma proteína gerada exclusivamente pela próstata, e nos casos de câncer, essa substância se eleva de maneira significativa, o que ocorre também quando o paciente está com infecção ou com crescimento benigno exagerado da glândula. “Considerando a relação custo/benefício, a melhor forma de avaliar o câncer da próstata é a combinação de toque digital e dosagem do PSA. O exame de toque pode apresentar falhas em 30% a 40% dos casos, e as medidas de PSA em 20%, mas a execução conjunta dos dois exames reduz essa porcentagem para menos de 5% dos pacientes”, complementa o Venaglia.
Pesquisas sobre o crescimento tumoral indicam que as formas agressivas do câncer da próstata, quando não tratadas, levam de dois a oito anos para se ramificar pelo organismo, tornando a doença difícil de controlar. Sendo assim a melhor forma de cuidar da saúde, e prevenir o câncer de próstata é a realização anual do exame de toque, que sempre identificará o tumor ainda na próstata e potencialmente curável. Os homens sem casos do câncer na família devem realizar os exames preventivos a partir dos 50 anos.


domingo, 6 de janeiro de 2013

CÂNCER DE PRÓSTATA | Sintomas e tratamento



Autor do texto: Pedro Pinheiro 

câncer da próstata é o tumor maligno mais comum do sexo masculino (excetuando-se os cânceres de pele) e o segundo que mais mortes causa, perdendo apenas para o câncer de pulmão. Apesar da alta mortalidade, a maioria dos cânceres de próstata costuma ter crescimento lento, ficando anos restrito à próstata sem causar metástases.

Neste texto vamos abordar os seguintes pontos sobre o câncer de próstata (adenocarcinoma de próstata):
  • O que é e para que serve a próstata.
  •  Fatores de risco para o câncer de próstata.
  • Sintomas do câncer de próstata.
  • Diagnóstico do câncer de próstata.
  • Tratamento do câncer de próstata.
O que é a próstata?

próstata é uma glândula do tamanho de uma noz (3cm de diâmetro), com aproximadamente 20 gramas de peso e presente apenas no sexo masculino. Localiza-se na base da bexiga e circunda a parte inicial da uretra, canal que leva a urina da bexiga para o pênis.

A próstata faz parte do sistema reprodutor masculino, sendo responsável pela secreção de um fluído alcalino (com pH elevado) que protege os espermatozoides do ambiente ácido da vagina e aumenta sua mobilidade, facilitando a chegada dos mesmos ao óvulo.

Como apresenta íntima relação com a uretra, alterações no tamanho da próstata podem comprimir a mesma e dificultar a drenagem de urina, levando aos sintomas de prostatismo, explicados mais à frente.
Anatomia da próstata
Próstata normal x próstata aumentada

Como a próstata encontra-se encostada ao reto, ela pode ser palpada através do toque retal, um dos métodos mais simples de avaliação da glândula. Uma próstata aumentada de tamanho ou de forma irregular devido a presença de um tumor pode ser facilmente identificada por este método. Falaremos com mais detalhes sobre o toque retal na parte de diagnóstico.

A próstata pode crescer e causar sintomas por três motivos:

- Hiperplasia benigna da próstata
- Câncer de próstata.
- Prostatite

A hiperplasia benigna da próstata e a prostatite já foram abordados em um texto à parte. Por ora, vamos nos ater ao câncer de próstata.

Câncer de próstata


Como já referido no início deste texto, o câncer de próstata é o câncer mais comum do sexo masculino. É um tumor que costuma ser indolente, crescendo lentamente, podendo permanecer assintomático por vários anos.

Não sabemos por que o câncer de próstata surge e existem poucos fatores de risco identificados; o principal é a idade, sendo este câncer raro em pacientes com menos de 40 anos e extremamente comum após os 80 anos. Conforme o ser humano começa a viver mais anos, as doenças da próstata começam a ficar cada vez mais frequentes. Como o câncer da próstata costuma ter crescimento lento, permanecendo assintomático por muitos anos, muitos idosos têm a doença e não sabem. Na verdade, estima-se que entre 50% e 80% dos homens acima de 80 anos tenham câncer de próstata em algum grau de desenvolvimento.

Além da idade, também são fatores de risco já identificados:

- Afrodescendência (neste grupo, o câncer de próstata é mais comum e costuma ser mais agressivo)
- História familiar positiva
- Obesidade
- Tabagismo
Sintomas do câncer de próstata

Localização do câncer de próstata
Câncer de próstata
Os sintomas dos câncer de próstata costumam ocorrer devido à obstrução da uretra pelo tumor. Entretanto, como a doença costuma progredir lentamente, essa obstrução normalmente só se torna aparente em fases bem avançadas do câncer.

Ao contrário da hiperplasia prostática benigna que faz a próstata crescer de modo uniforme e simétrico, o tumor da próstata apresenta crescimento irregular e localizado. Por isso, dependendo da área onde surge o câncer, pode não haver compressão da uretra e, portanto, sintomas de uma próstata aumentada.

Na ilustração ao lado mostramos dois exemplos de câncer de próstata: à esquerda, um que cresceu ao lado da uretra causando sua compressão; à direita, outro que surgiu longe da uretra e só causará sintomas urinários quando estiver muito grande.

Quando o tumor cresce em direção à uretra e causa obstrução, os sintomas mais comuns são:

- Dificuldade para urinar
- Jato de urina fraco
- Dor ao urinar
- Necessidade de urinar com frequência, uma vez que, com a obstrução da passagem da urina, a bexiga está constantemente cheia, conseguindo apenas esvaziar pequenos volumes de cada vez.

Aqui vale ressaltar que, pelos motivos explicados nos parágrafos anteriores, estes sintomas urinários são muito mais comuns na hiperplasia benigna da próstata do que no câncer de próstata. A maioria dos idosos com queixas urinárias tem, na verdade, hiperplasia da próstata. Como ambas as doenças são muito comuns nos idosos, o paciente pode até ter a hiperplasia e um câncer juntos, mas os sintomas são normalmente causados pelo primeiro.

Atualmente a maioria dos cânceres da próstata são detectados em fases iniciais, antes de causarem sintomas, através do exame de PSA, da ultrassonografia de próstata e do toque retal.

A hematúria e a hematospermia (sangue na urina e no esperma, respectivamente) podem ocorrer no câncer de próstata, mas não são sintomas comuns. Nestes casos deve-se pensar também em cálculo renal, infecção urinária ou câncer da bexiga.

A disfunção erétil pode ser um dos sintomas do câncer de próstata, mas também é pouco comum. A imensa maioria dos casos de dificuldade de ereção em idosos não é causada pelo câncer de próstata.

Alguns doentes que não fazem exames para o rastreio da doença podem só descobrir o tumor de próstata quando as metástases começam a provocar sintomas. Se o tumor surgir longe da uretra, ele ira causar metástases antes de provocar sintomas urinários. Neste caso, os sintomas mais comum são as dores e fraturas por metástases para os ossos.

Para evitar situações como esta última, as sociedades internacionais de urologia recomendam o rastreio para o carcinoma de próstata de todos os homens com mais de 45 anos de idade.

Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?

Existe um tabela de pontos chamada de ESCORE INTERNACIONAL DE SINTOMAS PROSTÁTICOS. São sete perguntas e cada uma recebe uma pontuação de 0 a 5
  • Quantas vezes ficou a sensação de não esvaziar totalmente a bexiga?
  • Quantas vezes teve de urinar novamente menos de duas horas após ter urinado?
  • Quantas vezes observou que, ao urinar, parou e recomeçou várias vezes?
  • Quantas vezes observou que foi difícil conter a urina?
  • Quantas vezes observou que o jato urinário estava fraco?
  • Quantas vezes teve de fazer força para começar a urinar?
  • Quantas vezes, em média, teve de se levantar à noite para urinar?
0 = Nenhuma
1 = Menos de 1 vez em 5
2 = Menos da metade das vezes
3 = Metade das vezes
4 = Mais da metade das vezes
5 = Quase sempre

Leve: 0 a 7;
Moderada: 8 a 19;
Severa: 20 ou mais

O escore acima avalia a severidade dos sintomas prostáticos, mas não diferencia entre HPB, câncer e prostatite. O diagnóstico diferencial envolve o toque retal, a dosagem do PSA, ultrassonografia transretal e a biópsia da próstata.

Toque retal para diagnóstico do câncer de próstata
Toque retal e câncer de próstata
O toque retal consegue detectar aqueles tumores que crescem em direção ao reto. Porém, até 35% dos cânceres de próstata em estágio inicial não são detectados pelo toque. A ilustração ao lado mostra um exemplo de tumor não detectável pelo toque retal.

O PSA é um marcador de doença prostática, colhido através de análises de sangue, que se eleva na HPB e, principalmente, no câncer de próstata.

PSA menor que 2,5 = Baixo risco de câncer.
PSA entre 2,5 e 10 = Risco intermediário de câncer.
PSA maior que 10 = Alto risco de câncer.
PSA maior que 20 = Muito alto risco de câncer e elevada chance de doença com metástases.

Quando o PSA e o toque retal levantarem suspeitas de neoplasia, a biópsia da próstata deve ser realizada.

Uma vez realizado o diagnóstico de câncer, deve-se avaliar o grau de invasão (estadiamento do tumor) e de agressividade (escore de Gleason).

O escore de Gleason é obtido após análise da biópsia de próstata, indo de 1 a 10; quanto maior o valor, mais agressivas são as células do câncer.

Pacientes com sinais de invasão tumoral local, Gleason maior que 6 ou PSA muito elevado, apresentam alto risco de doença disseminada e devem realizar cintilografia óssea para identificar possíveis metástases ósseas.

Após esta avaliação inicial o câncer de próstata é dividido em quatro grupos:
- Grupo I: doença inicial com tumor microscópico e confinado à próstata (PSA menor que 10 e Gleason menor que 6)
- Grupo II: Tumor confinado à próstata, mas já grande o suficiente para ser palpado ao toque retal (PSA menor que 20 ou Gleason = 7)
- Grupo III: Tumor já com invasão do órgãos ao redor da próstata
- Grupo IV: Metástases à distância

Tratamento do câncer de próstata

Os cânceres de próstata em estágios iniciais são potencialmente curáveis através de cirurgia e radioterapia. Os cânceres de baixa agressividade demoram entre dez a vinte anos para invadir outros tecidos. Quando ocorrem em doentes com idade avançada, podem não ser tratados, uma vez que os riscos e sequelas do tratamento não se justificam em alguém com expectativa de vida menor do que o necessário para a progressão do tumor.

As complicações do tratamento incluem impotência, incontinência urinária e diminuição da libido.

Tumores avançados sem metástases são tratados com radioterapia.

Tumores com metástases são tratados com medicamentos que fazem bloqueio hormonal (inibição da testosterona) e geralmente apresentam mau prognóstico.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tratamento ‘cavalo de Troia’ elimina câncer de próstata

  • Terapia está sendo testada em ratos e consiste em esconder vírus no sistema imunológico para matar as células cancerígenas 
Um novo tratamento contra o câncer de próstata vem sendo testado em ratos com uma estratégia bem antiga, o famoso cavalo de Troia. Pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, esconderam vírus no sistema imunológico para que, uma vez lá, eles se espalhem e matem as células cancerígenas.

O estudo foi publicado na revista “Cancer Ressearch” e especialistas já o consideram “excitante”, mas testes em humanos ainda são necessários para que o tratamento vire realidade.
Usar vírus para destruir o crescimento de tumores é um campo emergente na luta contra o câncer, mas o problema é justamente fazer com que os vírus penetrem o tumor para fazerem o estrago no lugar certo.

Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e extraíram macrófagos, uma parte do sistema imunológico que geralmente ataca os invasores. Estes macrófagos foram misturados a vírus que, como o HIV, evitam ser atacados e, em vez disso, se tornam passageiros nos glóbulos brancos.
No estudo, os roedores foram injetados com os glóbulos brancos infestados de vírus dois dias depois do fim da quimioterapia. Em 40 dias, todos os camundongos que passaram pelo tratamento cavalo de Troia estavam vivos e sem sinais do tumor. Os pesquisadores esperam que os testes em humanos comecem no próximo ano.

sábado, 10 de novembro de 2012

Risco de morte por câncer de próstata é maior em obeso, diz estudo Pesquisa revela que fatores metabólicos elevam risco de morte por doença.



Pressão alta e diabetes também influenciam; testes foram feitos na Suécia.

Pressão alta, açúcar e lipídios em excesso no sangue, além de obesidade são fatores metabólicos que foram relacionados ao aumento do risco de morte por câncer de próstata em homens, de acordo com estudo publicado na revista "Cancer", da Sociedade Americana do Câncer.
Os resultados da pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (22), sugerem que dieta e hábitos saudáveis para prever doenças no coração e diabetes ajudariam a reduzir a probabilidade de um homem morrer desta doença.
Cientistas da Universidade Umeå, na Suécia, analisaram informações de aproximadamente 290 mil homens durante 12 anos. Durante o acompanhamento, 6.673 homens foram diagnosticados com a doença e 961 morreram.
Pressão alta e obesidade têm risco maior de óbito
A partir das observações, os estudiosos sugerem que o risco de morte por câncer de próstata é 36% maior em homens com índice de massa corpórea alta, e 62% maior em pacientes com pressão alta.
A pesquisa não encontrou evidências que tais fatores metabólicos estão ligados ao desenvolvimento do câncer, mas aponta que, se a doença for desenvolvida em homens com tais características, o risco de morte é maior.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre todos os tipos de câncer no Brasil, o de próstata ainda atinge mais os homens que o de mama afeta as mulheres. Apesar de a próstata ser o problema mais frequente nos homens, com 60.180 novos casos previstos para 2012, o câncer de pulmão mata mais.

Casos previstos de câncer em homens no Brasil*
Próstata – 60.180
Traqueia, brônquios e pulmões – 17.210
Cólon e reto – 14.180
Estômago – 12.670
Cavidade oral – 9.990

Cânceres que mais matam homens no Brasil**
Traqueia, brônquios e pulmões – 13.677
Próstata – 12.778
Estômago – 8.633
Cólon, reto e ânus – 6.452
Esôfago – 5.923

* Estimativas para 2012
**Dados de 2010 do SUS

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Obesidade dificulta diagnóstico de câncer de próstata, diz pesquisa



WASHINGTON - O diagnóstico de câncer de próstata em homens obesos são mais difíceis de serem detectados segundo um estudo divulgado nesta terça-feira, na revista "Cancer". Eles apresentam um nível menor do antígeno prostático específico (PSA) , uma proteína usada para avaliar o risco da doença.
A pesquisa foi realizada com 249 homens, sendo 149 negros e 150 brancos. Os estudiosos perceberam que quanto mais acima do peso o voluntário era, menor os níveis da proteína.
O aumento da taxa de PSA é um forte indício da presença de câncer de próstata ou ainda de hipertrofia prostática, que representa o crescimento de um tumor benigno, em uma das partes da glândula. As taxas podem indicar a necessidade de exames que possam evidenciar o câncer.
Segundo o professor Jay Fowke, do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashvile, no Tennesse, os homens obesos deveriam se preocupar mais com o níveis de PSA que os magros. Os obesos produzem menos PSA e a queda de um nível elevado da proteína pode não ser tão efetiva para detectar os indícios da doença. Mas de acordo com ele, os médicos não devem levar em conta apenas o resultado dos exames relacionados à proteína.
- Ainda não está claro se níveis iguais de PSA entre um homem obeso e um magro têm a mesma relevância biológica - afirma.
O câncer de próstata é o tipo da doença mais comun entre os homens, seguido do câncer de pulmão. Nos Estados Unidos, 2334.460 homens têm a doença e 27 mil já morreram, segundo a Sociedade Americana de Câncer.

Circuncisão pode proteger contra câncer de próstata



Procedimento impediria infecções e inflamações capazes de causar a doença.

RIO — Uma pequisa conduzida no Centro Fred Hutchinson de Pesquisa do Câncer, em Seattle, no estado de Washington, concluiu que a circuncisão realizada antes da primeira relação sexual masculina pode proteger contra o câncer de próstata. Publicado na revista on-line “Cancer”, da Sociedade Americana do Câncer, o estudo sugere que o procedimento pode impedir que ocorram infecções e inflamações capazes de levar à doença.
Já está comprovado que infecções podem levar ao câncer, e a pesquisa sugere que infecções transmitidas sexualmente podem causar o desenvolvimento de câncer de próstata. Da mesma forma, sabe-se que algumas infecções podem ser prevenidas pela circuncisão, por tornar o prepúcio mais rígido e eliminar o a umidade que costuma ficar sob esta pele, o que pode facilitar a sobrevivência de patógenos. Portanto, a operação poderia prevenir alguns casos de câncer de próstata, diz Jonathan L. Wright, MD, principal autor da pesquisa. Além de pesquisador do Centro Hutchinson, ele também é professor-assistente de urologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington.
No trabalho, foram analisadas informações a respeito de 3.399 homens (1.754 com câncer de próstata e 1.645 saudáveis). Entre aqueles que foram circuncidados antes da primeira relação sexual, a possibilidade de ter o tipo de câncer de próstata menos agressivo foi 12% menor do que entre os não circuncidados. No caso dos tumores mais agressivos, a redução de risco no primeiro grupo foi de 18%.
— Embora tenhamos partido apenas de observação, estes dados sugerem que um mecanismo biológico plausível, através do qual a circuncisão pode reduzir o risco de câncer de próstata — disse Wright, acrescentando que ainda é preciso fazer novas pesquisas para confirmar a conclusão.

Carne cozida a altas temperaturas aumenta risco de câncer de próstata



Um porção e meia de carne vermelha aumenta 30% as chances de um homem contrair a doença. Estudo também mostra que hambúrgueres produzem mais cancerígenos do que bife.


HAMBÚRGUERES PODEM alcançar altas temperaturas, tanto internamente quanto externamente, mais rápido que um bife comum, o que aumenta os riscos
Foto: Divulgação
HAMBÚRGUERES PODEM alcançar altas temperaturas, tanto internamente quanto externamente, mais rápido que um bife comum, o que aumenta os riscosDIVULGAÇÃO
Alguns hambúrgueres por semana podem aumentar as chances de câncer de próstata em 40%, diz pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia publicada no jornal britânico Daily Mail. Cientistas mostram que carne cozida a altas temperaturas danifica o DNA. Segundo estudo, realizado com quase 2 mil homens, o problema aumentou drásticamente naqueles que tinham o costume de comer o alimento produzido desta maneira, sendo a carne vermelha especialmente perigosa.
A pesquisadora Mariana Stern demonstra que os homens que comiam mais de uma porção e meia de carne vermelha por semana tinham mais 30% de chance de contrair câncer de próstata.
— Além disso, os que comiam mais de duas porções do alimento cozido a altas temperaturas tinham 40% mais chance.
Os cancerígenos no alimento são as aminas heterocíclicas e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. As aminas se formam quando a proteína é cozida a temperaturas elevadas durante longo período de tempo, enquanto os hidrocarbonetos surgem quando a gordura da carne encosta no fogo, o que cria uma chama que deposita a química no alimento. Há evidências que ambos contribuem para determinados tipos de câncer, incluindo o de próstata.
Ao considerar hambúrgueres, descobriu-se um risco ainda maior do surgimento do problema.
— Especulamos que isso se deva a diferentes níveis de acumulação de cancerígenos encontrados em hambúrgueres, uma que vez que podem alcançar altas temperaturas, tanto internamente quanto externamente, mais rápido que um bife comum — explica Mariana.

Exame de câncer de próstata tem grau elevado de imprecisão



Estudo revela que acompanhamento médico de rotina é mais eficaz na prevenção.

Um dos mais amplos estudos sobre câncer de próstata já feito nos EUA revela que o exame de PSA, comumente usado para prevenção da doença, tem um algo grau de imprecisão e não serve para salvar vidas. Agora, os médicos avaliam se homens mais jovens ou os que estão em risco muito elevado para a doença podem se beneficiar. O estudo foi coordenado pelo American Preventive Services Task Force, um grupo especial formado para analisar os dados. A conclusão foi a de que homens saudáveis não devem mais ser examinados rotineiramente para câncer de próstata, utilizando o antígeno prostático específico, ou PSA, e o exame de sangue. Essa decisão foi baseada em achados de cinco bem-ensaios clínicos controlados, incluindo um grande estudo americano chamado PLCO (abreviatura de próstata, pulmão e colorretal, para rastreio do câncer. Os especialistas analisaram testes de PSA testes em cerca de 77.000 homens, com idades entre 55 e 74 anos.
Em 2009, o PLCO já havia relatado que, apesar da triagem anual de PSA, foram detectados mais casos de câncer em grupos de homens que receberam cuidados médicos de rotina e haviam testado para câncer de próstata. Mas naquele ano os investigadores tinham disponíveis exames médicos que acompanhavam cerca de dez anos de história clínica dos pacientes. O problema é que o câncer de próstata pode levar vários anos para se desenvolver, e por isto os pesquisadores continuaram a coleta de dados de histórico médico, mesmo após a apresentação de resultados iniciais.
Em novo estudo publicado no The Journal of the National Cancer Institute, os cientistas revelam que o tempo de acompanhamento adicional não alterou a conclusão geral: o teste normal de PSA não salva vidas e pode levar a tratamentos agressivos, que deixam os homens incontinentes, impotentes ou ambos.
O teste de PSA é recomendado para homens a partir de 50 anos. Ele detecta uma proteína chamada antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) e pode identificar a presença de células cancerígenas na próstata. Apesar de cerca de 12 dos casos de câncer terem sido encontrados entre os homens no grupo de triagem, o risco de morrer de câncer de próstata no estudo foi o mesmo para cada grupo, quer o câncer tenha sido detectado através do exame ou porque o paciente desenvolveu sintomas. As descobertas sugerem que o tipo de câncer geralmente detectado por rastreio do teste é de tão lento crescimento que, muitas vezes, é pouco provável que cause lesões, antes que o homem morra de outra causa.
_ Apesar de acompanhamento adicional, não há nenhum benefício em termos de taxas de mortalidade demonstráveis ​​para homens que tinham passado por testes de PSA, em comparação com o grupo que havia apenas feitos exames de rotina habituais, sem incluir o PSA _ comenta Gerald L. Andriole, principal autor do estudo PLCO deste ano e chefe de urologia da Faculdade de Medicina da Washington University.
Mesmo assim, os resultados não são susceptíveis de resolver o debate em torno do teste do PSA. Muitos médicos argumentam que o julgamento foi falho porque cerca da metade dos homens no grupo de triagem não fez mais de um teste de PSA durante o período experimental, o que torna difícil determinar o efeito real da triagem.
Após a conclusão do estudo, uma análise adicional levantou questões sobre se homens jovens saudáveis ​​poderiam se beneficiar de testes de PSA. Embora cerca de 300 homens dos 77.000 do estudo tenham morrido de câncer de próstata, o teste parece ter salvo algumas vidas entre homens mais jovens que não tinham outros problemas de saúde como diabetes ou pressão arterial elevada. Enquanto isso, permanece a conclusão geral de que o teste de PSA não gera benefícios. O dr. Andriole disse que pode pedir uma investigação adicional para apurar se os homens mais jovens deveriam ter um valor basal de teste de PSA (um nível de padrão mais rigoroso) ou se certos grupos com maior risco de câncer de próstata, como afro-americanos, ou homens com forte histórico familiar da doença, podem se beneficiar de exames de rotina.
_ Acho que a recomendação é que de que o homem médio faça exames de rotina e tenha acompanhamento médico regular. A triagem em massa provavelmente não é benéfica a todos. Vamos manter a discussão aberta sobre se há de fato subconjuntos de homens que possam se beneficiar do exame de PSA- avaliou o urologista Gerald Andriole.

Teste de PSA para rastreamento do câncer de próstata causa polêmica



Realização do exame opõe médicos e confunde pacientes.

RIO - No fim de maio, a U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF, uma força-tarefa composta por médicos e especialistas em medicina preventiva) recomendou que o teste antígeno prostático específico (PSA) não seja usado como método de rastreamento para o câncer de próstata, já que “muitos homens são prejudicados e poucos são beneficiados pelos resultados destes exames”. A decisão criou polêmica entre os urologistas e confundiu os pacientes. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) tem as mesmas diretrizes e o motivo principal é o desconhecimento da história natural do câncer de próstata: não se sabe por que o tumor aparece ou como evolui, só se sabe que surge em homens a partir de uma certa idade, mas alguns vivem com a doença sem saber dela — 30% dos casos são descobertos na necrópsia, segundo dados do Inca. O PSA é um corte numa situação: um exame normal não significa que o paciente está seguro e um nível alto não quer dizer que o paciente tem câncer. Uma vez detectada a doença, o médico ainda deve medir perdas e ganhos na qualidade de vida do paciente, pois o tratamento pode causar incontinência urinária e impotência sexual.

— A letalidade do câncer de próstata é uma variável que ninguém pode prever. O PSA detecta que há uma alteração na próstata, não é específico para apontar um tumor, já que uma lesão ou aumento na próstata podem provocar aumento de PSA, por isso não é eficaz como rastreamento. Mas isso não significa que o paciente não possa decidir fazer junto com seu médico, a partir de uma avaliação individual — diz o diretor geral do Inca, Luiz Antônio Santini.
Rastreamento em grupos de risco
O médico Miguel Srougi, professor titular de Urologia na Universidade de São Paulo (USP), classifica a atitude da força-tarefa americana como irresponsável e diz que no Brasil os custos já inviabilizariam qualquer rastreamento: pelos seus cálculos se todos os homens acima de 50 anos fizessem a triagem, isso custaria R$ 6 bilhões ao governo.
— Quando fazemos campanhas no Hospital das Clínicas, de 20% a 25% são indolentes, mas 75% são cânceres agressivos. Essa visão da força-tarefa é enviesada, de clínicos que nunca viram um doente, ninguém se preocupou em ver como fica um paciente que sofre durante cinco anos com a doença — diz Srougi. — Pelo menos nos grupos de risco deveria haver rastreamento: negros, obesos e pessoas com histórico familiar da doença.
Em comunicado da USPSTF, o representante Michael Le Favre escreve que “o câncer de próstata é um problema sério de saúde pública que afeta milhares de homens e suas famílias, mas antes de fazer o teste PSA , todos os homens merecem saber o que a ciência sabe sobre o exame: há pequenos benefícios e prejuízos significativos. Encorajamos clínicos a considerar esta evidência e não fazer o rastreamento a menos que o indivíduo tenha estas informações e tome uma decisão pessoal”.
Toque retal causa constrangimento
A Sociedade Brasileira de Urologia ainda não se posicionou sobre a recomendação da força-tarefa americana, mas segundo o diretor de Comunicação, Carlos Alberto Bezerra, uma análise já foi encomendada para saber os impactos na população brasileira, que tem características parecidas com a americana.
O medo do toque retal por parte de muitos homens, segundo ele, pode ter levado ao aumento do número de exames de PSA. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2010 foram feitos 3,6 milhões de testes de PSA no Sistema Único de Saúde (SUS) e em 2011 o número subiu para 3,9 milhões de exames. Na rede particular, em laboratórios como o Richet, por exemplo, onde o teste de PSA custa R$ 121,00 e fica pronto no mesmo dia, são feitos 1.500 exames do tipo por mês.
— Muitos homens pedem para fazer só o PSA, mas diante de qualquer alteração o médico tem que pedir biópsia. Com o toque retal conjugado ao PSA o médico pode acompanhar melhor — diz o urologista. — No meu consultório a detecção é feita mais pelo exame de PSA — admite.
O urologista Fernando Vaz, que atualmente está nos EUA e acredita que a nova recomendação trará muitas dúvidas para os doentes brasileiros, critica os resultados da forca-tarefa com base em decisões anteriores desse grupo que não tem um especialista em urologia:
— Há poucos anos eles desaconselharam o screening de câncer de mama e mamografias, o que encontrou uma forte resistência e nunca se transformou em recomendação oficial. O programa certamente visa a diminuir os custos e julga de forma equivocada o resultado — acredita. —Nenhum programa de prevenção pode ser julgado isoladamente. O uso isolado de um teste com resultados tipo branco no preto tiram a arte da medicina e a transforma em ciência pura, o que ela não é, pois trata pessoas diferentes.
O diretor geral do Inca dá o exemplo do câncer de colo do útero como parâmetro de rastreamento eficaz.
— A gente sabe que uma lesão iniciada pelo HPV provoca alteração na mucosa do colo do útero, que em um percentual mínimo pode se transformar em câncer, então vale a pena fazer o exame periódico porque se pode evitar a doença: o médico retira a lesão e acabou. Mas isso só acontece porque conhecemos bem a história natural desse tumor e isso faz toda a diferença — diz Santini.
Para o urologista Miguel Srougi, mesmo com todas as falhas do exame, vale a pena o rastreamento. Segundo ele 40 mil americanos morrem por ano vítimas da doença e 18% dos homens no mundo ainda terão câncer de próstata. Quando tratado o tumor, os riscos de incontinência urinária decorrentes da cirurgia são de 15% e de impotência, por causa da radioterapia, de 2% a 3%, segundo ele. Mas a espera por um exame perfeito, no entanto, ainda deve durar cerca de dez anos.
— Estamos no início das pesquisas que apontam para um novo marcador, o HGC, mas isso ainda não foi testado em grandes populações. No futuro vamos chegar a um exame sem falhas, mas até isso acontecer teremos que usar o PSA mesmo. E aí rege o bom senso: se o tumor for agressivo o especialista trata, se for indolente o médico avalia — diz.