Cansaço, insônia, perda da libido e suores noturnos. Esses sintomas podem indicar que seu corpo não está produzindo testosterona o suficiente. Assim como ocorre com as mulheres durante a menopausa, o ritmo de produção dos hormônios masculinos também diminui, embora de forma mais gradual do que com elas, a partir dos 50 anos. É a andropausa, chamada clinicamente de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (Daem). Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cerca de um quarto dos homens com essa idade ou mais sofrerão uma queda mais acentuada, a ponto de afetar as suas vidas. “O grande sintoma é a falta de desejo sexual”, diz.
Exames de sangue podem diagnosticar a deficiência de testosterona. O tratamento inclui pomadas ou injeções a cada três meses, dependendo da quantidade de hormônio a ser reposta. O empresário Boris Gmaspini Iori, 56 anos, toma injeções com hormônio desde os 50 anos. “Iniciar o tratamento foi como rejuvenescer. Eu me sinto mais forte e mais disposto para as atividades do dia a dia”, diz. De acordo com o urologista Jorge Hallack, especialista em andrologia, a reposição, quando aplicada corretamente, não causa qualquer dano ou tem efeito colateral.
Porém, ele alerta para o uso inadequado que vem sendo feito. Qualquer reposição hormonal, incluindo aplicações de testosterona, não é recomendada para pessoas saudáveis que desejem aumentar sua resistência física ou ganhar massa muscular, algo bastante comum em academias ou entre atletas. Essa prática é arriscada e pode resultar em danos ao organismo. Quando em excesso, a testosterona costuma provocar crescimento das mamas, irritabilidade e agressividade, entre outros efeitos. “O hormônio deve ser apenas reposto, nunca superar os níveis normais”, diz Hallack.
Uma das maneiras de retardar o desequilíbrio hormonal é manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos frequentemente. Cigarro, bebida e drogas também são grandes inimigos da saúde dos testículos, responsáveis pela produção do hormônio. Além do envelhecimento, outras doenças podem desencadear a deficiência de testosterona, como obesidade, diabetes e alterações nos testículos. Em todos esses casos, aconselha-se a reposição.