domingo, 7 de abril de 2013

Estudo encontra relação entre insônia e maior risco de insuficiência cardíaca



Pesquisa avaliou mais de 50.000 pessoas e chegou à conclusão de que a falta de sono pode mais do que triplicar o risco do problema cardíaco

Mulher com insônia
Insônia: Problema aumenta a prevalência de insuficiência cardíaca, diz estudo (Getty Images)
Pesquisadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia encontraram uma relação entre sintomas relacionados à insônia, como dificuldades para dormir e manter o sono, e uma maior prevalência de insuficiência cardíaca. Os resultados mostraram que ter insônia pode triplicar o risco de uma pessoa sofrer desse problema cardíaco — e que o quadro pode ser ainda pior caso o indivíduo também apresente ansiedade ou depressão.

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Pode acontecer em decorrência de qualquer doença que afete diretamente o coração. Acontece quando o coração bombeia o sangue de maneira ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo do corpo ou a uma congestão de sangue nas veias e nos pulmões. A insuficiência faz com que os músculos dos braços e das pernas se cansem mais rapidamente, os rins trabalhem menos e a pressão arterial fique baixa. A função do coração é bombear o sangue para o corpo e, depois, tirar o sangue das veias. Quando o coração bombeia menos sangue do que o normal, há uma fração de ejeção reduzida. Quando o coração enfrenta dificuldades em receber o sangue novamente, trata-se de uma fração de ejeção preservada, ou insuficiência cardíaca com dificuldade de enchimento do coração. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos. Atinge uma média de uma a cada 100 pessoas.
A pesquisa, publicada nesta terça-feira no periódico European Heart Journal, porém, não encontrou uma explicação para tal relação e nem concluiu se, de fato, trata-se de uma associação causal. Ou seja, esses resultados ainda não são suficientes para afirmar que a insônia causa diretamente insuficiência cardíaca, mas sim mostram que a doença cardíaca foi mais prevalente entre quem apresentava sintomas de insônia do que entre pessoas sem o problema.
Participaram do estudo 54.279 pessoas de 20 a 89 anos de idade. Elas começaram a ser avaliadas entre 1995 e 1997 e, no início da pesquisa, nenhuma delas apresentava insuficiência cardíaca. Os autores acompanharam os participantes até 2008. Ao longo do período do estudo, os pesquisadores observaram se os indivíduos apresentavam três sintomas da insônia: dificuldade para dormir, dificuldade para manter o sono e não ter a sensação de estar descansado após uma noite de sono. Para isso, os participantes respondiam a questionários dizendo se sofriam desses problemas e, se sim, com que frequência. De 1995 a 2008, o estudo registrou 1.412 casos de insuficiência cardíaca.
Soma de sinais — De acordo com a pesquisa, os participantes que relatavam sofrer dos três sintomas simultaneamente e com mais frequência foram aqueles que apresentaram o maior risco de insuficiência cardíaca — uma chance 3,5 maior em comparação com indivíduos que não apresentavam nenhum sinal de insônia. Essas pessoas tinham dificuldades para dormir e manter o sono quase todas as noites, e acordavam sem a sensação de ter descansado mais de uma vez na semana. 
Esses resultados foram obtidos após os autores do estudo levarem em consideração uma série de fatores que podem interferir tanto na insônia quanto no risco de insuficiência cardíaca, como idade, sexo, nível de escolaridade, carga horária de trabalho, pressão arterial, níveis de colesterol no sangue, diabetes, peso, atividade física, tabagismo, álcool, depressão, ansiedade e ataque cardíaco. Quando os pesquisadores resolveram olhar para as pessoas que, além de insônia frequente, também apresentavam depressão e ansiedade, o risco de insuficiência cardíaca foi 4,2 maior em relação às pessoas que não tinham dificuldades para dormir.

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