sexta-feira, 1 de março de 2013

Cansaço e estresse são maiores causas de falta de desejo masculino


Estudo ouviu pela internet 5.255 homens heterossexuais de vários países.

Conflitos, relação longa, masturbação e pornografia também afetam casais.

Viagra é usado por muitos homens que sofrem de impotência (Foto: Ian Hooton/I2H/Science Photo Library)Homens impotentes veem 'saída' em estimulantes
(Foto: Ian Hooton/I2H/Science Photo Library)
O cansaço e o estresse no trabalho são as causas que mais prejudicam o desejo sexual masculino, segundo um estudo feito por três pesquisadores europeus, que apresentaram os resultados na segunda-feira (14) em Lisboa.
A pesquisa, produzida a partir de entrevistas pela internet com 5.255 homens heterossexuais em países de "grandes diferenças culturais", como Portugal, Croácia e Noruega, oferece dados empíricos sobre um campo dominado por mitos, explicou à Agência Efe a coordenadora Ana Alexandra Carvalheira.
"Estamos cheios de crenças, por exemplo, de que o homem está sempre pronto ou que tem mais desejo sexual que a mulher. Assim a sociedade acredita, apesar de não haver avaliações científicas suficientes", declarou Ana Alexandra, que preside a Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica.
Depois do cansaço e do estresse, os problemas na relação (casais pouco disponíveis, conflitos, etc) são os fatores mais comuns para 14,4% dos entrevistados, que admitiram falta de desejo sexual durante pelo menos dois meses no último ano, o que gerou situações como ejaculação precoce ou, sobretudo, incapacidade para manter a ereção.
Por faixa etária, os homens entre 30 e 39 anos são os que mais reconhecem essa diminuição do desejo (24,1%), um caso que, segundo a principal autora, explica-se por se tratar da idade em que mais eventos estressantes se concentram.
"Nesse período da vida, é quando os homens se casam, têm filhos, divorciam-se ou realizam um maior investimento na carreira profissional", afirmou a pesquisadora.
Por outro lado, apenas 10% dos homens com mais de 60 anos reconheceram perda de interesse sexual, seguido dos grupos entre 18 e 29 anos (16,7%), de 50 a 59 (21,4%) e de 40 a 49 (21,5%).
De acordo com Ana Alexandra, que fez o estudo junto com Aleksandar Stulhofer, da Universidade de Zagreb, na Croácia, e Bente Traem, da Universidade de Oslo, na Noruega, a crise econômica pode afetar a vida sexual masculina ou encontrar no sexo "a maneira de aliviar o estresse que ela produz".
Além disso, a especialista portuguesa encontra na banalização do sexo na sociedade um aspecto que condiciona muitos desses fatores, como a diminuição do desejo em casais de longa duração, razão presente no estudo junto com a masturbação excessiva e o uso de muita pornografia.
"O erotismo é o que mobiliza o desejo, é o motor e desaparece com a banalização do sexo. Temos que 'reerotizar', pôr mais erotismo em nossa vida individual e em nossa relação de casal", aconselhou Ana Alexandra. Mas a pesquisadora também admitiu que isso requer um esforço que "não é igual para todo mundo".
Impotência (Foto: Arte/G1)
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